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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
“Arca de Noé”
Cape Town International Jazz Festival
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Textos e fotos: Estacios Valoi
21/02/03
(Zambeze Newspaper)Sentado, pensando sobre o que acontecerá pelo mundo com dramas por todos os cantos, não haveria melhor que entrar pela “Arca de Noé”, Cape Town Internacional Jazz festival já na sua 14 edição.
Todos os caminhos vão dar a Cape Town, “Arca de Noé” tem encontro marcado brevemente no Cape Town internacional Convention Center (CTICC) na sexta-feira, Sábado dia 5 e 6 de Abril com mais de 40 músicos desde vocalistas, instrumentalistas nos cinco palcos montados
Não tenho que cogitar ou dormir sobre o assunto, se não tentar desenhar alguns rabiscos sobre o alinhamento para esta edição de um festival considerado o quarto maior do mundo, e, sempre desde que existiu habituo-nos a ter dos melhores, desde da música prato principal, exposições fotográficas sobre música, workshop sobre artes para jornalistas, aulas sobre desenvolvimento musical…tudo a medida certa para que se possa chamar de facto, festival.
Como dizia em outras vezes, musica o ultimo verdadeiro grito do espirito humano, assim como a dança o ultimo movimento, ao encontro do som, luzes, cores, almas, espíritos congregados numa única e grande panela desta aldeia global, levaria muito tempo para desenhar o festival em linhas, com o risco de saírem tornas ou de perder-me pelo meio do começo.
Como sempre com a organização do festival a cargo da espAfrika, esta edição tem como financiadores oficiais o departamento de Artes e Cultura e a SABC desde do ano 2000 e como cabeças de cartaz, Buena Vista Social Club, Jill Scott e Brand New Heavies.
Mas vamos ao que mais interessa a “ Arca de Noé” … que carrega consigo para a 14 esta 14 edição do festival desde os clássicos aos contemporâneos, numa lista colorida, começando pelo Buena Vista Social Club de Cuba que pela primeiríssima vez oferece ao festival e ao público uma experiencia inédita.
Orquestra Buena Vista Social Club em palco com Omara Portuondo (Cuba), BWB's Norman Brown, Kirk Whalum, Rick Braun (USA), Zonke Dikana (South Africa), Jill Scott (USA), Thandiswa Mazwai (South Africa), Jimmy Dludlu (South Africa), Brand New Heavies (UK), Céu (Brasil), Cheikh Lô (Senegal), Errol Dyers (South Africa), Pu2ma (South Africa), Claire Phillips (South Africa), Mi Casa “My House” (South Africa), Khuli Chana e AKA (South Africa), Dubmarine (Austrália), Trenton and Free Radical (South Africa), Brother Ali (USA), Mafikizolo (South Africa), Ben Sharpa e Pure Solid (South Africa), Chef'Special (Holanda), Victor Ntoni (South Africa), Jack DeJohnette, Ravi Coltrane, Matt Garrison trio (USA), Reza Khota Quarteto (South Africa), Jean-Luc Ponty (Franca), Sonti (South Africa), Kirk Whalum – Romance Language (USA), Chano Domínguez (Espanha), Louis Moholo presents 4 Blokes & 1 Doll (South Africa), Ibrahim Khalil Shihab (South Africa),Robert Glasper Experiment (USA),Gregory Porter (USA), Auriol Hays (South Africa), Ronin (Suica), Jonathan Rubain and Don Vino (South Africa), Afrika Mkhize (South Africa),Steve Turre (USA), outros a caminho para se juntarem a esta lista.
Segundo Rachid Lombard director do festival CEO da espAfrica, organizadores do evento, esta tudo a postos e satisfeitos com o apoio que o festival vem tendo.
“Estamos maravilhados com este alinhamento. Mais uma vez podemos garantir a classe mundial de artistas internacionais de gabarito assim como uma lufada de ar fresco para os nossos talentos locais. Existe tudo para todos, para os amantes do jazz tradicional ate para os expectadores mais jovens esperançosas de ouvir mais as tendências, a música popular. Para os que vão caminhando ao festival, não se vão arrepender.
Todos os anos nos regozijamos pelo número crescente de expectadores que vem ao evento. Vemos mais e mais visitantes internacionais e a média que vem a Cape Town, uma indicação de que o festival consta no panorama global”
Um cheirinho dos cabeça de cartaz
Orquesta Buena Vista Social Club - O nome se deve a uma antiga casa de shows cubana onde diversos músicos cubanos se apresentaram, que já havia deixado de existir nos anos 50 com "Chan Chan, Quizas quizas, Candela", Compay Segundo, textualmente afirma: "eu não compus Chan Chan; Sonhei. Sonho com a música. As vezes desperto com uma melodía na cabeça, oiço os instrumentos, todo muito clarito. Meto me pelo balcão e não vejo ninguém, mas a escuto como se estivessem a tocar na rua. Não sei o que será. Um dia levantei me escutando essas quatro noticas sensíveis, pus as numa letra inspirando-me num conto infantil de quando eu era criança, Juanica e Chan Chan, e já vês, agora se canta em todo mundo".
Jill Scott nasceu a 4 de abril de 1972, o que significa que completará mais um ano de vida em Cape Town, carrega consigo três grémios nas categorias de cantor, compositora, actriz e poetisa. Desde 1999, Scott construiu uma reputação por ser clássica com álbuns como “Bonito humano” Beautifully Human: Words and Sounds Vol. 2 Lançado em 2004 e “ Coisa real: palavras e som vol.3” The Real Thing: Words and Sounds Vol. 3, em 2007 ambos alcançaram estatuetas de ouro…
Brand New Heavies começam nos anos 80 como um grupo instrumental de Acid Jazz de nome “Irmãos Internacionais” (Brother Internacional). Depois de publicarem o seu primeiro disco com contrato, veio o nome Heavies, emprestado de uma ligeira nota no single de James Brown declarando o artista: Ministro do novo funk pesado”. Como Brand New Heavies, alcançaram o culto seguido no cenário do Clube Londrino e rapidamente assinaram para o Cootempo como Acid Jazz substituindo o raro groove nos clubs. Gravaram Eddie Piille em 1990 com Jay Ella Ruth como líder vocal.
O single “ Tenho que dar ou "Got to give" veio ao de cima no Cootempo antes da banda carimbar as gravações Acid Jazz e lançar Brand Reavies para a aclamação da critica. Seguiram- se as outras musicas como, “Sonho torna se realidade” (Dream Come True), “Nunca parar” (Never Stop) e “Permaneça no mesmo pé” "Stay This Way", todas com Davenport como vocalista principal.
Jack DeJohnette, Ravi Coltrane e Matt Garrison estarão juntos com o trio Jack Dejohnette Trio (USA). Ravi, Jack e Matt (USA), uma reunião de feitos e celebração de um evento original no Museu de Brooklyn em Nova York celebrando a música do grande John Coltrane.
Os aficionados do Jazz também darão as boas vindas a anúncio de que o cantor sul-africano Jimmy Dludlu estará no evento. Dludlu um guitarrista auto didacta aclamado, líder da banda, compositor, envolvido nos arranjos técnicos, internacionalmente conhecido pelo seu Jazz e Fusion original africano.
Robert Glasper Experiment (USA), o trio Chris Dave na bateria e Vicente Archer na viola baixo e Robert Glasper Experiment, explorando a fusão do Jazz e hip hop dobrando o Jazz Funk com beats eléctricos do hip hop, o baixista Derrick Hodge e saxofonista e vocalista Casey Benjamin.
Errol Dyers (SA) trás o seu cruzar único do tradicional, guitarrista de Cape Town de altamente respeitado como pioneiro daquilo que actulmente; e conhecido como Cape Jazz-Ghoema.
The Reza Khota Quartet (SA) de volta ao festival nesta edição de 2013. Liderado pelo vocalista e guitarrista Reza, o quarteto actua com Shane Cooper no Baixo, Buddy Wells no saxofone e Jonno Sweetman na bateria.
O pianista latino do Jazz Chano Dominguez (Espanha) será a outra surpresa para os verdadeiros amantes do Jazz, do post-bop, fusão e flamenco influenciam a música em referência as suas raízes andalusianas. O seu álbum mais recente “ Apanhados do Flamenco (Flamenco Sketches) lançado pela Blue Note Records em Março de 2012 e assina o seu estilo com as reinterpretações de Miles Davis "Kind of Blue".
“Chano Dominguez toca estas melodias com maior beleza, imaginação que virtualidade desde Miles Davis e Bill Evans” entra em palco com Blas Córdoba no vocal, percussão, Ben Street no baixo e Dafnis Prieto na bateria.
Músico a solo Zonke Dikana (SA) carimbou a sua parte no cenário musical, compositora solo, vem as três pe;cas de MI Casa assim como o dueto Khuli Chana e Aka Hip-Hop, nome real Kiern Forbes, Motswako, e o vocal Jazz, Compositor e actor Gregory Porter (USA). A viagem começou.
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Ministro da Madeira José Pacheco reage ao seu envolvimento no contrabando
“..Que estou sob investigação! Não sabia.. Distancio me desses pronunciamentos..”
Estacios Valoi
21/02/13
Ministro da agricultura José Pacheco envolvido no contrabando da medeira de Moçambique para a China apela por uma exploração sustentável do recurso natural em Moçambique e Tomas Mandate Ex. Ministro do mesmo pelouro é também um dos envolvidos que constam no relatório da EIA sobre o contrabando da madeira que sob a esteira deste, a Procuradoria-Geral da república de Moçambique vai encetar uma investigação para apurar o grau do envolvimento figuras da nomenklatura politica Moçambicana
Durante a recente visita de três dias Ministro da Agricultura José Pacheco a província de Cabo Delgado no Norte de Moçambique que findou domingo último, um dos epicentros do contrabando da madeira.
Em conferência de imprensa realizada na tarde de domingo passado nas instalações da direcção provincial da agricultura em Pemba a nossa reportagem questionou ao ministro que faz uma avaliação positiva da sua visita sobre os contornos do contrabando.
“Realizamos uma visita de trabalho com o objectivo de avaliar o desempenho da direcção provincial da agricultura, a campanha agrícola 2012/13 assim como manter dialoga com diferentes intervenientes do sector agrário na nossa província.
A nossa reportagem quis saber do ministro a que exploração florestal sustentável se referia quando de Moçambique, Segundo o relatório da EIA a quantidade de madeira Moçambicana que entra na China é abismal. “Discrepâncias nos dados comerciais indicam que, em 2012 companhias chinesas importaram entre 189.615 e 215.654 metros cúbicos de madeira, exportados ilegalmente de Moçambique – constituindo 48% de todas as importações da China do país.
Excedem massivamente não só as exportações licenciadas, mas também excedem o licenciamento florestal em 154.030 metros cúbicos – gerando uma percentagem alarmante de 48% de corte ilegal no país. Tais crimes custam a Moçambique milhões de dólares a cada ano em impostos perdidos, recursos cruciais para o quarto país mais subdesenvolvido do mundo. EIA de novembro de 2012 sobre as importações ilegais de madeira da China providencia casos de estudo de algumas das maiores companhias que hoje estão cometendo estes crimes em Moçambique, expondo as técnicas de contrabando, o clientelismo político e a corrupção que o facilita”.
“A discrepância é de 189.615 metros cúbicos, constituída quase inteiramente de madeira em toros contrabandeada para fora de Moçambique por empresas chinesas, e provavelmente composta primariamente por espécies de “primeira classe” proibidas de serem exportadas em toros. Em 2012, a China registrou importações de 323.000 metros cúbicos de madeira em toros de Moçambique, enquanto que Moçambique registrou exportações globais de madeira em toros no mesmo período de apenas 41.543 metros cúbicos.
A escala do contrabando é espantosa com a discrepância constituindo 42% do total das importações registradas pela China de Moçambique em 2012, e um ainda maior 72% do total de exportações de madeira de Moçambique registrados para os mercados globais naquele ano”. Frisa o relatório.
E, quisemos saber sobre o seu envolvimento no contrabando, a investigação que sobre ele recai a ser feito pela Procuradoria-Geral da república (PGR) e, de que exploração florestal sustentável se refere.
“Liu da MODIF alegou que a sua relação próxima com o actual ministro da agricultura, José Pacheco, ajudou-lhe a garantir concessões florestais, vangloriando que “eu e ele somos como irmãos, quando ele (o Ministro) não tem dinheiro, ele busca por mim”. De fato, EIA descobriu que o ministro Pacheco visitou Liu três vezes recentemente, já que a conferência do partido Frelimo foi organizada em Pemba, no período da visita da EIA”,
Pacheco disse não estar a par das investigações.
“Na reunião com os madeireiros nós tivemos a oportunidade de partilhar a necessidade de privilegiar o processamento local da madeira, a observância da lei e do regulamento, estamos a reforçar a nossa capacidade para inspecionar o cumprimento dos planos de exploração nas concessões florestais porque queremos que este recurso seja explorado de forma sustentável para que sirva a actualidade e as gerações vindouras
Primeiro quero agradecer a informação que me esta a dar, que estou sob investigação, o que não sabia. Esta a dar me a noticia em primeira mão, em segundo lugar, distancio me desses pronunciamentos, em terceiro lugar, nós vamos continuar a impor que a lei, o regulamento de florestas e de mais legislação aplicável seja observado pelos operadores florestais quer sejam nacionais quer sejam estrageiros.
Gostaria de partilhar consigo que nós estamos a reforçar a nossa capacidade de fiscalização e desse reforço, no ano passado quatro empresas concessionarias em Moçambique, ficaram sem licenças, não tenho os nomes. Acabamos de fazer inspeções a nível nacional, vamos avaliar os relatórios da inspeção mas pode se dar o caso de outras empresas verem as suas licenças cacadas, não temos compromisso com ninguém, quem estiver a prevaricar vai ser tratado nos termos da lei”.
Contudo Pacheco não faz menção as quatro empresas que supostamente ficaram sem as suas respectivas licenças a nível nacional. Facto, são mais de quatro as empresas prevaricadoras, a título de exemplo as referidas no relatório da EIA dos amigos de Pacheco do Mandlate, baseadas em Pemba-Cabo Delgado e outras pela Zambézia, que vão desde o tratamento desumano dos trabalhadores.
“Aquilo que é a nossa postura como governo é que as leis laborais têm que ser cumpridas e qualquer situação em que as leis não são cumpridas, usaremos os instrumentos que temos para que seja cumprida. O facto de estarmos a atrair investimentos para Moçambique não do lugar a violação da nossa legislação. É para ser cumprida”.
Segundo Chris Moye um dos investigadores da EIA continua se a espera da reação do governo Chines,“Ainda não recebemos uma resposta. A investigação do Pacheco e do Mandlate e um bom começo. Espero que as outras recomendações no nosso relatório também sejam consideradas” e mais, dois relatórios recentemente lançados “São diferentes, deste relatório são mais detalhados. Esperamos que o Governo Moçambicano tome as medidas necessárias para cumprir as recomendações, muitas das quais não seriam difíceis de implementar. Não existe um acordo internacional que resolveria este problema. A responsabilidade recai sobre Moçambique e China. A investigação da Procuradoria e um bom começo. Não vamos prejulgar a investigação – só esperamos que seja cumprido em boa-fé”.
Quanto ao impacto ambiental e quantidades astronómicas que vão sendo contrabandeadas, Moye vai mais longe e faz menção ao consumo domestico no corte ilegal
“Em 2007, no Inventario Nacional Florestal, Moçambique desenvolveu o que se chama do Corte Anual Admissível – o qual determina o limite anual da exploração florestal que não afecta o meio ambiente. O relatório propus um monto de 515,000 metros cúbicos por ano. Se o comércio ilegal de madeira com a China continua crescendo da maneira que cresceu entre 2011 e 2012, o CAA vai ser superado em 2013, com todos os efeitos ambientais associados com isso. Ainda nem falamos sobre o papel do consumo domestico no corte ilegal, o qual é provavelmente mais grande do que o comercio ilegal de madeira com a China”.
As afirmações do chefe da empresa MODIF que afirma que o ministro Pacheco recebe dinheiro pelo protecionismo da sua empresa para que continue a contrabandear madeira para a China “deveriam ser investigados através do processo judicial correspondente. Os dois países já firmaram acordos bilaterais. Não sei quando e o próximo encontro. Mais se podia discutir os problemas do comércio ilegal de madeira sem esperar para isso. Eu espero que a investigação seja feita de acordo com os melhores estândares judicias”.
Até que ponto será exploração florestal, fiscalização com conivência de dirigentes moçambicanos quando “ exportações sem licença eram de 50% de madeira em toro e 50% de madeira serrada, cerca de $22.896.011 em impostos foram perdidos devido as exportações não licenciadas para a China em 2012, as quais chegaram a um valor cerca de $130.834.350”, será sustentável!
Mas o Ministro da Agricultura José Pacheco, não visitou alguns distritos de Cabo delgado apenas para manter encontros com os amigos madeireiros, também para estar a par do desenvolvimento do sector da agricultura, desde a produção agrícola, a promoção, falta de manutenção dos transportes troca de experiencia para os extensionistas, a falta de insumos a nível da província, questões levantadas pelos funcionários da instituição em Pemba.
“O extensionista é o principal vector da transferência de tecnologia porque ele se relaciona com o investigador, têm acesso as tecnologias que a nossa investigação esta a gerar e a responsabilidade de transferir através da demonstração no campo, resultados dele próprio ou na machamba do produtor.
Pela implementação do programa de demostração pelo extensionista nos campos do produtor, a nossa avaliação é que a acção de indução do aumento de produtividade começou na província de cabo delgado. É contudo um processo que deve ser continuado, abrangente para a grande maioria dos produtores, singulares ou colectivo. Vai facilitar muito o trabalho do aumento da transferência de tecnologias, aumento da produtividade á organização dos produtores para a compra de insumos, sementes e sobretudo para a venda dos seus excedentes. Acreditamos que estamos no bom caminho para o sucesso”.
“Trabalhamos no distrito de Chiuri, visitamos produção escolar na escola profissional de Ocua, um campo de demostração de resultados pelos extensionista no contexto o programa intensivo de transferência de tecnologias para os nossos produtores saírem da subsistência para o agro negócio.
Visitamos a empresa produtora de banana no Chiuri que esta em franca emergência para um grande produtor que já esta a exportar designado Jacarandá, visitamos a fábrica de processamento de caju em Nangade, visitamos agricultores, um criador de gado no distrito de Mecúfi, reunimos com operadores florestais, com extensionistas agrários e a avaliação que fazemos, o desempenho no geral é positivo tendo em vista aquilo que é o processo de sementeiras, bom desempenho do movimento vegetativo das culturas nas campanhas 2012/13.
Temos alguns desafios nomeadamente continuar a trabalhar para produzirmos mais sementes melhoradas para os produtores, um grande determinante para o aumento da produtividade, a melhoria da planificação para que as metas sejam efectivamente cumpridas.
Há produtos que não conseguiram alcançar as metas planificadas, o desafio é que todas as metas sejam alcançadas, o crescimento preconizado no plano estratégico do sector agrário seja observado e neste caso a província de cabo delgado este ano cresceu a nível de 9%. N’os fazem avaliação positiva, a campanha agrícola em Cabo Delgado garante o cumprimento das metas na generalidade”.
Cabo Delgado continua a importar a sua maior parte dos produtos, desde vegetais o tomate a 100 meticais o quilograma enquanto que, por exemplo: o tomate em Maputo mesmo a cinco meticais o quilo vai apodrecendo, o Milho de Manica...idem. Que politicas agrarias se vislumbram!
“Na nossa organização, certamente não faz sentido Cabo Delgado comer tomate de Maputo, pode comer o seu tomate produzido aqui, há de haver um e outro produto que faz sentido importar porque produzir aqui fica oneroso mas, não é neste caso concreto das hortícolas, dai que o desafio é intensificar a produção de hortícolas.
Em cabo delgado iniciou todo um programa de comercializado de sementes de hortícolas, introdução de estufas para que cabo delgado possa produzir os perecíveis de hortícolas que tem potencial para produzir, teremos situações em relação a determinados grãos. As vezes vale a pena balancear se faz sentido por exemplo levar feijão, amendoim de Namuno para Maputo. Os custos de transportar amendoim de Namuno para Maputo são tao elevados que faz sentido se calhar importar daqui perto. Estamos de acordo convosco sobre o desafio que temos de produzir as hortícolas aqui em cabo delgado para o consumo dos cidadãos, das indústrias hoteleira dos grandes empreendimentos emergentes na província de cabo delgado”.
Regadio de Xipembe – Ningure ainda sem fundos para sua reabilitação
“Nós, certamente temos interesse em trazer resultados. Neste momento podemos avançar que estamos a negociar com as potências parceiros para a mobilização dos recursos.
O nosso governo tendo em conta a importância que tem o recurso água para a agricultura e a necessidade de fazer uma boa gestão para fins agrários, criamos uma instituição que toma conta da irrigação no nosso pais o PROIR, que tem como objectivo fazer o fomento da irrigação, a reabilitação dos regadios de Xipembe em Ningure, é um grande imperativo para o processo de aumento da produção e produtividade em cabo delgado. O governo esta comprometido com isso, o desafio é mobilizar os recursos que necessitamos para a concretização do processo que nos levará ao relançamento dos regadios de Ningure e Xipembe”.
Disputa de terras, produção comida VS criação do gado Bovino
“Em relação a bovino-cultura em cabo delgado, em geral esta a ser feito em regime extensivo, e o crescimento da população, os vários interesses que se desenvolvem para a produção agraria e outras actividades impõem que se comece a avançar para a intensificação, os nosso criadores de gado tem que produzir silagem, recolher restolhos de cultura, capim, fazer silagem para alimentação do gado.
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Inclusivamente produzir alimentação de gado o que vai permitir a utilização de menor área com igual ou maior efectivo de gado bovino, este é um desafio…investir em equipamento para fazer fardos para recolher capim e intensificar a sua actividade para alem de outros pacotes tecnológicos que se podem adaptar, inseminação artificial, touros para aumentar o potencial genético com vista também a termos produtividade na criação do gado bovino em Cabo Delgado e em Moçambique”.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Baleado nas “barbas” de Khalau
Direcção provincial da saúde ainda atabalhoada entre cólera e diarreias
Ministro e ex. Ministro da Agricultura no tráfico de Madeira de Moçambique para a China
Quem paga!?
Texto e fotos: Estacios Valoi
13/02/13
Trata-se do actual Ministro da Agricultura José Pacheco, o ex. Tomas Mandlate envolvidos no contrabando da madeira de Moçambique para a china em números astronómicos comparativamente as quantidades de corte anual estabelecidas pelos Serviços de floresta e fauna Bravia.
Em Moçambique estima-se que o produto florestal venha a esgotar dentro de cinco a dez anos com o envolvimento de empresas de peso prevaricadoras como a Modif, Senlian, Fan Shi,Pingos Marinha, Verdura Lda, as companhias da família Tsou (Green Timber),segundo o último relatório da Agencia ambiental de Investigação com base em Londres (EIA) referente a Moçambique divulgado semana finda.
Desde o uso de documentos fraudulentos, corrupção, transporte, corte ilegal de madeira, violação das leis florestais vigentes em Moçambique com a conivência de nomes sonantes da nomenklatura política moçambicana, desde o ministro da agricultura José Pacheco, a antigo da mesma área Tomas Mandlate, governadores, directores, os contornos são alarmantes.
Apesar da existência de leis de Floresta e Fauna Bravia em Moçambique, como o artigo 44 que rege o regulamento e aplicação de multas, apreensão de equipamentos usado no corte, suspensão das licenças e cancelamento das actividades, interdição na aquisição de novas licenças ou autorização por um período de um ano para os fora da lei, facto ‘e que as empresas envolvidas no crime da Madeira “amigas” dos ministros continuam a desenvolver as suas actividades a seu bel-prazer.
Domingo ultimo a nossa equipe de reportagem visitou algumas destas empresas madeireiras, autênticos monumentos de muros altos pelo corredor do bairro de Muxara em Pemba, empresas onde os trabalhadores não têm contractos de trabalho e em termos de pagamento salarial, o fim do mês ‘e aos 40 dias.
Segundo o relatório da EIA a quantidade de madeira Moçambicana que entra na China é abismal. “Discrepâncias nos dados comerciais indicam que, em 2012 companhias chinesas importaram entre 189.615 e 215.654 metros cúbicos de madeira, exportados ilegalmente de Moçambique – constituindo 48% de todas as importações da China do país.
Excedem massivamente não só as exportações licenciadas, mas também excedem o licenciamento florestal em 154.030 metros cúbicos – gerando uma percentagem alarmante de 48% de corte ilegal no país. Tais crimes custam a Moçambique milhões de dólares a cada ano em impostos perdidos, recursos cruciais para o quarto país mais subdesenvolvido do mundo. EIA de novembro de 2012 sobre as importações ilegais de madeira da China providencia casos de estudo de algumas das maiores companhias que hoje estão cometendo estes crimes em Moçambique, expondo as técnicas de contrabando, o clientelismo político e a corrupção que o facilita”.
Moçambique e um signatário da Declaração Ministerial de Yaoundé sobre a Aplicação da Legislação, Governação e Comércio no Sector Florestal (FLEGT), se comprometendo a 42 acções contra do corte ilegal de madeira, a corrupção, e de promover a governança florestal. Dados os problemas detalhados neste relatório, e claro que estes compromissos não foram alcançados. As discrepâncias nos dados de exportação/importação dos volumes de madeira comercializados entre a China e o Moçambique demonstram a crescente escala das exportações ilegais, e como este contrabando promove o corte ilegal
“A Transparência Internacional classificou Moçambique como o 51º país mais corrupto do mundo, quarto mais subdesenvolvido de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas de 2012 com os custos de degradação ambiental chegando a $370 milhões anualmente. Em 2010, agricultura, silvicultura, pesca e caça foram os setores que mais contribuíram ao PIB, constituindo 30.9% do total, demonstrando a importância do setor florestal para o crescimento econômico do país.
A exportação de madeira em toros das 22 espécies de primeira classe é proibida, requer o processamento em Moçambique antes de sair do país. Apesar desta proibição parcial, o comércio ilegal de madeira com a China está seriamente debilitando a governança florestal. Em 2012, o governo de Moçambique registrou exportações de 260.385 metros cúbicos de madeira em toros e serrada ao mundo, incluindo a China, enquanto a China registrou importações de 450.000 metros cúbicos de madeira em toros e serrada de Moçambique”.
“A discrepância é de 189.615 metros cúbicos, constituída quase inteiramente de madeira em toros contrabandeada para fora de Moçambique por empresas chinesas, e provavelmente composta primariamente por espécies de “primeira classe” proibidas de serem exportadas em toros. Em 2012, a China registrou importações de 323.000 metros cúbicos de madeira em toros de Moçambique, enquanto que Moçambique registrou exportações globais de madeira em toros no mesmo período de apenas 41.543 metros cúbicos.
A escala do contrabando é espantosa com a discrepância constituindo 42% do total das importações registradas pela China de Moçambique em 2012, e um ainda maior 72% do total de exportações de madeira de Moçambique registrados para os mercados globais naquele ano”. Frisa o relatório.
Enquanto apela-se pela preservação, conservação dos recursos florestais empresas como a MOFID e outras que vem mencionadas no relatório com costas quentes, neste caso do Ministro da agricultura José Pacheco e seu Ex., o contrabando para a China a troco de valores monetários, corrupção a alto nível vai de vento em popa
“Uma ligação telefônica da EIA para uma empresa chinesa afiliada a MOFID, em novembro de 2012, confirmou que esta empresa estava estocando madeira em toros de 1ª classe proibida de Moçambique na China. Liu da MODIF alegou que a sua relação próxima com o actual ministro da agricultura, José Pacheco, ajudou-lhe a garantir concessões florestais, vangloriando que “eu e ele somos como irmãos, quando ele (o Ministro) não tem dinheiro, ele busca por mim”. De fato, EIA descobriu que o ministro Pacheco visitou Liu três vezes recentemente, já que a conferência do partido Frelimo foi organizada em Pemba, no período da visita da EIA.
Durante um tour pelo seu depósito de madeira, Liu revelou que a presença do presidente de Moçambique em Pemba para o congresso da Frelimo tinha freado temporariamente as exportações ilegais de madeira em toros da MOFID, pega em flagrante tentando exportar madeira em toros para China”.
A reunião também revelou a facilidade com a qual MOFID evade-se das inspeções dos oficiais governamentais, advertido por um dos seus sócios sobre a visita iminente de oficiais do Ministério da Agricultura ao seu depósito de madeira, Liu disse que iria excepcionalmente carregar os contentores com pau-preto no dia da visita, cuja exportação é autorizada.
“SENLIAN também com um apadrinhamento político influente. Durante a reunião na casa do Sr. Xu, os investigadores da EIA foram apresentados a Tomas Mandlate, ex-ministro da agricultura e actual deputado, quem estava se hospedando na casa de Xu, durante o congresso da Frelimo. Mandlate explicou que o seu papel era “ajudar a companhia a resolver alguns problemas”, enquanto Xu posteriormente explicou que Mandalate “se encarrega do trabalho de intermediação tal como, quotas de exportação, concessões florestais”, pelo qual ele recebe “um salário mensal” e uma participação na companhia.
Mandlate também é o presidente de uma companhia que possui um terminal especial de exportação no Porto de Nacala: um depósito de 8.000 toneladas, o qual oferece serviços de armazenamento, transporte e processamento de trâmites alfandegários; Mandlate também tem participação numa companhia chamada Holamale, licenciada para explorar produtos florestais. Estes negócios e ligações com a Senlian alegados durante a reunião com a EIA, apresentam um claro conflito de interesse entre o actual posto de Mandlate como deputado, eleito para representar o interesse comum, e seus interesses privados. Mandlate negou seu envolvimento no comércio ilegal de madeira com o Sr. Xu”.
Os números de madeira contrabandeada de Moçambique, assim como o número de exploradores florestais provenientes da China vão aumentando.
“A China importa 90% de toda a madeira exportada de Moçambique (e não todas as exportações globais de Moçambique), pode se inferir que 215.654 metros cúbicos, ou 48% de todas as importações da China em 2012, não foram registrados como exportações pelas autoridades de Moçambique. Aplicando esta mesma lógica aos últimos 6 anos, pode se inferir que, 804.622 metros cúbicos de madeira provenientes de Moçambique, principalmente madeira em toros, foram contrabandeados para a China entre 2007 e 2012.
Entre 2007 e 2012, mais de 707.025 metros cúbicos das importações chinesas de madeira moçambicana não foram registrados como exportações por Moçambique. A perda financeira deste comércio ilegal é significativa. Em 2010, as exportações de madeira moçambicana para a China foram de $49 milhões, enquanto que as importações de madeira proveniente de Moçambique registradas na China foram de $134 milhões, indicando que $85milhões despareceram”.
“O licenciamento florestal de Moçambique em 2012 foi de 321.370 metros cúbicos, o mais alto desde 2007. Utilizando um cálculo de conversão de 80% para as importações de madeira serrada da China (Roundwood Equivalente em inglês – RWE), e juntando isso as importações de madeira em toros, um total de 475,400 metros cúbicos de madeira em toros teria que ser colhido para fornecer os registros de importações Chinesas de madeira Moçambicana para 2012.
Isso indica que as importações da China de madeira Moçambicana excederam o licenciamento florestal por 154,030 metros cúbicos em 2012, gerando uma taxa de corte ilegal de 48% no país. A EIA, também estimou quantos recursos estão sendo perdidos por Moçambique em impostos não arrecadados, devido ao comércio ilegal de madeira. A Lei n.º 7/2010 da Taxa de Sobrevalorização requere do exportador de madeira o pagamento de 20% de imposto sobre o preço f.o.b. da madeira em toros, baixando a 15% para a madeira serrada.
Prevendo que as exportações sem licença eram de 50% de madeira em tora e 50% de madeira serrada, a EIA estima que cerca de $22.896.011 em impostos foram perdidos devido as exportações não licenciadas para a China em 2012, as quais chegaram a um valor cerca de $130.834.350”
Outros prevaricadores no relatório a mesma escala
Fan Shi Pagamentos para “clandestinamente liberar as mercadorias na alfândega”. Fan Shi Timber é um negócio de três familiares de Fujian: Fan Guoyong, Fan Jinglin e Fan Jinghui. Nenhuma das três companhias possui concessões florestais em Moçambique e afirmam que contam com cotas de corte para espécies e volumes específicos, negociados e adquiridos do Ministério da Agricultura.
Pingos Marinha “Este é o nosso segredo” em Pemba dirigida pelos irmãos Zheng Fei and ZhengXudong. A companhia administra duas concessões em Cabo Delgado e exporta aproximadamente 1.000 contentores de madeira por ano para a sua companhia afiliada Dong Guan Yetong Trading, localizada em Guangdong.
Verdura Lda. “você paga um custo extra por isso” possui três sócios operando nos portos de Quelimane, Beira e Nacala, exportando aproximadamente 170 contentores com troncos de Mondzo, Chanate, Pau-ferro por mês para a província de Guandong, na China.
As companhias da família Tsou (Green Timber). Documentos fraudulentos, Ken e Tina Tsou são sócios de varias companhias, alguns das quais foram implicados no comércio ilegal de madeira.
Uma das companhias, a Green Timber,
criada em 2001 para fins de importação e exportação, possuindo concessões nas províncias de Manica, Nampula, Zambézia exportando a maioria de sua madeira para a China. Vários artigos foram publicados na imprensa nacional Moçambicana alegando uma diversidade de crimes cometidos pela Green Timber, incluindo a evasão de pontos de inspeção, utilizando conhecidos nos portos de Moçambique para facilitar o contrabando ilegal de madeira em toros, ilegalmente cortando dentro de uma reserve nacional, construindo pontes ilegais para facilitar o contrabando, utilizando armazéns clandestinos e cortando acima dos volumes permitidos.
Documentos obtidos pela EIA demonstram os métodos utilizados pelo Tsous para exportar ilegalmente através de uma variedade de companhias. Um documento de exportação adquirido pela EIA mostra 40 contentores de toras de 1a classe sendo enviados por navio de Hong Kong a Shatian, no sul da China, a companhia China Meheco Import & Export Corporation.
Este importador chinês e uma subsidiária da companhia estatal China Meheco Corporation, que esta registrada na bolsa de valores de Shanghai.61 Este carregamento originou de Moçambique, e foi ilegalmente exportado do porto de Nacala por uma companhia chamada Oceanique Lda., com um dos proprietários sendo a Tina Tsou. Este caso demonstra como companhias estatais da China conseguem contrabandear madeira de Moçambique através do uso de documentos fraudulentos. impunidade apesar de seu envolvimento no comércio ilegal de madeira. Os esforços actuais do governo, enquanto que são louváveis, não estão utilizando todas as ferramentas legais na luta contra os contrabandistas.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Ilha de Matemo a espera de melhores
Estacios Valoi
07/02/13
É onde se localiza a estancia turística Matemo Lodge erguida desde 2004 numa das 27 ilhas que compõem o arquipélago das Quirimbas na província de Cabo Delgado estendendo se pelo no norte de Moçambique numa costa de 425 km.
São seis comunidades que constituem a ilha de Matemo com cerca de duas mil pessoas, desde a de Palussansa, Misaula,Ngamba,Nwanacombo,Lueculo, Bilanba que ao longo da costa se estendem entre bancos de areia, corais, varias espécies marinhas, florestais, aguas cintilantes, os raios do sol mergulham mar adentro perdendo se nas profundezas expondo algumas espécies marinhas vistas a seis ou mais metros de profundidade sem que se tenha que mergulhar.
São marcas de areia naturalmente traçadas pelas águas, caminhos que só ela consegue fazer, permitindo e oferecendo espaços para a prática de desportos aquáticos e outras actividades em dias de preguiça, de tradições seculares desde que aquele povo existe, a penetração árabe, indiana portuguesa, a escravatura.
Muito pode se dizer ainda sobre a ilha de Matemo, a minha lente de 300 milímetros, a uma altitude de cerca de 5000 mil pés de voo, conseguia penetrar o azul e/ou verde do mar ao encontro da areia branca.
Na nossa passagem por aquela ilha durante alguns dias a nossa reportagem entrou pelo Matemo Lodge e por coincidência estavam lá os administradores daquela instância turística Janson & Karen de Plessis que pode nos explicar um pouco mais sobre aquele pedaço insular guardado pelo Ibo a espera de Cahora Bassa.
“Matemo Lodge composto de 24 bungalows, um restaurante, bar, uma seria de actividades, claro na sua maioria aquáticos como mergulho, pesca, vela, caíques, Wind Surf, Barquinho de pedais e outros, viagens de barco para Ibo, o lodge com cerca de 78 trabalhadores tem capacidade para albergar 27 hóspedes.
Dos nossos trabalhadores cerca de 56 são aqui da ilha de Matemo e os restantes vindos de Pemba, Maputo e África do sul. Recebemos vários turistas, 40% sul-africanos, 30% portugueses, o resto italiano, moçambicanos e de outros países, como da Europa, um pouco dos Estados Unidos e Austrália.
Temos a I ilha de Rola que é mais para snoorckling com corais muito bonitos, também para piqueniques, mergulho, mas que também se fazem fora de Matemo, do Ibo, mais para cima em Zala. As nossas actividades são basicamente desenvolvidas em torno das ilhas de Matemo, Ibo e Rola.
Aqui a maioria dos nossos trabalhadores são das comunidades aqui de Matemo. Temos comunidades que trabalham com o Lodge e ate aqui construímos um posto de saúde, salas de aulas, mesquitas e durante o mês de Ramadão recebem alimentos como arroz, agua nas celebrações do IDE. Não tenho certeza quanto aos montantes mas é um valor considerável”.
Mas nem tudo é um mar de rosas em Matemo.
“ Aqui temos desde a falta de água potável, energia electrica. Quanto a agua potável, aqui usamos o processo de dessalinização da agua do mar o que custa nos muito, é um processo oneroso. Aqui há praticamente nada, a maioria dos nossos produtos vem de pemba. Temos um fornecedor em Pemba, todo o nosso combustível também vem de Pemba. A única coisa são mariscos que provem dos nossos pescadores locais. Desde 2004 que ainda não temos energia electrica de Cahora Bassa.
Para a nossa iluminação por dia gastamos 4.500 litros de diesel é muito caro. Mas se tivéssemos energia de Cahora Bassa íamos poupar muito dinheiro, não teríamos que transportar combustível par a Ilha.
Temos a problemática dos preços dos voos o que faz com que muitas pessoas que queiram visitar o Lodge não o façam. Há poucos voos de Pemba para Johannesburg, os da LAM são três ou quatro por semana e o preço que se pagam para um voo directo Pemba Johannesburg na Africa do Sul é o mesmo que se paga de Johannesburg para a Europa; Exemplo o problema do mercado europeu tem a ver com o custo de voo para chegar a Moçambique que o custo é elevado, tem que ir via África do sul, excepto de Portugal que se pode voara directamente a Maputo, o custo do bilhete limita as pessoas de viajarem para aqui
Mas temos clientes ao nosso nível, temos camarão, lagosta, lulas, caranguejo, também os nossos clientes fazem viagens a Ibo durante a fase de observação de baleias, mergulham, outros fazem pesca desportiva”.
Projectos em vista
Tencionamos desenvolver, construir mais algumas salas de aulas, manutenção do posto de saúde, construir a maternidade. No momento o que temos é algo básico, a escola tem duas salas de aulas grandes com três turmas e, a terceira estuda por baixo de uma árvore, então esperamos construir mais uma sala de aulas para minimizar esta situação.
A nossa reportagem deslocou as cinco comunidades de Matemo em especial a Dade Resort na comunidade de Palussansa onde conversou com Saudade Sulemane Jabu Matemo, proprietário do Resort quem nos levou a palmilhar a ilha.
Saudade ou Dade apos ter trabalhado como fiscal no parque das Quirimbas, em Matemo Lodge, formado no Parque Nacional de Gorongosa e suas viagens pela ilha de Zanzibar decidiu construir a sua instância turística que hoje acolhe um bom número de turistas que se fazem por aquelas praias.
“Aqui aos poucos comecei no turismo área em que andei envolvido durante muito tempo. Fui ver o tipo de Bungalows em Zanzibar na Tanzânia mas antes trabalhei como fiscal no parque das Quirimbas, eu Saudade Sulemane Jabu Matemo, trabalhei na fiscalização aqui em Matemo, também no assunto de conservação de tartaruga marinha. Apreendi como fazer natação, mergulho, Snoorckling, Aprendi turismo em zanzibar, andei com muitos turistas
Mas em Matemo Lodge apreendi carpintaria, trabalhei cinco anos como fiscal comunitário em Matemo Lodge depois levaram me para ir treinar em Sofala no parque de Gorongosa e quando voltei fiz fiscalização no parque nacional das Quirimbas depois pensei em fazer turismo assim. O York e Hélder de Mitimwiri no Ibo que vão me ajudando e mandam clientes para aqui e fazem minha publicidade na Internet”.
Dade hoje tem um barco e emprega 16 trabalhadores e no seu Resort com cinco bungalows casal, uma cozinha, restaurante, tendas esticadas, por ambos os lados uma vista de não tirar os olhos.
“Aqui construi cinco bungalows, um restaurante, quando não há mais bungalows, tenho tendas e este ano estou a pensar em construir um restaurante de verdade, tenho um barco e emprego desaseis pessoas, uma rede de pesca, as vezes levo clientes para travessar para Mucodjo, Ibo
Eu como guia turístico levo os clientes para mostra a história aqui de Matemo na zona Sul tem a Ilha Sagrada, umas antiga casa de Vasco da Gama os clientes compram coisas para as crianças mas o mais importante é que quando aqui chegam encantam se com a população. As vezes vão ver baleias, golfinhos
Aqui ainda tem tartaruga, peixe para fazer snoorckling, corais é mesmo bonito, tinha um sítio que era protegido, de conservação, o Santuário, havia muito peixe, polvo mas hoje saímos para fazer snoorclking e lá já não vejo muito peixe, temos que ir para outras zonas como a ilha ade Rola, para Misauna, estragaram o santuário, aqui, também não tem fiscal.
Estou preocupado com conservação porque é uma coisa importante porque assim o turismo também vai crescer e eu também estou a ajudar na conservação”.
Pelos pratos a gosto turístico, tradicional, do Arroz de casca, papaia, banana, frutas de Matemo, caril de polvo, peixe, lula, matapa, ostras, caranguejo, lagosta e, menos o camarão que por la, muitas das vezes só o visto de binóculos e pela língua, o preço é outro!
Dade de olhos postos no seu congelador que vai caindo de podre por falta de corrente electrica realça o apoio que as comunidades têm tido de Matemo Lodge
“O lodge ajuda com muitas coisas aqui na comunidade, quando tem um doente grave pode ajudar em avião, barco para Ibo, quando é Ramadão dão na tâmara, arroz, açúcar, agua. Aqui tem problema de água, só temos cisterna e quando chove apanhamos aquela água e serve até próximo ano, tem aldeia Ngamba que tem hospital para onde todos vamos depois, tem que sair daqui para Ibo.
Aqui energia de Cahora Bassa ainda não chegou, só gerador, gasta muito e nós trabalhamos até 21h00, 22h00, qui tenho congelador e sem energia de Cahora Bassa esta a ficar podre”. Sublinhou Dade.
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