sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Fracassado projecto do Millenium Challenge Account na Zambezia MCA
Projecto Biomassa alternativa no combate ao amarelecimento letal
Texto e fotos: Estacios Valoi
27
/09/12
“A província da Zambézia tem 110 mil hectares de coqueiral e a Madal com cerca de 16 mil hectares instalados, significa que a Madal representa menos de 15 % de propriedade agrícola de plantação de coqueiro na província da Zambézia. Ė Verdade que existem outras empresas como é o caso da Boror agrícola e a Monroa que no total não perfazem mais de 25 mil hectares, continuamos no mesmo ponto, os coqueiros vão sendo dizimados”
Segundo Ilídio Afonso José Bande director provincial da agricultura da Zambézia, o seu departamento concorda com a ideia, mas que propostas escritas sejam apresentadas.
“Concordamos com a ideia, mas ainda é ideia. Já houve algumas propostas de alguns investidores sobre o projecto biomassa mas nós recebemos e estamos a espera que nos apresentem uma proposta escrita para analisarmos e podermos avançar.
Também existe uma outra proposta de um outro investidor que é usar esses coqueiros mortos para briquetes, fabrico de carvão para exportara para a Europa, um carvão muito apreciado fora do pais e, uma terceira versão, é de reensinar os camponeses para aproveitarem a madeira, neste momento tem alguns grupos e associações que estão a fazer o reaproveitamento do coqueiro na obtenção de barrotes, ripas, tábuas,fazem mobiliário. Etc. Penso que esse é o caminho correcto que devia se fazer” .
De acordo com Peter Pishler, responsável e autor do projecto de biomassa, traçado com base na sua experiencia adquirida como ex- Director do projecto MCA (FISP) do Millenium Chanllenge Account de combate ao amarelecimento letal na Zambézia, milhares de árvores do coqueiro mortas pela doença podem ser usadas no projecto de biomassa em grande escala num projecto avaliado em 35 milhões de dólares e uma produção de 130 mil toneladas de ‘pelets’
“A dimensão é uma fábrica de 35 milhões de dólares com uma produção de 130 mil toneladas de pelets. Corta se uma árvore, começa a desfazer em pequenas partes depois secar, moer estas partes da árvore, compressar num tamanho de cinco, seis milímetros, a doença vai desaparecer com a temperatura porque o produto precisa de ser aquecido para extrair o líquido, assim vai morrer toda a doença e o escaravelho rinocero vulgo Nampuiwm não tem depois sucesso de entrar em outro sítio ou plantações e destruir outras plantas”.
"Sou Austríaco de origem e, a Áustria utiliza biomassa para substituir carvão porque na Europa 20% do carvão precisa de ser substituída pela energia renovável, significa que é preciso misturar “ Pelets”, um produto feito de árvores, usa isto para diminuir a poluição do ar através do carvão e minimizar os efeitos negativos na produção da energia, como a redução do dióxido de carbono”.
“Também é um método de reduzir a replantação, ajudar nesta área do carbono porque pode se fazer o carbono offset, carbono credits, significa que você esta a substituir a poluição em varias partes do mundo como replanto na área do reflorestamento.
A Zambézia esta numa situação muito grave e triste porque produzia muito coco e seus vários derivados, ajudou vários farmeiros na cobertura das suas casas com Macubar e com esta doença chamada CLYD amarelecimento letal, Nampuwim “ escaravelho rinoceros, esta a diminuir os coqueiros de uma forma muito rápida na província e no fim não existe outra alternativa, a solução quase, é cortar aos poucos todas as árvores, tentar replantar com espécies mais resistentes mais isso só tem sucesso quando você corta quase todas a s árvores doentes ou com sintomas, é uma escala muito grande e só se pode se atingir com um grande projecto”.
Numa vasta extensão do palmar da Zambézia em que a maior percentagem das árvores esta afectada ou infectada questionamos ao mentor do projecto ainda por ser implementado sobre o que vai sobrar como exemplo daquilo que outrora fora considerado o maior palmar do mundo.
“O nosso projecto tem como plano cortar mil árvores por dia. Para a população seria tirar todas as árvores que neste momento são estacas, que já não tem folhas. Fazer uma viagem daqui para Inhassunge, você fica muito triste, restam estacas em vez de coqueiros, então este projecto pelo menos vai tirar esta parte da arvore, a raiz, e, tirando a raiz abre se oportunidade para as famílias usarem este terreno sem obstáculos em cada 10 metros, não encontram raízes
Penso que vai abrir uma oportunidade para sustentar novas plantações com árvores resistentes, também para outras culturas, outros produtos, uma alternativa para as populações, empresas”
Estágio do projecto
“Neste momento temos todo apoio moral do governo, do sector provincial da agricultura, temos vários suportes aqui em Moçambique mas, o grande obstáculo é obter o financiamento neste área de grandes investimentos para África porque agora na Europa é muito apertado por parte de financiamento mas conseguimos uma opção, um fundo, mas para isso precisamos de uma participação nossa de 10%, estamos a lutar para obter estes 10% que ‘e um valor de um 1.500.000 dólares.
Se conseguirmos isto vamos ultrapassar este obstáculo, podemos implementar já este e próximo ano, fazer a primeira exportação de pelets para o uso em Moçambique, vai substituir carvão na Europa onde é muito procurado onde existe uma lei que todos os países da Europa precisam de substituir o carvão com 20% de energia renovável. Então isso é uma vantagem para nós porque temos mercado na Europa, Ásia mas aparte logística não é fácil em Quelimane, o porto é pequeno e nós precisamos de exportar grandes quantidades, chama se partshipment cujo cada exportação começa de 15 toneladas para cima que não é fácil, é preciso fazer partshipment”.
Responsabilidade social
“ Tem um grande beneficio aqui Moçambique. Estamos a planificar uma nova geração de fogões para utilizar o pelets, isso já foi implementado na Índia e acho que é uma maneira de substituir carvão, importante também para a preservação da madeira como combustível lenhoso e para diminuir o corte do mangal que é um risco muito grande para meio ambiente, problemas de ciclones, erosão. Há cada vez mais necessidade de trazer o carvão para Quelimane ou para grandes cidades quando já não existe floresta para cortar. Depois temos uma situação triste, fora de Maputo quase já não existe arvores.
No corte do coqueiro vão ser pelo menos 500 pessoas, a própria fábrica vai precisar entre 100 a 200 pessoas, logística também, seu total entre 600 e 800 pessoas locais; os camponeses tem a preocupação de tirar as suas árvores doentes e ganhar pouco e nós vamos oferecer um valor simbólico de 30 meticais por cada árvore ou podemos oferecer uma planta mais resistente, que vai permitir plantar uma outra árvore ou outras espécies para a segurança alimentar, pelo menos eles tem uma oportunidade para utilizarem os seus terrenos em vez de ficar com árvores doentes.
A comunidade também pode fazer a mesma coisa se tiver uma área comum, mas também no corte da madeira, junto com outros parceiros que estão agora aqui a implementar pequenos projectos, também vão nos apoiar para aumentar o volume de corte de madeira para fazer produtos de arte, novo sistema de fazer casas na comunidade porque o coqueiro é casa, vida e hoje eles já não tem maneiras de fazer casa deles e, com este projecto na área social podemos desenhar ainda mais projectos para o bem da comunidade”.
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