Páginas

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Em Quelimane STAE partidarizado enfatiza o MDM


Texto e fotos: Estacios Valoi
08/11/11
MDM lançou segunda-feira ultima na capital da Zambézia, Quelimane dados referentes ao processo de recenseamento com vista a realização das próximas eleições intercalares a decorrer no dia 7 de Dezembro nos municípios de Cuamba, Pemba e Quelimane respectivamente.
Os dados em questão são referentes ao município de Quelimane, recolhidos em paralelo ao processo pelos fiscais do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) nos dezoito postos de recenseamento, que de entre novas inscrições, segunda via e transferência registou um total de 25.258 mil eleitores.
O processo de recenseamento, assim como a recolha de dados foi realizado na EPC de Quelimane, EPC 3 de Fevereiro no Bairro Mapiazua, EPC-Unidade de Sinacura, EPC de Aeroporto-A, EPC 1 de Aeroporto-Aeroporto Expansao, EPC de Janeiro-Unidade Janeiro, EPC de 25 de Junho-Campo de Benfica, EPC- de Sangarveira-Sangarveira, EPC- 1 de Icidua na Unidade Icidua, EPC de Coalane na Unidade de Coalane, EPC de Cocolo na Unidade de Cocolo, EPC 17 de Setembro na Escola da Sagrada, EP 1 de Manhawa na Unidade Manhawa, ESG Eduardo Mondlane na Unidade Floresta, EPC de Micadjune na Unidade de Micadjune, EPC de Namuinho em Namuinho e na EP 1 de Gogone, postos instalados para efeito.
Segundo o candidato a presidência do Município de Quelimane Doutor Manuel de Araújo, disse que apesar dos constrangimentos os fiscais do partido que representa estiveram nas mesas e fizeram uma recolha paralela.
“Os nossos fiscais estiveram nas mesas, foram capazes de fazer uma recolha paralela com base no seu registo de dados do recenseamento eleitoral e fazer um balanço ate ao dia de hoje com o intuito de promover a transparência. Em termos de novas inscrições, conseguiram registar 9.888 mil, segunda via 11.335 e transferências 4.035 eleitores, portanto um total de 25.258 mil eleitores, esses são os dados globais de acordo com o mapa que fornecemos.
Temos os dados por cada posto de recenseamento. A sagrada família foi aquela que registou o maior numero de inscrições com 1.085 inscrições e, o posto da EP 1 de Gogone com menos, apenas 131 novas inscrições. Os nossos homens da estatística estão a trabalhar para podermos apurar mais dados em termos de faixas etárias.
Sete principais Constrangimentos
“A interdição no fornecimento de dados aos fiscais do MDM por parte dos brigadistas por orientação expressa do STAE, impedimento de se posicionarem próximo ou junto as mesas de recenseamento, interdição em consultar e extrair dados dos cadernos anteriores e em alguns casos dos novos, a recusa por parte do pessoal da mesa na recepção das sua assinatura por parte dos brigadistas do STAE alegando orientações dos seus superiores.
Ausências de respostas as reclamações apresentadas aos brigadistas alegando não ser da sua competência, isto por parte dos membros CE, afirmando que deveriam ser os membros do STAE a fazer o que contraria as normas. Notamos uma comissão eleitoral da cidade que era passiva e alheia aos interesses dos participantes mormente do MDM, limitando se a afirmar serem incompetentes para solucionar os problemas e por último lugar notamos um STAE coligado aos interesses do partido no poder, não professional, partidarizado, sem cometimento com o legislado bem como com as próprias deliberações”.
Director do gabinete eleitoral do MDM Joaquim Waheque Maloa
“Sabemos o que se esta a passar quer no STAE. Queremos apelar a eleições transparentes e que cinco dias antes, que os editais saiam em todos os postos para os eleitores consultarem.Não equívocos, não queremos que as pessoas cheguem onde se recensearam e o nome vai aparecer no outro posto.
No dia 1 de Novembro, em muitos postos os eleitores tiveram foram impedidos de se recensear. Duas horas antes do processo terminar, o STAE distribuiu 100 senhas em cada posto e, a regra de distribuição não foi correcta. Da grandeza do eleitorado, exemplo de Gogone, a Primaria de Quelimane, comparativamente a 17 de Setembro não pode receber 100 senhas, mas o STAE fez isso em cada posto e mesmo assim as pessoas com senhas não foram recenseadas isto porque os brigadistas acabaram cancelando o processo, digo isso em matéria viva na Escola Primaria de Quelimane”.
“Os eleitores insurgiram se contra os brigadistas, o supervisor correu pediu socorro a polícia ao lado porque a situação já estava a margem, a população queria se inscrever, os brigadistas impediram. Não só na Escola Primaria 17 de Setembro mas também em Micadjune, EP de Manhau, Aeroporto Expansão, Sinacura, Issidua. Cinquenta a sessenta eleitores, com senha, na bicha, não foram aceites de recensear.
Em Cualane é um caso já generalizado, desde o primeiro dia que o recenseamento começou, um eleitor levava 55minutos ou 1h00 de tempo para poder se recensear. É mesmo um caso penoso.
O outro aspecto, esta relacionado com o STAE que em contrapartida a Comissão de Eleições talvez passou a ser o dono do processo. Nós canalizávamos alguma reclamação, já que a comissão numa primeira fase não tinha um presidente deparamos com o coordenador a dizer que os nossos fiscais podiam ter acesso mas por de trás os brigadistas diziam que não que a directora do STAE da cidade não permite.
Encontramos a própria directora do STAE nas mesas e a confrontamos a informar aos brigadistas aos supervisores para não fornecer dados a qualquer fiscal do MDM”.
Membros do Partido Frelimo
“O outro aspecto, esta relacionado com o partido no poder. No terreno encontramos secretários dos bairros, grupos dinamizador que passavam declarações autorizando as pessoas, aos eleitores a irem se recensear e como prova de testemunha o documento. Temos esses documentos e a lei não diz isso.
No dia 31 as pessoas em maior numero tiveram acesso as cédulas pessoais, tiveram que se recensear no dia 1 como pessoas transferidas. Exemplo, encontramos s na EP 1 de Quelimane em que uns eleitores diziam que são transferidos de Milange e vieram se inscrever mas tinham cédulas passadas no dia 31”.
“Em relação as testemunhas, quantas pessoas podem testemunhar, isso confrontamos o presidente da comissão de eleições da cidade que dizia que um indivíduo podia testemunhar mais de cinquenta.. desde que tivesse documentos. Também a lei não dizia qual era o numero e achamos que é uma questão que se deve discutir com muita seriedade.
Na Escola Primaria de Sinacura a brigada estava num sítio sem condições e não havia espaço de trabalho para os fiscais e para os próprios brigadistas. Na escola Primaria de Micadjune, as 16h00, antes do processo acabar o posto foi encerrado.
Mais uma vez vimos a situação mais péssima em que na Escola de Cualane o senhor, brigadista, fiscal do partido Frelimo levou, estava na sala com um computador. Reagimos mas o supervisor que estava lá quis negar. Fomos avisar a polícia, confrontamos esse fiscal e teve que tirar o computador”.
Elementos do MDM detidos
“Alguns agentes da policia prenderam os nossos membros que tiveram que ficar na esquadra entre dois a três dias, refiro me a um colega que esta no posto da EPC- Aeroporto expansão. O fiscal que estava na Escola Eduardo Mondlane e o outro em Micadjune, foram recolhidos para as celas da polícia da segunda esquadra onde o partido teve que intervir e o caso chegou ate a procuradoria da república e imediatamente foram soltos.
Ainda na Escola de Micadjune, a supervisora que estava lá passava muito tempo a conversar com alguns professores fora do trabalho normal, isso tudo porque sabia que o maior número de eleitores queria se inscrever.
Segundo Manuel António José Monteiro do MDM
“Sistema do funcionamento da Comissão de Eleições e o STAE não há separação de poderes porque a comissão limita se a colocar bálsamo no adversário.
Em relação a interpretação da lei, penso que efectivamente como órgão colegial deve tomar decisões, não toma decisões próprias porque tem que esperar a comissão provincial. Como órgão que esta no distrito, deviam cingir se e decidir. A velocidade que a lei 9/2007 impõe, diz que a decisão tem que ser dada ali e transmitida para o STAE provincial ao mesmo tempo ser fixada no posto de recenseamento, o que não aconteceu. Todas as reclamações que submetemos foram respostas fora do prazo.
O STAE sobrepõe se aos interesses da comissão, procede toda a máquina do recenseamento eleitoral. CNE remete que as reclamações são para o STAE e não para as comissões, as comissões entram em último caso para dirimir mas neste caso já não”.
“Em relação a obstrução deste processo todo, houve a necessidade de fazer reclamações e metemos o processo criminal contra aqueles que são os responsáveis directos deste processo do STAE. A comissão da cidade não tem carimbo e usam carimbos do STAE, como é que a comissão de eleições pode ser parcial! São todas pessoas conhecidas do Partido Frelimo.
Tem os computadores, livros de 2008/9 também tem eleitores registados, dizem que não é extemporâneo, o nosso objectivo é saber o número de eleitores porque os livros estavam lá fixos, são livros que também serviram de base para actualização.’E fundamental que tenhamos o conhecimento pleno”.
Relativamente aos processos eleitorais em Moçambique sempre com os mesmos problemas de Araújo reconhece tal facto e diz estarem longe de serem justas e transparentes mas que a responsabilidade não é apenas do seu elenco mas de toda a sociedade e que uma democracia bem implementada trará frutos no futuro.
Os processos eleitorais em Moçambique, estão longe de ser justos e transparentes, há várias anomalias, ate indícios, actos criminais nesses processos todos. O que fazemos é formar os nossos delegados de candidatura, trabalhar com as igrejas, comunidade internacional, opinião pública nacional e internacional no sentido de alertar sobre estas irregularidades a tempo útil.
Porque eu acho que o dever de evitar que estas eleições não sejam justas, transparentes não é apenas meu dever como candidato do MDM, munícipes de Quelimane, é de todos nós, temos um papel porque isto trata se de uma democracia e que bem implementada vai trazer frutos que vão beneficiar a todos nós.
O governador teceu algumas acusações infundadas porque tínhamos a nossa logística em dia. Algumas vezes a polícia estava ali o dia todo sem água, o pessoal do STAE sem comer, de facto quando tínhamos oferecíamos, partilhamos, tínhamos condições e estávamos lá a tempo e horas ate alguns brigadista da Frelimo lancharam connosco.
Nós informamos a comunidade Internacional baseada em Maputo, assim como em outras capitais do mundo sobre os desafios que íamos enfrentar neste processo. A lei infelizmente nos é madrasta, depois de entregarmos os dados ao STAE fica senhor dos dados não temos acesso a aquilo que esta nos computadores...
Estamos perante uma oportunidade clara para provar se a Frelimo esta cometida com a democracia ou não. Nós sabemos que não esta. Mas, queremos provar ao mundo, que tenha provas e vamos fornecer em tempo útil e isso infelizmente vai influenciar na percepção que o mundo tem sobre o nosso Pais. Não queríamos que isso acontecesse mas é nosso dever como patriotas, cidadãos provar aquilo que forem as irregularidades e a falta de cometimento por parte do partido no poder sobre a consolidação da democracia no nosso Pais.

A quinta sinfonia da Zambézia





Texto e fotos: Estacios Valoi
24/11/11
Desde que a questão do Amarelecimento Letal, do Escaravelho Rinoceronte veio a tona, varrendo vastas áreas de milhares de quilómetros daquilo que outrora fora considerado o maior palmar do mundo numa extensão de cerca de 120 mil hectares dos quais mais de 5 mil encontram se atingidos por estes dois problemas, estudos levados a cabo por algumas organizações na área em 2007, já previam o desaparecimento de cerca de 10 a 15 mil coqueiros nos anos seguintes.
Facto esse que se vem transformando numa autentica sinfonia, resguardada pelo tempo em momentos nostálgicos, mas nem tudo vai mal segundo a associação dos camponeses de Tabuarawa na Localidade de Marrongane no distrito de Quelimane na Zambézia virada para o usos e aproveitamento do coqueiro.
Associação composta por cerca de 20 membros na sua maioria elementos da comunidade cujo actividade principal era a agricultura. De três anos a esta fase não só da Machamba vive a comunidade, mas também da comercialização da madeira para a construção civil, produção de tapeçaria, vasos, colchões, carvão e outros derivados assim como enveredou pelo repovoamento da espécie resistente a pragas como parte do seu projecto.
Segundo o Presidente da Associação, Bonifácio Estêvão João é peremptório despertar a comunidade quanto ao valor do coqueiro do Amarelecimento letal, relativamente ao aproveitamento da madeira.
“Despertamos a comunidade sobre o valor acrescido deste recurso para a produção de barrotes, vasos, a fibra para o fabrico de tapetes porque com esses produtos muito valiosos podem ajudar a comunidade a minimizar a pobreza. Neste momento somos dez membros associados e para poder dar vazão ao serviço tivemos que contratar dezasseis pessoas. Estamos num estágio satisfatório”.
A associação esta dividida em três partes, uma virada para o fabrico de vasos com recurso ao aproveitamento da base do coqueiro, a de exploração da fibra para o fabrico de tapeçaria, colchões e a terceira no corte de barrotes, que são usados em diversas áreas, desde a construção civil em diante. Do solo, extraímos a planta a partir da raiz para evitar a propagação do Escaravelho Rinoceronte”.
“A madeira do coqueiro é sensível ao ataque dos insectos. Introduzimos a produção do Vinagre com recurso ao coqueiro. Então, a madeira é cortada em pedaços que depois são introduzidos num tambor num processo de destilação, até a obtenção do óleo para impregnar a madeira e, deste modo garantir a sua resistência. Também produzimos carvão do coqueiro e seus derivados através de uma técnica específica, ate termos um pó útil para o melhoramento de terrenos arenosos.
É um palmar que foi começado na época colonial, não havia limpeza, nunca se fez repovoamento o que contribuiu para o alastramento da larva do Amarelecimento letal, do Escaravelho vulgo “Nampuim”.
A questão do Amarelecimento letal, Escaravelho também afecta as províncias de Cabo Delgado, Nampula e a Província de Inhambane.
O “NAMPUIM “, É um Escaravelho oportunista, com o habito de se reproduzir na parte mais sensível do coqueiro saudável, onde nasce a nova folhagem, perfura, põe os seus ovos e propaga as larvas. Ataca palmeira saudável ou afectada. Quando a planta é apenas cortada e não se remove a partir da raiz, o caule exposto, torna se num acesso fácil ao núcleo. O escaravelho é mais perigoso que o Amarelecimento letal.
Agora, imagina o que é cortar, serrar um coqueiro e deixar a parte do caule, o núcleo exposto, e pior deixar os troncos apodrecerem no campo, cria se mais um foco de reprodução do “Nampuim” numa correlação de oportunidade, espaço e reprodução. É o que a Madal faz.
Na Zambézia, vamos precisar da semente do coqueiro resistente a praga, e temos essas espécies para combater o Amarelecimento letal, ter áreas limpas, conservadas e tirar a semente para os viveiros e depois repovoar o palmar.
AMARELECIMENTO LETAL
É um micróbio, um vírus que se observa microscopicamente, a sua presença a olho nu só se constata quando e/ou depois de afectar a planta, temos como sinal o folhagem seca, a flor não se desenvolve bem, o fruto cai da arvore antes do seu amadurecimento, o liquido dentro do coqueiro vai cristalizando, a circulação é mais lenta, afectando o centro da planta que por fim morre. Principalmente nas áreas das antigas companhias da Zambézia -Madal, Boror.. sem biodiversidade, ate parece que estamos a ver um filme de terror.
MADAL
A empresa Madal, subcontratada pela CIDIVOCA/Millenium Challenge Account, esta na liderança no abate do palmar cujo métodos não são o apanágio da associação
A Empresa Madal controla a maior extensão do palmar onde vem fazendo o abate desde 2007, deixando a parte inferior da planta ainda no solo, divide o coqueiro em três partes, junta os troncos divididos ao caule ainda na terra e queima. Essa técnica é ineficiente e propaga mais o Escaravelho “Nampuim” que é um mal maior. A base do coqueiro é o maior alojamento do escaravelho, é uma das pragas que ataca as folhas do coqueiro e a técnica que a Madal introduziu esta a provocar maior produção deste insecto e dentro de cinco anos não haverá coqueiros.
A introdução do coqueiro híbrido que vem sendo feito pela Madal, não trás nada de novo porque no processo de plantação e crescimento, nas zonas afectadas, a empresa corta as folhas da planta para evitar a penetração do Escaravelho o que ao mesmo tempo prejudica o seu desenvolvimento.
A comunidade não proibiu a MADAL de fazer o abate do coqueiro, mas percebeu que vendendo a planta doente tem outras vantagens, e que o processo empregue pela empresa faz com que não haja aproveitamento da Madeira, e transforma se num foco de reprodução do Escaravelho, terrenos sujos.
Januário João técnico da associação vindo da província de Inhambane
Sou um grande mestre e faz dez anos que estou nesta profissão desde Inhambane. Lá existem cerca de quinze empresas na exploração da madeira do coqueiro, vendemos e tem um bom mercado. O coqueiro não se corta como se faz aqui. A população faz bom proveito. Fui trazido aqui para a Zambézia no ano passado para dar assistência, e transmitir o meu conhecimento a associação, a comunidade na produção de barrotes, tábuas, ripas, etc.
Henrique Solimudiwa artesão
“Aqui também fazemos canoas, pilão, e a ideia de vasos vem juntar as outras actividades mas os jovens de hoje não são ágeis nesta arte mas temos estes jovens. Aqui não havia emprego mas agora estamos a fazer esta actividade, estamos satisfeitos”.
Apesar das dificuldades inerentes a falta de equipamento para o funcionamento pleno da associação Estêvão João ‘e de opinião que o sucesso faz parte do quotidiano da agremiação que lidera.
“Temos uma estoria de sucesso muito bonita, uma ideologia boa para um maior aproveitamento, dar valor acrescido ao coqueiro, e ultrapassar todas as dificuldades. Quando a gente tem sucesso, tem que reconhecer.
Actualmente a comunidade aposta em repovoar a espécie com novas plantas, esta planta não pode desaparecer. Entre as espécies que aqui existem, temos as gigantes que são as mais resistentes ao Amarelecimento letal. Nesta zona a doença entra mas não em grande escala, então multiplicamos as variedades existentes para poder repovoar o sector familiar”.
“A própria comunidade compra os tapetes que produzimos, madeira para construção, temos parceiros de cooperação como a CIDIVOCA que procura outros parceiros externos. A muita procura, até nos falta produto. Temos procura a nível de Quelimane, Nicoadala e outras províncias, queremos montar uma carpintaria para a produção de colchões usando a fibra do coco, sofás e outros subprodutos. Estamos apostados em desenvolver a cultura do coqueiro nesta área”.
Millenium Challenge Corporation
Há dois anos que a MCA anda por aqui, esta placa que estas a ver, temos um protocolo para a montagem da carpintaria, prometeram que nos vão apoiar com equipamento mas ate aqui não recebemos nada, a tal tecnologia. Esperamos ter a carpintaria no final deste ano para concretizar o acordo. Vamos continuar a utilizar a tecnologia artesanal e não a de ponta porque aqui temos artesãos que podem dar valor acrescido ao coqueiro.
Falando das outras espécies que estão sendo devastadas, no âmbito ambiental é realmente perigoso e deviam fazer repovoamento das espécies de facto, mas uma aposta de todos. Sublinhou Estêvão João.
.

DIZ o Movimento Democrático de Moçambique (MDM)



Texto e fotos: Estacios Valoi
21/11/11
Os últimos números referentes a corrida as intercalares a decorrerem Dezembro próximo lançados pelo MDM num registo feito pelos seus fiscais em paralelo com coincidem com os do STAE, relativamente aos munícipes que participaram neste processo de recenseamento rondavam um total de 25.258 mil, novas inscrições 9.888 mil, segunda via 11.335 mil e transferências 4.035 mil
“Se compararem para os números que o STAE anunciou podem ver que as diferenças são mínimas. Para nós é um motivo de encorajamento, mostra de facto que o trabalho que fizemos esteve muito próximo do STAE.
Segundo Manuel de Araújo candidato as presidências pelo MDM apesar dos dados por eles registados, o STAE continua a violar a lei eleitoral.
“A falta de informação por parte dos nossos delegados, fiscais, porque alguns funcionários do STAE emitiram ordens para que os nossos fiscais não tivessem acesso, quer dos novos cadernos assim como dos anteriores, isso contrariando a própria lei, e esses casos verificaram se nos postos de Cololo, Sangarivera, Micadjune, 25 de Julho bem como os postos 13, 14, 15, 16, 17 e 18.Portanto foi uma situação generalizada de violação flagrante da lei.
Por vias legais encetamos uma reclamação a CNE, que deu entrada no órgão competente mas ate ao momento aguardamos a respectiva deliberação. Não satisfeitos com a CNE, intentamos uma acção para uma responsabilização criminal daquelas pessoas identificadas como tendo dado tais ordens.
Em primeiro lugar em violação da deliberação do CNE, que do ponto de vista da nossa candidatura reiterava aquilo que esta escrito na própria lei verificamos que os brigadistas continuaram a não cumprir. Foi nos respondido pelos brigadistas que havia uma contra ordem por parte de alguns agentes do STAE, tanto que instruíram os brigadistas para continuarem a não fornecer os dados pedidos”.

Segundo os dados do STAE no tocante a Quelimane na Zambézia, no total registaram 25.258 mil eleitores. 11.335 Mil na segunda via do cartão de eleitor, 4.035 mil transferidos e 9.888 mil novos eleitores.

Ainda de acordo com de Araújo, os fiscais do MDM viram funcionários do STAE a encorajar agentes da polícia a permanecer junto as das mesas de forma a repelir aos que se faziam as mesas para se recensear
“O facto de os agentes estarem perto das mesas, tem um efeito psicológico por parte de alguns munícipes que vinham para as mesas ou postos de recenseamento com o objectivo de se recensear. As gentes da polícia quando informados, disseram que não podiam desobedecer as orientações emanadas pelo STAE.
Com os processos que intentamos gostaríamos de ver a procuradoria da república e a justiça em geral a tomar o seu posicionamento face a lei com o intuito de responsabilizar criminalmente os agentes do STAE por violação flagrante do estatuído na lei.
STAE em Quelimane calcanhar de Aquiles do MDM
Em relação a obstrução deste processo todo, houve a necessidade de fazer reclamações e metemos o processo criminal contra aqueles que são os responsáveis directos deste processo do STAE. A comissão da cidade não tem carimbo e usam carimbos do STAE, como é que a comissão de eleições pode ser parcial!
Uma vez envolvido na supervisão dos posto de recenseamento eleitoral foi possível constatar que houve impedimentos directos, quer dizer que a directora deu instruções verbais para que os fiscais não fornecessem dados tendentes ao número de eleitores existentes por cada caderno e ate o número que era recenseado diariamente.
Temos aqui 20 reclamações, que eram colocadas as brigadistas e aos supervisores e, há outras reclamações que estão em vários processos que fomos remetendo, a comissão provincial, nacional mais um processo e, outros que estão no processo judicial intentados juntos da procuradoria provincial.
As pessoas identificas são, a directora provincial do a Directora do STAE da Cidade, a da Comissão da Cidade também tem a sua cota parte porque praticamente, é a farinha do mesmo saco. Que não faziam nada se não obedecer ao STAE, é difícil saber quem é imparcial neste processo, disse Manuel António José Monteiro do mandatário do candidato do MDM

Guerra da água e dos alimentos



Texto e fotos: Estacios Valoi
21/11/11
John Vidal, editor ambientalista do jornal Guardian em Londres na Inglaterra numa breve conversa com a nossa reportagem sobre questões climáticas, durante a conferência realizada pelo Fórum para jornalistas de investigação africanos em parceria com Universidade Witwatersrand em Joanesburgo na África do Sul.
John Vidal, vencedor de prémios na área de investigacao climática, com um dos seus artigos trouxe a ribalta na Inglaterra um dos casos mais longos casos levados a julgamento naquele Pais envolvendo a McDonald e não s’o.
Sendo McLibel: A cultura do Hambúrguer (Burger Culture),"Rio vendido” (Sold down the River) e recentemente com “Como ‘e que os alimentos e a água conduzem os destinos do século 21, a expropriação da terra”, deu espaço para perceber mais sobre o fenómeno das mudanças climáticas vs alimentação, agua, energia, a questão da terra, em geral o meio ambiente.
EV -Qual ‘e a percepção que o acidente tem sobre a África?
JV -Poucas pessoas fora de África percebem o quanto a África é vasta. Os mapas que adquirimos na Grã-bretanha são basicamente uma falsidade, ilustram um continente ínfimo aludindo a grandeza da América, da Grã-bretanha, os mapas estão carregados de um estranho proteccionismo, produzidos na época colonial. E, na projecção real constatamos que a África é um vasto continente , suficiente para alimentar toda a China, Índia, América do Norte.
Poucas pessoas percebem o quão vasto é o continente, sua voracidade, diversidade. Esta é de facto a chave para entender as mudanças climáticas, como podem ver não e o mesmo em todas em todas partes. A África batalha com o mundo, é o centro e o que aqui acontece vai absolutamente afectar o mundo nos próximos 100 anos. Neste momento falo no sentido físico e não moral da questão.
EV -Sendo um jornalista de investigação na área ambiental, com vários prémios ganhos qual é a sua percepção sobre a questão da agua no continente?
JV -O Ocidente tem sempre os olhos postos na África como berço de ouro, onde adquire recursos de forma menos dispendiosa, marginal e isso vai mudar. A Agua é o ouro mundial e, quem sobre ela tiver o controlo também poderá controlar os outros países isto porque se quisermos desenvolver temos que ter agua. As mudanças climáticas, a falta do acesso a água para todos. É um grande perigo.
EV -Numa das suas apresentações durante a conferência fez alusão a certas mudanças. Que mudanças?
JV -Muitos países enviam as suas grandes empresas a África, as quais compram ou adquirem vastas extensões de terra, na Etiópia, Uganda, Moçambique e em diante. Alguns querem as terras para a produção de bio-combustiveis, fruta, árvores e vegetais mas, para o seu próprio benefício. A isto denominamos expropriação da terra “ Land Grab”, as pessoas tiram as terras dos nativos, dos pequenos agricultores e pensamos que isto constitui um perigo.
EV - Onde reside o tal perigo a que se refere?
JV- As pessoas ou os nativos perdem suas terras e, não estarão em condições de produzir alimentos para seu próprio consumo. A questão é que essas grandes companhias estrangeiras vem sendo atribuídas recursos pertencentes a esses Países e certo tipo de culturas são industriais que cobrem tudo mas não providenciam emprego para as pessoas naquela área. A questão é que as terras africanas acabam nas mãos de pessoas estrangeiras.
EV -Parece me que mais do que produzir importamos. Não?
JV - Não há necessidade de importar. Há vinte, trinta anos atrás a África produzia alimentos a seu bel-prazer e hoje constatamos essas mudanças. Anualmente a África importa cerca de 50 milhões de dólares em alimentos, e o constante aumento da população! A Maior parte dos alimentos que são produzidos no continente é exportada para Países como a Arábia Saudita e outros mas não para a África. Devia haver um movimento para África.
“O governo de Moçambique está cedendo o uso de 6 milhões de hectares - o que corresponde a dois terços de Portugal - para agricultores brasileiros plantarem soja, algodão e milho no norte do país…”Neste caso verdade ou não, facto é que é uma constante em Moçambique, lideres fantoches, sem consulta prévia a um economista, baseado na lei distribuem terras aos seus comparsas.
EV -A exportação de produtos da África para a Europa e/ou vice-versa, no fim do dia ter que importar “o mesmo” produto de volta ao continente e com as mãos abertas a espera do donativo. Não será isto um paradoxo?
JV -Absolutamente. ‘ É tanto e quanto extraordinário. Em África são muitos os Países que enfrentam problemas da segurança alimentar, mas continuam a disponibilizar vastas áreas a essas empresas estrangeiras, as multinacionais que produzem alimentos para o seu próprio benefício em detrimento do continente. É uma loucura, é de loucos.
EV- Será que esta questão circunscreve apenas na inexistência de politicas agrárias?
JV - Não sei quanto a Moçambique mas no contexto dos outros Países cujo departamentos agrícolas são frágeis, inoperacionais, sem poder, com um presidente vitalício e pessoas governamentais que tomam decisões sobre o que acontece ou não com as terras sim. Tambem notei que pouco investimento é direccionado para a agricultura Africana.
EV -Como mudar o cenário?
JV -Penso que é extremamente importante que cada governo que se envolve em acordos com empresa estrangeira ou Pais para uso e aproveitamento da terra em África, devia pautar por um processo transparente, com o conhecimento da sociedade sobre os montantes envolvidos, tempo de exploração, o numero de empregos, o que advêm desse processo e não contrariamente ao que é habitual, o secretismo. Queremos saber o que vem sendo feito em nosso nome, do povo.
EV -Falta de transparência, acordos secretos, alimentos a serem exportados. Isto é no contexto de empresas locais ou estrangeiras?
JV -Temos empresas da Arábia Saudita, Índia a operar em grande escala no continente africano mas que, nos contractos rubricados não existe nenhuma clausula que diz que estas empresas devem produzir alimentos para África.
O que sabemos é que a maioria dessa produção tem sido exportada, enviada de volta para a Arábia Saudita, Índia e, diria que isto é roubar a agua africana para o crescimento desses produtos alimentares. Os produtos precisam de água, do sol e se estamos a exportar esses alimentos, estamos a exportar agua, sol, o que presentemente esta a acontecer.
EV -Mito ou não quando se diz que a China esta a varrer o continente africano e qual é o tempo ponto de vista?
JV- A China é um amigo, um potencial. Entrou, esta a investir com muita força nos recursos de que precisa. Criou laços fortes de cooperação com muitos países africanos os quais por si só no fim do dia pagam a China e não o oposto, claro que A china construiu estradas, pontes, hospitais, fez muito para as comunidades, não posso negar este facto.
O perigo reside quando começam a beneficiar se dos recursos no continente mas com exclusão da África. ‘Não deixa nada’. Começa como um amigo mas potencialmente torna-se num inimigo. Em África a China tem muito poder.
“Enquanto os US entram pela forca das armas os outros põem o dinheiro a vista. Vejam se não ficamos até sem a roupa no corpo.