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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

“Arca de Noé”

Cape Town International Jazz Festival Textos e fotos: Estacios Valoi 21/02/03 (Zambeze Newspaper)Sentado, pensando sobre o que acontecerá pelo mundo com dramas por todos os cantos, não haveria melhor que entrar pela “Arca de Noé”, Cape Town Internacional Jazz festival já na sua 14 edição. Todos os caminhos vão dar a Cape Town, “Arca de Noé” tem encontro marcado brevemente no Cape Town internacional Convention Center (CTICC) na sexta-feira, Sábado dia 5 e 6 de Abril com mais de 40 músicos desde vocalistas, instrumentalistas nos cinco palcos montados Não tenho que cogitar ou dormir sobre o assunto, se não tentar desenhar alguns rabiscos sobre o alinhamento para esta edição de um festival considerado o quarto maior do mundo, e, sempre desde que existiu habituo-nos a ter dos melhores, desde da música prato principal, exposições fotográficas sobre música, workshop sobre artes para jornalistas, aulas sobre desenvolvimento musical…tudo a medida certa para que se possa chamar de facto, festival. Como dizia em outras vezes, musica o ultimo verdadeiro grito do espirito humano, assim como a dança o ultimo movimento, ao encontro do som, luzes, cores, almas, espíritos congregados numa única e grande panela desta aldeia global, levaria muito tempo para desenhar o festival em linhas, com o risco de saírem tornas ou de perder-me pelo meio do começo. Como sempre com a organização do festival a cargo da espAfrika, esta edição tem como financiadores oficiais o departamento de Artes e Cultura e a SABC desde do ano 2000 e como cabeças de cartaz, Buena Vista Social Club, Jill Scott e Brand New Heavies. Mas vamos ao que mais interessa a “ Arca de Noé” … que carrega consigo para a 14 esta 14 edição do festival desde os clássicos aos contemporâneos, numa lista colorida, começando pelo Buena Vista Social Club de Cuba que pela primeiríssima vez oferece ao festival e ao público uma experiencia inédita. Orquestra Buena Vista Social Club em palco com Omara Portuondo (Cuba), BWB's Norman Brown, Kirk Whalum, Rick Braun (USA), Zonke Dikana (South Africa), Jill Scott (USA), Thandiswa Mazwai (South Africa), Jimmy Dludlu (South Africa), Brand New Heavies (UK), Céu (Brasil), Cheikh Lô (Senegal), Errol Dyers (South Africa), Pu2ma (South Africa), Claire Phillips (South Africa), Mi Casa “My House” (South Africa), Khuli Chana e AKA (South Africa), Dubmarine (Austrália), Trenton and Free Radical (South Africa), Brother Ali (USA), Mafikizolo (South Africa), Ben Sharpa e Pure Solid (South Africa), Chef'Special (Holanda), Victor Ntoni (South Africa), Jack DeJohnette, Ravi Coltrane, Matt Garrison trio (USA), Reza Khota Quarteto (South Africa), Jean-Luc Ponty (Franca), Sonti (South Africa), Kirk Whalum – Romance Language (USA), Chano Domínguez (Espanha), Louis Moholo presents 4 Blokes & 1 Doll (South Africa), Ibrahim Khalil Shihab (South Africa),Robert Glasper Experiment (USA),Gregory Porter (USA), Auriol Hays (South Africa), Ronin (Suica), Jonathan Rubain and Don Vino (South Africa), Afrika Mkhize (South Africa),Steve Turre (USA), outros a caminho para se juntarem a esta lista. Segundo Rachid Lombard director do festival CEO da espAfrica, organizadores do evento, esta tudo a postos e satisfeitos com o apoio que o festival vem tendo. “Estamos maravilhados com este alinhamento. Mais uma vez podemos garantir a classe mundial de artistas internacionais de gabarito assim como uma lufada de ar fresco para os nossos talentos locais. Existe tudo para todos, para os amantes do jazz tradicional ate para os expectadores mais jovens esperançosas de ouvir mais as tendências, a música popular. Para os que vão caminhando ao festival, não se vão arrepender. Todos os anos nos regozijamos pelo número crescente de expectadores que vem ao evento. Vemos mais e mais visitantes internacionais e a média que vem a Cape Town, uma indicação de que o festival consta no panorama global” Um cheirinho dos cabeça de cartaz Orquesta Buena Vista Social Club - O nome se deve a uma antiga casa de shows cubana onde diversos músicos cubanos se apresentaram, que já havia deixado de existir nos anos 50 com "Chan Chan, Quizas quizas, Candela", Compay Segundo, textualmente afirma: "eu não compus Chan Chan; Sonhei. Sonho com a música. As vezes desperto com uma melodía na cabeça, oiço os instrumentos, todo muito clarito. Meto me pelo balcão e não vejo ninguém, mas a escuto como se estivessem a tocar na rua. Não sei o que será. Um dia levantei me escutando essas quatro noticas sensíveis, pus as numa letra inspirando-me num conto infantil de quando eu era criança, Juanica e Chan Chan, e já vês, agora se canta em todo mundo". Jill Scott nasceu a 4 de abril de 1972, o que significa que completará mais um ano de vida em Cape Town, carrega consigo três grémios nas categorias de cantor, compositora, actriz e poetisa. Desde 1999, Scott construiu uma reputação por ser clássica com álbuns como “Bonito humano” Beautifully Human: Words and Sounds Vol. 2 Lançado em 2004 e “ Coisa real: palavras e som vol.3” The Real Thing: Words and Sounds Vol. 3, em 2007 ambos alcançaram estatuetas de ouro… Brand New Heavies começam nos anos 80 como um grupo instrumental de Acid Jazz de nome “Irmãos Internacionais” (Brother Internacional). Depois de publicarem o seu primeiro disco com contrato, veio o nome Heavies, emprestado de uma ligeira nota no single de James Brown declarando o artista: Ministro do novo funk pesado”. Como Brand New Heavies, alcançaram o culto seguido no cenário do Clube Londrino e rapidamente assinaram para o Cootempo como Acid Jazz substituindo o raro groove nos clubs. Gravaram Eddie Piille em 1990 com Jay Ella Ruth como líder vocal. O single “ Tenho que dar ou "Got to give" veio ao de cima no Cootempo antes da banda carimbar as gravações Acid Jazz e lançar Brand Reavies para a aclamação da critica. Seguiram- se as outras musicas como, “Sonho torna se realidade” (Dream Come True), “Nunca parar” (Never Stop) e “Permaneça no mesmo pé” "Stay This Way", todas com Davenport como vocalista principal. Jack DeJohnette, Ravi Coltrane e Matt Garrison estarão juntos com o trio Jack Dejohnette Trio (USA). Ravi, Jack e Matt (USA), uma reunião de feitos e celebração de um evento original no Museu de Brooklyn em Nova York celebrando a música do grande John Coltrane. Os aficionados do Jazz também darão as boas vindas a anúncio de que o cantor sul-africano Jimmy Dludlu estará no evento. Dludlu um guitarrista auto didacta aclamado, líder da banda, compositor, envolvido nos arranjos técnicos, internacionalmente conhecido pelo seu Jazz e Fusion original africano. Robert Glasper Experiment (USA), o trio Chris Dave na bateria e Vicente Archer na viola baixo e Robert Glasper Experiment, explorando a fusão do Jazz e hip hop dobrando o Jazz Funk com beats eléctricos do hip hop, o baixista Derrick Hodge e saxofonista e vocalista Casey Benjamin. Errol Dyers (SA) trás o seu cruzar único do tradicional, guitarrista de Cape Town de altamente respeitado como pioneiro daquilo que actulmente; e conhecido como Cape Jazz-Ghoema. The Reza Khota Quartet (SA) de volta ao festival nesta edição de 2013. Liderado pelo vocalista e guitarrista Reza, o quarteto actua com Shane Cooper no Baixo, Buddy Wells no saxofone e Jonno Sweetman na bateria. O pianista latino do Jazz Chano Dominguez (Espanha) será a outra surpresa para os verdadeiros amantes do Jazz, do post-bop, fusão e flamenco influenciam a música em referência as suas raízes andalusianas. O seu álbum mais recente “ Apanhados do Flamenco (Flamenco Sketches) lançado pela Blue Note Records em Março de 2012 e assina o seu estilo com as reinterpretações de Miles Davis "Kind of Blue". “Chano Dominguez toca estas melodias com maior beleza, imaginação que virtualidade desde Miles Davis e Bill Evans” entra em palco com Blas Córdoba no vocal, percussão, Ben Street no baixo e Dafnis Prieto na bateria. Músico a solo Zonke Dikana (SA) carimbou a sua parte no cenário musical, compositora solo, vem as três pe;cas de MI Casa assim como o dueto Khuli Chana e Aka Hip-Hop, nome real Kiern Forbes, Motswako, e o vocal Jazz, Compositor e actor Gregory Porter (USA). A viagem começou.

Ministro da Madeira José Pacheco reage ao seu envolvimento no contrabando

“..Que estou sob investigação! Não sabia.. Distancio me desses pronunciamentos..” Estacios Valoi 21/02/13 Ministro da agricultura José Pacheco envolvido no contrabando da medeira de Moçambique para a China apela por uma exploração sustentável do recurso natural em Moçambique e Tomas Mandate Ex. Ministro do mesmo pelouro é também um dos envolvidos que constam no relatório da EIA sobre o contrabando da madeira que sob a esteira deste, a Procuradoria-Geral da república de Moçambique vai encetar uma investigação para apurar o grau do envolvimento figuras da nomenklatura politica Moçambicana Durante a recente visita de três dias Ministro da Agricultura José Pacheco a província de Cabo Delgado no Norte de Moçambique que findou domingo último, um dos epicentros do contrabando da madeira. Em conferência de imprensa realizada na tarde de domingo passado nas instalações da direcção provincial da agricultura em Pemba a nossa reportagem questionou ao ministro que faz uma avaliação positiva da sua visita sobre os contornos do contrabando. “Realizamos uma visita de trabalho com o objectivo de avaliar o desempenho da direcção provincial da agricultura, a campanha agrícola 2012/13 assim como manter dialoga com diferentes intervenientes do sector agrário na nossa província. A nossa reportagem quis saber do ministro a que exploração florestal sustentável se referia quando de Moçambique, Segundo o relatório da EIA a quantidade de madeira Moçambicana que entra na China é abismal. “Discrepâncias nos dados comerciais indicam que, em 2012 companhias chinesas importaram entre 189.615 e 215.654 metros cúbicos de madeira, exportados ilegalmente de Moçambique – constituindo 48% de todas as importações da China do país. Excedem massivamente não só as exportações licenciadas, mas também excedem o licenciamento florestal em 154.030 metros cúbicos – gerando uma percentagem alarmante de 48% de corte ilegal no país. Tais crimes custam a Moçambique milhões de dólares a cada ano em impostos perdidos, recursos cruciais para o quarto país mais subdesenvolvido do mundo. EIA de novembro de 2012 sobre as importações ilegais de madeira da China providencia casos de estudo de algumas das maiores companhias que hoje estão cometendo estes crimes em Moçambique, expondo as técnicas de contrabando, o clientelismo político e a corrupção que o facilita”. “A discrepância é de 189.615 metros cúbicos, constituída quase inteiramente de madeira em toros contrabandeada para fora de Moçambique por empresas chinesas, e provavelmente composta primariamente por espécies de “primeira classe” proibidas de serem exportadas em toros. Em 2012, a China registrou importações de 323.000 metros cúbicos de madeira em toros de Moçambique, enquanto que Moçambique registrou exportações globais de madeira em toros no mesmo período de apenas 41.543 metros cúbicos. A escala do contrabando é espantosa com a discrepância constituindo 42% do total das importações registradas pela China de Moçambique em 2012, e um ainda maior 72% do total de exportações de madeira de Moçambique registrados para os mercados globais naquele ano”. Frisa o relatório. E, quisemos saber sobre o seu envolvimento no contrabando, a investigação que sobre ele recai a ser feito pela Procuradoria-Geral da república (PGR) e, de que exploração florestal sustentável se refere. “Liu da MODIF alegou que a sua relação próxima com o actual ministro da agricultura, José Pacheco, ajudou-lhe a garantir concessões florestais, vangloriando que “eu e ele somos como irmãos, quando ele (o Ministro) não tem dinheiro, ele busca por mim”. De fato, EIA descobriu que o ministro Pacheco visitou Liu três vezes recentemente, já que a conferência do partido Frelimo foi organizada em Pemba, no período da visita da EIA”, Pacheco disse não estar a par das investigações. “Na reunião com os madeireiros nós tivemos a oportunidade de partilhar a necessidade de privilegiar o processamento local da madeira, a observância da lei e do regulamento, estamos a reforçar a nossa capacidade para inspecionar o cumprimento dos planos de exploração nas concessões florestais porque queremos que este recurso seja explorado de forma sustentável para que sirva a actualidade e as gerações vindouras Primeiro quero agradecer a informação que me esta a dar, que estou sob investigação, o que não sabia. Esta a dar me a noticia em primeira mão, em segundo lugar, distancio me desses pronunciamentos, em terceiro lugar, nós vamos continuar a impor que a lei, o regulamento de florestas e de mais legislação aplicável seja observado pelos operadores florestais quer sejam nacionais quer sejam estrageiros. Gostaria de partilhar consigo que nós estamos a reforçar a nossa capacidade de fiscalização e desse reforço, no ano passado quatro empresas concessionarias em Moçambique, ficaram sem licenças, não tenho os nomes. Acabamos de fazer inspeções a nível nacional, vamos avaliar os relatórios da inspeção mas pode se dar o caso de outras empresas verem as suas licenças cacadas, não temos compromisso com ninguém, quem estiver a prevaricar vai ser tratado nos termos da lei”. Contudo Pacheco não faz menção as quatro empresas que supostamente ficaram sem as suas respectivas licenças a nível nacional. Facto, são mais de quatro as empresas prevaricadoras, a título de exemplo as referidas no relatório da EIA dos amigos de Pacheco do Mandlate, baseadas em Pemba-Cabo Delgado e outras pela Zambézia, que vão desde o tratamento desumano dos trabalhadores. “Aquilo que é a nossa postura como governo é que as leis laborais têm que ser cumpridas e qualquer situação em que as leis não são cumpridas, usaremos os instrumentos que temos para que seja cumprida. O facto de estarmos a atrair investimentos para Moçambique não do lugar a violação da nossa legislação. É para ser cumprida”. Segundo Chris Moye um dos investigadores da EIA continua se a espera da reação do governo Chines,“Ainda não recebemos uma resposta. A investigação do Pacheco e do Mandlate e um bom começo. Espero que as outras recomendações no nosso relatório também sejam consideradas” e mais, dois relatórios recentemente lançados “São diferentes, deste relatório são mais detalhados. Esperamos que o Governo Moçambicano tome as medidas necessárias para cumprir as recomendações, muitas das quais não seriam difíceis de implementar. Não existe um acordo internacional que resolveria este problema. A responsabilidade recai sobre Moçambique e China. A investigação da Procuradoria e um bom começo. Não vamos prejulgar a investigação – só esperamos que seja cumprido em boa-fé”. Quanto ao impacto ambiental e quantidades astronómicas que vão sendo contrabandeadas, Moye vai mais longe e faz menção ao consumo domestico no corte ilegal “Em 2007, no Inventario Nacional Florestal, Moçambique desenvolveu o que se chama do Corte Anual Admissível – o qual determina o limite anual da exploração florestal que não afecta o meio ambiente. O relatório propus um monto de 515,000 metros cúbicos por ano. Se o comércio ilegal de madeira com a China continua crescendo da maneira que cresceu entre 2011 e 2012, o CAA vai ser superado em 2013, com todos os efeitos ambientais associados com isso. Ainda nem falamos sobre o papel do consumo domestico no corte ilegal, o qual é provavelmente mais grande do que o comercio ilegal de madeira com a China”. As afirmações do chefe da empresa MODIF que afirma que o ministro Pacheco recebe dinheiro pelo protecionismo da sua empresa para que continue a contrabandear madeira para a China “deveriam ser investigados através do processo judicial correspondente. Os dois países já firmaram acordos bilaterais. Não sei quando e o próximo encontro. Mais se podia discutir os problemas do comércio ilegal de madeira sem esperar para isso. Eu espero que a investigação seja feita de acordo com os melhores estândares judicias”. Até que ponto será exploração florestal, fiscalização com conivência de dirigentes moçambicanos quando “ exportações sem licença eram de 50% de madeira em toro e 50% de madeira serrada, cerca de $22.896.011 em impostos foram perdidos devido as exportações não licenciadas para a China em 2012, as quais chegaram a um valor cerca de $130.834.350”, será sustentável! Mas o Ministro da Agricultura José Pacheco, não visitou alguns distritos de Cabo delgado apenas para manter encontros com os amigos madeireiros, também para estar a par do desenvolvimento do sector da agricultura, desde a produção agrícola, a promoção, falta de manutenção dos transportes troca de experiencia para os extensionistas, a falta de insumos a nível da província, questões levantadas pelos funcionários da instituição em Pemba. “O extensionista é o principal vector da transferência de tecnologia porque ele se relaciona com o investigador, têm acesso as tecnologias que a nossa investigação esta a gerar e a responsabilidade de transferir através da demonstração no campo, resultados dele próprio ou na machamba do produtor. Pela implementação do programa de demostração pelo extensionista nos campos do produtor, a nossa avaliação é que a acção de indução do aumento de produtividade começou na província de cabo delgado. É contudo um processo que deve ser continuado, abrangente para a grande maioria dos produtores, singulares ou colectivo. Vai facilitar muito o trabalho do aumento da transferência de tecnologias, aumento da produtividade á organização dos produtores para a compra de insumos, sementes e sobretudo para a venda dos seus excedentes. Acreditamos que estamos no bom caminho para o sucesso”. “Trabalhamos no distrito de Chiuri, visitamos produção escolar na escola profissional de Ocua, um campo de demostração de resultados pelos extensionista no contexto o programa intensivo de transferência de tecnologias para os nossos produtores saírem da subsistência para o agro negócio. Visitamos a empresa produtora de banana no Chiuri que esta em franca emergência para um grande produtor que já esta a exportar designado Jacarandá, visitamos a fábrica de processamento de caju em Nangade, visitamos agricultores, um criador de gado no distrito de Mecúfi, reunimos com operadores florestais, com extensionistas agrários e a avaliação que fazemos, o desempenho no geral é positivo tendo em vista aquilo que é o processo de sementeiras, bom desempenho do movimento vegetativo das culturas nas campanhas 2012/13. Temos alguns desafios nomeadamente continuar a trabalhar para produzirmos mais sementes melhoradas para os produtores, um grande determinante para o aumento da produtividade, a melhoria da planificação para que as metas sejam efectivamente cumpridas. Há produtos que não conseguiram alcançar as metas planificadas, o desafio é que todas as metas sejam alcançadas, o crescimento preconizado no plano estratégico do sector agrário seja observado e neste caso a província de cabo delgado este ano cresceu a nível de 9%. N’os fazem avaliação positiva, a campanha agrícola em Cabo Delgado garante o cumprimento das metas na generalidade”. Cabo Delgado continua a importar a sua maior parte dos produtos, desde vegetais o tomate a 100 meticais o quilograma enquanto que, por exemplo: o tomate em Maputo mesmo a cinco meticais o quilo vai apodrecendo, o Milho de Manica...idem. Que politicas agrarias se vislumbram! “Na nossa organização, certamente não faz sentido Cabo Delgado comer tomate de Maputo, pode comer o seu tomate produzido aqui, há de haver um e outro produto que faz sentido importar porque produzir aqui fica oneroso mas, não é neste caso concreto das hortícolas, dai que o desafio é intensificar a produção de hortícolas. Em cabo delgado iniciou todo um programa de comercializado de sementes de hortícolas, introdução de estufas para que cabo delgado possa produzir os perecíveis de hortícolas que tem potencial para produzir, teremos situações em relação a determinados grãos. As vezes vale a pena balancear se faz sentido por exemplo levar feijão, amendoim de Namuno para Maputo. Os custos de transportar amendoim de Namuno para Maputo são tao elevados que faz sentido se calhar importar daqui perto. Estamos de acordo convosco sobre o desafio que temos de produzir as hortícolas aqui em cabo delgado para o consumo dos cidadãos, das indústrias hoteleira dos grandes empreendimentos emergentes na província de cabo delgado”. Regadio de Xipembe – Ningure ainda sem fundos para sua reabilitação “Nós, certamente temos interesse em trazer resultados. Neste momento podemos avançar que estamos a negociar com as potências parceiros para a mobilização dos recursos. O nosso governo tendo em conta a importância que tem o recurso água para a agricultura e a necessidade de fazer uma boa gestão para fins agrários, criamos uma instituição que toma conta da irrigação no nosso pais o PROIR, que tem como objectivo fazer o fomento da irrigação, a reabilitação dos regadios de Xipembe em Ningure, é um grande imperativo para o processo de aumento da produção e produtividade em cabo delgado. O governo esta comprometido com isso, o desafio é mobilizar os recursos que necessitamos para a concretização do processo que nos levará ao relançamento dos regadios de Ningure e Xipembe”. Disputa de terras, produção comida VS criação do gado Bovino “Em relação a bovino-cultura em cabo delgado, em geral esta a ser feito em regime extensivo, e o crescimento da população, os vários interesses que se desenvolvem para a produção agraria e outras actividades impõem que se comece a avançar para a intensificação, os nosso criadores de gado tem que produzir silagem, recolher restolhos de cultura, capim, fazer silagem para alimentação do gado. Inclusivamente produzir alimentação de gado o que vai permitir a utilização de menor área com igual ou maior efectivo de gado bovino, este é um desafio…investir em equipamento para fazer fardos para recolher capim e intensificar a sua actividade para alem de outros pacotes tecnológicos que se podem adaptar, inseminação artificial, touros para aumentar o potencial genético com vista também a termos produtividade na criação do gado bovino em Cabo Delgado e em Moçambique”.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Baleado nas “barbas” de Khalau

Patenteamento de agentes da polícia em Cabo Delgado 13/02/13 Texto e fotos: Estacios Valoi Dois anos depois 39 agentes da polícia da república de Moçambique (PRM) foram patenteados semana finda na Cidade de Pemba na Província de Cabo Delgado. A luz do despacho presidencial os agentes em causa foram patenteados para as categorias de superintendente principal e superintendente, a sargento perante a presença do comandante geral da polícia da república Jorge Khalau, a comandante provincial de Cabo Delgado. Na altura Khalau discursando perante aos agentes da polícia e seus familiares presentes na efeméride realçou que apesar do magro orçamento, era o começo do patenteamento dos elementos da corporação que dirige pelo seu bom desempenho, trabalho na luta contra os criminosos “Contra os criminosos, bandidos, a luta continua. Não é possível de uma vez, ‘e gradual, este ano vamos patentear mais, daqui vamos a Niassa. Já começamos a patentear nas outras províncias, este ano há orçamento para promoção. São promovidos aqueles que se empenham no bom trabalho, que não se envolvem com os criminosos, extorquem as populações na rua. Não vamos patetear aqueles que colaboram com os criminosos. Havíamos parado um pouco porque devíamos, alguns que tinham sido patenteados e não estavam a receber para tal. Era preciso reajusta-los. A nossa divida acabou agora vamos promover. Este ano promovemos poucos porque o dinheiro era pouco, queremos combate enérgico aos bandidos, aos sequestradores, aos assaltantes a mão armada, combate-los com energia, neutraliza-los e por no tribunal. Ouviram. Os comandantes de todo o nível devem conhecer o seu guarda, se merece ou não. Foram escolhidos pela província, os comandantes, desde o posto, distrito província é que tem de escolher e propor”. Khalau reconhecendo as fragilidades que reinam no seu reino, desde a extorsão do simples cidadão por parte da polícia, ao envolvimento de agentes da polícia nas malhas do crime, a corrupção, enfatizou que a patente conquista-se com trabalho. “A patente conquista-se com trabalho com o bom comportamento portanto vamos lutar continuando a combater. O povo confia em vocês, o estado moçambicano confia em vocês, na policia da republica de Moçambique, o governo confia na PRM, a população gosta de vocês porque apoia nos no combate ao crime, são vocês que mantem a ordem, tranquilidade no país, vocês que me acompanham a mim. Facto é que nas ruas de Pemba, em esquinas próximas as lojas, é norma ver elementos da polícia de tocaia para ver quem sai da loja, com que quantidade de produtos para depois porem se a vasculhar e por fim extorquirem o cidadão Se foi o povo que o reelegeu, isto esta fora de cogitação e, Khalau manda recados “Obrigado pela mensagem de saudação da minha recondução. É uma grande responsabilidade para mim, agradeço o estado e o chefe de estado a minha recondução, Agradeço ao povo moçambicano, governo a minha recondução mas conto convosco. Vamos trabalhar juntos nesta batalha árdua de manter a ordem e tranquilidade públicas no país. Conseguimos vitórias porque vocês juntos com o povo e comigo combatemos o crime. Estão muitos criminosos condenados, detidos por raptos, sequestros, etc., etc. crimes violentos, estão ai a espera de ser julgados. É o resultado do nosso trabalho conjunto com o apoio do governo da república de Moçambique, com o apoio das populações do Rovuma ao Maputo no combate ao crime. Por isso mais uma vez quero agradecer todo o apoio que vocês tem me dado junto com o povo no combate ao crime, mais uma vez este mandato vamos somar victórias, vamos trabalhar continuar a ser implacáveis e vamos trabalhar com todos, mesmo aqueles que não queriam que eu fosse reconduzido, conto com eles. Por isso vão ter que me aguentar e trabalharmos juntos neste mandato e a luta continua contra os criminosos Mensagem da polícia “Reiteramos, trabalhar afincadamente e de forma implacável na prevenção e combate a criminalidade assim como na manutenção da ordem tranquilidade públicas. Só com actos similares se elava a moral dos recursos humanos que de maneiras que todo o funcionário espera algum dia merecer alguma evolução e/ou distinção e para nós os privilegiados de hoje, senhor comandante geral da PRM não temos palavras para descrever o sentimento que transborda em nós tendo em conta igualmente a responsabilidade que isto representa para a organização, as nossas famílias e porque não para nós mesmos”. Força da brutalidade e os crimes por atacado plena violação dos direitos humanos Facto é que os atropelos dos agentes da polícia em Cabo Delgado continuam. A titulo de exemplo António Januário Mateus recentemente baleado a queima-roupa pela policia com recurso a AKM-47, arma de guerra alegadamente por desinformar relativamente ao surto de cólera que abala Cabo Delgado, continua hospitalizado, a policia não se responsabiliza e poe se a fresco. Por várias vezes a nossa reportagem tentou contactar telefonicamente, via SMS a comandante provincial da polícia mas foi infrutífero. Da comandante ao porta-voz, nada sai, continua tudo mudo. Baleado António Januário Mateus “Foi numa sexta-feira na aldeia comunal de Muisse em Pemba Metuge. Ali surge esta doença de cólera, haviam jovens ali na aldeia porque seu estava no mato a tratar da cerimónia do meu filho de rito de iniciação. Morreram duas pessoas que estavam internados no hospital Ente Sanissange, enterramos no mesmo dia e pelo que ouvimos morreram de cólera e essa confusão começa por causa dessas pessoas que morreram, foi por causa disso mesmo. Os jovens saíram ali fora destino a casa do chefe da aldeia. Os nomes deles nunca hei-de saber, são jovens da mesma aldeia, não sei qual era o objectivo, eu não posso saber declarar porque eu não estive no assunto. Quando isto aconteceu eu estava no mato porque dormia la no rito de iniciação. Então quando chegaram lá o Chefe e o secretário da aldeia fugiram foram até ao comando da sede do distrito. Então como não estive no grupo, estive a trabalhar meus assuntos, porque eu vivo aqui na cidade no bairro Muxara, ia na machamba e tratar esse assunto dos meus filhos. Então no sábado enterramos aquelas pessoas então prontos. No domingo nós mandamos sair nossos filhos para fora e depois de acabar aquela cerimónia, na segunda-feira dia 4 deste mês, é a vez que nós estivemos na estrada a tirar gomaria porque estivemos a beber através da cerimónia”. “ Nós que não tínhamos interesse e não sabíamos o que se passava, é a vez que veio o carro da polícia. Quando vem o carro da polícia, os donos que fizeram esses problemas, quando viram a polícia descer do carro logo começaram a afastar um por um. Nós que estávamos ali a comentar sobre o que estava a acontecer, a policia chamava nos um por um “ você anda cá, você ai anda cá. Então a vez quando nós estivemos a afastar do sítio, eu primeiro fui chamado, você anda ca, logo curvei e fui ali porque não tinha uma coisa de medo porque não estive no grupo e não estive quando estavam a acontecer estas coisas. Logo a chegar não me perguntaram o que, nada, só tiraram arma um tiro para cima, três tiros, o quarto tiro foi me entrar aqui ate furar aqui. Aqui um tiro ali dois tiros, aqui também um tiro e dai eu cai. Perguntei o que se estava passar. Eu não sei o que esta a acontecer, estou a ser matado só, não sei de nada, não estava e não sou desse grupo, e não sou daqui, sou viente, vinha trabalhar na machamba, tratar meus assuntos! AKM-47 e deu os tiros sim. Quatro. Esse pé esquerdo só me furaram, mas o pé direito é que me partiram o osso, aqui e outro tiro neste braço esquerdo e também me furaram, outro ali e aqui também, a razão de quatro tiros, o quinto tiro é que atiraram para cima”.

Direcção provincial da saúde ainda atabalhoada entre cólera e diarreias

Cólera confirmada na província de Cabo Delgado Texto e fotos: Estacios Valoi 13/02/13 Desde o mês de dezembro do ano transato a província de Cabo Delgado registou 6767 casos de diarreias que vai se agudizando com as chuvas que se fazem sentir com os distritos de Pemba, Metuge Mecúfi sendo os mais visados com mortes registadas perante um sector da saúde sem explicação plausível concreta. Com a chuva que se faz sentir, Pemba, também faz parte da lista dos distritos que ainda estão em risco como os de Meluco, Mocímboa da praia, Quissanga Ibo e Metuge. Mortes inexplicadas pelo sector da saúde foram constatadas pela nossa reportagem durante o seu périplo por alguns bairros da cidade de Pemba como Paquitiquete, zona de Cariaco Viane, cemitérios até Murebwe no distrito de Mecúfi “Na Zona de Cariaco no Viane morreram quatro pessoas, estiveram de baixa no Hospital e depois chegam a casas tomaram comprimidos que lhes dão no hospital quando recebem alta, de manha não chegam, morrem “.Morreram duas pessoas que estavam internadas no hospital Ente Samissange, em Miasse no distrito de Pemba Metuge duas pessoas, em Murebwe morreram mais de 30, o secretário foi linchado pela população”. Mas os números não param por aqui e o sector da saúde afirma ter ouvido falar da ocorrência de mortes pelos bairros mas não sabe si se trata de cólera ou não, e, refugia se nas diarreias, omitindo o que na realidade se esta a passar. Foi um “ping pong”. Duas semanas para que alguém do sector se pronuncia-se. Via SMS a directora da saúde de Cabo Delgado disse a nossa reportagem para que contacta-se a Directora Provincial da Mulher e Acção social Maria Argentina Simão, o medico Chefe Cesário Augusto Suez ainda em Maputo e o Chefe clinico Meque que dissera não estar autorizado a falar. Mortes, essas sim vão se registando, mesmo depois de algumas fontes hospitalares anonimas na altura terem confirmado a nossa reportagem que se tratava de Cólera. Mais, no dia 6 de Fevereiro a directora provincial da saúde Sãozinha Agostinho falando no programa “Café da Manha” da Radio Moçambique, assim como em conferência de imprensa realizada no seu escritório por volta das 10h do mesmo dia, reconfirmou que tratava se de derreais e não cólera, contrariamente ao que foi dito a nossa reportagem por fontes anonimas do hospital e confirmado por Leonard Heyerdahl no dia 30 de Fevereiro. Segundo a directora provincial da saúde de Cabo Delgado Sãozinha Agostinho, desde Janeiro último registaram 6767 casos de diarreias naquela província e nada de cólera. “NA Cidade de pemba estão a registar casos de diarreias, nos distritos de Metuge, Mecúfi. Em Metuge apesar da redução no global, facto é que estamos a registar casos que merecem internamento. Desde que isto começou fomos recolhendo amostras para a pesquisa do vibrião e até o dia 28 os resultados foram negativos. O que não temos são resultados do dia 29 que recolhemos e mandamos ao nível central. É do nosso interesse saber qual a real causa e interagir com a comunidade de forma as medidas de precaução. Foram de 6767 casos, 57.7% na faixa etária de menores de 5 anos. Se é cólera ou não aparentemente os casos estão a declinar e temos distritos em risco, Pemba, Meluco, Mocímboa, Quissanga, Ibo, e Metuge. No Centro de tratamento de cólera (CTC) em Pemba deram entrada 300 casos, actualmente com uma média de 10 entradas por dia, no distrito de Metuge 93 e Mecúfi 65, há uma redução de diarreias em Montepuez, Medumo, Namuno, Nangade, Palma e Metuge Aparentemente a situação esta a declinar em termos de casos registados, exemplo nas últimas 24 horas em Metuge, só teve uma entrada e temos também na cidade de Pemba que só tivemos 15 entrados e, em Mecúfi ainda não temos informação mas, continuamos preocupados porque as chuvas continuam a cair”. Óbitos vão se registando por Cabo Delgado em resultado diarreias e/ou Cólera cujo resultado laboratorial desde a sua eclosão deste surto continua no segredo da saúde. Sãozinha minimiza “Não temos Óbitos em termos hospitalares ou confirmação laboratorial de cólera, temos registos normais nas unidades sanitárias. Em relação a óbitos referidos nas comunidades, esses tem que ser reportados ao sector da saúde porque é preciso fazer uma investigação para perceber a relação directa da morte. A nossa rede sanitária não é abrangente. Nós não temos conhecimento das mortes na comunidade, o único mecanismo de comunicação é colocando no sector da saúde. Nós reconhecemos que existem mortes na comunidade, não podemos quantificar porque de facto não nos chegam. Nos centros de tratamento de diarreias não registaram óbitos por diarreias. Exemplos da Cidade de Pemba estão colocados médicos, enfermeiros e técnicos de saúde”. “O centro de tratamento abriu só com uma entrada. Orientamos a população que todo o doente que tiver diarreia deve ser dirigido a aquele centro. Tivemos la muitos casos gerais, com malarias, HIV/Sida, com outras situações e não directamente especificas, só diarreias. Não estamos dizer que só hoje é que estamos a notar, não é isso. Estamos a aguardar o resultado. Nesta equipa do Ministério, têm cá colegas da área de epidemiologia que estão até a fazer investigação de campo para perceber, também o que são os comportamentos da região e podermos também fazer outro tipo de análises. Não temos confirmação laboratorial”. Enquanto o departamento da saúde da provincial de Cabo Delgado anda atabalhoado a Agencia de Medicina Preventiva Africhol uma agência baseada em Paris foi perenptória em afirmar que 22 casos de Cólera foram confirmados através de testes laboratoriais levados a cabo em três áreas da cidade de Pemba e na província de Cabo Delgado no dia 30 de janeiro. Segundo Leonard Heyerdahl cuja sua equipa esta a apoiar as autoridades da saúde moçambicana falando a IRIN NEWS do dia 8 de Fevereiro do corrente ano, disse que” a partir do dia 30 de janeiro as amostras testadas resultaram positivas (cólera),a prior havia 366 casos de diarreias agudas causadas pela bactéria salmonela. “As áreas que a Africhol identificou com casos de cólera confirmados são os distritos de Mecúfi e Metuge. A Africhol também esteve a testar amostras de outras províncias incluindo as do Sul de Moçambique. As chuvas fortes, cheias, dispersão e o fraco acesso a assistência humanitaria estao a contribuir grandemente para um ambiente propício de proliferação da cólera”. Enfatizou que, “ um único caso de cólera significa uma epidemia” Sãozinha o médico chefe do centro de controlo de Pemba CTC ou CTD Magide Sabuna contradizem-se “Na realidade temos um surto de diarreias, desde Dezembro já vínhamos registando alguns na cidade de Pemba. Alguns eram atendidos em ambulatórios e outros a nível do hospital provincial mas o número de casos foi aumentado de tal maneira que foi incompatível serem internados no hospital provincial; para descongestionar o hospital sentimo-nos obrigados no dia 8 de janeiro a abrir o centro de tratamento de diarreias, até mais ou menos ontem tínhamos 379 entrados. Como disse no princípio um dos grandes objectivos é ver quais os casos que na realidade são ou constituem diarreias mesmo. Dentro desses trezentos e setenta e tal alguns casos eram mesmo associados a outras doenças, como HIV/Sida, Malaria, Bronco pneumonias e essas infeções respiratórias, principalmente nas crianças que também cruzam com diarreias. De certa maneira 20 ou 30% dos casos que entraram aqui são também com algumas doenças associadas. Este é o ponto de situação. Ficamos muito preocupados porque o nível de entrados já tinha atingido um pico, estamos a falar dos dias 24,25 de janeiro, já ficamos a ter 27 doentes, cerca de 60 doentes entrados e, neste momento, internamente o nível de entradas já reduziu para cerca de 10 por dia de tal maneira que temos cerca de 20,21 doentes internados. Só tomando como espelho o CTD podemos dizer com segurança que o índice esta a diminuir”. Nós não registamos nenhum óbito por causa de diarreias no entanto que tal, não temos provas, números concretos mas é verdade que na comunidade se registam casos e já tomamos conhecimento. Exemplo desses casos, como os que você estava aqui a dizer. Esses são óbitos na comunidade mas dentro daquilo que é o centro de tratamento de diarreias entanto que tal não”. Sensibilização “A saúde esta desdobrada digamos em duas frentes, uma da medicina preventiva e saneamento do meio, temos técnicos adjuvados pelos activistas das diferentes entidades que trabalham com a saúde na província e a outra frente que é a curativa que esta aqui dentro connosco. Essa frente da medicina preventiva, saneamento do meio mais alguma componente de informação que n’só chamamos de CESP, que vai passando pelos bairros a difundir as mensagens de prevenção quais as medidas que tem que tomar para se prevenir das doenças diarreicas, uma espécie de sensibilização a família, tratamento da agua que la tiver e algum treinamento de como podem fazer no caso de algum parente entrar numa crise de diarreia”. Desinformação VS baleamento por parte da polícia com recurso a AKM-47, arma de guerra e a corporação policial, nada diz, a nossa reportagem por várias vezes tentou contactar telefonicamente, via SMS a comandante provincial da polícia e porta-voz, e nada. Tudo mudo. Baleado António Januário Mateus Foi numa sexta-feira na aldeia comunal de Muisse em Pemba Metuge. Ali surge esta doença de cólera, haviam jovens ali na aldeia porque seu estava no mato a tratar da cerimónia do meu filho de rito de iniciação. Morreram duas pessoas que estavam internados no hospital Ente Sanissange, enterramos no mesmo dia e pelo que ouvimos morreram de cólera e essa confusão começa por causa dessas pessoas que morreram, foi por causa disso mesmo. AKM-47 e deu os tiros sim. Quatro. Esse pé esquerdo só me furaram, mas o pé direito é que me partiram o osso, aqui e outro tiro neste braço esquerdo e também me furaram, outro ali e aqui também, a razão de quatro tiros, o quinto tiro é que atiraram para cima. Peripécias da viagem até ao hospital provincial de cabo delgado onde hoje esta internado Como policia vinha com carro, levaram me no carro junto com chefe da aldeia a policia e essas pessoas, exemplo chefe da aldeia, secretario, levaram toda a roupa, todo material nas casas deles, abandonaram no mesmo dia, carregaram no mesmo carro e nós entramos no mesmo carro ate na sede. Me levaram a minha pessoa com a minha família até no hospital fui recebido com agente do hospital, trataram me colocaram soro e meteram na ambulância até vir estar aqui. Vinha aqui dois polícias e até hoje é que não vi, ontem vinham. Desinformação/ Concepção cólera e cloro Na minha opinião pessoal em relação a esta situação de cloro e cólera. Há nomenclaturas que de facto te que ser mudadas à outros níveis mas, localmente nós podemos encontrar um meio-termo, continuo a acreditar que nós devíamos avançar aos estudos antropológicos, percebermos a nossa comunidade. Disse Sãozinha Domingo último a nossa reportagem esteve em Murebwe no distrito de Mecúfi apesar da directora afirmar que os casos estão a diminuir, factos indicam o contrário, e Calisto Marcena Saguate chefe do posto de saúde de Murebwe, subscreve “Ainda estamos a receber mais casos, no momento temos cerca de 13 casos internados, a média diária de casos é de cinco. Mortes internamente nós ainda não registamos. Só tivemos uma morte, um corpo que entrou dentro do hospital sem vida. Os familiares não conseguiram detectar que o corpo estava sem vida. Mortes na comunidade “isto é por negligência dos próprios familiares, eles não trazem os familiares a tempo e horas e a pessoa acaba perdendo a vida antes de direcciona-la para o hospital”. No posto de saúde de Murebwe, conversamos com familiares dos doentes internados que disseram que o numero de mortes de diarreias que no dia trinta do mês passado confirmou -se o surto de cólera, esta acima de trinta, e a desinformação e/ou falta de informação por parte dos médicos, enfermeiros também dão espaço a conflitos entre os homens de branco e a população. Linchamento do secretário do Bairro de Murebwe “Eram 3h da madrugada. Um grupo de jovens foi até ao encontro do secretário a pedir que ele tirasse o produto. Dizem eles que ele tinha um produto que constituía cólera. Então eles estão a pedir que ele denunciasse de onde trazia aquele produto. E ele, segundo as pessoas, ele disse que não conhecia nada e pediu aquelas pessoas para que tirassem aquele produto para que ele próprio primeiro consumisse. Não ficaram felizes, Espancaram- na até a morte; Até agora existem pessoas que não estão conformadas, e estão a prever mais greves contra os funcionários da saúde Até nos falam mesmo, frente a frente que “ vocês! Ainda não chegou a vez, hão de ver o que vai acontecer” Membros da comunidade em Karapina-Murebwe “Aqui não existe nenhum tratamento, antes de ontem enterraram a família e desde que as pessoas estão a entrar aqui nada esta a melhorar, aqui esta muito difícil na parte de tratamento, até agora há muita dificuldade. Trinta pessoas que já morreram de cólera só aqui em Murebwe. Mas aqui em Karapina célula A e B não se conhece o número, e mais que isso. Os médicos não nos dizem nada, quando perguntamos, como agora que eles estão a dizer que aqui no hospital não morreu ninguém, estão a mentir. Ontem saíram pessoas mortas aqui. É isso que cria confusão”. Aqui o número é levado e o tratamento. Não dão nenhum comprimido, só poem cloro e dão soro as pessoas, é a única coisa que se faz aqui neste hospital”. Segunda-feira ultima, depois da retirada da nossa reportagem ter estado domingo do local, soube que mais a população local mais uma vez revoltou se contar os funcionários da saúde naquele posto de saúde, que mais uma vez a policia teve que intervir e a direção da saúde ainda não se pronunciou se é cólera ou não e, não se sabe porquê! Contudo, até ao momento da nossa publicação, e apesar do silêncio do sector da saúde de Cabo Delgado, o facto esta confirmado. Trata-se de cólera.

Ministro e ex. Ministro da Agricultura no tráfico de Madeira de Moçambique para a China

Quem paga!? Texto e fotos: Estacios Valoi 13/02/13 Trata-se do actual Ministro da Agricultura José Pacheco, o ex. Tomas Mandlate envolvidos no contrabando da madeira de Moçambique para a china em números astronómicos comparativamente as quantidades de corte anual estabelecidas pelos Serviços de floresta e fauna Bravia. Em Moçambique estima-se que o produto florestal venha a esgotar dentro de cinco a dez anos com o envolvimento de empresas de peso prevaricadoras como a Modif, Senlian, Fan Shi,Pingos Marinha, Verdura Lda, as companhias da família Tsou (Green Timber),segundo o último relatório da Agencia ambiental de Investigação com base em Londres (EIA) referente a Moçambique divulgado semana finda. Desde o uso de documentos fraudulentos, corrupção, transporte, corte ilegal de madeira, violação das leis florestais vigentes em Moçambique com a conivência de nomes sonantes da nomenklatura política moçambicana, desde o ministro da agricultura José Pacheco, a antigo da mesma área Tomas Mandlate, governadores, directores, os contornos são alarmantes. Apesar da existência de leis de Floresta e Fauna Bravia em Moçambique, como o artigo 44 que rege o regulamento e aplicação de multas, apreensão de equipamentos usado no corte, suspensão das licenças e cancelamento das actividades, interdição na aquisição de novas licenças ou autorização por um período de um ano para os fora da lei, facto ‘e que as empresas envolvidas no crime da Madeira “amigas” dos ministros continuam a desenvolver as suas actividades a seu bel-prazer. Domingo ultimo a nossa equipe de reportagem visitou algumas destas empresas madeireiras, autênticos monumentos de muros altos pelo corredor do bairro de Muxara em Pemba, empresas onde os trabalhadores não têm contractos de trabalho e em termos de pagamento salarial, o fim do mês ‘e aos 40 dias. Segundo o relatório da EIA a quantidade de madeira Moçambicana que entra na China é abismal. “Discrepâncias nos dados comerciais indicam que, em 2012 companhias chinesas importaram entre 189.615 e 215.654 metros cúbicos de madeira, exportados ilegalmente de Moçambique – constituindo 48% de todas as importações da China do país. Excedem massivamente não só as exportações licenciadas, mas também excedem o licenciamento florestal em 154.030 metros cúbicos – gerando uma percentagem alarmante de 48% de corte ilegal no país. Tais crimes custam a Moçambique milhões de dólares a cada ano em impostos perdidos, recursos cruciais para o quarto país mais subdesenvolvido do mundo. EIA de novembro de 2012 sobre as importações ilegais de madeira da China providencia casos de estudo de algumas das maiores companhias que hoje estão cometendo estes crimes em Moçambique, expondo as técnicas de contrabando, o clientelismo político e a corrupção que o facilita”. Moçambique e um signatário da Declaração Ministerial de Yaoundé sobre a Aplicação da Legislação, Governação e Comércio no Sector Florestal (FLEGT), se comprometendo a 42 acções contra do corte ilegal de madeira, a corrupção, e de promover a governança florestal. Dados os problemas detalhados neste relatório, e claro que estes compromissos não foram alcançados. As discrepâncias nos dados de exportação/importação dos volumes de madeira comercializados entre a China e o Moçambique demonstram a crescente escala das exportações ilegais, e como este contrabando promove o corte ilegal “A Transparência Internacional classificou Moçambique como o 51º país mais corrupto do mundo, quarto mais subdesenvolvido de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas de 2012 com os custos de degradação ambiental chegando a $370 milhões anualmente. Em 2010, agricultura, silvicultura, pesca e caça foram os setores que mais contribuíram ao PIB, constituindo 30.9% do total, demonstrando a importância do setor florestal para o crescimento econômico do país. A exportação de madeira em toros das 22 espécies de primeira classe é proibida, requer o processamento em Moçambique antes de sair do país. Apesar desta proibição parcial, o comércio ilegal de madeira com a China está seriamente debilitando a governança florestal. Em 2012, o governo de Moçambique registrou exportações de 260.385 metros cúbicos de madeira em toros e serrada ao mundo, incluindo a China, enquanto a China registrou importações de 450.000 metros cúbicos de madeira em toros e serrada de Moçambique”. “A discrepância é de 189.615 metros cúbicos, constituída quase inteiramente de madeira em toros contrabandeada para fora de Moçambique por empresas chinesas, e provavelmente composta primariamente por espécies de “primeira classe” proibidas de serem exportadas em toros. Em 2012, a China registrou importações de 323.000 metros cúbicos de madeira em toros de Moçambique, enquanto que Moçambique registrou exportações globais de madeira em toros no mesmo período de apenas 41.543 metros cúbicos. A escala do contrabando é espantosa com a discrepância constituindo 42% do total das importações registradas pela China de Moçambique em 2012, e um ainda maior 72% do total de exportações de madeira de Moçambique registrados para os mercados globais naquele ano”. Frisa o relatório. Enquanto apela-se pela preservação, conservação dos recursos florestais empresas como a MOFID e outras que vem mencionadas no relatório com costas quentes, neste caso do Ministro da agricultura José Pacheco e seu Ex., o contrabando para a China a troco de valores monetários, corrupção a alto nível vai de vento em popa “Uma ligação telefônica da EIA para uma empresa chinesa afiliada a MOFID, em novembro de 2012, confirmou que esta empresa estava estocando madeira em toros de 1ª classe proibida de Moçambique na China. Liu da MODIF alegou que a sua relação próxima com o actual ministro da agricultura, José Pacheco, ajudou-lhe a garantir concessões florestais, vangloriando que “eu e ele somos como irmãos, quando ele (o Ministro) não tem dinheiro, ele busca por mim”. De fato, EIA descobriu que o ministro Pacheco visitou Liu três vezes recentemente, já que a conferência do partido Frelimo foi organizada em Pemba, no período da visita da EIA. Durante um tour pelo seu depósito de madeira, Liu revelou que a presença do presidente de Moçambique em Pemba para o congresso da Frelimo tinha freado temporariamente as exportações ilegais de madeira em toros da MOFID, pega em flagrante tentando exportar madeira em toros para China”. A reunião também revelou a facilidade com a qual MOFID evade-se das inspeções dos oficiais governamentais, advertido por um dos seus sócios sobre a visita iminente de oficiais do Ministério da Agricultura ao seu depósito de madeira, Liu disse que iria excepcionalmente carregar os contentores com pau-preto no dia da visita, cuja exportação é autorizada. “SENLIAN também com um apadrinhamento político influente. Durante a reunião na casa do Sr. Xu, os investigadores da EIA foram apresentados a Tomas Mandlate, ex-ministro da agricultura e actual deputado, quem estava se hospedando na casa de Xu, durante o congresso da Frelimo. Mandlate explicou que o seu papel era “ajudar a companhia a resolver alguns problemas”, enquanto Xu posteriormente explicou que Mandalate “se encarrega do trabalho de intermediação tal como, quotas de exportação, concessões florestais”, pelo qual ele recebe “um salário mensal” e uma participação na companhia. Mandlate também é o presidente de uma companhia que possui um terminal especial de exportação no Porto de Nacala: um depósito de 8.000 toneladas, o qual oferece serviços de armazenamento, transporte e processamento de trâmites alfandegários; Mandlate também tem participação numa companhia chamada Holamale, licenciada para explorar produtos florestais. Estes negócios e ligações com a Senlian alegados durante a reunião com a EIA, apresentam um claro conflito de interesse entre o actual posto de Mandlate como deputado, eleito para representar o interesse comum, e seus interesses privados. Mandlate negou seu envolvimento no comércio ilegal de madeira com o Sr. Xu”. Os números de madeira contrabandeada de Moçambique, assim como o número de exploradores florestais provenientes da China vão aumentando. “A China importa 90% de toda a madeira exportada de Moçambique (e não todas as exportações globais de Moçambique), pode se inferir que 215.654 metros cúbicos, ou 48% de todas as importações da China em 2012, não foram registrados como exportações pelas autoridades de Moçambique. Aplicando esta mesma lógica aos últimos 6 anos, pode se inferir que, 804.622 metros cúbicos de madeira provenientes de Moçambique, principalmente madeira em toros, foram contrabandeados para a China entre 2007 e 2012. Entre 2007 e 2012, mais de 707.025 metros cúbicos das importações chinesas de madeira moçambicana não foram registrados como exportações por Moçambique. A perda financeira deste comércio ilegal é significativa. Em 2010, as exportações de madeira moçambicana para a China foram de $49 milhões, enquanto que as importações de madeira proveniente de Moçambique registradas na China foram de $134 milhões, indicando que $85milhões despareceram”. “O licenciamento florestal de Moçambique em 2012 foi de 321.370 metros cúbicos, o mais alto desde 2007. Utilizando um cálculo de conversão de 80% para as importações de madeira serrada da China (Roundwood Equivalente em inglês – RWE), e juntando isso as importações de madeira em toros, um total de 475,400 metros cúbicos de madeira em toros teria que ser colhido para fornecer os registros de importações Chinesas de madeira Moçambicana para 2012. Isso indica que as importações da China de madeira Moçambicana excederam o licenciamento florestal por 154,030 metros cúbicos em 2012, gerando uma taxa de corte ilegal de 48% no país. A EIA, também estimou quantos recursos estão sendo perdidos por Moçambique em impostos não arrecadados, devido ao comércio ilegal de madeira. A Lei n.º 7/2010 da Taxa de Sobrevalorização requere do exportador de madeira o pagamento de 20% de imposto sobre o preço f.o.b. da madeira em toros, baixando a 15% para a madeira serrada. Prevendo que as exportações sem licença eram de 50% de madeira em tora e 50% de madeira serrada, a EIA estima que cerca de $22.896.011 em impostos foram perdidos devido as exportações não licenciadas para a China em 2012, as quais chegaram a um valor cerca de $130.834.350” Outros prevaricadores no relatório a mesma escala Fan Shi Pagamentos para “clandestinamente liberar as mercadorias na alfândega”. Fan Shi Timber é um negócio de três familiares de Fujian: Fan Guoyong, Fan Jinglin e Fan Jinghui. Nenhuma das três companhias possui concessões florestais em Moçambique e afirmam que contam com cotas de corte para espécies e volumes específicos, negociados e adquiridos do Ministério da Agricultura. Pingos Marinha “Este é o nosso segredo” em Pemba dirigida pelos irmãos Zheng Fei and ZhengXudong. A companhia administra duas concessões em Cabo Delgado e exporta aproximadamente 1.000 contentores de madeira por ano para a sua companhia afiliada Dong Guan Yetong Trading, localizada em Guangdong. Verdura Lda. “você paga um custo extra por isso” possui três sócios operando nos portos de Quelimane, Beira e Nacala, exportando aproximadamente 170 contentores com troncos de Mondzo, Chanate, Pau-ferro por mês para a província de Guandong, na China. As companhias da família Tsou (Green Timber). Documentos fraudulentos, Ken e Tina Tsou são sócios de varias companhias, alguns das quais foram implicados no comércio ilegal de madeira. Uma das companhias, a Green Timber, criada em 2001 para fins de importação e exportação, possuindo concessões nas províncias de Manica, Nampula, Zambézia exportando a maioria de sua madeira para a China. Vários artigos foram publicados na imprensa nacional Moçambicana alegando uma diversidade de crimes cometidos pela Green Timber, incluindo a evasão de pontos de inspeção, utilizando conhecidos nos portos de Moçambique para facilitar o contrabando ilegal de madeira em toros, ilegalmente cortando dentro de uma reserve nacional, construindo pontes ilegais para facilitar o contrabando, utilizando armazéns clandestinos e cortando acima dos volumes permitidos. Documentos obtidos pela EIA demonstram os métodos utilizados pelo Tsous para exportar ilegalmente através de uma variedade de companhias. Um documento de exportação adquirido pela EIA mostra 40 contentores de toras de 1a classe sendo enviados por navio de Hong Kong a Shatian, no sul da China, a companhia China Meheco Import & Export Corporation. Este importador chinês e uma subsidiária da companhia estatal China Meheco Corporation, que esta registrada na bolsa de valores de Shanghai.61 Este carregamento originou de Moçambique, e foi ilegalmente exportado do porto de Nacala por uma companhia chamada Oceanique Lda., com um dos proprietários sendo a Tina Tsou. Este caso demonstra como companhias estatais da China conseguem contrabandear madeira de Moçambique através do uso de documentos fraudulentos. impunidade apesar de seu envolvimento no comércio ilegal de madeira. Os esforços actuais do governo, enquanto que são louváveis, não estão utilizando todas as ferramentas legais na luta contra os contrabandistas.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Ilha de Matemo a espera de melhores

Estacios Valoi 07/02/13 É onde se localiza a estancia turística Matemo Lodge erguida desde 2004 numa das 27 ilhas que compõem o arquipélago das Quirimbas na província de Cabo Delgado estendendo se pelo no norte de Moçambique numa costa de 425 km. São seis comunidades que constituem a ilha de Matemo com cerca de duas mil pessoas, desde a de Palussansa, Misaula,Ngamba,Nwanacombo,Lueculo, Bilanba que ao longo da costa se estendem entre bancos de areia, corais, varias espécies marinhas, florestais, aguas cintilantes, os raios do sol mergulham mar adentro perdendo se nas profundezas expondo algumas espécies marinhas vistas a seis ou mais metros de profundidade sem que se tenha que mergulhar. São marcas de areia naturalmente traçadas pelas águas, caminhos que só ela consegue fazer, permitindo e oferecendo espaços para a prática de desportos aquáticos e outras actividades em dias de preguiça, de tradições seculares desde que aquele povo existe, a penetração árabe, indiana portuguesa, a escravatura. Muito pode se dizer ainda sobre a ilha de Matemo, a minha lente de 300 milímetros, a uma altitude de cerca de 5000 mil pés de voo, conseguia penetrar o azul e/ou verde do mar ao encontro da areia branca. Na nossa passagem por aquela ilha durante alguns dias a nossa reportagem entrou pelo Matemo Lodge e por coincidência estavam lá os administradores daquela instância turística Janson & Karen de Plessis que pode nos explicar um pouco mais sobre aquele pedaço insular guardado pelo Ibo a espera de Cahora Bassa. “Matemo Lodge composto de 24 bungalows, um restaurante, bar, uma seria de actividades, claro na sua maioria aquáticos como mergulho, pesca, vela, caíques, Wind Surf, Barquinho de pedais e outros, viagens de barco para Ibo, o lodge com cerca de 78 trabalhadores tem capacidade para albergar 27 hóspedes. Dos nossos trabalhadores cerca de 56 são aqui da ilha de Matemo e os restantes vindos de Pemba, Maputo e África do sul. Recebemos vários turistas, 40% sul-africanos, 30% portugueses, o resto italiano, moçambicanos e de outros países, como da Europa, um pouco dos Estados Unidos e Austrália. Temos a I ilha de Rola que é mais para snoorckling com corais muito bonitos, também para piqueniques, mergulho, mas que também se fazem fora de Matemo, do Ibo, mais para cima em Zala. As nossas actividades são basicamente desenvolvidas em torno das ilhas de Matemo, Ibo e Rola. Aqui a maioria dos nossos trabalhadores são das comunidades aqui de Matemo. Temos comunidades que trabalham com o Lodge e ate aqui construímos um posto de saúde, salas de aulas, mesquitas e durante o mês de Ramadão recebem alimentos como arroz, agua nas celebrações do IDE. Não tenho certeza quanto aos montantes mas é um valor considerável”. Mas nem tudo é um mar de rosas em Matemo. “ Aqui temos desde a falta de água potável, energia electrica. Quanto a agua potável, aqui usamos o processo de dessalinização da agua do mar o que custa nos muito, é um processo oneroso. Aqui há praticamente nada, a maioria dos nossos produtos vem de pemba. Temos um fornecedor em Pemba, todo o nosso combustível também vem de Pemba. A única coisa são mariscos que provem dos nossos pescadores locais. Desde 2004 que ainda não temos energia electrica de Cahora Bassa. Para a nossa iluminação por dia gastamos 4.500 litros de diesel é muito caro. Mas se tivéssemos energia de Cahora Bassa íamos poupar muito dinheiro, não teríamos que transportar combustível par a Ilha. Temos a problemática dos preços dos voos o que faz com que muitas pessoas que queiram visitar o Lodge não o façam. Há poucos voos de Pemba para Johannesburg, os da LAM são três ou quatro por semana e o preço que se pagam para um voo directo Pemba Johannesburg na Africa do Sul é o mesmo que se paga de Johannesburg para a Europa; Exemplo o problema do mercado europeu tem a ver com o custo de voo para chegar a Moçambique que o custo é elevado, tem que ir via África do sul, excepto de Portugal que se pode voara directamente a Maputo, o custo do bilhete limita as pessoas de viajarem para aqui Mas temos clientes ao nosso nível, temos camarão, lagosta, lulas, caranguejo, também os nossos clientes fazem viagens a Ibo durante a fase de observação de baleias, mergulham, outros fazem pesca desportiva”. Projectos em vista Tencionamos desenvolver, construir mais algumas salas de aulas, manutenção do posto de saúde, construir a maternidade. No momento o que temos é algo básico, a escola tem duas salas de aulas grandes com três turmas e, a terceira estuda por baixo de uma árvore, então esperamos construir mais uma sala de aulas para minimizar esta situação. A nossa reportagem deslocou as cinco comunidades de Matemo em especial a Dade Resort na comunidade de Palussansa onde conversou com Saudade Sulemane Jabu Matemo, proprietário do Resort quem nos levou a palmilhar a ilha. Saudade ou Dade apos ter trabalhado como fiscal no parque das Quirimbas, em Matemo Lodge, formado no Parque Nacional de Gorongosa e suas viagens pela ilha de Zanzibar decidiu construir a sua instância turística que hoje acolhe um bom número de turistas que se fazem por aquelas praias. “Aqui aos poucos comecei no turismo área em que andei envolvido durante muito tempo. Fui ver o tipo de Bungalows em Zanzibar na Tanzânia mas antes trabalhei como fiscal no parque das Quirimbas, eu Saudade Sulemane Jabu Matemo, trabalhei na fiscalização aqui em Matemo, também no assunto de conservação de tartaruga marinha. Apreendi como fazer natação, mergulho, Snoorckling, Aprendi turismo em zanzibar, andei com muitos turistas Mas em Matemo Lodge apreendi carpintaria, trabalhei cinco anos como fiscal comunitário em Matemo Lodge depois levaram me para ir treinar em Sofala no parque de Gorongosa e quando voltei fiz fiscalização no parque nacional das Quirimbas depois pensei em fazer turismo assim. O York e Hélder de Mitimwiri no Ibo que vão me ajudando e mandam clientes para aqui e fazem minha publicidade na Internet”. Dade hoje tem um barco e emprega 16 trabalhadores e no seu Resort com cinco bungalows casal, uma cozinha, restaurante, tendas esticadas, por ambos os lados uma vista de não tirar os olhos. “Aqui construi cinco bungalows, um restaurante, quando não há mais bungalows, tenho tendas e este ano estou a pensar em construir um restaurante de verdade, tenho um barco e emprego desaseis pessoas, uma rede de pesca, as vezes levo clientes para travessar para Mucodjo, Ibo Eu como guia turístico levo os clientes para mostra a história aqui de Matemo na zona Sul tem a Ilha Sagrada, umas antiga casa de Vasco da Gama os clientes compram coisas para as crianças mas o mais importante é que quando aqui chegam encantam se com a população. As vezes vão ver baleias, golfinhos Aqui ainda tem tartaruga, peixe para fazer snoorckling, corais é mesmo bonito, tinha um sítio que era protegido, de conservação, o Santuário, havia muito peixe, polvo mas hoje saímos para fazer snoorclking e lá já não vejo muito peixe, temos que ir para outras zonas como a ilha ade Rola, para Misauna, estragaram o santuário, aqui, também não tem fiscal. Estou preocupado com conservação porque é uma coisa importante porque assim o turismo também vai crescer e eu também estou a ajudar na conservação”. Pelos pratos a gosto turístico, tradicional, do Arroz de casca, papaia, banana, frutas de Matemo, caril de polvo, peixe, lula, matapa, ostras, caranguejo, lagosta e, menos o camarão que por la, muitas das vezes só o visto de binóculos e pela língua, o preço é outro! Dade de olhos postos no seu congelador que vai caindo de podre por falta de corrente electrica realça o apoio que as comunidades têm tido de Matemo Lodge “O lodge ajuda com muitas coisas aqui na comunidade, quando tem um doente grave pode ajudar em avião, barco para Ibo, quando é Ramadão dão na tâmara, arroz, açúcar, agua. Aqui tem problema de água, só temos cisterna e quando chove apanhamos aquela água e serve até próximo ano, tem aldeia Ngamba que tem hospital para onde todos vamos depois, tem que sair daqui para Ibo. Aqui energia de Cahora Bassa ainda não chegou, só gerador, gasta muito e nós trabalhamos até 21h00, 22h00, qui tenho congelador e sem energia de Cahora Bassa esta a ficar podre”. Sublinhou Dade.