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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Gás natural em investigação e prospecção em Cabo delgado ‘El dourado” ou dobrado!

Texto e fotos: Estacios Valoi Quatro empresas encontram se na pesquisa e prospecção de gás natural na província de Cabo Delgado sendo a Nadarko empresa Norte Americana, ENI com sede em Roma, Petrone, Star Oil mas apenas as primeiras duas sediadas naquele ponto do Pais segundo o director provincial de recursos minerais e energia de Cabo Delgado Ramiro Nguiraz. Qual é o estagio actual da prospecção e investigação de hidrocarbonetos em especial o gás natural? As actividades estão a decorrer normalmente. Temos duas empresas que já estão mais avançadas que é a Nadarko e a ENE que fizeram a perfuração e já com algumas descobertas e ao mesmo tempo esta fazer se uma avaliação. No momento em termos de estimativa rondamos a volta de 40 trilhoes de pés cúbicos de gás (TSF), uma quantidade que nos coloca numa posição a escala mundial. Há projectos de construção de uma planta de produção de energia no distrito de Palma por parte da empresa Nadarko e o local já foi identificado com objectivo de facilitar o seu transporte na exportação, isto é, do gás liquefeito. Neste momento decorrem estudos de impacto ambiental e social. Em relação as outras duas empresas que são a Petrone e a Start Oil, ainda decorrem preparativos para a abertura dos primeiros furos para pesquisa. Ate que ponto estará o meio ambiente a ser ameaçado? Em aspectos ambientais sabemos que todos esses projectos são classificados como de categoria (A) pelo Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental e, antes da implementação é preciso que se faça o estudo do impacto ambiental e social. Esses estudos foram feitos e ao mesmo tempo elaborados programas de gestão ambiental, ainda não temos factos gritantes do impacto ambiental negativo. Quem contrata e fiscaliza as empresas que fazem o estudo de impacto ambiental? As empresas é que contratam. A empresa que mais fez estudos ambientais foi a empresa nacional Impacto, a que fez todos os estudos de impacto ambiental na bacia do Rovuma. Nesta primeira fase, quatro empresas de renome. Benefícios sócias em cumprimento? Vou falar das empresas que tem escritórios aqui que é a Nadarko e a ENE. Neste momento a Nadarko tem cerca de 600 trabalhadores nacionais e brevemente dentro de dois quatro meses poderá subir para 1000 e a ENE pela informação que tenho tem aproximadamente 200 trabalhadores e já se fala do recrutamento de mais de 200 trabalhadores. Portanto é um impacto muito grande a nível da província. Agora em termos e outros benefícios sócias dizer que as empresas ainda estão na fase de investimento, não estão a produzir para podermos dizer que temos que partilhar os recursos que lá existem mas sentimos que os contratos assinados pelo governo e as empresas são longos, entre cinco a oito anos e as empresas não podem estar a fazer os trabalhos, a movimentar e a população simplesmente a assistir. Então, foi quando no contrato criou se uma cláusula em que as empresas deveriam contribuir com um fundo para projectos sociais e esse fundo existe num montante de cerca de 2.900 milhões de dólares americanos, esta a ser aplicado e já há resultados palpáveis. Foram reabilitados sistemas de abastecimento de água em Macomia, Mocimboa da praia e Palma. Esta em curso a construção de um sistema de abastecimento de água no distrito de Quissanga. Também foram elaborados três projectos executivos para a construção de sistemas de água em Mecufe, Nbau e Namuno e neste momento esta a estudar se a forma sua forma de implementação. Foram estabelecidos centros de conhecimento que era para ensinar as populações locais na agro-pecuária, na elaboração e gestão de projectos. Ex: Fundos de desenvolvimento distrital os vulgo 7 milhões. Portanto esses centros de reconhecimento estão a ter um impacto positivo, e nesses distritos que foram abrangidos o nível de reembolso dos 7 milhões subiu. Em Palma e Mocimboa da praia antes não havia frango mas hoje já há produção de frango embora não seja em números consideráveis mas isso vai subindo paulatinamente. Gás, petróleo em alguns países africanos e não só, tem se sempre a imagem de um estado em ebulição como a Nigéria…, as guerras pelo controlo de recursos. Que acha que esta sendo feito aqui em cabo delgado e no pais num todo? Penso que o governo em si deve estar preparado e a preparar, nós também estamos nesse processo de preparar a população e informar que apesar dos anúncios de descobertas de gás, isto, não significa que vai resolver todos os nossos problemas, sensibilizamos para que continue a empenhar se em outras actividades como a agrícola que isso é fundamental e que esses projectos que vem vão precisar de produtos agrícolas, para poder abastecer que vai ser um ganho. Agora pensando nas situações que acontecem em outros países eu posso dizer que há uma diferença. Há países que aqui não posso mencionar, mas o facto de terem petróleo pensam que já não podem desenvolver outras actividades. Sublinhar que o petróleo e o gás natural são recursos esgotáveis. Ė Preciso deixar isso claro para a população e, isso também vai depender das políticas que o governo vai implementar na fase da produção. Consideráveis números de contentores com bens alimentares vão sendo importados por essas companhias dos seus países de origem ou de outros por essas empresas. Que esta sendo feito por esta parte para minimizar esta situação e tenhamos produtos internos também para o abastecimento dessas empresas num pais em que praticamente não existem politicas agrárias. Essa é uma oportunidade para o empresariado local aproveitar e investir nesta área, não é o estado que vai fazer isso. Recentemente reunimos com o empresariado nacional, colocamos esta questão e há alguns interessados em investir na área para aproveitar a oportunidade que vem. Parece que os das “peneiras”, isto é, garimpo ilegal são “um calcanhar de Aquiles”. Recentemente teve que se deslocar com urgência a um dos distritos acompanhado de uma escolta policial. Não? De facto isto esta a acontecer. Neste momento temos quatro áreas com esse problema e não só mas são as principais que são a de Namanhumbire, Namuno em Nachingweia na aldeia Coroline, Meluco em Ravia, em Chapa no distrito de Mueda e Namuno onde pude observar pessoalmente e o impacto desta actividade ‘e negativo. Em Namuno ate mesmo os camponeses deixaram de ir as machambas, os alunos as escolas e passaram a dedicar se a extracção do ouro. Portanto, o índice de criminalidade esta a subir, os preços de produtos básicos subiram bastante, esta de alguma forma a penalizar a população local. Estamos a tomar medidas. Quais pensa que seriam as principais causas para o surgimento deste fenómeno social? Talvez acham que tem maior rendimento, porque quando encontram o ouro vendem a 1200/ 1300 meticais e acham que podem prosperar. Que medidas para minimizar esta situação? Estamos a desenvolver operações conjuntas em coordenação com outras instituições como a polícia da Republica de Moçambique, Migração, Alfandegas. Recentemente fizemos três operações e numa delas fui com o comandante distrital de Namuno e outras duas com a policia e os fiscais da Direcção Provincial dos Recursos Minerais e tivemos como resultado a captura e repatriamento de cerca de mais de 60 estrangeiros maioritariamente provenientes da Tanzânia, um outro somali e senegalês. Existem cooperativas ou associações de garimpeiros? Possa considerar que a actividade do garimpo é recente em Cabo Delgado. Quando essa actividade explodiu, foi identificar algumas áreas, fizemos um estudo preliminar das potencialidades, delimitamos e chamamos de áreas designadas para atribuir as populações que deverão trabalhar de uma forma organizada. Ex: Em Namanhumbire temos uma associação de 720 membros da população, e esses membros já se encontram a trabalhar lá. Em Namuno estamos em processo, fizemos o levantamento das coordenadas das áreas, listas já submetemos ao Ministério dos recursos naturais e energia e apenas carece da aprovação da Ministra para que a população explore o recurso de forma organizada. Estabelecemos uma empresa nacional com três meses de existência que é a Empresa Nacional de Minas tutelada pelo ministério dos recursos minerais que vai fazer a comercialização dos recursos minerais extraídos pela população já a actuar em Montepuez, Meluco e Namuno e com algumas comprar já efectuadas. O nosso Calcanhares de Aquiles é mesmo o da mineração ilegal, muito complexo e difícil de combater mas não vamos ficar de braços cruzados e a outra coisa é a falta de meios financeiros para podermos fazer o nosso trabalho. A semelhança do garimpo, não teme que o mesmo venha a acontecer com o gás quando chegar a fase de produção? Em todos os distritos temos sensibilizado, apelando as pessoas para que não abandonem as outras actividades porque o gás não vai de facto resolver todos os nossos problemas. Recente exemplo de Tete em que a empresa Rio Tinto na exploração do carvão não cumprira com o seu plano de maneio no reacentamento da população, pior teve que mobilizar a Força de Intervenção Rápida (FIR) que violentou aquela população que reclamava pelos seus direitos. Deste lado tudo a postos para que o mesmo não aconteça? Não tenho muita informação sobre o que aconteceu em Tete mas dizer que é uma experiencia, uma lição por aprender, razão pela qual aqui ao nível da província criamos uma comissão para o reacentamento. Estamos a preparar nos para que seja fácil na fase da implementação do projecto, evitar os prováveis ou como os de Tete. O governo esta preparado e a comissão vai trabalhar para nesse sentido com as empresas.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Alfredo Rodriguez o pianista “ del espacio” Texto:
Estacios Valoi 25/04/12 Cubano, aos vinte anos de idade escalava o palco do festival de Monte real em 2006, na sua sombra o produtor norte-americano Quincy Jones mas é em 2009 que Rodriguez começa a viver nos Estados Unidos da América sob o olhar atento de Jones que já andava no seu encalço. Jones impulsiona o jazzista a primeira linha e a posterior o pianista foi desfilando sua classe de festivais em festivais até desembocar no cabo da boa esperança, fazer umas quantas esquinas até a um dos palcos “Moses Molelekwa” dos cinco instalados no “Convention Center”. Lá estava ele no Cape Town International Jazz Festival no meio de alguns dinossauros do Jazz num rico alinhamento. James Ingram (USA), Zahara (SA) que recentemente esteve em actuação em Maputo, Moçambique, Zamajobe (SA), Herbie Tsoaeli (SA), Dorothy Masuka (SA), Adam Glasser (UK/SA), Patti Austin Trio (USA) Kevin Mahogany (USA), The Andre Petersen Quintet (SA, USA, BL), Donald Harrison the trio/Ron Carter& Lenny White (USA), Brubecks Play e convidado especial Mike Rossi (USA/SA), Steve Dyer (SA), Sophia Foster (SA) Xia Jia Trio (China), Victor Kula (SA), Alfredo Rodriguez (Cuba), Jason Reolon Trio em performance com Buddy Wells (USA), David Sanchez e seu convidado especial Lionel Loueke (Porto Rico/Benin) Steve Dyrell (SA), Unathi (SA), Allen Stone (USA).Hassan’ adas (SA), Mike Stern& David Weckl (USA), Alexander Sinton High School Jazz Band (SA) Gabriel Tchiema (Angola), Lindiwe Suttle (SA), Virtual Jazz Reality (USA), Third World Band (Jamaica), Zakes Bantiwi (SA), Hugh Masekela& e seus convidados celebrando Mama “Africa” (SA), Adam Glassier (SA), Project (Moçambique), Marcus Miller (USA), Dave Koz &Patti Austin com convidado especial (USA), Unathi (SA), Allen Stone (USA, HHP (SA), Zakes Bantwini (SA), Nouvelle Vague (Franca), Ill Skillz (SA), Atmosphere (USA), Jean Grae (USA), Good Luck (SA), Pharoane Monch (USA). Hassana’das com a sua percussão...as bailarinas, ao ritmo lá de casa. A conversa não foi apenas a piano mas também a salsa dentro daquela sala enorme onde no passar dos segundos íamos sorvendo a castelhano e/ou espanhol, como dois compadres nas praias de Varadero ou em Matanzas, Pinar del rio. Estávamos em casa despidos do Inglês, atordoados pelo português mas com encontro marcado com o espanhol. Assim foi e em português vamos cintilar. “Estou pela primeira vez neste festival e para mim é uma grande honra, poder transmitir a minha música, trazer as minhas influências as quais vem aqui de África e poder estar aqui em Cape Town num festival mito importante. Ė para mim um grande prazer e para os integrantes do meu trio o baixista Reiner Elizarde Rios Cubano e o Baterista Henry Cole porto-riquenho ”. Por acaso ontem ia olhando, e ouvindo te tocar. Pareceu me mais um estilo clássico, a mistura de Guarrache, Salsa e outros estilos cubanos. Ė isso? Há um pouco de tudo mas sobretudo a influência clássica, compositores barrocos, contemporâneos, estão ai porque desde os sete anos eu estudava música clássica, ate este momento. Definitivamente se ouviste algo de música clássica, claro que deve estar ai, bem a influência da música latina, Africana e supostamente a influência do Jazz… a música de onde em pequeno estava a estudar. “ O improviso esta no coração do estilo de Rodriguez seguindo a pegadas de Bill Evans, Thelonious Monk e Herbie Hancock” Antes da tua aterragem em Cape Town onde tocaste por aqui? A um ano e meio estive em Joanesburgo onde fui convidado a uma grande festa, tive a oportunidade de lá ir e estar. Foi uma boa experiencia, assim como aqui havia muitas pessoas. Cubano a viver nos estados unidos. Em termos musicais que fizeste em Cuba e depois a oportunidade de saíres para os estados unidos. Gostarias de ter os outros músicos em cuba a partilharem mais a cultura musical, experiencias em outros quadrantes do mundo? Tenho muita família em cuba mas vivo nos Estados Unidos. Quanto a levar a música cubana alem fronteiras, claro que sim. Parece me que trata se disto. Todos cubanos estão invólucrados em toda esta situação, sobretudo porque não podem ajudar as outras pessoas que estão fora do País. Ficaria muito grato que isto acontecesse. Estou aberto a ideia transcultural, a confrontação, a ideia de compartilhar o que sabemos, e para todas as pessoas sobretudo aprender. Parece me que o que devia acontecer em cuba, é que cada pessoa devia ser livre de ir a qualquer lugar, explorar as coisas que existem que dessa forma o País também vai se beneficiar, vamos acabar vencendo como País. Recentemente lançaste o teu primeiro álbum intitulado “Sonidos del espacio” sobre o qual em entrevista a uma revista disseste algo como “Penso e espero que este álbum reflicta o sentimento de uma nova era..”Que te vem em mente? Foi lançado com a discográfica Avenue e a de Quincy Jones “é como um pai” que é a Kiwe West. Bom. Faz uma semana que o disco saiu e estou muito contente. “ O improviso não da tempo ao musico para “paralisias ou analises”.. Ė o extremo da consciência, instantâneo que vem através de ti, por vezes do subconsciente ou talvez de outro..ou de um lugar supremo” dissera Rodriguez em entrevista a uma revista. Mas o que mais me interessava era saber sobre os sons do espaço, se eram vozes do alíém, almas qe gritavam em voz baixa, os pássaros, vento, em fim, sons, como outros sons que fazem bons sons que da vontade de ouvir..nem todos, que alguns acabam sendo um autentico ruído Mas porquê “sons do espaço” (Sonidos del espacio)? Bem. Significa que são aqueles sons que têm estado no espaço. Penso que é mais simples dizer sons que eu vivi. Constantemente todos ouvimos sons, escolhemos os nossos espaços onde ouvir esses sons, simplesmente a minha música trata disso. Neste aspecto é muito transparente porque o que eu quis foi espelhar todos esses sons que tenho ouvido desde criança até este momento e fazer a musica. Ė disto que o meu CD trata. Estou a trabalhar com discográficas de gabarito internacional e espero que o disco esteja espalhado até aqui na África do Sul. Que mais te assusta neste mundo? De muita coisa. Sou um aventureiro e não me interessa lutar contra o medo mas sempre temos o medo connosco é um sentimento próximo dos seres humanos. O problema é quando as pessoas não lutam por esses medos e não tentam fazer algo positivo para se evadirem desses medos. Projectos? Estamos a trabalhar arduamente na promoção do meu álbum, assim como em novos projectos. Estou a compor a minha primeira sinfonia com uma orquestra sinfónica completa. Não se pode parar isto é uma missão que nós os músicos temos. Não se pode parar de aprender, investigar, estudar. Por acaso até lembrei me do Diogo Amador pianista espanhol que a quatro anos atrás, isto depois de ter estado no festival Internacional de Cape Town, passou, penso eu se não me perco pelo nosso primeiro “Festival Internacional de Jazz Moçambique” ou no Centro Cultural Universitário a tocar o piano por vezes “dentro das cordas”. Agora, Rodriguez, de estatura mínima, a dado momento só as pernas se viam, a parte superior do corpo estava dentro do piano, como que perdendo se afogado naquele mar imenso por ele conhecido.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

No Cape Town International Jazz Festival 13 edição




David Sanchez gosto porto-riquenho
Texto e fotos: Estacios Valoi
18/04/12
Experiencias, muitas influências e seu convidado especial Leonel Loueke do Benin num alinhamento de músicos de vulto chamados a cumprir o seu dever. O de tocar, mas tocar bem. Hassan’ adas (SA), Mike Stern& David Weckl (USA), Alexander Sinton High School Jazz Band (SA) Gabriel Tchiema (Angola), Lindiwe Suttle (SA), Virtual Jazz Reality (USA), Third World Band (Jamaica), Zakes Bantiwi (SA), Hugh Masekela& e seus convidados celebrando Mama “Africa” (SA), Adam Glassier (SA), Project (Moçambique), Marcus Miller (USA), Dave Koz &Patti Austin com convidado especial (USA), Unathi (SA), Allen Stone (USA, HHP (SA), Zakes Bantwini (SA), Nouvelle Vague (Franca), Ill Skillz (SA), Atmosphere (USA), Jean Grae (USA), Good Luck (SA), Pharoane Monch (USA), James Ingram (USA), Zahara (SA) que recentemente esteve em actuação em Maputo, Moçambique, Zamajobe (SA), Herbie Tsoaeli (SA), Dorothy Masuka (SA), Adam Glasser (UK/SA), Patti Austin Trio (USA) Kevin Mahogany (USA), The Andre Petersen Quintet (SA, USA, BL), Donald Harrison the trio/Ron Carter& Lenny White (USA), Brubecks Play e convidado especial Mike Rossi (USA/SA), Steve Dyer (SA), Sophia Foster (SA) Xia Jia Trio (China), Victor Kula (SA), Alfredo Rodriguez (Cuba), Jason Reolon Trio em performance com Buddy Wells (USA), David Sanchez e seu convidado especial Lionel Loueke (Porto Rico/Benin) Steve Dyrell (SA), Unathi (SA), Allen Stone (USA).
Claro que sem me esquecer do Wazimbo que esteve no Palco Kippies, hum, pior ainda o fracasso desta edição a cantora Norte americana Lauren Hill e suas trapalhadas perante um público com bom ouvido. Mas da Hill falar-vos-ei em próximas ocasiões. Vamos ao que interessa. David Sanches antes e depois. De Porto Rico, crescido a tocar e muito exposto a percussão.
“Sabes, cresci a tocar, a bateria em especialmente o bombo. O meu irmão tocava com Rafael Cepeda um dos mais incríveis músicos nesta forma de tocar. Fui muito influenciado, ate certo momento da minha carreira não sabia onde estava metido. Mas, obviamente que fui muito influenciado pelo Jazz”.

EV -Com este tipo de influencias que tipo de Jazz actualmente fazes?
DS -Ė muito difícil. ‘E um jazz que tem um pouco das diferentes influencias que tive na minha vida. Ė um pouco do que faz referência do Porto Rico. Vais ouvir mais experiências do Caribe, Cuba, de influências de artistas brasileiros muito bons como o Milton de Nascimento, Hector Villa Lobos, Chico Buarque, isto apenas para mencionar alguns. Vais poder ouvir influências do Milles Daviz Quinteto, ambos um dos anos 50 e outro dos 60. Formandos do Paul Chambers, Jimmy Cub, vais ouvir influências do Montown, R&B, influência de experiências africanas, são muitos. Uma mistura de ambas as influências.

EV -A esteira dessas influências, experiencias. Qual dos álbuns resume estes dois aspectos?
DS -Tem que ser o álbum Melassa porque trás todas essas experiências mas, o Cultural Surviver, de certa forma também leva carregado os mesmos factos, por sermos muito livres na forma como tocamos neste álbum, a distracção total. Quando ouves a composição, muito melódica, vocal e muito rica no seu ritmar. Então quando ouves estes dois álbuns é como…ao invés da harmonia, vão de forma horizontal, sem limite, aqui, o ritmo vai assim..como a melodia vai na horizontal, as influências, partes que vem vindo numa prespectiva melódica.

EV -Quantas melodias vêm dentro do homem que faz o músico que és vice-versa?
DS -O homem por de trás do músico (risos). Bem, ou o musico por de trás do homem. Para mim são o mesmo, exactamente a mesma pessoa. Mas é certamente algo com que tenho que estar em sintonia e mais tarde, pessoalmente ter absorvido de mim mesmo. Ė como todas as coisas que fazemos, aqui ou a seguir, como nos relacionamos diariamente uns com os outros, faz parte da música. Apercebi me, que quanto melhor me relaciono com as pessoas no meu dia-a-dia, quando caminho pela rua, isso da me outro ímpeto, faz me entender melhor a musica.

EV -Foi um sonho te tornar num musico do Jazz?
DS -De certa forma sim, mas mais do que um sonho, foi uma circunstancia porque as circunstancias conduziram me para que fosse um jazzizta. Ė engraçado, não sabia que isto iria acontecer. Se me fizesses a mesma pergunta três anos atrás, de nenhuma forma poderia responder. Na vida há circunstancias que nos levam e por elas somos conduzidos. Reagimos a essa manifestação circunstancial, especificamente uma reacção a essa circunstância. Agora sim. Hooo…posso dizer que pertenço a essa comunidade do Jazz. Há mudanças, o estatuto tem mudado com o reconhecimento de pertencer a comunidade do Jazz. Ė o cenário actual mas não sabia que assim seria. Não foi algo a prior projectado.

EV -Sua primeira aparição neste Cape Town International Jazz Festival que já vai na sua 13 edição. Que bagagem trazes para esta vasta audiência?
DS -Bem. Sabes. Estou apenas excitado por poder fazer parte deste evento, aqui. Quero vir de dentro de mim, das minhas experiencias. Não quero mudar porque estou aqui, quero realmente poder vir do meu íntimo, o que tenho dentro do meu coração, dar e partilhar isto tudo com as pessoas. Aconteça o que acontecer, não importa o quê, a verdade é que vai ser especial, não apenas por ser a minha primeira vez que mas também porque …uma vez que tocas uma música pela primeira vez, tens em consciência e combinas com o facto de que tocas com outros músicos colegas, e para esta ocasião especial tenho o Leonel Loueke do Benin como meu convidado especial que vai imediatamente marcar muita diferença.

EV - A quem diga que estamos a perder a nossa cultura e que o jazz actual é plástico. Que palavras?
DS -Não estou seguro. Possivelmente exista alguma verdade nisso. Penso que é um processo, uma fase a qual estamos a atravessar, um círculo em rotação. Penso que as oportunidades não são as mesmas como eram vinte ou trinta anos atrás. Se tomarmos isto em consideração, talvez seja a reacção dessas pessoas, suas manifestações depois das circunstâncias em que estiveram, estão. Vamos novamente encontrar um caminho. Sabes, nunca se sabe. Fazendo este julgamento, refiro a mim mesmo.. Movimento porque cada movimento, expressão num certo momento impar, tem as suas razoes de ser. Encaro isto como uma forma de uma determinada fase. O que hoje estas aqui a ouvir amanha não será o mesmo.

EV -Relativamente aos músicos africanos que experiencia, influencia no circulo em rotação?
DS -Bem. Tenho colhido muito, mas muito não apenas dos músicos do Jazz mas todos, musica variada desde cedo. Quero dizer do Sul, Este e dos Camarões, da Etiópia do Mali, Benin, isto apenas para mencionar alguns. . Para mim tem sido uma grande influência. Esporadicamente tornei me curioso sobre a forma como se expressam, o som é autentico.

EV -Queres com isso dizer que com miscigenação rítmica encontras maior espaço para trabalhares as tuas composições?
DS -Sim. Quanto maior experiencia tivermos como artistas, mais meios, instrumentos teremos para nos expressarmos. Temos que levar as nossas experiências ao nosso íntimo, que sejam parte de nós.

EV -Tua primeira aparição neste mega festival. Daqui a Porto Rico que do mercado do Jazz?
DS -Para mim é muito difícil fazer essa previsão porque nunca sabes. Quanto a isto não sou a melhor pessoa para fazer previsões, quando se trata deste tópico é preciso muito conhecimento.

EV -Pelo que escutei deu para perceber que tocas experiencias e influencias as quais anteriormente fizeste menção. Que paneladas quando estas em tua casa?
DS -Gosto de cozinhar carne de ovelha com muitos vegetais a mistura, Arroz. Realmente não sou um bom cozinheiro. As vezes umas carninhas, alho dourado, limão, manteiga, um molho e assim faço com a minha música, tudo a medida certa. Pode ser uma boa forma de apoio.

EV -Projectos pela frente?
DS -Procurar escrever novas músicas. Penso que mais uma vez terei o piano, a percussão, guitarra envolvida nos próximos projectos. Estou ansioso por dar continuidade, aqui enquanto falamos já me encontro a trabalhar a compilar novo material.

EV -Foi um concerto com um toque miscigenado, o silencio, palmas, assobios de contente, acordes, melodias e assim na horizontal um orgasmo permanente e Sanches levou a audiência. Ainda há coisas boas neste mundo de tantas incongruências. Guerras, fome, miséria, corrupção uma lista infindável. Infelizmente.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Longa Viagem de Cape Town International Jazz Festival para Maputo




Texto: Estacios Valoi
Fotos: Nil Aktar
Desta vez esteve não do lado da plateia como foi em outras e não poucas ocasiões mas sempre na expectativa de um dia poder escalar aqueles poucos degraus para subir ao palco de um festival de tamanha dimensão que ‘e o festival de Jazz Cape Town embrulhado num vasto leque de mais de 40 artistas de renome.
Desde Moreira Project (Moçambique), Marcus Miller (USA), Dave Koz &Patti Austin com convidado especial (USA), Unathi (SA), Allen Stone (USA, HHP (SA), Zakes Bantwini (SA), Nouvelle Vague (Franca), Ill Skillz (SA), Atmosphere (USA), Jean Grae (USA), Good Luck (SA), Pharoane Monch (USA), James Ingram (USA), Zahara (SA) que recentemente esteve em actuação em Maputo, Moçambique, Zamajobe (SA), Herbie Tsoaeli (SA), Dorothy Masuka (SA), Adam Glasser (UK/SA), Patti Austin Trio (USA) Kevin Mahogany (USA), The Andre Petersen Quintet (SA, USA, BL), Donald Harrison the trio/Ron Carter& Lenny White (USA), Brubecks Play e convidado especial Mike Rossi (USA/SA), Steve Dyer (SA), Sophia Foster (SA) Xia Jia Trio (China), Victor Kula (SA), Alfredo Rodriguez (Cuba), Jason Reolon Trio em performance com Buddy Wells (USA), David Sanchez e seu convidado especial Lionel Loueke (Porto Rico/Benin) Steve Dyrell (SA), Unathi (SA), Allen Stone (USA) Hassan’ adas (SA), Mike Stern& David Weckl (USA), Alexander Sinton High School Jazz Band (SA) Gabriel Tchiema (Angola), Lindiwe Suttle (SA), Virtual Jazz Reality (USA), Third World Band (Jamaica), Zakes Bantiwi (SA), Hugh Masekela& e seus convidados celebrando Mama “Africa” (SA) em exaltacao a cultura, como sempre diz ‘ estamos a perder a nossa cultura’, mas não ‘e de Masekela esta lenda viva que vos quero apresentar, mas Adam Glasser numa serie de cerca de 20 ou mais entrevistas exclusivas sobre Cape Town Internacional Jazz Festival que o Zambeze fará questão de vos trazer ao longo da viagem de volta a casa, também do Moreira Chonguiça.
Adam Glasser, tanto ralou mas chegou e lá esteve com a sua harmónica. Como sempre foi no “Convention Centre” em mais um evento produzido pela espAfrica e patrocinado pelo departamento sul-africano de artes e cultura, pela Cidade de Cape Town, Oudi Meester, Hansa, governo do Cabo Ocidental, Decas, SABC.
Adam Glasser residir em Londres, o seu pai foi “primeiro director musical do primeiro grupo de música negra de nome “Caixa Negra” (Black box) que a África do Sul teve para viajar a diáspora com a música intitulada “King Kong”. Era uma estoria sobre uma caixa negra, não o macaco ou o gorila, mas uma caixa composta por lendas da música negra, muitos músicos sul-africanos e foi assim que tive o meu primeiro contacto com o Jazz.
Quem a pessoa por detrás do musico?
Na sei como responder a pergunta, deixo que sejas tu a decidir.
Queres dizer que o Jazz encontrou te pelo caminho, levou te com ele e não o contrario. Será isso?
Podemos dizer que sim. Poderia ter sido eu descobrir o jazz ou o contrario mas particularmente o jazz sul-africano sim.
Sei que tens estado a lançar novos álbuns. São todos filhos de uma só mãe ou pai, são todos nossos filhos. De entre estes qual poderias considerar um dos melhores ou o melhor?
Penso que é o álbum Mzansi, o qual vou tentar apresentar esta noite neste festival que quer dizer África do Sul a partir do lado mais profundo do sul do Pais, uma forma de expressar o meu amor pelo jazz sul-africano assim como foi juntar alguns dos melhores músicos do jazz sul-africano neste mesmo álbum incluindo sul-africanos que se encontram a viver na diáspora como Penny Sisolo um dos grandes vocalistas. Então este é o meu favorito.
Que mais te inspira nesta forma de fazeres o jazz com a harmónica?
Ate aqui antes nunca ninguém tinha tocado jazz na África do Sul com este instrumento que ‘e a harmónica. Se ti lembras de um instrumento dos anos cinquenta, o “Pífaro” (Pen Wisol) tinha um daqueles sons sonantes como se si tratasse de um choro, como alguém estivesse a chorar. Para ser específico estou a tentar fazer com que a harmónica possa soar, ter um som como o som do saxofone a semelhança do Jazz sul-africano, tentar ter aquele som.
Olhando para África do sul e como fizeste menção que antes ninguém tocara o Jazz com uma harmónica aqui pelas bandas do Rand. Novos seguidores na Harmónica?
Ė Uma boa pergunta e porque vim para a harmónica muito tarde. Comecei a aprender a tocar a harmónica já com 29 anos. Queria transmitir a mensagem aos jovens e os mais velhos que nunca é tarde para começar com a música. A harmónica é um instrumento barato, podes levar contigo no bolso, praticar em qualquer lugar, em particular a pequena harmónica que uso. Toda a melodia inicial. Um magnífico instrumento com o qual pode se aprender o Jazz de forma simples. Quando era criança não tive um destes, então levei mais tempo.
Esta é a tal harmónica que tiveste como presente das mãos do teu Pai e vais ensinando aos petizes.
Não, não. Ele deu me esta Harmónica complicada. Vês, esta tem dez buracos e cada um tem quatro notas. Então são 48 notas, enquanto que esta pequena, das comuns tem poucas notas e é mais fácil começar com ela. Então ontem fiz um workshop em Guguletho com algumas crianças, jovens ensinando os como tocar harmónica e espero que se interessem e que mais tarde possam passar para a outra de 48 notas como graduação para um outro nível superior.
Não será fácil até encontrar pessoas que estejam de facto interessadas. Posso ter pessoas a aprender como tocar harmónica, o problema é que há necessidade de uma prática contínua e espero encontrar pessoas a quem possa ensinar e que também possam dar continuidade a esta prática. Por enquanto ‘e show apenas de um homem “One man’s show.
Show de apenas um homem. Qual foi o concerto ou o melhor concerto que fizeste com outros músicos com a tua harmónica rasgando os lábios?
Ė uma pergunta difícil de responder, tenho que pensar profundamente. Penso que foi um dos que teve lugar num dos sítios mais modestos, como num pub ou restaurante em Londres, mas um concerto onde existe interacção entre a banda e o público, a audiência e o som. Bom, esse pode ser um modesto concerto.
Como expectativa nesta 13 edição do Festival Internacional de Jazz Cape Town?
Tenho vindo a este festival por mais de dez anos mas como membro da audiência e tenho tido uma experiencia maravilhosa, uma oportunidade, uma serie de músicos de renome que nunca os poderia ouvir, ver pelo mundo. ‘E uma grande honra estar aqui e fazer parte do evento.
Ontem participaste no festival como parte da audiência e hoje como um dos músicos em palco no meio de grandes estrelas do jazz. Que te vem ao de cima e futuros projectos?
Ė uma transição sobre a qual estou muito ansioso de fazer parte dela. Sinto me como… levou me muito tempo para chegar ate aqui mas…sinto me realmente confortável onde estou agora.
Espero poder levar este projecto para outras partes e uma das coisas que tenho estado a fazer ‘e trabalhar com DJ’s sul-africano como o Cleo muito conhecido e com ele já fiz algumas faixas musicais. Estou interessado em alcançar uma audiência jovem e talvez introduzir os no jazz usando uma via musical mais popular.
Vindo de volta a esta harmónica. A quem possa dizer que estamos a perder a nossa cultura de forma generalizada. Qual é o teu ponto de vista e a quem vais ensinar esta de Harmónica 48?
Acho que isto é um ponto que no Pais, põe nos a unir a nossa cultura. Digamos que há uma melodia que te quero ensinar. Caso queiras aprender, com esta harmónica posso ensinar te aquela melodia dos anos 50. Assim que as pessoas tiverem a suas cabeças a circundarem nesta harmónica pequena ai já poderão graduar para esta maior que é a de 48 notas, mais complicada.
Alguma vez pensaste em ter um teu grupo de estudantes de forma particular e ensina -los tocar a harmónica maior e mercado musical em Londres e aqui na África do Sul?
Penso que o que sugeres é uma boa ideia e é o que preciso de fazer, ter um grupo de estudantes que vem e continuem mas ainda tenho que encontrar o tal grupo de estudantes. Estou no princípio e nunca é tarde para começar. Quanto ao mercado a questão é que desde que fui nascido aqui na África do Sul não tenho ficado cá muito tempo, então sou relativamente meio desconhecido. Ainda tenho que conquistar o mercado sul-africano, seja o que isso possa significar

terça-feira, 3 de abril de 2012

Marcus Miller o beng beng (Cape Town)




Cape Town International Jazz Festival

Texto e fotos: Estacios Valoi
Cortesia: Nil Aktar
Eram cerca das 19 horas do dia 31 de Março quando Marcus Miller tomou de assalto um dos cinco palcos o Kippies de entre os cinco instalados para acomodar o festival internacional de Cape Town na sua 13 edicao realizado recentemente na terra do Rand que contou com de 34 mil espectadores.
Foram mais de 40 artistas Hugh Masekela& e seus convidados celebrando Mama “Africa” (SA) Moreira Project (Mocambique), Marcus Miller (USA), Dave Koz &Patti Austin com conviado especial (USA), Unathi (SA), Allen Stone (USA, HHP (SA), Zakes Bantwini (SA), Nouvelle Vague (Franca), Ill Skillz (SA), Atmosphere (USA), Jean Grae (USA), Good Luck (SA), Pharoane Monch (USA), James Ingram (USA), Zahara (SA) que recentemente esteve em actuação em Maputo, Mocambique, Zamajobe (SA), Herbie Tsoaeli (SA), Dorothy Masuka (SA), Adam Glasser (UK/SA), Patti Austin Trio (USA) Kevin Mahogany (USA), The Andre Petersen Quintet (SA, USA, BL), Donald Harrison the trio/Ron Carter& Lenny White (USA), Brubecks Play e convidado especial Mike Rossi (USA/SA), Steve Dyer (SA), Sophia Foster (SA) Xia Jia Trio (China), Victor Kula (SA), Alfredo Rodriguez (Cuba), Jason Reolon Trio em performance com Buddy Wells (USA), David Sanchez e seu convidado especial Lionel Loueke (Porto Rico/Benin) Steve Dyrell (SA), Unathi (SA), Allen Stone (USA) Hassan’ adas (SA), Mike Stern& David Weckl (USA), Alexander Sinton High School Jazz Band (SA) Gabriel Tchiema (Angola), Lindiwe Suttle (SA), Virtual Jazz Reality (USA), Third World Band (Jamaica), Zakes Bantiwi (SA) e Miller mais uma vez veio ao de cima.
Foi “Convention Centre” em mais um evento produzido pela espAfrica e patrocinado pelo departamento sul-africano de artes e cultura, pela Cidade de Cape Town, Oudi Meester, Hansa, governo do Cabo Ocidental, Decas , SABC Uma viagem transcendental. Luzes, cores, sons, corpos,vida.

EV- Conhecido internacionalmente incluindo no meu Pais Moçambique com um vasto leque de admiradores, fans ou como queiras chamar e a tua segunda vez no Cape Town internacional Jazz Festival passados 13 anos, isto é estiveste aqui no primeiro festival?
MM- Claro estive cá no primeiro festival treze anos atrás eé bom estar de volta e penso em estar brevemente em Moçambique, faz tempo que tenho estado a planear ir ate Moçambique.

EV -Estas hoje de volta, treze anos não são poucos. Que mudanças constatas neste festival?
MM -Quando vim, estavam apenas a começar e a muita coisa, sobre o equipamento, logística todas essas coisas e hoje parecem estar mais juntos, coesos no que fazem, e os eventos que juntos organizam são bons e estou muito orgulhoso de ver o estágio em que levaram o festival.

EV -Em termos de gastronomia ou melhor tens cozinhado?
MM -Claro que cozinho. Gosto mais e cozinhar comida italiana.

EV -Acredito que a cozinhares comida italiana, tens que incluir todos s ingredientes, tomate, queijo, sal …. Tudo a medida certa, tudo na porção certa. Como é que cozinhas a tua musica?
MM -Ė sabe. A mesma coisa. Tens que ter certeza que começas com bons ingredientes. Sabes. Se não começas com bons ingredientes porque se não começas com bons ingredientes, não importa o que fazes, ou que cozinhas.

EV -Do teu ponto de partida, na tenra idade ate hoje, na figura, no músico que te tornaste qual tem sido a receita secreta?
MM -Muito simples, tentar. Aprendi e aprendi e vou aprendendo e fiz como a música sentisse bem refinada.

EV -Jazz comercial … a quem hoje diga que o jazz tornou se num género plástica isto por parte e alguns músicos que compõem este ritmo, mal preparados. Qual é o te u ponto de vista?
MM -Há sempre uma versão boa e ma de todas as coisas. Boa e ma musica clássica, soul e tem algum jazz que pode ser plástico mas também existem os bons músicos fazedores do jazz e é nestes que tento maior prestar atenção.

EV -Quem é o homem por detrás do musico?
MM -Para mim. Sabes. Estou sempre a ouvir, aprender e tentar reagir e aprender quão importante são as emoções porque ‘e isso que sempre meto na musica.

EV -Fizeste em outra conversa fizeste menção ao que o baixista é o pilar principal da banda. Enquanto os outros vão tocando inventado novos ritmos num só, por exemplo como se fosse um Free Jazz o homem do baixo mantém se em linha ate que todos voltem a mesma onda, as notas, a forma como tocas o baixo. Estes anos todos que foram e são para ti os melhores baixistas de todos os tempos?
MM -Para mim. He he. Admiro Lerry Graham que toca a viola baixo com Sly (Family Stone), foi o primeiro baixista pelo qual enlouqueci, levou porque mantém o bang a fluir, o bang, bang, bang em sintonia, mantém a banda em naquele estágio transcendental. Stanley Clarke que tocou com Jaco Pastorius que para mim também ‘e muito importante. São muitas baixistas. Sabes, todos sabemos quão importante é o que fazemos. Alguns dos baixistas as vezes não se apercebem, porque estão na retaguarda mas eles é que lideram a banda (Risos).

EV -Da forma como te manifestas quando estas em palco, o que tocas por vezes algumas pessoas ficam meio atordoadas, tentam procurar te em outros cantos, quando você esta deste lado, no palco de onde não saiu, o“Beng Beng”, perceber na essência o tipo de Jazz que tocas. Em tuas próprias palavras que tipo de jazz tocas exactamente?
MM -(Risos) Penso que o jazz que toco.hum, alguns consideram ser Jazz Funky. Sabes na minha musica tenho alguns ritmos e são esses ritmos sobre s quais espero que as pessoas se encontre ligados a eles, uma simbiose. Quando vens ou estas no meu espectáculo, para que não te percas com o meu corpo tento mostrar onde eu estou, como quando vou ao encontro do saxofonista e com o corpo digo o, improvisa e os espectadores podem ver me fazer o movimento e dizem, há agora vai improvisar. Podes estar meio perdido mas o meu ‘job’ e, trazer te de volta. Penso que faz mais sentido quando estas perante a banda ao vivo.

EV -Em outra conversa fizeste menção ao Milles Daves. Que experiencia tiveste do Milles?
MM -Comecei a tocar viola baixo na banda do Milles, poucos anos mais tarde também comecei a escrever musicas para o Milles, um pacote, sabes o que estou a dizer não, unir tudo a agradável, produzir, chamar, unir todos os músicos e leva-los ao estúdio… no fim era responsável por tudo, organizador. Sabes quando dizes que queres aquele instrumento, aquela bateria, liga piano. Podia dizer alto alô Milles este som 'e ruído, quero um som quente. Este tipo de coisas. Ė como estares em frente da produção de um filme. Sabes quando dizes, epa quero essa câmara deste lado, a luz não esta boa. Ė o que o produtor faz.

EV -Muitas conquistas na arena musical e em outras áreas. Que projecto tens em manga?
MM- Neste momento estou a finalizar um novo projecto intitulado” Renascença” (Renaissence). Estou feliz porque vamos fazer uma grande digressão e tenho um leque de bons músicos jovens, por exemplo Alex Conn saxofonista na casa dos vinte e três, vinte e quatro anos, muito talentoso, um solista profundo e um jovem que ‘e Luís keito que vais poder vê-los esta noite, uma boa banda, vamos fazer a digressão e transformar em algo maravilhoso.

EV -Renascença. Esta malta nova será um espelho, encontras te neste renascer?
MM -Sim claro que me encontro. Ė como nascer de novo. Sabes. A poucos anos trás fiz concerto em homenagem ao Milles. Sabes olhar para trás e agora chegou o momento de olhar para frente, para o infinito. Estou a começar e cm estes músicos teremos excelentes musicas. Vamos ter a nova e velha guarda num palco.

EV -Disseste que tens estado a pensar em fazer um périplo para Moçambique, actuar do outro lado da fronteira distante e perto do pólo sul (Cape Town). Aqui quantos músicos pensam em levar contigo e alguma troca de experiencia entre os músicos destes diferentes quadrantes, como antes aconteceu com Barckley College ?
MM -Desta, aqui vamos ter cinco músicos em palco. Há alguns contactos que tenho estado a fazer com a Berkley College e gostaria de começar porque tenho tido conversas sobre levar este tipo de projectos a África, esta vai ser a outra mais importante área em que vou trabalhar n próximos anos. Ė importante desenvolver este tipo de relação, intercambio, ligação e olhar para frente.

EV -Com é que vês o jazz aqui na África do sul treze anos depois?
MM -Ė sempre difícil prever o futuro mas está excitado em abraçar este projecto. Jazz esta cada vez mais a tornar se musica mundial e ouves muitos ritmos ligado a ele, ouves jazz com influencias africanas, ocidentais, Ásia todos ritmos num só. Ė muito excitante, é o que matem o jazz vivo, que continua a mudar e mantém as coisas na actualidade.
Escrevi uma música intitulada Maputo para o David Shonborn e Bob James que esta a fazer furor nos Estados Unidos da América, é muito, mas muito popular e algumas pessoas dizem que é com o começo do smooth jazz. Mas tenho um amigo de Moçambique que esteve a descrever sobre as praias de Moçambique e disse que eram a mais belas do mundo. Estou muito feliz com a musica porque retrata exactamente aquilo que a minha amiga Chude Mondlane relatou me sobre as praias moçambicanas.