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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Rombo de 14 milhoes no BIM


Rombo de 14 milhões na maior agência bancária do BIM em Quelimane
Estacios Valoi
23/12/10
Sob auspício do Ministério publico seis elementos do Banco Internacional de Moçambique em Quelimane semana passada recolheram aos calabouços alegadamente implicados no desaparecimento de cerca de 14 milhões de meticais dos cofres daquela agência na Zambézia.
De entre os anteriormente detidos, constam, o Gerente do Banco, Cristóvão, Caetano tesoureiro, empregados de caixa, Victor, Gordinho e mais uma funcionaria Laurentina Arroz em investigação num processo de pergunta resposta em averiguação da profundidade do envolvimento destes indivíduos no desfalque.
Segundo fontes internas, este hecatombe é o culminar de actividades ilícitas que vem decorrendo a já algum tempo, por fim despoletado Novembro ultimo.
Ate as 19h00 de sexta-feira última, fontes credíveis afirmaram que cinco dos seis detidos tinham sido soltos mediante o pagamento de caução, apenas permanecendo por detrás das grades o gerente. Contudo não nos foi possível saber os montantes caucionados para a soltura dos elementos em causa, assim como os mais dados relacionados com este desfalque. Ate a esta fase foi confirmada que apenas o gerente permanece nas celas da polícia enquanto os outros foram soltos mediante o pagamento de caução.
Perante tal facto, é do sabido que os indiciados foram detidos a mando da procuradoria, mas tentativas de falar com a procuradora chefe Angélica Napica Tembe, pariram um rato. Aquela declinou prestar quaisquer declarações a imprensa sobre o desenrolar do caso que anda de boca em boca nesta urbe, onde o cidadão esta ávido de saber o que realmente se passa no BIM. Andamos pelo BIM em Quelimane, telefonamos para a central em Maputo, mas mesmo assim nem os apelidos nos foram facultados.
As incongruências, Incompetência e arrogância da procuradora chefe na Zambézia.
“A procuradora veio da Província de Cabo Delgado, transferida para Quelimane durante o mandato do antigo governador Carvalho Muaria na sua boleia. Aqui na procuradoria muitos processos estão estagnados, talvez pela própria incompetência e favoritismo da procuradora chefe, acho que este será mais um de entre muitos casos”.
Com muitos processos de índole desfalca rio, pendentes e apinhados, como os dos 7 milhões para o desenvolvimento do Distrito segundo o governo, onde se destacam alguns administradores e de outros casos mal parados, a procuradora chefe durante o dia todo de sexta-feira passada, mostrou se incapaz de ate autorizar o seu porta-voz Amâncio Zimba a falar sobre o rombo no BIM, submetendo-nos a um jogo de ‘ping ping’, hora tínhamos que falar com os representantes do BIM, ora o porta-voz da procuradoria. Etc.
“ A chefe mandou dizer para irem ao BIM”, disse um dos funcionários de nome Bie e a enfatizou secretaria.
Nas primeiras horas da amanha a nossa reportagem esteve no BIM. A semelhança do que aconteceu na procuradoria, na instituição bancária não fugiu a regra.’ Vão a procuradoria’.
Contactou-se o porta-voz que disse não estar autorizado pela procuradora a dar qualquer informação a imprensa, tendo agendado um encontro para 14h30 no seu escritório, e que possivelmente ate a essa altura fosse autorizado. Encontro marcado.
Retornamos ao encontro da procuradora chefe na Av. Josina Machel, desta vez quase todos os órgãos de comunicação em Quelimane, Rádio Moçambique, STV, Diário da Zambézia. Mais uma vez solicitamos o encontro com a procuradora ou que esta desse luz verde ao seu porta-voz e, foi nos dito que estava em reunião consultiva, o que segundo fontes não era verdade. Uma tentativa de nos ludibriar.
Na altura, o repórter da STV Jorge Marcos foi ameaçado por um dos funcionários de nome Bie, porque o repórter afirmou: ‘Não nos querem deixar subir para falar com a procuradora’, e, arrogantemente o funcionário questionou: Quem é que não vos quer deixar subir’. Como quem diz sou a lei disse: Vou abrir um processo de difamação contra si.

Água de pouca dura que ainda sabemos algo sobre a constituição e a lei de imprensa neste ‘sitio’. O repórter disse: Estão, e, não estas! No léxico português significa outra coisa. Voltemos ao epicentro da questão.
14horas, novamente na procuradoria, onde após a procuradora sair da sua viatura, paga pelos impostos do bolso do povo, no corredor daquela instituição onde a nossa reportagem estava a espera Angélica Tembe mais umas vez recusou se a falar delegando a sua secretaria para encaminhar a nossa reportagem ao, dizem ’ Doutor Tomo’, não sei se fez doutoramento! Aquele peremptoriamente afirmou que a sua chefe não estava apta a pronunciar se, mas que, uma vez que tínhamos o encontro agendado com o porta-voz para as 14h30 na PIC, aquele iria falar. ‘ Ele vai falar, há concertações que se fizeram entre a chefe e porta voz’.
Questionei o para que reconfirmasse o que dizia. ‘ Não é preciso’. Senhor confira. Telefone a sua chefe. “ Ele vai falar. Não é preciso telefonar a chefe” e, lá disse o empregado da procuradora.
A equipe de jornalistas deslocou se ao edifico da policia de investigação criminal (PIC) para o dito encontro com o porta-voz Zimba. Equipamento montado e preparado, eis que o porta-voz reafirma ainda não ter sido autorizado a falar a imprensa, facto que nos deixou estupefactos.
Fizemos um ‘U’ e, 15h00 estávamos na porta da procuradoria para confrontar a chefe que desde a manha de sexta-feira tinha estado no seu local de trabalho não reunida conforme iam dizendo os seus subordinados, apenas saído quiçá para o almoço.
Um autêntico vaivém. Contrariamente ao horário normal de expediente na república de Moçambique no que se refere ao sector público do qual segundo fontes Angélica não abdica nunca, desta vez refugiou-se, refém de si mesma no seu escritório onde permaneceu ate as 18h00.Tudo para não encarar os órgãos de informação. Enquanto isto, os outros funcionários findavam mais um dia de trabalho.
Varias as manobras para tentar despistar a imprensa. Pelos seus funcionários, a procuradora foi trancada nos seus escritórios, sua viatura removida da frente da procuradoria, duas assistentes ficaram de fora, cerca de 20metros da porta que iam relatando a chefe via celular sobre o movimento dos reporteres.
O nosso almoço foi naquele local e por conseguinte em voz alta veio me a ideia de solicitar umas panelas a vizinhança para ali cozinharmos caso a procuradora não saísse. As informantes da chefe ouviram e presumivelmente esta chegou aos ouvidos da chefe. Mas, nesta de trancar e destrancar das portas pelos empregados do público, apercebemo-nos que um deles entrara com um bilhete de avião, e, cogitando a percepção foi de que ela iria viajar e que não poderia dormir no escritório. Consultamos o horário dos voos para aquela sexta feira passada onde o avião só partia de Quelimane as 21h00. Então tarde ou cedo tinha que deixar de ser refém da sua própria consciência e incompetência.
Enquanto permanecíamos no local, as caixas de ressonância iam informando a chefe, e diziam nos: ‘ A procuradora já saiu” logicamente a mando desta. E mais uma vez de viva voz disse que as panelas já estavam a caminho, para uma sexta naquele local e, claro a informação foi canalizada a procuradora.
A nossa reportagem, STV, Rádio Moçambique, Diário da Zambézia, continuávamos a espera da (dês) representante do ministério público que, cansada de ser refém, arrogantemente decidiu sair e partir para um outro refúgio com uma escolta improvisada constituída por alguns funcionários seus fiéis, que tinham sido obrigados a permanecer no local de trabalho ate aquelas horas fora do expediente. Não se pronunciou a imprensa, muito menos para dizer, não tenho nada a declarar!
Sobre o caso do desvio dos 14 milhões de meticais no BIM em Quelimane, a informação oficial continua a reboque na casa da procuradora chefe da Zambézia Angelina Napica Tembe. Porquê, para quê, ou o que tenciona ocultar, só ela pode responder.

Escolta do governador mata em Nicoadala


Alta velocidade
Escolta do governador Itae Meque na Zambézia atropela uma criança mortalmente.
Estacios Valoi
23/12/10
O sinistro ocorreu sexta-feira ultima por volta das 9h45 na estrada nacional numero próximo as instalações do Fundo de Investimento para o Abastecimento de água (FIPAG) no distrito de Nicoadala em Quelimane na Zambézia
A criança de nome Florença Lourenço, de 7 anos de idade que frequentava a 1 classe na Escola Primaria de Mola, na altura encontrava-se acompanhada de mais duas adolescentes em passeio as quais, lograram fazer a travessia para o lado posto ao (FIPAG) isto, para quem se dirige a cidade de Quelimane.
Teve uma morte instantânea. Posteriormente foi removida para o hospital de Nicoadala onde permaneceu ate a realização das exéquias ultimo sábado no período entre 9.h00 as 10h00 da manha.
Alguns dos os táxis bicicletas que falaram a nossa reportagem que se encontrava em Nicoadala naquela manha e que viu a escolta passar, disseram que a criança foi atropelada por um dos carros de cor de cor vermelha e que tiveram que se atirar estrada fora num acto de sobrevivência para despistar a escolta do governador Itae Meque em comitiva de cerca de 8 a 10 carros com destino ao distrito de alto Molocue na companhia do Director da Agricultura e outras personalidades de visita a machambas.
A nossa reportagem na manha de sábado deslocou se a casa da malograda onde conversou com os seus encarregados de educação Lourenço Ramos, Bélita Armando e familiares.
Lourenço Ramos emocionado poucas palavras disse:’Pelo menos o governo deve satisfazer. Quando penso na minha filha, estou mal. Ela estava na Escola. Pelo menos o governo deve satisfazer me’.
Durante este processo segundo familiares no local, o Administrador de Nicoadala e sua equipe esteve com eles ate as exéquias assim como garantiu que tudo será feito para apoiar a família enlutada.
Por sua vez a esposa do Administrador daquele distrito ofereceu a família enlutada dois sacos de farinha de milho, 1 de arroz, 5 pacotes de acucar, 5 litros de óleo, 2 pacotes de sal, meio caixa de peixe e, deixaram o local. O Governador ‘ breaking news’, esse ainda não pôs os pés tendo sido apenas o motorista que conduzia uma 4*4 de cor vermelha levado a polícia para ser ouvido.
Medidas de austeridade Guebuzianas ineficazes.
A questão é. Serão necessários tantos carros para as visitas de trabalho incluindo no final de semana?

Na tarde desta quinta-feira passada segundo diário da Zambézia, relata que a Vila daquele distrito estava agitada e ate houve peditórios aos agentes económicos locais que, já no terreno cederam a comitiva mais de dez viaturas o que contando com as que vinha de Quelimane sobe para cerca de 20. Também foram formadas comissões para receber Iate Meque.
Naquele ponto do país ainda segundo o diário, a quem tenha rejeitado a proposta do governo em aumentar o número de viatura, assim como opiniões unânimes alegando que o dinheiro que o governante vai gastara no fim-de-semana poderia servir para a compra de equipamento agrícola no em prol dos agricultores.

Museu Nacional de Etnologia -Nampula



Entrevista ao director do museu Pedro de Etnologia em Nampula Guilherme Columba Estacios Valoi
23/12/09
EV -Etnologia em Moçambique que caminhos?
PC -Museu de etnologia em Nampula fundado a 23 de Agosto de 1956, já na casa dos 55 anos uma instituição cinquentenário, temos mais de vinte funcionários entre auxiliares, administrativos, operários etc.
Na fase colonial o sistema teve preocupação no sentido de conhecer o termo antropológico, etnológico do ser moçambicano mas com uma outra preocupação no sentido de dominar este povo tendo em conta os seus hábitos, direitos consuetudinários.
Após a independência foi conhecer o ser moçambicano para depois trazer a sua identidade, auto estima, a sua cultura, esta é a razão.
Qual é o estagio actual do museu?
PC -Este museu tinha secções, da cinegética, numismática mas depois em 1993 o museu foi transformado no museu nacional com uma vocação especialmente etnográfica e a partir daqui de facto a preocupação é trazer a identidade deste homem moçambicano, posso por assim dizer o bilhete de identidade.
Falta de quadros, é um museu de âmbito nacional e nós aqui precisamos de etnólogos, antropólogos, sociólogos, precisamos de técnicos de vária especialidade, arqueólogos. Recorde se que um museu desta natureza precisa de fazer escavações, viajar pelo pais fora para trazer os encalços daquilo que é o ser antropológico moçambicano, precisamos de recursos humanos. Não temos especialistas e nestas circunstancias é difícil trabalhar e alcançar aquilo que são os objectivos definidos no estatuto orgânico do museu.
Agora estamos a depender da direccao provincial da cultuara, e é curioso porque sendo uma instituição de âmbito nacional na minha óptica é ridículo que esta instituição dependa de uma direcção provincial. Ou é uma instituição de âmbito nacional ou provincial.
Embora falemos hoje da descentralização é necessário que esta dissecação nacional, a do museu da ilha de Moçambique que também é de âmbito nacional e de outras instituições sediadas nas províncias em minha óptica não podem depender da direcção provincial de educação e cultura, mas sim da direcção provincial do plano e finanças.
Há um certo erro no percurso de funcionamento do museu nacional de etnologia e penso que deve ser corrigido. Por mês recebemos do orçamento do estado cerca de 70 mil meticais e, este valor é muito a quem das necessidades.
Sem a componente especializada um dos aspectos que constituem o ‘calcanhar de Aquiles’ para aquela instituição que se pretende se nacional, isto para alem dos míseros 70 mil meticais mensal, uma autentica esmola para tamanha dimensão e objectivos preconizados por aquela instituição, a sua autonomia continua no segredo dos deuses.
EV -Quando faz menção a identidade tema vasto e por vezes controverso?
Podemos dizer que polémico mas não é menos certo que falar da identidade em Moçambique não é mais ou menos que falar da moçambicanidade. O que é ser moçambicano se não a sua forma de estar, viver, fazer as coisas, o seu dia-a-dia, produção nas várias esferas da sociedade, os assuntos fúnebres.
EV -Quem diga que estamos a perder esses valores da moçambicanidade e Africanas não?
PC -Estamos num mundo globalizado, certo que há aqueles aspectos do mundo global que também influenciam, na vida no estar deste ser moçambicano actual. Há uma certa miscigenação cultural mas a luta é para que haja uma simbiose entre o moderno e o tradicional e não uma destruição daquilo que é o tradicional.
Pedro Guilherme Columba director do museu nacional de Etnologia na cidade de Nampula
EV -As tatuagens macondes ainda serteiam divinas e quando ‘e que a escultura atinge o seu auge e vem ao encontro da sociedade no geral?
PC -Estamos a falar de um povo muito talentoso, com habilidades invejáveis de trabalhar o Pau-preto. Mas primeiro falando da tatuagem, não só constituía o ponto de vista de protecção na época da colonização, mas a aquilo que nos chamamos de escravatura doméstica, recorde se que existiam certas divergências entre os makondes, macuas, Ngones e no sentido de mais uma vez este povo se identificar, diferenciar, distinguir com os outros povos.
Ai foi constituindo um símbolo de identidade de todo um povo maconde e também uma forma de se defender dos invasores circundantes da região do planalto dos macondes.
Tatuagem, é um acto de grande coragem, recorde se que o homem é tatuado sem nenhuma anestesia, isto a sangue frio e em alguns casos o processo de tatuagem chega a atingir a massa encefálica o cérebro.
EV- Quando é que o artesanato, a arte makonde atinge o auge vem ao encontro da sociedade?
PC -Agora falando do artesanato. Desenvolvimento, não pode taxativamente dizer que foi no Sec- xvi, xviii que este povo começou a ganhar uma habilidade invejável de trabalhar o pau-preto. Foi todo um processo e ao longo de cada dia foram fazendo as mascaras outros objectos do quotidiano da sua vida e foram desenvolvendo a forma de trabalhar o pau-preto. Dizer que aqui a grande admiração é que trabalham com instrumentos rudimentares mas também num pau de facto petrificado, tornado uma pedra. Num pau e torna-lo num objecto domestico invejável e de facto esta forca da arte do artesanato do povo maconde.
EV -quando é que a arte maconde começa a notabilizar se no pais ?
PC- A arte maconde começa a notabilizar se sobretudo durante e depois da luta de libertação nacional de Moçambique. Depois da segunda guerra mundial encontramos vários objectos de arte maconde espalhados pelo mundo fora, comercializados. Os macondes da Tanzânia, Kenia, nas fronteiras da Republica Democrática do Congo, povos de origem Bantu mas portanto os massais são um povo suegenerico assim como os macondes.
Contudo encontramos os macondes em grosso modo de Moçambique e os da Tanzânia. Então os da Tanzânia foram se espalhando para as fronteiras limítrofes do kenia, Tanzânia, portanto a partir daqui começam a espalhar esta arte e trabalhar o Pau-preto pelo mundo porque também há um interesse mesmo dos colonizadores em adquirir objectos de Pau -Preto feito pelos macondes.
EV - Que esculpiam?
PC -Esculpiam a sua alma e, se olharmos aqui para o museu vamos encontrar objectos de arte maconde que são feitos de certa tatuagem, que recordam certas lagartixas, certos feitos da própria vida social e na verdade inspiravam se no seu ser, faziam e fazem ate aos dias que correm.
EV -Mercado para a venda desta arte e vejo que aqui no museu tem alguns artistas?
PC - Primeiro os artistas são nossos parceiros de facto, naturais e recorde se que também encontramos alguns artesão macondes no museu de historia nacional em Maputo. Para dizer que estes artistas contribuem para tornar a vida dos museus mais activa e dinâmica, porque nós encontramos os turistas a procura dos seus produtos, visitantes e neste aspecto isto é bastante positivo.
EV -Quanto a madeira o pau-preto ainda existe em boas quantidades em Maputo ou já fizeram uma limpeza?
PC -Quer em Nampula, cabo delgado e outras paragens do nosso pais nós encontramos estas plantas em certa medida nas nossas comunidades mas não nos podemos esquecer do fenómeno do desmatamento porque a desflorestação esta a por em causa não só o pau-preto mas também as outras espécies raras das nossas florestas em Moçambique, diria que é um apelo que faço, um ponto que merece a nossa atenção.
EV -Ministério da cultura. Este ano que esta a findar quanto foi desembolsado?
PC- Houve metamorfoses, diríamos esta metamorfose estrutural, o ministério da cultura e depois o ministério da educação e cultura e agora ministérios da cultura, essas mudanças a dada altura são boas mas criam a sua instabilidade do ponto de vista estrutural e agora tenho dito que é bem-vinda a existência do ministério da cultura, porque conectados ao ministério da educação e cultura e se temos prioridade de construir uma escola, um palco a céu aberto a prioridade vai ser a escola. Entre formar um dramaturgo e um professor a prioridade vai ser o professor.
EV -Autonomia financeira do museu?
PC - Recursos financeiros e eu não deixo de falar disto porque sem meios nada se pode fazer para por o museu a altura daquilo que é a sua vocação.
Tivemos algumas vantagens, mas muitas desvantagens. Agora, havendo só o ministério da cultura independente, as prioridades próprias do ministério serão resolvidas dentro dos prazos definidos. Infelizmente dado a redução e a contenção das despesas não é possível criar se uma estrutura cultural independente nível dos distritos, províncias.

Surto de colera em Cabo Delgado

Surto de cólera em Cabo Delgado
Estacios Valoi
23/12/10
Desde 23 Agosto a esta fase do ano a província de Cabo Delgado registou cerca de 365 casos de cólera em resultado do último surto em algumas regiões desta parcela do pais.
Os casos deram se no centro de saúde de Okua, na sede do Distrito de Chiure e no Chiure velho, no Distrito de Pemba-Metuge em Nalia e na Cidade de Pemba.
Cesário Augusto Suez medico chefe geral e clínico da província de Cabo Delgado reconhece que a situação da cólera ‘e preocupante mas o mais agravante ‘e a falta de recursos humanos.
“Relativamente a situação epidemiológica 2010, começamos a notificar os casos no mês de Agosto deste ano no centro de saúde de Okua, na sede do distrito de Chiure e no Chiure velho no dia 13 de Outubro, no Distrito e Pemba Metuge em Nália e na Cidade de Pemba no hospital central a 14 de Novembro.
Actualmente temos cinco centros de tratamento de cólera (CTC) a funcionar com um cumulativo de 365 casos durante este período de forma separada. OKua com 78,Chiure velho 124, Chiure sede 72,Pemba-Metuge 35 e Cidade de Pemba com 57 e uma taxa geral de letalidade de 0.2%, isto é, o número de óbitos que ocorreram entre os 365 casos”.
“Temos um óbito que ocorreu dentro da unidade sanitária de Chiure velho, no entanto há informações que dão conta de que também houve mortes na comunidade, é uma preocupação.
Durante este período seleccionamos equipas de enfermeiros para apoiarem o Distrito de Chiure e estamos a tentar na redistribuição do pessoal no distrito de Pemba-Metuge no posto de saúde de Nalia assim como na Cidade de Pemba”.
Cesário faz referência sobre os recursos técnicos existentes contudo a questão da falta de pessoal tem sido um problema maior a considerar.
“O nosso problema é da falta de pessoal. Em termos de recursos matérias concernentes a tendas, pulverizadores, camas e outros não tivemos grandes problemas. Temos para a resolução dos problemas e para os pacientes internados nestes centros. Quanto aos medicamentos neste momento não temos rotura de stock; tivemos algum problema relacionado com o cloro mas recebemos algum do nível central em Maputo assim como da direcção provincial das obras públicas da província.
Quanto a recursos financeiros tivemos um fundo no valor de cerca de 230 mil meticais anteriormente previsto pela nossa direcção provincial para este tipo de situações. É um valor irrisório e fizemos um pedido a Unicef que é um parceiro nosso no combate a cólera e também precisamos envolver os activistas, realizar actividades de sensibilização nas comunidades porque deparamos com uma certa desinformação focalizada em certas zonas.
Neste momento este é o nosso grande desafio, realizarmos essa tarefa e envolver lideres políticos porque afinal a medida que o pessoal da saúde esta preparado para enfrentar qualquer situação de tratamento de pessoas a população é que sofre”.
Sempre que surge um surto de cólera, em Moçambique são factuais os casos de violência por parte da população contra elementos da saúde alegadamente porque os homens de branco levam a cólera para dentro dessas comunidades, deixando bem patente o quão sensível é a questão da sensibilização. Segundo Cesário a sensibilização começou a meses com encontros com as comunidades.
“Realmente a sensibilização começou em Julho do corrente ano e fizemos uma reunião comunitária que foi dirigida pela Excelência o governador da província, outra similar no Distrito de Chiure recentemente a menos de três semanas houve uma onde foram envolvidos líderes comunitários e portanto tivemos essa explicação.
No entanto ainda persiste o problema da incompreensão, talvez seja ignorância ou aproveitamento de certas pessoas, mas nós estamos a trabalhar no campo. Em termos de vandalismo de infra-estruturas por parte da população, na nossa província aconteceu no ano passado e houve ate situação de mortes.
Este ano temos informações que já aconteceram casos semelhantes e foi preciso sensibilizar o próprio distrito de Pemba-Metuge na aldeia Nalia com notificação de casos em que alguns conhecidos identificados estavam a ameaçar os líderes e, agora temos problemas em Ancuabe na aldeia Nacaca onde ameaçam o líder, mas estamos a tratar o assunto de forma multissectorial, saúde, polícia para que não haja obstáculos no tratamento dos nossos irmãos “.
Ouvido pela nossa reportagem em Pemba o técnico Cremildo Norte que responde pelo gabinete de epidemia da direcção da saúde naquela província nortenha enfatiza e reconhece a questão da sensibilização como um dos factores chave mas considera a situação actual não alarmante.
“Não há maior incidência de cólera que possa alarmar a província. A questão da expulsão dos elementos da saúde por parte das comunidades com problemas de cólera ‘e um facto mas não como o que se registou no ano passado.
Houve uma redução devido ao maior esforço por parte da saúde em coordenação com as infra-estruturas dos bairros, Distritos afectados onde se fez maior sensibilização no sentido de consciencializar as comunidades sobre a ideologia da cólera, o que se pode fazer e quais são os factores determinantes, mas sobre tudo no que se pode resolver dentro da comunidade.
Há receptividade por parte da comunidade e temos recebido alguma aceitação em termos de coloração da água, medidas preventivas a nível das comunidades e penso que esta tem ganhado consciência em relação a isto. Ainda não registamos casos de perseguição de pessoas da saúde ou activistas.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Azafama na construção de estradas



Azafama na construção de estradas
Texto e fotos: Estacios Valoi
Distrito do alto Molocue situado a cerca de 390 quilómetros da Cidade de Quelimane actualmente com cerca de 42.200 mil habitantes aparentemente o seu desenvolvimento vai de vento em popa. Enquanto em Quelimane o governador da Zambézia Itae Meque vai mentindo e/ou justificando se em nome de pedras e cimento para a conclusão e entrega da construção das estradas faz tempo,
Sertorio João Mário Fernando presidente do concelho municipal de Alto Molocue, no pulsar das actividades consagradas no seu manifesto eleitoral a completar o período de um ano e oito meses faz o seu balanço.
“Desde que tomamos posse privilegiamos a reabilitação das vias urbanas assim como perurbanas quer através de fundos de estradas assim como a partir das receitas do concelho municipal. Quanto ao asfalto ate este momento em parceria com o governo no âmbito da reabilitação da estrada nacional número um e aproveitado a mobilização do empreiteiro vamos ter quatro quilómetros de estrada asfaltada e o trabalho já começou.
Numa primeira fase foram já asfaltados cerca de 500 metros mas já estamos por volta de 1 quilómetro e alguns metros. Quanto ao prazo de entrega das a princípio era de 3 meses, mas para o assentamento do asfalto se não forem as chuvas provavelmente ate dia 22 de Dezembro deste ano teremos a primeira parte reabilitada e faltarão outros trabalhos que serão a parte da montagem de Assis assim como a feitura de valas de drenagem da água”.
Com uma receita mensal que ronda os 60 e 200 mil meticais, a compensação autárquica recebida este ano foi de três milhões de meticais.
“No inicio, isto Fevereiro do ano passado, no primeiro e segundo mês estávamos por volta de 60 mil meticais mês, mas nos últimos estamos por volta de 200 mil meticais o que em termos de ganhos para as nossas contas ‘e muito pouco. Seria bom se mensalmente conseguíssemos 300 mil meticais nesta primeira fase. E penso que com a ploca municipal que formamos a receita vai subir significativamente.
Os desafios são enormes, desde água, estradas, salários. precisamos de redobrar os esforços e aplicas as taxas previstas. Verdade que neste momento não podemos sufocar o munícipe. A municipalização no Distrito de Molocue ‘e uma experiencia nova. Estamos a introduzir as taxas gradualmente. Gostaríamos de resolver muita coisa”.
Os 7 bilhões propalados pelo regime guebuziano para o Distrito como pólo de desenvolvimento, em Molocue ainda são vistos de binóculos
“A nivel dos Municípios de Moçambique em Junho ou Julho tivemos um encontro com o presidente da república e há probabilidades de nos próximos anos sermos contemplados nesses fundos mas ate agora nada transpirou. Contudo de 2008 a esta fase penso que muita coisa esta a melhorar.
Estamos a praticamente um ano e oito meses do nosso mandato e muitas coisas fizeram: a começar por um carro funerário, um carro para a recolha do lixo, construímos um posto de saúde na margem direita do rio Molocue e durante o ano passado conseguimos reabilitar quatro quilómetros e trezentos de estrada urbana e cerca de quatro quilómetros de estradas perurbanas e, este ano estamos a reabilitar cerca de três estradas periurbanas e a fazer a asfaltagem de cerca de quatro quilómetros de estrada”.
“Verdade que temos muitos desafios e a agua ‘e uma das prioridades do nosso mandato. No ano passado através do conselho municipal e nossos esforços conseguimos construir cinco poços melhorados, este ano mais cinco, assim como através do governo provincial e distrital fomos contemplados nos cinco furos de água. Ate ao presente momento abrimos cerca de três.
Em termos de cobertura estamos muito abaixo com cerca de 22% que ‘e muito pouco num universo de 42.200 habitantes mas pensam que ate próximo ano teremos uma solução para água. A ideia ‘e tentar melhorar o número de cobertura e pensamos que ate 1013 no fim do mandato terão melhorado a questão da água”.
Apesar dos avanços por Fernando mencionados, num processo de construção e reabilitação das rodovias onde o peão assim como os automobilistas não sabem onde circular porque a maior parte das vias estão bloqueadas a questão da água um dos cavalos de batalha do seu mandato contínua sendo um problema urgente por resolver.
Tempo de mandato 1 ano e cerca de oito meses a espera do fim do mandato para solucionar a questão da agua de um concurso lançado em 2008 mas que ate aqui não surtiu o efeito desejado para o povo que recorre a agua imprópria para o consumo, muita gente no rio a tirar agua para beber, lavar e tomar banho. Foi o que constatei.
“A nível central em 2008 foi lançado um concurso para uma empresa vir fazer o estudo sobre como seria o abastecimento de água para Alto Molocue. Adiantar que por aquilo que pude ouvir, esperava-se fazer a captação da agua a partir da nascente dos montes Rupi que distam a aproximadamente vinte e cinco quilómetros daqui, mas pelos estudos feitos aquela agua não será suficiente para abastecer a vila, com os estudos a serem feitos poderá se definir de que fonte a agua será captada.
Ate aqui vamos tentando através de furos e poços e temos um pequeno sistema que esta em estado absoleto de onde a agua era directamente retirada do rio o que acarretava muitos custos. Água do rio para banho sim, mas para beber pensa que temos fontes alternativas. Estamos tentando fazer, mas não ‘e o suficiente para fornecer água de qualidade”.
Diferentemente da cidade capital da Zambézia Quelimane onde o índice se assaltos roubos na via publica assim como em residências com recurso a catanas se agudizou diante de uma policia doente, obrigando os munícipes a refugiarem se nas suas casas a partir das 19horas em diante em Molocue respira se a ‘granel’
“Nestes últimos meses partindo do ano passado não tiveram casos graves apesar de ser um corredor que temos aqui a estrada nacional número 1 mas aqui tem a polícia da república de Moçambique (PRM) e, recentemente a camarária desde o dia 24 do mês passado. Avaliando isto que conseguimos fazer neste período de um anão e oito meses significa que o ambiente ‘e salutar”.

No Distrito de Alto Molocue sementeira a espera da chuva



No Distrito de Alto Molocue sementeira a espera da chuva
Texto e fotos: Estacios Valoi
02/12/10
A campanha Agrícola 2010/11 lançada a 16 de Outubro último na provincial da Zambézia encontrasse na fase da lavoura apesar da sementeira estar dependente da chuva.
A falta de um sistema de regadio não só nesta parcela do País, assim como nos outros quadrantes tem sido uma problemática ainda longe de ser solucionada.
Arsénio Candua Director dos Servicos das actividades económicas do Distrito de Alto Molocue reconhece tal facto.
”Neste momento os produtores de Molocue ainda estão envolvidos na lavoura das áreas e segundo a nossa ronda de monitoria dentro do plano de lavrar 94.970, para esta campanha já atingimos mais ou menos 60 mil o que significa 60 % das áreas planificadas. Nesta primeira época as lavouras vão até o mês de Janeiro e, ainda estamos a aguardar as chuvas para iniciar com as sementeiras.
Em termos de de áreas e produção estamos a prever um crescimento de 3,38% comparativamente a época passada, no seu global um crescimento de 7%. Na época passada, alcançamos uma produção efectiva de 2029. 400 Toneladas colhida numa área de 93.460 hectares num Distrito onde a maior concentração dos nossos pólos de produtores e potencialidade estão no posto administrativo de Nawela.
A espera da chuva e novas tecnologias por implementar. Candua prefere mencionar a introdução de novas culturas enquanto a água fica para segundo plano
“Vamos introduzir algumas culturas novas como a de Soja em grande escala. Temos um parceiro que é a Cluser, uma associação que trabalha com outras associações provedoras de serviços agrários que são financiados pela Tecnoserve que recebe fundos da USAID que apostam mais na cultura de Soja, e, nós achamos que esta cultura deve ser a aposta no nosso Distrito porque há condições climáticas favoráveis, mercado e com bom preço garantido.
Nesta primeira fase vamos iniciar com cerca de 600 hectares da cultura de soja. A título experimental também queremos introduzir a cultura de trigo numa área de 10 hectares. Temos os produtores identificados, assim como de um produtor local de semente de trigo, um grande produtor que vai trabalhar connosco numa área ínfima a 10hectares”.
“É correcto, estamos a espera da chuva mas se o sistema de irrigação estivesse operacional neste momento já estaríamos a fazer a sementeira. Digamos que não temos um sistema de irrigação de realce. O nosso Distrito continua a depender das chuvas, um limitante que não pode ser resolvido em pouco tempo. Sabemos que qualquer sistema de irrigação acarreta custos elevados mas temos o de pequena escala como o uso de motobombas e alguns produtores utilizam, contudo para uma cultura centralizada de hortícolas em pequenas áreas”.
Versando sobre as novas tecnologias, Candua mais uma vez conjuntura.
“Tecnologias novas que vão contribuir para o aumento da produção em cerca de 7%, estamos a contar com a Agra parceira directa do Ministério da Agricultura que tem a componente da introdução da semente melhorada e fertilizantes, também através do IFDC um dos provedores que vai implementar a provisão de insumos agrícolas, sobretudo na componente de fertilizantes para aumentar a produtividade. Temos a semente melhorada num leque das melhores o PAN 67, a do milho de Matuba que neste momento já esta na posse dos agricultores e vamos intensificar a acção da atracção animal.
Sabemos que é uma nova tecnologia, ate aqui com um ano de vida introduzida no Distrito na campanha passada, pese embora não tenha tido resultados na abertura de grandes áreas. A maioria dos produtores está praticamente a ver isto pela primeira vez. Houve fraca aderência porque pensam que as áreas onde estão são de declive com uma altitude acima de 500 metros e, os animais não conseguem trabalhar a terra.
Este ano estamos a continuar a treinar as mesmas pessoas do ano passado, isto os produtores para ver qual será o impacto e se de facto a tecnologia pode ou não servir para o distrito e nos próximos anos vamos recomendar”.
Relativamente as vias de escoamento que tem sido o ‘ Calcanhar de Aquiles”, o que da azo a acumulação assim como a deterioração de produtos agrícolas em alguns focos, segundo Candua o sector que dirige tem o apoio de vários parceiros.
“Estamos a trabalhar com vários parceiros que nos estão a apoiar na agregação de valores da produção, isto é, escoamento, mercado justo que ofereça um preço competitivo e deixe os produtores e comerciantes tranquilos. Na campanha passada trabalhamos com o Programa Mundial da Alimentação (PMA), que através de um fundo do AGAPI apoiou alguns produtores. Foram comprar cerca de 200 toneladas de milho e 144 de feijões aos produtores e, por sua vez o PMA absorveu aquela produção toda e o grupo que estava a fazer compras ficou com os seus lucros, depois o dinheiro foi devolvido ao AGAPI. Queremos continuar com esta politica que há muita aderência.
O Preço do milho não tem sido reconfortante para os produtores de cinco seis hectares, não ganham mais do que 60, 70 mil meticais, por isso estamos a introduzir culturas com melhor rendimento e preço como a soja, e, incentivar a produção do feijão que esta ganhando o preço de campanha para campanha.
Em termos de produção real as culturas do distrito em que nós apostamos, até este momento tem sido o feijão manteiga, milho e os restantes feijões. Temos alguma produção de fruta sobretudo a banana e a laranja que em épocas de colheita há muita produção.
Onde é que andam as fabricas de processamento!?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Défice de especialista no Hospital Central de Nampula


Défice de especialista no Hospital Central de Nampula
Texto e fotos: Estacios Valoi
25/11/10
Três Ortopedistas embrulhados nos cerca de quatro milhões de pessoas que a maior unidade sanitária regional (HCN) no nordeste de Moçambique assiste.
Associando a esta problemática salienta se a falta de coordenação entre os Hospitais localizados naquela zona tornando se um outro obstáculo no funcionamento normal do (HCN), o que leva a direcção hospitalar a apelar pelas instituições de direito para colmatar esta situação.
Dr. Anselmo Vilanculos Director clínico do Hospital, agastado com este problema que vem de algum tempo a esta fase na Unidade que dirige onde dão entrada pacientes não só provenientes da Província de Nampula mas também do Niassa, Cabo Delgado e ainda da parte da Zambézia, a partida faz referência a avalanche do número de pacientes.
“ Temos uma avalanche de pessoas e recomendamos as províncias a pautarem por uma coordenação e informação prévia antes de nos enviarem os doentes porque isso possibilita que o Hospital se organize e saiba em que condições o doente chega, meios a usar para poder receber o doente em melhores condições. Temos tido algum sucesso relativamente a Província de Cabo Delgado mas estamos com serias dificuldades de comunicação com a Província do Niassa.
Com Cabo Delgado temos conseguido estabelecer uma comunicação prévia e permanente. Nos deslocamos ao aeroporto para levar os doentes que muitas das vezes chegam num estado crítico transferidos via aérea. A entrada da ambulância até a pista precisa de documentação e se não haver essa coordenação cria constrangimentos. Há casos que chegam sem critérios para transferência que terminam regressando no banco de socorro mas felizmente ate aqui não temos nenhum registo de morte”.
Recebemos mais casos de Neurocirurgia e da Província do Niassa fundamentalmente os de Ortopedia. Cabo Delgado tem lá um especialista moçambicano mas mandam todos os casos para aqui e não temos todas as especialidades, a título de exemplo a de Dermatologia que se encontra inoperacional porque o contrato com a médica terminou e esta teve que regressar ao seu Pais de origem”.
Enquanto isto, com a ausência de um especialista na área no (HCN), os pacientes ficam entregues a sua sorte e nos arranjos pelos quais diariamente as equipes tem que se desdobra para satisfazer a demanda de milhares de enfermos. Vilanculos a espera de uma solução concreta do Ministério da Saúde.
“Temos certas indicações do Ministério que brevemente teremos a especialista de Dermatologia. Seria bom termos especialistas moçambicanos em todas as áreas mas é verdade que os especialistas estrangeiros que temos aqui também estão a dar resposta a qualidade dos serviços. Produzir um especialista leva muito tempo.
Quanto aos recursos humanos há um esforço que esta sendo feito. Em Maputo, Beira estão a formar especialista e em Nampula já começamos na área de Pediatria, Ginoco-obstericia e vamos ver se nos próximos anos aumentamos para a medicina e Ortopedia. O nosso Hospital recebe casos de malária contudo neste último período falaria de muitos casos de trauma.
Há um aumento de casos de traumas derivados de acidentes de viação e violência doméstica, sobretudo agora que estamos a aproximar o fim do ano. Não se regista rotura de stock de medicamentos vitais e felizmente estão dentro do prazo”.
Aos factos não se foge. A corrupção e o mau atendimento são aspectos com que pauta o atendimento por parte de alguns funcionários nas unidades sanitárias em Moçambique e, (HCN) também faz parte deste leque. Vilanculos cautelosamente mas sem citar nome ou nomes dos elementos em causa reconhece tal facto.
“ Há casos em que foram levantados processos disciplinares e outros em averiguação e se confirmar provavelmente a pessoa será afastada do sistema.
Por sua vez o chefe do departamento Ortopédico do Hospital Central de Nampula Henrique de nacionalidade cubana na companhia de um outro proveniente da ex-União Soviética que ia subscrevendo tudo o que o colega dizia, versam sobre a problemática e mais uma vez apelam.
‘”Temos muitos problemas com a falta de pessoal técnico e coordenação com as outras Províncias. Somos tês ortopedistas e é muito difícil dar toda a atenção para cerca de quatro mil pessoas. Os outros Hospitais estão a fazer transferência sem prévia coordenação como exemplo: Cabo Delgado que tem um especialista de ortopedia mas transfere doentes para aqui com patologias que podem perfeitamente ser tratadas na sua província de origem e a mesma coisa acontece com mais de uma.
Temos a obrigação de assistir a todos os doentes da nossa província mas quando se faz a transferência de doentes de outra província sem prévia coordenação é muito complicado porque enche muito as nossas enfermarias onde por dia entram de baixa 21 pessoas e fazemos 12 cirurgias por semana distribuídas nas três salas que temos”.
Dos casos que temos recebido os mais graves são de baixas com fracturas graves de Fémur devido aos acidentes de viação que precisam de muita atenção, transfusão de sangue e aqui em Moçambique há muitos problemas com a disponibilidade de sangue e, o outro maior tem a ver com a falta de equipamento adequado para fazer uma operação mas com os escassos meios disponíveis e maior esforço tratamos de fazer a cirurgia.
Já falamos com a Direcção do Hospital, o Ministério da saúde por varias vezes, mas não tem capacidade de alocar mais ortopedistas porque não tem pessoal técnico para fazer face a esta situação. A nível do mundo a nossa especialidade tem uma característica, é que é muito cara e lembre se que estamos a falar de um pais do terceiro mundo com muitas limitações e as vezes temos que fazer coisas que já não se fazem em outros lugares do mundo”.

Maga Exilado na Ilha de Moçambique



Maga Exilado na Ilha de Moçambique
Texto e fotos: Estacios Valoi
25/11/10
Lembro me do Paulo Magalhães (Maga) lá pelas bandas da Polana de Cimento, ali do outro lado do hospital central na rua da Mokumbura bem engomadinho, camisa de mangas compridas e claro de calcas bem vincadas, cabelo a escovinha. Se era a ferro de carvão ou não, essa foge me da memoria. Na altura ate perguntava -o se estava prestes a enforcar -se! É na Ilha de Moçambique sítio chamada Rubys que se da o reencontro. Mas antes de saber de quem se tratava fui ao museu local ver uma exposição de artes plásticas que estava patente e, muito longe de imaginar que Maga e Paulo são as muitas pessoas numa.
Também não tenho bola de cristal. Depois de ter solicitado o contacto do artistas aos gerentes do ‘ Backpacker’, isto é, o Vasco e Carolina que enquanto vasculhavam o número no celular, por fim disseram, tarde ou cedo o Maga aparece por aqui, o que fez com que me esquecesse daquelas latas que muitas das vezes as nossas companhias de telefonia móvel põem a cantar a mesmo ritmo “ neste momento não é possível estabelecer a ligação que deseja, tente mais tarde”! Lá se despiu a lua do sol e eis que horas mais tarde entra Maga, o pintor desconhecido, conhecido trajado de umas jeans azuis, camiseta branca, sapatilhas, uns quilos mais para o outro lado, pouco avantajado e umas ‘dreadlock’ de cinco anos equiparados ao seu tempo como habitante permanente da primeira capital moçambicana.
Sobre tela o óleo desliza destapando caras, corpos a colorido e por vezes a preto e branco, suaves, reais abstractos, a identidade tradicional contemporânea desembocando no farol da Ilha de Goa.
EV – Lembro me do Paulo Magalhães (Maga) de fato e gravata pelas bandas da Polana em Maputo. A quanto tempo andas exilado na Ilha e esta “mudança”?
M -A cinco anos. Esta mudança, é a vida que foi caminhando para um destino que já estava traçado depois de varias vezes ter passado por aqui onde antes fiquei nove meses e desisti disto. Estava destinado a vir parar aqui e, cá estou.
EV - Quem é o Maga ou Paulo de ontem?
M -Dentro de mim, primeiro não me considero artista plástico mas gosto da arte, desenho, escrevo mas ainda não me apareceu qualquer coisa. Quem sabe um dia. Mas é algo que já trago dentro de mim faço tempo e a Ilha de Moçambique é um sítio ideal para isso.
EV - Porquê a Ilha de Moçambique, cansado da aldeia Maputo?
M -Acho que já não me enquadro lá, não porque cansou do sítio. ‘É onde tenho família, filho. Yaa, mas já não consigo estar a viver naquele sítio, isto é muito mais de mim porque a cidade de Maputo.. Então estas a ver, é por ai.
EV -Já fica meio perdido. Quando é que o Maga aparece e diz vou fazer uma exposição aqui na Ilha?
M -Fiz a primeira. Olha, tenho um espaço que a princípio ainda vai ser um bar onde faço alguns convívios com amigos e foi onde fiz a primeira exposição a cores também em tela e óleo. É algo que sempre esteve na minha cabeça e dizia a mim que o dia em que estiver na ilha também faço uma. Foi se a primeira e agora apareceu esta programada que se enquadra no dia da cidade e convidamos dois artistas locais. ‘É interessante porque praticamente o meu trabalho em termos de traço, arte pintura não tem nada ver com o local e por acaso tinham esculturas do Fefe que eram os barcos e é um bom escultor e pronto. Yaa, surgiu a ideia e fizemos a exposição
EV - Cinco anos na Ilha. Exílio ou Salvação?
M -Nem salvação nem exílio é vida mas só deus sabe ate onde a gente vai. Hoje estamos aqui e por acaso é aqui onde quero estar. Amanha não sei.
EV – Pensas que te encontraste com o Maga, Paulo e outros dentro de ti e que antes estavas a representar um certo personagem?
M -As vezes a gente tem uma coisa que é uma obrigação, e o trabalho as vezes nos obriga a estar em certas condições em não és realmente tu.
EV- É a tal liberdade de que tanto se fala, o direito a escolha?
M -Desde que seja bem feito. Penso que as pessoas tem que ser elas mesmas, agora digo que sou eu mesmo, não há aquele, não há o espelho ao lado, estou a ser eu e sou eu memo.
EV -Este é o encontro do Paulo e o Maga?
M -Ate sinceramente. Maga vem do Magalhães, eu sou Paulo César Correia Pinto de Magalhães e essa família também merece estar numa tela. Estas a ver, ela é muito forte. (risos).
A esteira do alanca cultural e/ou dos fazedores das artes ilhados, pareceram me praticamente ‘ inexistentes’ numa ilha onde levam se décadas para se realizar uma exposição seja disto ou aquilo. Contudo Maga considera deficiente mas que vai se fazendo.
M-Penso que na ilha existem mais artistas e não só estes cinco ou três.
EV - Mas já os pôde ver?
M -Ver não porque esta coisa de criar exposições vou te dizer. Esta é a segunda exposição na ilha de Moçambique faz décadas, não digo que não tenham acontecido mas isto que foi feito e organizado no museu. Há feiras, artistas e, a quem esteja habituado a apresentar em feiras. Mas em Nampula o que tu vês em feiras! No museu em Nampula tens uma exposição mas vais ver que é permanentes e tens pouca gente a fazer pintura e a expor o seu trabalho, mostrar. Organizar uma exposição, muito menos em Nampula e pior aqui.
EV- Base de inspiração e a mensagem?
M- Sabes, eu pinta muito o ‘ NÓS’. Se reparares pinto muito o homem, a mulher, rostos, o que nós somos e para mim, nos expressamos do nosso corpo, cara, quero dizer a nossa expressão seria é essa, estas a ver. Aquilo que estas a olhar é aquilo que é. As minhas mensagens são várias, sou muita paz e amor, harmonia. Estas a ver, sou mesmo muita paz e amor… yaa, expresso muita coisa.
EV - Como é que partilha o teu conhecimento com a turma artística cá da Ilha, isto considerando que a maior parte quase que nunca sai da ilha, isto para além de que os outros quadros que vi expostos trazem a mesquita, fortaleza num traço tradicional de desenho básico ilhado?
M - Vou te dizer. É bom sair da ilha yaa, mas sair e ir pensar. Exemplo os putos estão agora a estudar a 12 classe e é lógico que aqui não temos Universidade e nem condições e, os gajos tem que sair todos para Nampula, esta a ver. Mas era bom que os gajos se formassem em áreas para depois voltarem para aqui e fazer alguma coisa disto porque amanha não estaremos aqui, vai estar o meu filho. Pronto o meu filho é de Maputo mas que o gajo amanha fizesse um curso e viesse para aqui fazer alguma coisa. Quanto aos locais, gostaria que eles também fizessem isso mas é normal que eles também tenham necessidade de ir conhecer outras coisas, cidades.
Pintei a ilha mas num traço totalmente diferente. Vais ver a ilha em preto e branco, tens uma tela em que tens uma mulher mas é a mulher daqui Macua, a do Farol, estas a perceber. O Farol é uma ilha do outro lado que nós temos, chama se o Farol da Ilha de Goa. Então a mulher que esta na praia, na ilha de Goa é mulher Macua.
Mas para um jovem que esta aqui esta interpretação é difícil. Alguns querem aprender a pintar mas digo sinceramente o problema não é aprender a pintar. Aprender a pintar pintas qualquer coisa o problema é te expressares de maneira que as pessoas entendam aquilo que estas a pintar. Aqui temos vários artistas que fazem o seu trabalho monótono diário e que tem falta de criatividade. O incentivo esta ai, estou a dar, esta lá. A explicação! Alguns sabem ler, mas o conceito daquilo que aquela arte, a pintura representa é muito difícil para um jovem daqui da Ilha porque eles ainda têm muito que aprender. Estão a aprender e estão a ter resultados.
Esta nova geração não acredito que apanhe, mas as próximas consoante o trabalho que estamos a fazer, eu e certas pessoas acredito que sim.
EV – Maga ilhado que analise faz da tua estadia nestes cinco anos aqui na ilha?
M- Fixe.Pora, nem imaginas. Não tem comparação há muita coisa a acontecer e a aparecer para os dois lados. Não se pode dizer só para o bem da comunidade mas como se diz, com o desenvolvimento também aparece o ladrão, a falta de água só aparece depois do ladrão que corta tudo.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Périplo pela Ilha Moçambique



Périplo pela Ilha Moçambique
Água um dos problemas mais graves
Texto: Estacios Valoi
Fotos: Cortesia Miriameckert
A ilha de Moçambique situada na região Nordeste do Pais a escassos quilómetros da Cidade de Nampula considerada pela Unesco património mundial actualmente com cerca de 48 mil habitantes enfrenta problemas graves de falta de água.
Milhares de pessoas são obrigadas a percorrer longas distancias a pé e por vezes a reboque de viaturas privadas ou da administração partindo da zona insular carregadas te tanques, tambores vazios atravessando a ponte ainda em reconstrução ao continente na busca deste precioso liquido.
O problema que remonta desde anos longínquos isto porque a conduta concebida ainda na fase colonial encontra se num estagio decadente e incapacitada para o abastecimento da agua. A conduta anteriormente construída para cerca de oito a dez mil habitantes outrora habitantes da Ilha, actualmente esta alberga quase o quíntuplo da população.
Segundo António Saules administrador desta parcela circundada de água por todos os lados de entre outros problemas que enferma a ilha o mais grave tem a ver com a falta de fornecimento da água.
‘”Como problema grave temos a falta de água desde o mês de Setembro último a esta fase do ano que vamos buscar no continente de carros carregados de tambores. A própria conduta fora concebida só para a zona insular, esta furada e também serve para toda a população no continente onde hoje temos muita gente no continente. A água não tem a possibilidade de passar para cá. A nossa empresa de águas aqui por si só é incapaz de solucionar um problema desta dimensão. No próximo ano vai se organizar todo o trabalho a partir da tubagem de captação no continente na zona de Ampapa, esta agua que sai do Rio Monapo a cerca de 35 quilómetros daqui.
Tivemos uma reunião com o conselho municipal local e disponibilizamos viaturas que tiram agua para alguma população, já falamos com o conselho municipal de Nacala para nos emprestar alguns depósitos e a partir de segunda-feira o município vai se encarregar de transportar e distribuir a água a população. Temos poços e furos mas têm água salubre”
Em contacto com o director da empresa Agua da Ilha André Canimal, este reconheceu a incapacidade da instituição que dirige na solução desta problemática apelando pelo departamento de Obras Publicas e Habitação assim como outras de direito.
“Quando começamos a ver a insuficiência da água sobretudo a partir de meados de Setembro deste ano, fomos identificar o problema e detectamos que a conduta tutora desde que foi semeada houve problemas de falta de válvulas de descarga para poder limpar a lama no seu interior a qual não permite que a água passe em boas condições e esta a criar problemas graves. A conduta montada remonta desde o período colonial e houve uma reabilitação parcial em 1993 e findou em 1994.
A conduta foi muito explorada portanto é preciso uma nova e o consumo aumentou porque o numero de habitantes neste momento no distrito é superior em relação ao que estava previsto quando se desenhou e montou se este projecto. Na altura falava se de 8 a 10 mil habitantes e hoje o distrito fala de 48 mil, automaticamente a conduta não esta a altura de fazer face a esta demanda.
A nível do governo este previsto um projecto que contempla uma conduta tutora nova a ser colocada em paralelo a esta actual e também vão retocar a já existente nos sítios mais críticos e vai melhorar significativamente em termos de abastecimento de água, pelo menos há essas garantias. Neste momento como acção de emergência, colocamos o problema ao governo, conselho municipal a direcção de tutela, Direcção Nacional de Aguas e Obras publicas que já conhecem a situação.
É caso para questionar onde esteve o governo da Frelimo todos estes anos enquanto a conduta ia se degradando! Mas não só destes problemas sobrevive a Ilha, o fantasma dos 7 bilhões da administração Guebuziana, deste lado vai para as áreas da pesca, turismo e a agricultura como prioritárias e com falta de fiscalização. Para o jornalista do Centro multimédia de Moçambique na Ilha (Rádio Comunitária) Jamal Imussa em contacto com a nossa reportagem, a situação é mais grave.
De cinco meses para cá a ilha vive problemas de água e a tecla é sempre a mesma, avarias e cortes constantes de energia que danificam o sistema eléctrico de bombas e com repercussões drásticas para a saúde pública onde as soluções são de curto prazo. No hospital diariamente entram entre quatro a cinco doentes que baixam com problemas intestinais ou diarreias. Felizmente todavia não provocaram óbitos porque a direcção da saúde tem sido muito eficiente mas, o ponto mais alto verificou se no ano passado em que a própria direcção da saúde comparticipava na contribuição do cloro para os tanques da empresa de Aguas e, hoje o que vem agudizar a situação assenta na pouca quantidade de cloro que a saúde tem recebido para serviços internos do hospital e já não da para doar. Não sabemos para onde vamos.
Pesca
De acordo com o Administrador local António Saules, os sete bilhões vão mais para os sectores da agricultura, pesca e comercio como áreas prioritárias.
“Estamos a criar condições para a instalação de um mercado de trânsito do outro lado da ponte onde todo o pescado vai ficar e acho que ai estará um pouco livres. Na pesca não atingimos o desejado porque ainda temos as pessoas que utilizam redes mosquiteiras e para reverter esta situação estamos a substituir essas com as de malha”.
Temos uma máquina de processamento de pescado mas o escoamento é feito de forma desorganizada porque a maior parte das pessoas tiram o produto marinho em camiões ou metem na chapa de noite para a cidade de Nampula, Namapa e no meio não se consegue controlar e outros fogem ao fisco. Estamos a espera do acabamento das 2 pontes. Neste momento a circulação é feita de forma desregrada e ali na ponte não é fácil colocar alguém a controlar o pessoal que passa de carros”
Baseando me na ineficiência da administração quanto a fiscalização da saída do produto pesqueiro da Ilha uma das principais fontes de receita, leva me a cogitar que quando os camiões atravessam a ponte tornam se invisíveis. Será que mais alguém se beneficia do dinheiro da tamanha invisibilidade?
Mas segundo Sales nem tudo nem tudo vai mal “A Ilha esta a desenvolver embora tenhamos alguns problemas como é o caso da recuperação de ruínas, aumento de sanitários públicos. A Unesco tem muita coisa por fazer estando neste memento na reabilitação da fortaleza e apercebe se que algumas ruínas são privadas e como tal os proprietários é que devem fazer a sua recuperação mas obedecendo o sistema arquitectónico da ilha. Este processo exige muitos custos, desde a areia que tem que se ir buscar no continente a semelhança dos Correios, TDM que eram runas e não tinham quase nada e hoje estão reabilitados”.
Turismo
Este ano fica um pouco fraco porque não aparecem muitos turistas como antes. O turista sempre aparece mas com a construção da ponte e aqueles tambores sobre esta impossibilitando a circulação normal, muitos vem uma vez e não voltam. São obrigados a mudar de carro no continente e pedem a alguém para que lhe deixe no insular e isto não ajuda. Mas talvez devidas as nossas pontes que ainda não estão concluídas, a de cais e a outra que serão entregues ate Marco do próximo ano.
A nossa reportagem também constatou que outro aspecto que também afugenta o turista recai nos constantes roubos que se verificam na paragem do vulgo chapa em frente a padaria Nampula, ponto de partida para a ilha, por conseguinte o mesmo sítio onde também roubaram a minha Canon D 450 quando em trabalho me dirigia a ilha e que segundo a policia o larápio vendeu-a a 1500 meticais!
Em contacto com um dos guias turístico e artesão local de nome artístico Robson natural e que cresceu na ilha, que falou nos com conhecimento de causa disse que o turista vai mais a Ilha no mês de Agosto época de férias pela Europa com intuito de relaxar em África e, principalmente na ilha de Moçambique entram em quantidade, contudo menos turistas moçambicanos.
O Administrador Saules tenta galvanizar a Ilha ‘”Estamos no inicio da construção de dois Hospitais, um rural no continente sitio de maior aglomeração populacional e o outro aqui no insular com dez camas faltando apenas um estudo ambiental. Antes pensamos que devia se reabilitar o Hospital que existe mas, fomos ver que não porque é como construir quatro hospitais novos para 48 mil habitantes. Temos a rádio comunitária e não há interferência. A rádio é do povo e não do administrador.
Referir que o colega da Rádio comunitária, o Jornalista Jamal Imussa com um processo orquestrado em tribunal diz durante as campanhas eleitorais sempre existe uma grande agitação e o mínimo erro que surge dizem este não é nosso. “Sofremos pelo lado da Frelimo e da Renamo. Fui parar ao tribunal onde tenho um processo na procuradoria provincial por falta de provas; um indivíduo tanzaniano que tem dinheiro, dono de uma empresa de transportes a City BoY a maior aqui, lançou uma criança dos seus 16 anos de idade murro abaixo com uma altura de cinco metros e fomos ver a criança, isto é, aprofundar o caso e veio a polícia contra nós. Perguntamos porque é que o moçambicano sofre no seu Pais. Não queremos ser assediados”

domingo, 14 de novembro de 2010

FESTIVAL DE ZALALA FECHOU COM 15 FACADAS



FESTIVAL DE ZALALA FECHOU COM 15 FACADAS
Texto e fotos: Estacios Valoi
15/11/10
Realizou se nos dias 6 e 7 de Novembro a 3 edição do festival de Zalala na Zambézia
Já na ressaca do festival que registou uma avalanche de e que custou um milhão e quatrocentos meticais a prior foi conturbado devido a ausência de patrocinadores.
Com destaque para a companhia de telefonia móvel Vodacom incluindo outros como patrocinadores uns, menos sérios que os outros num evento onde estiveram cerca de 10 mil pessoas, que desfrutaram não só da música, dança, artesanato desportos, gastronomia onde ate as barracas do museu se fizeram presentes nem tudo foi como anteriormente previsto.
Apesar deste alinhamento, nem todos puderam estar em palco como no caso de um dos mais conceituados músicos da Zambézia, Mafende a esteira deste alinhamento dos seguintes artistas; ‘Amostra sobrinho Humorista Zeferino, Silva Putos Meme e Mafende, Maryland e Sisko, dança moderna com Putos Mabassa, Will G, António Mulalamaga, Pureza Uafino, Mr.Conselho, Saldicos e Garimpeiros, Juma Jeberiwa, Massukos, Bidju, San Neko, Dédé, Musica Vodacom, Nelo Ola, Tudulos, Aly Faque.
Há quem diga que alguns dos patrocinadores foram compulsivamente obrigados pelos organizadores a patrocinarem o evento e com alguma mão do Governador local que a todo custo queria que este fizesse parte do seu mandato, o que não fugiu a regra, traduzindo se nos seus discursos de abertura, reabertura, fecho e encerramento. Mas vamos a o que interessa.
A electricidade de Moçambique também esteve em peso com os sucessivos cortes de energia por longo tempo e a ineficiência da polícia dando azo ao registo oficial de 15 esfaqueamentos e roubo de uma viatura. Contudo os milhares de entusiastas e amantes da dança música, gastronomia e não só não arredaram pé.
Segundo uma das fontes policiais em anonimato disse os 15 individuos esfaqueados anunciados pelo departamento da saúde da Província deveu se a falta de coordenação entre as partes e enfatiza que estes casos foram de menor gravidade e que nenhum processo deu entrada no posto policial de Zalala.
Mesmo com a ausência de alguns músicos em palco como Mafende a festa foi marcando os dois dias e noites em que luzes, som, cor cruzavam viagem pelo mar levados pela brisa que num evento onde a banda mais bem paga foi a dos Massukos com o bolo de 200 mil meticais não deixando seus créditos em mãos alheias e os outros com menor quinhão mas que quando se trata destas coisas de dançar, cantar fazem no por convicção.
Os meninos de fraldas, vulgo ‘mugoonda’ na língua local, do grupo de canto e dança Tudulos cá da do sítio, os madalas metálicos também de fraldas, Pureza Uafino, Biju, Garimpeiros também fizeram se sentir perante aquele público ‘dorminhoco’ que nem palmas conseguia bater como se os únicos artistas fossem os outros em palco. Mas o dia e a noite não ficaram por aqui, tendo sido inclusa a gastronomia local, artes plásticas, modalidades desportivas como Canoagem, Futebol, Voleibol, concursos de melhor bikine, melhor dançarino, cantor e outras actividades que a prior serviram como válvula de escape.
Um dos músicos presentes foi Aly Faque que para alem de cantar também teve que andar com os seus CD’s em mão tentar e/ou a vender.
É a primeira vez que faço parte do festival e trago novidades, vários temas como Stela e CDs a venda a 250 meticais, alguns números que vou cantar ao vivo para conseguir agradar ao público numa mistura entre o tradicional e o contemporâneo, a tal música ligeira, diversificada com aceitação ‘e boa e todos os com 6 álbuns são preferidos. O público deve esperar sempre aquele agrado, aquilo que vou cantar e dizer nas músicas. A associação dos músicos tenta mas não consegue, os direitos do autor existem mas funcionam com dificuldades e a pirataria nunca deixa de afundar o músico.
Enquanto os donos da casa debatem se com a falta de estúdios de gravação a banda local os garimpeiros vão a procura do’ precious’, o brilhante e nesta festa apenas tocaram uns números do álbum ainda por vir.
“ Um dos temas intitulado Nadjeza que quer dizer esperavam e, esperamos ansiosamente assim com a população e os nossos admiradores, nunca tivemos problemas de mercado e na Zambézia existe muita oscilação, não há editoras, estúdios. ‘E preciso que exista um mecanismo avançado, existem muitos espaços onde actuarmos, já passamos por vários palcos e temos que ir sempre a Maputo porque alguns dos nossos músicos vivem e gravar com alguém confiado. Estamos a tentar pelos nossos meios, temos estúdios mas não convencem muito. Verdade que o nosso publico não ‘e destas paragens mas actuamos em casamentos, boates e aniversários. Não existe promotor de espectáculos”.
Enquanto os Massukos segundo o líder vocal vieram ao festival por mais uma questão de interacção. Viemos mais por uma questão de interacção, fazer parte desta grande festa cultural, desta grande família e mostrar o pouco de Niassa”.
‘”Trouxemos algo novo, uma musica intitulada Kundopola o que significa estão a mandar me embora de casa devido a conflitos familiares que vai fazer parte do álbum do nosso 3 álbum a ser preparado. No Niassa temos promotores e agora haverá um festival nos meados ou finais deste mês, o Festival do Lago. Gito Katawala apesar de estar nos Estados Unidos tem contribuído e sempre que vamos gravando ele tem a oportunidade de ouvir e tem dado alguma opinião nos arranjos. Torna se difícil fazer uma critica sobre o mercado moçambicano, ainda estamos em vias de desenvolvimento.
O Festival de Zalala foi muito positivo, muita participação do público acolhimento, isso importa mais e apelamos a paz. Levo da Zambézia o que ‘e a cultura daqui, a galinha zambeziana, acolhimento, simpatia das pessoas, amizade”,
Segundo factos constatados pela nossa reportagem geralmente o movimento cultural na Zambézia regista se mais quando chega um alto representante do Partido Frelimo a semelhança do que recentemente aconteceu com a chegada de Filipe Paunde a esta cidade.
O Director Provincial da Educação e Cultura da Zambézia José Luís Barbosa Pereira que também fez se ao festival diz que a Zambézia ‘e por excelência cultural.
“A Zambézia é por excelência uma província cultural, vamos promovendo debates, festivais porque ‘e na Zambézia onde nos encontramos Eduardo White, Hélder Muteia, Enruga, Armando Artur nas varias bibliotecas. Levamos dois jovens a ganhar prémios nacionais, temos promovido secções de teatro que quando levamos lá para fora para Chimoio são aplaudidos. É preciso disciplinar um bocadinho, reunir todos os fazedores da cultura e fazermos planos para o futuro e assim podemos saber se avançamos ou não. Penso que não há nenhuma contradição, quando há planificação e boa vontade nos podemos explorar bem a casa da cultura. Verdade que temos um cinema estúdio que funciona como cinema e discoteca e temos que pensar o que vamos fazer com o cinema águia “.
Quanto a fraca aparição de alguns músicos perante o publico, o director eufórico iluminado pelo festival esqueceu se que por estas bandas a questão do desenvolvimento cultural continua um caos.
”Equivoco, temos o Mafende, Saldicos, grupos de teatro que vem do Chinde, Inhassunge, a Júlia Duarte aqui de Sofala a surpresa que vem de Maputo que nós não sabemos, tudo prato a zambeziana.
Não é fácil fazer um investimento na área cultural, ainda não tem uma boa aparelhagem. Os lucros na casa da cultura saem com muita dificuldade mas eles actuam independentemente. Se é uma campanha ou não do governo central vamos trabalhar e se o senhor jornalista me ajudar e outros músicos que andam na diáspora vão preferir voltar a sua terra e desenvolver. Os fazedores dizem que estamos estagnados. Este mês quero sentar me com os fazedores da cultura, saber o que vamos fazer. Nada esta perdido a cultura é uma realidade, gastronomia, dança de lata, da cobra, Nhanbarro. Um vasto leque”. A surpresa que veio de Maputo Zico ‘ Maboazuda’ não se fez soar.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

“ Na Zambézia não há problemas de fome ou bolsas ”


Fracasso ou não da “revolução verde”
“ Na Zambézia não há problemas de fome ou bolsas ”
Texto e fotos: Estacios Valoi
11/11/10
A luz do inquérito dos Orçamentos Familiares de 2008/9, uma pesquisa do Instituto Nacional de Estatística (INE) parceira do Ministério de Planificação e desenvolvimento ilustra que as politicas de luta contra a pobreza ‘ revolução verde’, apanágio do governo são um fracasso em Moçambique.
Recentemente mais um relatório da Inspecção Geral de finanças na posse de um dos jornais da praça reitera o descalabro em que as políticas do Governo de Armando Guebuza não respondem as necessidades do Pais. O relatório de auditoria do sector agrário em Moçambique produzido para a Inspecção Geral de Finanças (IGF), pela empresa de consultoria “Eurosis”, elaborado a esteira do apoio orçamental que vem sendo feito pela comunidade internacional, este é um dos instrumentos de medição do impacto das verbas disponibilizadas pelos países mais ricos.
No Inquérito sobre os Orçamentos Familiares a Província da Zambézia é a mais visada com o maior índice de pobreza evidenciando a inoperacionalidade em que o sector agrário se encontra a deriva, contudo o director da Agricultura desta Província Mohamed Rafik Vala categoricamente afirma que a província sob sua tutela não é pobre e que muito menos regista casos de bolsas de fome e generaliza.
“ Neste momento não há problemas de fome mesmo das bolsas na Zambézia. E vou falar da produção agrária no geral a Zambézia ate a presente época do ano fez uma área de 1.262.000 hectares para uma produção de 3.442.000 toneladas de produtos diversos, com ascendência para tubérculos como a Mandioca e Batata-doce, cereais sobre tudo o Milho, Mapira e Arroz. Na análise da segurança alimentar que temos feito, grande parte da população tem alimentos para suplantar aquilo que é a dieta dos agregados familiares, sobre tudo no meio rural”.
‘Já há um ascendente razoável na produção de culturas de rendimento como a Soja no Distrito de Gurue, Gergelim no distrito de Mopeia e Murrumbala. Tabaco no Distrito de Alto Molocue, Gurue, Milange e um pouco em Namaroe. Culturas de rendimento nos Distritos de Pebane, Gile, Maganja da Costa, Mocuba e de alguma forma o Distrito de Namacura’.
O Amendoim que começa a ter um ascendente muito forte para o mercado. Hoje grandes retalhistas do Sul do Pais vem a Pebane, Ile comprar o Amendoim a um preço de 12mil meticais o quilograma que depois é vendido no mercado de Xipamanine a cerca de 40 mil meticais. Há dinheiro nas mãos dos produtores, podem comprar o produto que lhe falta para a família ter um equilíbrio”.
Mas é exactamente no meio rural onde os 7 milhões apadrinhados pelo governo de Guebuza estão alocados e que segundo os relatórios constata se a maior problemática da fome. Zambézia não é nenhuma ilha isolada.
Vala contradiz se reiterando que a questão das bolsas de fome estão em zonas inóspitas com alguma baixa precipitação em termos de pluviosidade no padrão de 300/400 milímetros ano, solos com muita baixa fertilidade.
“ Segurança alimentar é um leque de actividades desde a produção agrária, pesqueira do carvão... Se as pessoas tiverem um desses produtos e vender obviamente que tem dinheiro para comprar farinha, por isso na Zambézia a mais de dois, três anos que não se houve falar de que há pessoas que morreram a fome. No Distrito do Ile produzimos Mandioca e este ano saiu bem, uma das campanhas soberanas que deu até o mês de Junho
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o homem deve nutrir se em 2100 calorias dia, o que significa mais ou menos 415/420 Kg de alimentação equilibrada. Europa no velho continente significa que um homem adulto deve ter as 4 refeições do dia. O que esta a acontecer nestas zonas que nós denominamos com algumas bolsas de fome, é que as populações não têm este rigor de nutrição alimentar”.
“Não devemos inventar outra revolução, a índia e o México fizeram a revolução verde não em cinco, seis anos, mas desde o tempo do Gandi e perdurou cerca de 18 anos. Foi sendo mudada, comutada a medida que se iam notando alguns obstáculos. Dizer que estamos no bom caminho e hoje a Província da Zambézia estrategicamente quer reeditar muita força na política agrária tendo mais empresas a fomentar culturas, mais ‘ Know How’ aos próprios produtores, fortalecer o recurso humano. Muitas das vezes tenho denominado que o professor tem que estar no meio rural com o camponês para ensinar com as tecnologias.
Enquanto Vala passeia pela, índia, Vietname, Europa, aqui na Cidade de Quelimane há pessoas que tem menos de três refeições dia, isto para não fazer menção as verdadeiras empresas de mendicidade que se registam e com a ‘revolução verde” convido o director a um périplo por um dos Distritos com problemas de fome, Chinde e, talvez optar por uma revolução cor-de-rosa considerando a importância da agricultura de subsistência.
“O próprio produtor tem que trabalhar mais, com enxada de cabo curto, a tecnologia é importante e temos que assumir que tem que ser eficiente, por isso estamos a promover a atracão animal a utilização de tractores. A agricultura de subsistência tem um paradigma importante é que esta é feita intrinsecamente para a produção de alimentos, uma das coisas que em termos de estratégia do governo da Província o desafio é produzir para ter os seus alimentos ou pelo menos uma ou duas culturas de rendimento para a pessoa poder ter qualquer coisa para ir ao mercado”.
“Estamos a trabalhar com a população na Zona de Mapira, Mugogodo, Posto sede em Mopeia, Megaza onde recentemente saiu muito tomate, o feijão bóer da última colheita porque atrasou esta sendo comercializado desenfreadamente, vendido a 15 meticais o kg, tem a Mandioca, tem o feijão bóer e se ele vende pode ir comprar outros produtos.
De uma forma geral o status da segurança alimentar neste momento em que estamos, Outubro é razoável e queremos ir para estas zonas inóspitas a que me referi. Na África Austral, países como a Zâmbia, Zimbabwe, Malawi utiliza se a agricultura de conservação, isto é, conservar a própria humidade, chove pouco conserva e a cultura garante o processo vegetativo mas para isto tudo é preciso que tenhamos o recurso humano, o agente de extensão para estar próximo do próprio produtor”.
Quanto ao referido nos relatórios sobre a Zambézia ser a Província com maior índice de pobreza no Pais o timoneiro do pelouro da agricultura nesta parcela do Pais Mohamed Rafik Vala dá azo as suas convicções
“Não gostaria de desenvolver isto. Tenho convicções próprias de um indivíduo que trabalha a mais de 20 anos no terreno e agrónomo como tal desmistificar de mim mesmo que a pobreza é muito relativa. Uma vez estive no Vietname e disseram me, esta família ou comunidade há cinco anos era pobre mas hoje já não é tão pobre. Se olhar para estas famílias e fazer uma comparação com a zona Sul do Pais onde há mais latifundiários, melhores oportunidades, se um indivíduo hoje tem uma bicicleta então comparando a um sujeito que tem um carro eu sou pobre porque ainda não consegui acumular para igualar ao meu vizinho. Mas psicologicamente o individuo que tem a bicicleta esta preparado para dizer que eu já consegui resolver parte do meu problema”.
“Não quero falar do inquérito porque este teve como base bens de consumo e falo com alguma convicção e propriedade da informação que estou a passar, em Milange, Gurue, Namaroe, eventualmente Murrumbala, zona do Chire as pessoas já tem melhor meio de comunicação. Um dos elementos de análise de pobreza na Índia e que foi ultrapassada constatou se que toda a população tinha rádio e as mensagens do governo eram ouvidas, desde saúde em diante e eram acatadas, contudo era preciso trabalhar mais com as pessoas e, este ambiente todo já aparece na Zambézia.
Nestes estudos são importantes os aspectos culturais, sociais e mesmo antropológicos das famílias que não são avaliadas e muito menos especuladas pelos indivíduos que fazem o estudo”.
Por um lado existem casos de produção excessiva aqui e mas adiante bolsas de fome. Não é preciso ir as índias para constatar estes dados.
“Nós precisamos de aprimorar a nossa rede de comercialização, maior cobertura. O governo esta a controlar mas hoje os retalhistas por exemplo, estão em barracas. O Governador da Província já emanou uma orientação que os chefes das localidades devem saber quem comercializa o que para termos um status estrutural a partir da base e saber o que esta a acontecer. Concordo plenamente que em desenvolvimento ainda temos fraquezas.
Na campanha 2003/4, por ai este ano ouvia se a palavra fome na província da Zambézia. No quinquénio passado ate 2009, ultrapassamos. Agora a grande parte da população não só tem produção para comer mas também para ir ao mercado, algo muito importante em desenvolvimento. Portanto temos que modelar melhor o nosso sistema de comercialização dentro das cantinas rurais”.
“Sei que a rede de estradas na Zambézia é razoável e permite que os que pretendem fazer a comercialização possam levar o produto de um lugar para o outro e talvez ai tivéssemos que fazer um outro tipo de análise que não seria só a estrada. Alguns transportadores não estão bem induzidos e catalisados a entrar nesta rede, afirmo de fontes muito informais que o custo do transporte fica caro.
Mas acredito que as grandes empresas com uma outra estrutura económica que tem vindo a zona de Murrumbala comprar Milho não põem esta questão em causa. Uma das assunções que defendo é paulatinamente potenciar as pequenas e medias empresas não só da área agrária mas outras. São transversais para termos um equilíbrio desde a cadeia de produção até ao mercado completando a de valor sem grandes ruídos ou fraquezas e neste sistema o produtor é que ficará a ganhar”.

domingo, 3 de outubro de 2010

Novo complexo turístico na Província Zambézia



Novo complexo turístico na Província Zambézia
Estacios Valoi
18/10/10
Trata-se de Zalala Beach Lodge Safare (ZBLS) localizado na zona costeira a 60 Quilómetros da Cidade de Quelimane ate Sopinho onde o complexo este instalado, ponto em que converge o mar e o rio Namacura com uma extensão de 25 hectares.
Com um investimento de cerca de 3 milhoes de dólares, o seu processo de construção encontra se com 80% das obras concluídas e tem como investidores um cidadão de nacionalidade inglesa e outro moçambicano.
A infra-estrutura com uma visibilidade paisagística da margem do Distrito de Macuzi tem a sua abertura oficial agendada para o mês de Dezembro próximo, época em que estará concluída a terceira fase que engloba uma piscina, restaurante, uma sala de jogos ténis de mesa, bilhar. Também fazem parte do pacote desportos aquáticos e espera se a introdução do turismo de Mangal bem como viagens turísticas para locais históricos dentro da Província.
Segundo Manuel de Araújo um dos sócios, para além do projecto turístico em Zalala-Sopinho, também estão empenhados na abertura de um outro referente a águas térmicas localizado no Distrito de Nicoadala Nhafuba a cerca de 58,5 quilómetros da Cidade de Quelimane.
“O projecto Zalala- Sopinho engloba três fases e a primeira já cobriu a construção de 10 casas tipo ‘bungalows’ e a piscina já concluída e no momento temos em construção o restaurante, sala de jogos e de conferências’. A segunda fase vai depender da conclusão desta e daquilo que será a resposta que o mercado nos der e vai incluir mais 20 casas, sendo 10 do tipo 2 e as outras 10 do tipo 3 e nossa previsão e ter tudo concluído e abrirmos no mês de Dezembro deste ano”
Infelizmente temos o problema das vias de acesso, caso contrário já teríamos aberto Agosto último. Para alem da via que liga Quelimane a praia de Zalala que se encontra em péssimas condições ’, também temos os 15 quilómetros de troço que separam Zalala de Sopinho (ZBLB) que são os mais críticos.
“E uma estrada de terra batida e neste momento a empresa esta a arcar com todos os custos de construção colocando saibro com o uso do nosso camião de 20 toneladas e o tractor. São 15 quilómetros que precisam de uma reparação e isto retarda os nossos planos. Esse e o nosso grande ‘ calcanhar de Aquiles”.
Assim como a maior parte das artérias de Quelimane, menos os 12km dos 50 que devem ser alcatroados e que na época Chuvosa tornam se numa autêntica panela de papinha, o complexo também enfrenta problemas de abastecimento de água potável.
“ Ate ao momento não tem água canalizada, mesmo na praia de Zalala. Tivemos que trazer alguns técnicos da Província de Sofala, construímos um sistema de quatro poços que com a ajuda de uma motobomba alimentada com energia eléctrica ou painéis solares que pelos cálculos feitos temos diariamente 80 mil litros que vai sendo canalizada para a construção e essa quantidade vai ser suficiente para as três fases da construção do complexo. Até ao ano passado tínhamos uma grande esperança quando foi nos dito que o FIPAG ia construir um tanque na zona de Colono o qual iria abastecer Zalala até Sopinho. Esperamos que o Fundo de Investimento de abastecimento de Agua (FIPAG) faca isso.
Responsabilidade social
Segundo De Araújo a Bastante tempo que a população local vinha se queixando sobre problemática da falta de água
“ Antes do projecto fez se um estudo de caris sociológico e identificamos quais eram as principais preocupações da população circunvizinha e uma delas era a questão da água. Neste momento estamos a trabalhar para fornecer 10 mil litros de água por dia a população e, a fonte de energia por excelência o sistema de quatro poços. A nossa ideia era abrirmos furos mas o estudo geológico mostrou nos que não seria salutar porque a esta profundidade teríamos água salgada.
Este programa com a população de Sopinho existe a sensivelmente oito meses e, temos um outro colateral de provisão financeiro rotativo para um grupo de homens e mulheres mas também inclui a população da Ilha de Idugo que faz parte desta zona e um campo de futebol.
No Distrito de Nicoadala oferecemos carteiras a uma das escolas na localidade de Maquivale assim com construímos quarto salas de aulas em colaboração com FDC (Federação Desenvolvimento de Zambézia) na escola anexa ao Centro na Formação de Professores Primários no mesmo Distrito. A escola com carteiras custou nos cerca de 30 mil dólares e podemos dizer que no âmbito social estamos a investir 80 mil dólares”.
Apesar dos feitos ate aqui alcançados pela (ZBLF) pouco ou quase nada veio das instituições de direito como o ministério do turismo que vai propalando sobre o desenvolvimento turístico no Pais.
”A grande preocupação é vias de acesso. Temos apelado a direcção provincial das obras públicas, a Administração de Nicoadala, a Direcção do Turismo no sentido de vermos se juntos podem resolver esta questão. Como apoio ate aqui só nos foi dado a indicação pela Administração de Nicoadala do local onde podíamos extrair o saibro e colocar na estrada”.
Penso que o turismo em Moçambique poderia ser o petróleo, mas um petróleo sustentável com grande impacto na criação da riqueza e no próprio combate a pobreza que tem sido o apanágio do governo. É preciso um grande investimento. O governo e os próprios investidores deviam trabalhar juntos para a criação destas infra-estruturas, estradas, energia; a província da Zambézia tem grandes potencialidades turísticas, tem aguas quentes na Maganja da Costa, Nhanfuba, Murrumbala, praias como Pebane, Olinda, Nhuncoes das gazelas e, aqui mesmo a de Mucela com um grande potencial.
“Nós como Zalala Beach Lodge Safare participamos nas feiras internacionais de Berlim, de Maputo (Facim), da África Austral Indaba na África do Sul na promoção do potencial turístico Moçambicano e nos apercebemos através de muitos operadores turísticos que eles tem turistas que vão a Vilanculo, Gorongosa e que gostariam de ir a Pemba via terrestre, contudo atravessam uma Zambézia e no meio encontram um deserto turístico o que lhes sai muito caro. Querem usar quer Nhafuba quer Sopinho como seus pontos de trânsito.
Águas quentes de Nhafuba
“Pensamos em ter o complexo aberto ao público até Abril de 2011, ate lá pelo menos a primeira fase estará concluída porque neste momento estamos concentrados em Zalala-Sopinho. Nhafuba significa trazer variedades turísticas que ainda não existem Moçambique e penso que nesta área seremos os pioneiros num empreendimento avaliado em cerca de 500 mil dólares.
A construção arquitectónica é uma mistura da zimbabueana e sul-africana, técnicas ecológicas mas tudo pormenorizado com o intuito de manter o meio ambiente natural existente. Uma construção de alvenaria, pedra tijolo, pedra da Namahacha’, o tal capim do Zimbabwe. Também identificamos algumas zonas aqui na província que tem este capim e mobilizamos a população local que já nos traz como por exemplo em Nhafuba.
Estas águas têm propriedades medicinais e população vai continuar a fazer o uso do espaço da fonte a qualquer hora. Fizemos uma consulta com a população e chegamos a um acordo em como não íamos interferir no seu direito e uso.
NHAFUBA a zona das aguas quentes também não foz a questão da problemática de infra-estruturas, como vias de acesso, agua.
Energia, projecto que também abarca 3 fases que actualmente tem 15 trabalhadores efectivos a receberem acima do salário mínimo e outros ocasionais.
“ Actualmente temos 15 trabalhadores efectivos a receberem acima do salário mínimo. Aqui convidamos um consultor do Brasil especializado neste tipo de construções e para formar esta comunidade para que não mexêssemos com o habitat natura muito menos com a cultura da população residente. Agora o resto do trabalho de cobertura das casas esta sendo feito pela própria população que esta a utilizar capim local. Vamos usar energias renováveis como painéis solar. Quanto a água vamos montar um sistema de poços e furos.
É um investimento que vai ter efeitos secundários, o próprio emprego, formação das pessoas em áreas em que elas não têm habilidades e quando a obra estiver concluída vamos continuar a recrutar e formar o pessoal local porque esta é a nossa filosofia de trabalho. Afinal isto é deles e de todos nós.

CHEFE É QUE MANDA

CHEFE É QUE MANDA
“A Frelimo é que fez a Frelimo é que faz”
Estacios Valoi
07/10/10
Em Quelimane pagamentos ilícitos continuam a florir no Conselho Municipal da Cidade de Quelimane pouco tempo depois de ser constatado a contratação de alegados familiares pelo edil do município
De acordo com alguns elementos dos órgãos de decisão deste município os secretários recebem entre 1000 a 8.000 algo que vai contra a lei estabelecida no Pais. Em Setembro de 2009 secretariado do comité da cidade foi suspenso segundo as nossas fontes deveu sem explicações claras relativamente a este acto.
Segundo pouco convincentes para a tal decisão circunscreve-se na falta de coordenação entre o partido, o secretário do comité da cidade e o município.
“O município, edil Pio Matos diz não haver coordenação entre o partido e o secretário do comité da Cidade. Após isto foi indicada uma comissão chefiada por Rodolfo João warela em coordenação com sete camaradas para dirigir o comité da cidade ate as eleições legislativas, presidenciais e províncias de 2009 num período de seis meses o que não veio a acontecer porque a comissão já leva um ano de mandato.
No comité da cidade para alem desta comissão, este funciona com os primeiros secretários dos comités de zona, esses primeiros secretários dos comités de zona deixam de exercer o seu papel como órgãos políticos agora estão a desempenhar papel de órgãos administrativos a mando do presidente do concelho municipal que lhes garantiu pagar o salário de oito mil meticais mensais alegando ter os nomeado como primeiro secretario dos”. Neste momento estão se a prepara as eleições para a eleição de um novo secretário.
No seio do partido Frelimo em Quelimane, enquanto uns tocam o tambor, outros dançam há os que c comem a maçaroca.
“Aquilo que nós chamamos de secretários permanentes o que a lei não prevê e não existe esta categoria de secretário permanente para as zonas urbanas, é uma violação mas o senhor presidente do conselho municipal faz isto para manter a sua segurança nas áreas económicas de modo que essas figuras políticas acatem com as suas ordens.
São todos camaradas do partido Frelimo, convenceu - os e neste momento esta com os secretários dos comités de círculo e já lhes garantiu 1000 meticais mensais. Houve uma reunião em que se discutiu que esses camaradas não deviam receber esse valor uma vez que o partido era grande e que tem muitos secretários de círculo, são 64 elementos que se assim acontecesse haveria vozes para que se fizesse o mesmo em outros lugares como Molocue, Mocuba em diante. Não pode ser apenas do partido Frelimo em Quelimane a receber e os outros não.
Por aquilo que sabemos o presidente do conselho municipal tem um salário que não sabemos qual e este salário de 64 mil para 64 secretários dos comités não compensa o salário do presidente. Mas o presidente teve a sua justificação alegando que foram eles que trouxeram a vitória do partido Frelimo na cidade de Quelimane. Mas ele foi questionado porque a vitoria do partido Frelimo não foi trazida só na cidade de Quelimane mas em todo o Pais. Esta gratificação do edil não deveria apenas ser direccionada só para os secretários de zona na cidade de Quelimane. Tudo o que esta a acontecer na cidade de Quelimane sobretudo tudo o que o edil de Quelimane esta a fazer não esta previsto na lei e, é do conhecimento do governador
Tudo na Zambézia é do conhecimento do governador que deixou o seu contacto a nossa disposição, assim como este caso. Estamos na base e ainda não sabemos o que esta a acontecer, esperamos que a conferência marcada para este mês de Outubro traga boas soluções para que o partido em Quelimane seja preparado e operativo.
Enquanto o governador da Zambézia Itae Meque anda em sirenetes de ensurdecer a qualquer um sempre que se desloca para as suas visitas diárias dentro do município em discursos repetitivos , há quém diga sem conteúdo vezes sem conta num ruído de matar. O caldeirão vai fervilhando no seio do partidão e as nossas fontes enfatizam.
“ Essas pessoa vem sendo pagas no inicio do mes de Abril deste ano e algumas pessoa dizem que este dinheiro continua a ser pago. Alguns secretários diziam que tem que se tratar em segredo mas como se trata de salários a quem recebe e que não recebe e já não é segredo.
A espera da provável conferencia para a primeira quinzena de Outubro, neste momento a nossa preocupação é que todos os candidatos ao comité da cidade estão desdobrando suas forcas para poder concorrer. Neste momento já se fala de um camarada mais forte e o Pio Matos não vai encontrar espaço para fazer os seus caprichos e fugir daquilo que são as suas obrigações conforme os estatutos do nosso partido. Foi indicado pelo partido Frelimo, os camaradas acolheram-no, toda a figura o respeito é graças ao partido Frelimo.
Os mil meticais é um assunto que ainda não foi gerido a nível geral mas tratou no partido, assegurar que depois das eleições esses 1000 meticais não passam, se o camarada Pio Matos acha que tem muito dinheiro vai entregar esse dinheiro ao partido e este vai gerir.