AMAVEL NO FESTIVAL ‘KEEP IT ROYAL’.
Estacios Valoi
14/10/09
O musico moçambicano Amável Pinto encontra se no Zimbabwe desde de sábado passado no festival ‘Keep It Royal’ que teve o seu prelúdio no dia 10 com o fecho marcado para esta quarta feira 14 do corrente mês.
Um bom par de horas antes do músico embarcar por aquela lata enorme e rasgar os céus ao País do ‘mel e do leite’ cruza caminho numa dessas noites que nunca revelam os segredos mais ‘íntimos’ digo umas dessas noites num concerto de jazz em uma das salas teatrais desta cidade, ali no Avenida.
Já não me lembro se encontrei o Amável ou Pinto, em fim são todos da mesma alma.
Já se propala por ai que estas de malas aviadas para o vizinho Zimbabwe. Que vais de avião isso já sei, mas em que contexto marchas ao 'Zim'?
O convite surge a esteira do Festival ‘ Keep it Royal’ cuja preparação esta nos seus minutos finais, o qual terá a duração de cinco dias onde estarei em palco com o conceituado musico entre nós e no mundo conhecido, Oliver Mutukuzi a quem o festival lhe proposto a minha participação em palco com ele em uma ou duas das musicas que fazem parte do seu reportório. Além de Mutukuzi também outros músicos estarão em presentes, a título de exemplo a cantora local Dudu Manhenga que recentemente esteve aqui em Maputo em palco com a cantora Mingas.
Terá este convite caído de pára-quedas, não?
Não foi de pára-quedas. Foi na onda do envio do meu curriculum e musica a procura do espaço que não tenho ou apenas não me propõem em Moçambique, procura a qual surtiu um efeito positivo com a criação de um espaço para que possa divulgar o meu trabalho de fusão. Os produtores ‘Zims’ concluíram que esta parceria possa vir a ser uma mais-valia entre aquilo que faço em Moçambique e a musica do Mutukuzi
Depois de teres ganho o premio Moçambique Music Award, que espaços são esses que tanta falta te fazem no País que te viu nascer?
É o que se vê! Tens uma quantidade de concertos em Moçambique mas não vês nenhuma performance do Amável mas sem lamentar porque sei que neste momento ‘não existe ‘espaço, e dos poucos quase que inexistentes o acesso é difícil e sendo musico profissional não me dão essas oportunidades sendo obrigado a virar me de todas as formas possíveis com o olho posto fora do país a procura de outros espaços.
Andas aos pinos, melhor esta ausência de espaço no na tua terra e com o Zimbabwe de portas abertas Zimbabwe. O que achas que esta por de trás desta situação e não problema?
Não gosto de ser polémico. Tenho uma filosofia que criei que é assim ‘tu crias, cresces no teu país e fazes para fora’. É o que esta a acontecer comigo, estou a crescer no meu pais, actualmente com dois álbuns, prémios ganho, portanto penso que estou a ter um crescimento notável, e, isto é bom porque mesmo que existam algumas partes da nossa sociedade que não queiram aceitar esta minha forma de estar na cultura em Moçambique, contudo participo fora saindo de Moçambique. Sou conhecido em Moçambique, não precisei sair do País para crescer e depois regressar em tapete vermelho, pelo contrário estou a sair de Moçambique para fora e talvez com tapete vermelho para onde vou.
Segundo a sua explanação queres dizer que és e não estas, daquelas coisas como 'ser e estar' como musico neste sítio?
Exacto. Sou, fui, criei me e evolui em Moçambique. Actualmente em termos de música estou a tirar todo o meu conhecimento do Rock Clássico, a ‘Marra mais Benta 'que faz parte da nossa cultura nacional popular e não só mas que também constitui uma mais-valia alem fronteiras.
As pessoas são capazes de olhar e dizer o possivelmente o Amável carrega algo com que possa contribuir para a musica do Oliver Mutukuzi. Héé. Para mim esta participação é deveras importante significante.
Ate que ponto é o convite te endereçado importante?
E importante não só para mim mas também para os moçambicanos porque se o Amável sai toca e faz boa figura continua se – a a dizer que em Moçambique há valor.
Que falta em Moçambique para que se possas atingir este patamar, considerar, valorizar aquilo que é feito pelo próprio músico moçambicano?
Lavagem de mentalidades. Deixar de ser quadrados porque aqui existem produtores e muita gente retrógrada e em alguns momentos culturalmente ignorantes ‘doente’.
Culturalmente falando o que mais te atormenta neste País ‘sitio’?
A ignorância cultural.
E no mundo?
Vivemos o nosso dia-a-dia e aquilo que vira assim que amanhecer é imprevisível. Portanto vivemos hoje com o objectivo de amanhã termos mais relativamente ao que tivemos hoje, sabermos mais do que aquilo que sabemos hoje, evoluir. Torna se necessário ter o espírito de batalhador, acreditares em ti e sem medo de ’dar o salto’.
Quem é o amável ou o pinto diria a pessoa por de traz deste do músico?
E um músico como muitos outros moçambicanos que batalham para sobreviver porque nós em Moçambique não vivemos apenas sobrevivemos contudo penso que não sou o que era a vinte anos atrás, então é positivo. Também é difícil dissociar o Amável do Pinto.
Perguntaste que é Amável e o Pinto! Na verdade não tens o Pinto sem o Amavel e falar da Musica, não seria possível.
Dois discos, diferentes ritmos, Rock clássico, Marrabenta e mais alguma coisa. Para o futuro quão larga esta a tua manga?
Digo sempre que sou uma pessoa que em termos de composição, discos vivo o momento. Sou capaz de ficar 6 meses sem compor e as vezes compor em uma semana, por na panela 4 ou 5 músicas mas não significa que irão ficar todas as 4 ou 5. É uma evolução constante e após trabalhadas que sabe quantas estarão cozidas. É o sentimento que é transmitido pela na sociedade, aquilo que vejo no meu dia-a-dia e não é cantando em termos de voz mas todo um sistema que tens em tua volta.
Sem comentários:
Enviar um comentário