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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Longa Viagem de Cape Town International Jazz Festival para Maputo




Texto: Estacios Valoi
Fotos: Nil Aktar
Desta vez esteve não do lado da plateia como foi em outras e não poucas ocasiões mas sempre na expectativa de um dia poder escalar aqueles poucos degraus para subir ao palco de um festival de tamanha dimensão que ‘e o festival de Jazz Cape Town embrulhado num vasto leque de mais de 40 artistas de renome.
Desde Moreira Project (Moçambique), Marcus Miller (USA), Dave Koz &Patti Austin com convidado especial (USA), Unathi (SA), Allen Stone (USA, HHP (SA), Zakes Bantwini (SA), Nouvelle Vague (Franca), Ill Skillz (SA), Atmosphere (USA), Jean Grae (USA), Good Luck (SA), Pharoane Monch (USA), James Ingram (USA), Zahara (SA) que recentemente esteve em actuação em Maputo, Moçambique, Zamajobe (SA), Herbie Tsoaeli (SA), Dorothy Masuka (SA), Adam Glasser (UK/SA), Patti Austin Trio (USA) Kevin Mahogany (USA), The Andre Petersen Quintet (SA, USA, BL), Donald Harrison the trio/Ron Carter& Lenny White (USA), Brubecks Play e convidado especial Mike Rossi (USA/SA), Steve Dyer (SA), Sophia Foster (SA) Xia Jia Trio (China), Victor Kula (SA), Alfredo Rodriguez (Cuba), Jason Reolon Trio em performance com Buddy Wells (USA), David Sanchez e seu convidado especial Lionel Loueke (Porto Rico/Benin) Steve Dyrell (SA), Unathi (SA), Allen Stone (USA) Hassan’ adas (SA), Mike Stern& David Weckl (USA), Alexander Sinton High School Jazz Band (SA) Gabriel Tchiema (Angola), Lindiwe Suttle (SA), Virtual Jazz Reality (USA), Third World Band (Jamaica), Zakes Bantiwi (SA), Hugh Masekela& e seus convidados celebrando Mama “Africa” (SA) em exaltacao a cultura, como sempre diz ‘ estamos a perder a nossa cultura’, mas não ‘e de Masekela esta lenda viva que vos quero apresentar, mas Adam Glasser numa serie de cerca de 20 ou mais entrevistas exclusivas sobre Cape Town Internacional Jazz Festival que o Zambeze fará questão de vos trazer ao longo da viagem de volta a casa, também do Moreira Chonguiça.
Adam Glasser, tanto ralou mas chegou e lá esteve com a sua harmónica. Como sempre foi no “Convention Centre” em mais um evento produzido pela espAfrica e patrocinado pelo departamento sul-africano de artes e cultura, pela Cidade de Cape Town, Oudi Meester, Hansa, governo do Cabo Ocidental, Decas, SABC.
Adam Glasser residir em Londres, o seu pai foi “primeiro director musical do primeiro grupo de música negra de nome “Caixa Negra” (Black box) que a África do Sul teve para viajar a diáspora com a música intitulada “King Kong”. Era uma estoria sobre uma caixa negra, não o macaco ou o gorila, mas uma caixa composta por lendas da música negra, muitos músicos sul-africanos e foi assim que tive o meu primeiro contacto com o Jazz.
Quem a pessoa por detrás do musico?
Na sei como responder a pergunta, deixo que sejas tu a decidir.
Queres dizer que o Jazz encontrou te pelo caminho, levou te com ele e não o contrario. Será isso?
Podemos dizer que sim. Poderia ter sido eu descobrir o jazz ou o contrario mas particularmente o jazz sul-africano sim.
Sei que tens estado a lançar novos álbuns. São todos filhos de uma só mãe ou pai, são todos nossos filhos. De entre estes qual poderias considerar um dos melhores ou o melhor?
Penso que é o álbum Mzansi, o qual vou tentar apresentar esta noite neste festival que quer dizer África do Sul a partir do lado mais profundo do sul do Pais, uma forma de expressar o meu amor pelo jazz sul-africano assim como foi juntar alguns dos melhores músicos do jazz sul-africano neste mesmo álbum incluindo sul-africanos que se encontram a viver na diáspora como Penny Sisolo um dos grandes vocalistas. Então este é o meu favorito.
Que mais te inspira nesta forma de fazeres o jazz com a harmónica?
Ate aqui antes nunca ninguém tinha tocado jazz na África do Sul com este instrumento que ‘e a harmónica. Se ti lembras de um instrumento dos anos cinquenta, o “Pífaro” (Pen Wisol) tinha um daqueles sons sonantes como se si tratasse de um choro, como alguém estivesse a chorar. Para ser específico estou a tentar fazer com que a harmónica possa soar, ter um som como o som do saxofone a semelhança do Jazz sul-africano, tentar ter aquele som.
Olhando para África do sul e como fizeste menção que antes ninguém tocara o Jazz com uma harmónica aqui pelas bandas do Rand. Novos seguidores na Harmónica?
Ė Uma boa pergunta e porque vim para a harmónica muito tarde. Comecei a aprender a tocar a harmónica já com 29 anos. Queria transmitir a mensagem aos jovens e os mais velhos que nunca é tarde para começar com a música. A harmónica é um instrumento barato, podes levar contigo no bolso, praticar em qualquer lugar, em particular a pequena harmónica que uso. Toda a melodia inicial. Um magnífico instrumento com o qual pode se aprender o Jazz de forma simples. Quando era criança não tive um destes, então levei mais tempo.
Esta é a tal harmónica que tiveste como presente das mãos do teu Pai e vais ensinando aos petizes.
Não, não. Ele deu me esta Harmónica complicada. Vês, esta tem dez buracos e cada um tem quatro notas. Então são 48 notas, enquanto que esta pequena, das comuns tem poucas notas e é mais fácil começar com ela. Então ontem fiz um workshop em Guguletho com algumas crianças, jovens ensinando os como tocar harmónica e espero que se interessem e que mais tarde possam passar para a outra de 48 notas como graduação para um outro nível superior.
Não será fácil até encontrar pessoas que estejam de facto interessadas. Posso ter pessoas a aprender como tocar harmónica, o problema é que há necessidade de uma prática contínua e espero encontrar pessoas a quem possa ensinar e que também possam dar continuidade a esta prática. Por enquanto ‘e show apenas de um homem “One man’s show.
Show de apenas um homem. Qual foi o concerto ou o melhor concerto que fizeste com outros músicos com a tua harmónica rasgando os lábios?
Ė uma pergunta difícil de responder, tenho que pensar profundamente. Penso que foi um dos que teve lugar num dos sítios mais modestos, como num pub ou restaurante em Londres, mas um concerto onde existe interacção entre a banda e o público, a audiência e o som. Bom, esse pode ser um modesto concerto.
Como expectativa nesta 13 edição do Festival Internacional de Jazz Cape Town?
Tenho vindo a este festival por mais de dez anos mas como membro da audiência e tenho tido uma experiencia maravilhosa, uma oportunidade, uma serie de músicos de renome que nunca os poderia ouvir, ver pelo mundo. ‘E uma grande honra estar aqui e fazer parte do evento.
Ontem participaste no festival como parte da audiência e hoje como um dos músicos em palco no meio de grandes estrelas do jazz. Que te vem ao de cima e futuros projectos?
Ė uma transição sobre a qual estou muito ansioso de fazer parte dela. Sinto me como… levou me muito tempo para chegar ate aqui mas…sinto me realmente confortável onde estou agora.
Espero poder levar este projecto para outras partes e uma das coisas que tenho estado a fazer ‘e trabalhar com DJ’s sul-africano como o Cleo muito conhecido e com ele já fiz algumas faixas musicais. Estou interessado em alcançar uma audiência jovem e talvez introduzir os no jazz usando uma via musical mais popular.
Vindo de volta a esta harmónica. A quem possa dizer que estamos a perder a nossa cultura de forma generalizada. Qual é o teu ponto de vista e a quem vais ensinar esta de Harmónica 48?
Acho que isto é um ponto que no Pais, põe nos a unir a nossa cultura. Digamos que há uma melodia que te quero ensinar. Caso queiras aprender, com esta harmónica posso ensinar te aquela melodia dos anos 50. Assim que as pessoas tiverem a suas cabeças a circundarem nesta harmónica pequena ai já poderão graduar para esta maior que é a de 48 notas, mais complicada.
Alguma vez pensaste em ter um teu grupo de estudantes de forma particular e ensina -los tocar a harmónica maior e mercado musical em Londres e aqui na África do Sul?
Penso que o que sugeres é uma boa ideia e é o que preciso de fazer, ter um grupo de estudantes que vem e continuem mas ainda tenho que encontrar o tal grupo de estudantes. Estou no princípio e nunca é tarde para começar. Quanto ao mercado a questão é que desde que fui nascido aqui na África do Sul não tenho ficado cá muito tempo, então sou relativamente meio desconhecido. Ainda tenho que conquistar o mercado sul-africano, seja o que isso possa significar

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