terça-feira, 23 de novembro de 2010
Périplo pela Ilha Moçambique
Périplo pela Ilha Moçambique
Água um dos problemas mais graves
Texto: Estacios Valoi
Fotos: Cortesia Miriameckert
A ilha de Moçambique situada na região Nordeste do Pais a escassos quilómetros da Cidade de Nampula considerada pela Unesco património mundial actualmente com cerca de 48 mil habitantes enfrenta problemas graves de falta de água.
Milhares de pessoas são obrigadas a percorrer longas distancias a pé e por vezes a reboque de viaturas privadas ou da administração partindo da zona insular carregadas te tanques, tambores vazios atravessando a ponte ainda em reconstrução ao continente na busca deste precioso liquido.
O problema que remonta desde anos longínquos isto porque a conduta concebida ainda na fase colonial encontra se num estagio decadente e incapacitada para o abastecimento da agua. A conduta anteriormente construída para cerca de oito a dez mil habitantes outrora habitantes da Ilha, actualmente esta alberga quase o quíntuplo da população.
Segundo António Saules administrador desta parcela circundada de água por todos os lados de entre outros problemas que enferma a ilha o mais grave tem a ver com a falta de fornecimento da água.
‘”Como problema grave temos a falta de água desde o mês de Setembro último a esta fase do ano que vamos buscar no continente de carros carregados de tambores. A própria conduta fora concebida só para a zona insular, esta furada e também serve para toda a população no continente onde hoje temos muita gente no continente. A água não tem a possibilidade de passar para cá. A nossa empresa de águas aqui por si só é incapaz de solucionar um problema desta dimensão. No próximo ano vai se organizar todo o trabalho a partir da tubagem de captação no continente na zona de Ampapa, esta agua que sai do Rio Monapo a cerca de 35 quilómetros daqui.
Tivemos uma reunião com o conselho municipal local e disponibilizamos viaturas que tiram agua para alguma população, já falamos com o conselho municipal de Nacala para nos emprestar alguns depósitos e a partir de segunda-feira o município vai se encarregar de transportar e distribuir a água a população. Temos poços e furos mas têm água salubre”
Em contacto com o director da empresa Agua da Ilha André Canimal, este reconheceu a incapacidade da instituição que dirige na solução desta problemática apelando pelo departamento de Obras Publicas e Habitação assim como outras de direito.
“Quando começamos a ver a insuficiência da água sobretudo a partir de meados de Setembro deste ano, fomos identificar o problema e detectamos que a conduta tutora desde que foi semeada houve problemas de falta de válvulas de descarga para poder limpar a lama no seu interior a qual não permite que a água passe em boas condições e esta a criar problemas graves. A conduta montada remonta desde o período colonial e houve uma reabilitação parcial em 1993 e findou em 1994.
A conduta foi muito explorada portanto é preciso uma nova e o consumo aumentou porque o numero de habitantes neste momento no distrito é superior em relação ao que estava previsto quando se desenhou e montou se este projecto. Na altura falava se de 8 a 10 mil habitantes e hoje o distrito fala de 48 mil, automaticamente a conduta não esta a altura de fazer face a esta demanda.
A nível do governo este previsto um projecto que contempla uma conduta tutora nova a ser colocada em paralelo a esta actual e também vão retocar a já existente nos sítios mais críticos e vai melhorar significativamente em termos de abastecimento de água, pelo menos há essas garantias. Neste momento como acção de emergência, colocamos o problema ao governo, conselho municipal a direcção de tutela, Direcção Nacional de Aguas e Obras publicas que já conhecem a situação.
É caso para questionar onde esteve o governo da Frelimo todos estes anos enquanto a conduta ia se degradando! Mas não só destes problemas sobrevive a Ilha, o fantasma dos 7 bilhões da administração Guebuziana, deste lado vai para as áreas da pesca, turismo e a agricultura como prioritárias e com falta de fiscalização. Para o jornalista do Centro multimédia de Moçambique na Ilha (Rádio Comunitária) Jamal Imussa em contacto com a nossa reportagem, a situação é mais grave.
De cinco meses para cá a ilha vive problemas de água e a tecla é sempre a mesma, avarias e cortes constantes de energia que danificam o sistema eléctrico de bombas e com repercussões drásticas para a saúde pública onde as soluções são de curto prazo. No hospital diariamente entram entre quatro a cinco doentes que baixam com problemas intestinais ou diarreias. Felizmente todavia não provocaram óbitos porque a direcção da saúde tem sido muito eficiente mas, o ponto mais alto verificou se no ano passado em que a própria direcção da saúde comparticipava na contribuição do cloro para os tanques da empresa de Aguas e, hoje o que vem agudizar a situação assenta na pouca quantidade de cloro que a saúde tem recebido para serviços internos do hospital e já não da para doar. Não sabemos para onde vamos.
Pesca
De acordo com o Administrador local António Saules, os sete bilhões vão mais para os sectores da agricultura, pesca e comercio como áreas prioritárias.
“Estamos a criar condições para a instalação de um mercado de trânsito do outro lado da ponte onde todo o pescado vai ficar e acho que ai estará um pouco livres. Na pesca não atingimos o desejado porque ainda temos as pessoas que utilizam redes mosquiteiras e para reverter esta situação estamos a substituir essas com as de malha”.
Temos uma máquina de processamento de pescado mas o escoamento é feito de forma desorganizada porque a maior parte das pessoas tiram o produto marinho em camiões ou metem na chapa de noite para a cidade de Nampula, Namapa e no meio não se consegue controlar e outros fogem ao fisco. Estamos a espera do acabamento das 2 pontes. Neste momento a circulação é feita de forma desregrada e ali na ponte não é fácil colocar alguém a controlar o pessoal que passa de carros”
Baseando me na ineficiência da administração quanto a fiscalização da saída do produto pesqueiro da Ilha uma das principais fontes de receita, leva me a cogitar que quando os camiões atravessam a ponte tornam se invisíveis. Será que mais alguém se beneficia do dinheiro da tamanha invisibilidade?
Mas segundo Sales nem tudo nem tudo vai mal “A Ilha esta a desenvolver embora tenhamos alguns problemas como é o caso da recuperação de ruínas, aumento de sanitários públicos. A Unesco tem muita coisa por fazer estando neste memento na reabilitação da fortaleza e apercebe se que algumas ruínas são privadas e como tal os proprietários é que devem fazer a sua recuperação mas obedecendo o sistema arquitectónico da ilha. Este processo exige muitos custos, desde a areia que tem que se ir buscar no continente a semelhança dos Correios, TDM que eram runas e não tinham quase nada e hoje estão reabilitados”.
Turismo
Este ano fica um pouco fraco porque não aparecem muitos turistas como antes. O turista sempre aparece mas com a construção da ponte e aqueles tambores sobre esta impossibilitando a circulação normal, muitos vem uma vez e não voltam. São obrigados a mudar de carro no continente e pedem a alguém para que lhe deixe no insular e isto não ajuda. Mas talvez devidas as nossas pontes que ainda não estão concluídas, a de cais e a outra que serão entregues ate Marco do próximo ano.
A nossa reportagem também constatou que outro aspecto que também afugenta o turista recai nos constantes roubos que se verificam na paragem do vulgo chapa em frente a padaria Nampula, ponto de partida para a ilha, por conseguinte o mesmo sítio onde também roubaram a minha Canon D 450 quando em trabalho me dirigia a ilha e que segundo a policia o larápio vendeu-a a 1500 meticais!
Em contacto com um dos guias turístico e artesão local de nome artístico Robson natural e que cresceu na ilha, que falou nos com conhecimento de causa disse que o turista vai mais a Ilha no mês de Agosto época de férias pela Europa com intuito de relaxar em África e, principalmente na ilha de Moçambique entram em quantidade, contudo menos turistas moçambicanos.
O Administrador Saules tenta galvanizar a Ilha ‘”Estamos no inicio da construção de dois Hospitais, um rural no continente sitio de maior aglomeração populacional e o outro aqui no insular com dez camas faltando apenas um estudo ambiental. Antes pensamos que devia se reabilitar o Hospital que existe mas, fomos ver que não porque é como construir quatro hospitais novos para 48 mil habitantes. Temos a rádio comunitária e não há interferência. A rádio é do povo e não do administrador.
Referir que o colega da Rádio comunitária, o Jornalista Jamal Imussa com um processo orquestrado em tribunal diz durante as campanhas eleitorais sempre existe uma grande agitação e o mínimo erro que surge dizem este não é nosso. “Sofremos pelo lado da Frelimo e da Renamo. Fui parar ao tribunal onde tenho um processo na procuradoria provincial por falta de provas; um indivíduo tanzaniano que tem dinheiro, dono de uma empresa de transportes a City BoY a maior aqui, lançou uma criança dos seus 16 anos de idade murro abaixo com uma altura de cinco metros e fomos ver a criança, isto é, aprofundar o caso e veio a polícia contra nós. Perguntamos porque é que o moçambicano sofre no seu Pais. Não queremos ser assediados”
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