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sexta-feira, 13 de abril de 2012

No Cape Town International Jazz Festival 13 edição




David Sanchez gosto porto-riquenho
Texto e fotos: Estacios Valoi
18/04/12
Experiencias, muitas influências e seu convidado especial Leonel Loueke do Benin num alinhamento de músicos de vulto chamados a cumprir o seu dever. O de tocar, mas tocar bem. Hassan’ adas (SA), Mike Stern& David Weckl (USA), Alexander Sinton High School Jazz Band (SA) Gabriel Tchiema (Angola), Lindiwe Suttle (SA), Virtual Jazz Reality (USA), Third World Band (Jamaica), Zakes Bantiwi (SA), Hugh Masekela& e seus convidados celebrando Mama “Africa” (SA), Adam Glassier (SA), Project (Moçambique), Marcus Miller (USA), Dave Koz &Patti Austin com convidado especial (USA), Unathi (SA), Allen Stone (USA, HHP (SA), Zakes Bantwini (SA), Nouvelle Vague (Franca), Ill Skillz (SA), Atmosphere (USA), Jean Grae (USA), Good Luck (SA), Pharoane Monch (USA), James Ingram (USA), Zahara (SA) que recentemente esteve em actuação em Maputo, Moçambique, Zamajobe (SA), Herbie Tsoaeli (SA), Dorothy Masuka (SA), Adam Glasser (UK/SA), Patti Austin Trio (USA) Kevin Mahogany (USA), The Andre Petersen Quintet (SA, USA, BL), Donald Harrison the trio/Ron Carter& Lenny White (USA), Brubecks Play e convidado especial Mike Rossi (USA/SA), Steve Dyer (SA), Sophia Foster (SA) Xia Jia Trio (China), Victor Kula (SA), Alfredo Rodriguez (Cuba), Jason Reolon Trio em performance com Buddy Wells (USA), David Sanchez e seu convidado especial Lionel Loueke (Porto Rico/Benin) Steve Dyrell (SA), Unathi (SA), Allen Stone (USA).
Claro que sem me esquecer do Wazimbo que esteve no Palco Kippies, hum, pior ainda o fracasso desta edição a cantora Norte americana Lauren Hill e suas trapalhadas perante um público com bom ouvido. Mas da Hill falar-vos-ei em próximas ocasiões. Vamos ao que interessa. David Sanches antes e depois. De Porto Rico, crescido a tocar e muito exposto a percussão.
“Sabes, cresci a tocar, a bateria em especialmente o bombo. O meu irmão tocava com Rafael Cepeda um dos mais incríveis músicos nesta forma de tocar. Fui muito influenciado, ate certo momento da minha carreira não sabia onde estava metido. Mas, obviamente que fui muito influenciado pelo Jazz”.

EV -Com este tipo de influencias que tipo de Jazz actualmente fazes?
DS -Ė muito difícil. ‘E um jazz que tem um pouco das diferentes influencias que tive na minha vida. Ė um pouco do que faz referência do Porto Rico. Vais ouvir mais experiências do Caribe, Cuba, de influências de artistas brasileiros muito bons como o Milton de Nascimento, Hector Villa Lobos, Chico Buarque, isto apenas para mencionar alguns. Vais poder ouvir influências do Milles Daviz Quinteto, ambos um dos anos 50 e outro dos 60. Formandos do Paul Chambers, Jimmy Cub, vais ouvir influências do Montown, R&B, influência de experiências africanas, são muitos. Uma mistura de ambas as influências.

EV -A esteira dessas influências, experiencias. Qual dos álbuns resume estes dois aspectos?
DS -Tem que ser o álbum Melassa porque trás todas essas experiências mas, o Cultural Surviver, de certa forma também leva carregado os mesmos factos, por sermos muito livres na forma como tocamos neste álbum, a distracção total. Quando ouves a composição, muito melódica, vocal e muito rica no seu ritmar. Então quando ouves estes dois álbuns é como…ao invés da harmonia, vão de forma horizontal, sem limite, aqui, o ritmo vai assim..como a melodia vai na horizontal, as influências, partes que vem vindo numa prespectiva melódica.

EV -Quantas melodias vêm dentro do homem que faz o músico que és vice-versa?
DS -O homem por de trás do músico (risos). Bem, ou o musico por de trás do homem. Para mim são o mesmo, exactamente a mesma pessoa. Mas é certamente algo com que tenho que estar em sintonia e mais tarde, pessoalmente ter absorvido de mim mesmo. Ė como todas as coisas que fazemos, aqui ou a seguir, como nos relacionamos diariamente uns com os outros, faz parte da música. Apercebi me, que quanto melhor me relaciono com as pessoas no meu dia-a-dia, quando caminho pela rua, isso da me outro ímpeto, faz me entender melhor a musica.

EV -Foi um sonho te tornar num musico do Jazz?
DS -De certa forma sim, mas mais do que um sonho, foi uma circunstancia porque as circunstancias conduziram me para que fosse um jazzizta. Ė engraçado, não sabia que isto iria acontecer. Se me fizesses a mesma pergunta três anos atrás, de nenhuma forma poderia responder. Na vida há circunstancias que nos levam e por elas somos conduzidos. Reagimos a essa manifestação circunstancial, especificamente uma reacção a essa circunstância. Agora sim. Hooo…posso dizer que pertenço a essa comunidade do Jazz. Há mudanças, o estatuto tem mudado com o reconhecimento de pertencer a comunidade do Jazz. Ė o cenário actual mas não sabia que assim seria. Não foi algo a prior projectado.

EV -Sua primeira aparição neste Cape Town International Jazz Festival que já vai na sua 13 edição. Que bagagem trazes para esta vasta audiência?
DS -Bem. Sabes. Estou apenas excitado por poder fazer parte deste evento, aqui. Quero vir de dentro de mim, das minhas experiencias. Não quero mudar porque estou aqui, quero realmente poder vir do meu íntimo, o que tenho dentro do meu coração, dar e partilhar isto tudo com as pessoas. Aconteça o que acontecer, não importa o quê, a verdade é que vai ser especial, não apenas por ser a minha primeira vez que mas também porque …uma vez que tocas uma música pela primeira vez, tens em consciência e combinas com o facto de que tocas com outros músicos colegas, e para esta ocasião especial tenho o Leonel Loueke do Benin como meu convidado especial que vai imediatamente marcar muita diferença.

EV - A quem diga que estamos a perder a nossa cultura e que o jazz actual é plástico. Que palavras?
DS -Não estou seguro. Possivelmente exista alguma verdade nisso. Penso que é um processo, uma fase a qual estamos a atravessar, um círculo em rotação. Penso que as oportunidades não são as mesmas como eram vinte ou trinta anos atrás. Se tomarmos isto em consideração, talvez seja a reacção dessas pessoas, suas manifestações depois das circunstâncias em que estiveram, estão. Vamos novamente encontrar um caminho. Sabes, nunca se sabe. Fazendo este julgamento, refiro a mim mesmo.. Movimento porque cada movimento, expressão num certo momento impar, tem as suas razoes de ser. Encaro isto como uma forma de uma determinada fase. O que hoje estas aqui a ouvir amanha não será o mesmo.

EV -Relativamente aos músicos africanos que experiencia, influencia no circulo em rotação?
DS -Bem. Tenho colhido muito, mas muito não apenas dos músicos do Jazz mas todos, musica variada desde cedo. Quero dizer do Sul, Este e dos Camarões, da Etiópia do Mali, Benin, isto apenas para mencionar alguns. . Para mim tem sido uma grande influência. Esporadicamente tornei me curioso sobre a forma como se expressam, o som é autentico.

EV -Queres com isso dizer que com miscigenação rítmica encontras maior espaço para trabalhares as tuas composições?
DS -Sim. Quanto maior experiencia tivermos como artistas, mais meios, instrumentos teremos para nos expressarmos. Temos que levar as nossas experiências ao nosso íntimo, que sejam parte de nós.

EV -Tua primeira aparição neste mega festival. Daqui a Porto Rico que do mercado do Jazz?
DS -Para mim é muito difícil fazer essa previsão porque nunca sabes. Quanto a isto não sou a melhor pessoa para fazer previsões, quando se trata deste tópico é preciso muito conhecimento.

EV -Pelo que escutei deu para perceber que tocas experiencias e influencias as quais anteriormente fizeste menção. Que paneladas quando estas em tua casa?
DS -Gosto de cozinhar carne de ovelha com muitos vegetais a mistura, Arroz. Realmente não sou um bom cozinheiro. As vezes umas carninhas, alho dourado, limão, manteiga, um molho e assim faço com a minha música, tudo a medida certa. Pode ser uma boa forma de apoio.

EV -Projectos pela frente?
DS -Procurar escrever novas músicas. Penso que mais uma vez terei o piano, a percussão, guitarra envolvida nos próximos projectos. Estou ansioso por dar continuidade, aqui enquanto falamos já me encontro a trabalhar a compilar novo material.

EV -Foi um concerto com um toque miscigenado, o silencio, palmas, assobios de contente, acordes, melodias e assim na horizontal um orgasmo permanente e Sanches levou a audiência. Ainda há coisas boas neste mundo de tantas incongruências. Guerras, fome, miséria, corrupção uma lista infindável. Infelizmente.

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