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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

CHORIRO


UNGULANE BA KA kHOSA
CHORIRO
Estacios Valoi
23/11/09
Realizou se semana finda o lançamento do livro intitulado ‘Choriro’ do escritor moçambicano Ungulane Ba Ka Khosa na Capital Moçambicana Maputo.
O sexto livro do escritor depois de ter publicado, ‘os sobreviventes da Noite, No reino dos Abutres, Historias de Amor e Espanto, Orgia dos Loucos, Ualalapi eis que Ba ka Cossa surge com ‘Choriro num lançamento concorrido a dimensão do livro cujo sala repleta deixava transparecer nas varias pessoas que presenciaram o acto a ansiedade de ter o livro nas mãos onde também no meio de muitas personalidades, politicas, sociais, culturais, curiosos, não estiveram ausentes as ‘curandeiras’ do escritor.
‘Vão os meus agradecimentos as medicas que estão aqui presentes Ana Olga Mucumbe e Ana Lisa Panguene minhas curandeiras como as referi no livro pelo providencial gesto de reencaixarem nos carris da vida, a elas com toda sinceridade do mundo é obvio que não deixo de parte a minha mulher a família’
A Cantora Mingas também esteve presente para abrilhantar o lançamento do livro.
A obra ‘Choriro’ lançado sob égide da Editora Alcance, segundo o autor nova e pujante no mercado, sente se honrando por saber que afinal a quem aposta nesta selva de retornos imediatos na cultura como industria de ter rendimento e que esses pequenos passos são marcas da irreversibilidade da cultura, são movimentos simples tímidos, titubeantes é certo, contudo falta nos muito mas são passos fundamentais para que o livro circule com a celeridade necessária neste pais.
O livro que nos leva a uma viagem histórica profunda a semelhança dos outros com os quais o autor sempre nos habituou ‘Choriro’ não foz a regra só que desta vez com a capulana estendida sobre o vale do Zambeze.
‘ Choriro, luto com vacatura de poder, tormento, período de desordem de anarquia, apropriação dos rituais de passagem de um monarca ao outro, o império do Monomutapa tornou se numa obsessão a já vários anos. O tema invocando Jorge Luís Boris aflorou sempre, não como sonho da noite mas sonho do dia por ter sido exercício voluntario da mente de forma insistente, o parque do tema em momentos em que muitos quando acenados pela morte se preocupam em internizar o instante de angustia propagando pelas metafísicas, não soube responder ao concreto da pergunta, por um lado eu respeito os que se acometem de escrever os seus dramas.
Conforme o autor nunca teve afinidade de escrever porque tem história maiúscula sentido todavia que o Pais na sua vasta dimensão histórica social cultural nas suas glórias tropeças esta ainda acima das nossas capacidades ficcionais e ao Zambeze zona de encantos e desencantos e de aculturações do surgimento de línguas brancas, do fabrico de armas em Gogodas e da pólvora feita a base da casca da árvore misturada com salitre, outra lipapada em aço dorida do coelho da emergência do exército de escravos com personalidade própria de nome Achicunda, conquistador o vitorioso afirma se ia ao longo dos séculos passados numa das zonas de grande riqueza cultural que sempre puderam, manipularam.
‘É no vale do Zambeze em terras do zumbo que este personagem Chicuacha, o Andarinho parte de formação abandonara o habito de missionário, emancipando se depois com as pretas quando se apercebeu que os negros dominavam as técnicas do fabrico das armas de fogo de pólvora.
Os fantasmas da história de Moçambique são trazidas de forma latente desde o prelúdio dos séculos que lá se vão num livro que se enquadra completamente na modernidade ou contemporaneidade de outras histórias que se vão fazendo neste País em moldes e formas diferentes, espaço, tempo. Como se diz a história se repete. Mas todavia nos encontramos naquele vale do Zambeze que o autor vai rasgando.
‘Vale que Inácio filho de Lhavense abandonara o pai branco feito em pretos em razão de fascínio pelo rei leão em terras de Lisboa, circulando pela Alfama encantado se com o fado e fova, dança lasciva praticada por pretos místicos inventando historias de terras pretas ente o espanto dos brancos nas tabernas ou baiucas como os boémios poetas de Lisboa a ela se referem.
Mais ainda conforme Ungulani, é pelo interior do Zambeze que a mulata Luísa, a donzela se apaixonara por um dos homens de Levingston tornando se em adulta a uma dama de grande dignidade no estado dos Macololus, é nas terras de Zumbo que Lucrécia a moca sem discurso próprio será cortejada no Zambeze do século 19 que a trama do livro se enraíza buscando asas, razoes da paranóia moderna para solenidades.
‘Sinto que hoje atingidos os grandes consensos não precisam mais de mostrar pela praça a nossa negritude como dizia um escritor de renome ‘nesta adulta idade da nossa independência não necessitam de embandeirar os cartões da nossa fidelidade como se fossemos crianças do abecedário da vida. Precisamos de fronteiras abertas de grande prostituição de conhecimento, é de novos discursos novos dissentimentos, novos terrorismos no saber diversificado plural, transparente nosso moçambicano’.
‘ Choriro a minha grande viagem por essa grade rio que é o Zambeze foi de me encantar com heterogeneidade, o casamento entre a margem patrilinear e matrilinear o que me beneficia com a confluência de discursos antinómicos de me espantar com as entidades que coloriram o Zambeze em toda a sua extensão de violência, escravatura e liberdade. No fundo Choriro não é mais do que a eterna procura do grande Pondoro esse espírito protector da criatividade sem limites.
O livro que segundo algumas vozes, ate sexta-feira ultima já estava esgotado no mercado isto momentos antes de o escritor ter se feito presente a um convite antecipadamente lhe dirigido para o ultimo anual de poesia realizado pela União Nacional dos Escritores e o Instituto Cultural Alemão onde também estiveram em palco para alem dos vários ‘poetas ‘ músicos como Chico António Werner Puntigam e outros escalando o palco daquela sala que apesar da chuva que se fez sentir estava carregada.
No evento o livro do escritor foi leiloado para um jovem que rebateu com o valor de 700 meticais os quais foram revertidos a favor de uma associação local de apoio a criança sediada no bairro do Zimpeto.
‘Que a rede de distribuição atinja o país profundo é o desejo de todos para que o dilema de que o moçambicano não lê desapareça das nossas mentes e por última instância as entidades culturais, competentes captarem estes novos sinais acarinha-los de modo que as indústrias culturais palmilhem com sucesso a rota do almejado desenvolvimento sócio cultural’.
‘Não podem degenerar nessa absoluta pobreza de espírito de transformar a arena do saber em blocos de político e de analista políticos de partidários e apartidários. Aos intelectuais, aos fazedores de coisa vária aos senhores das academias, carecem novos desafios com novas posturas, não basta multiplicar nos por um conjunto amorfo de títulos, é necessário que o nosso capital intelectual seja o nosso grande título na arena diversificado do saber’.
‘Que a literatura floresça na diversidade no nosso Pais’

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