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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Zé Maria o saxofonista

Foram três dias consecutivos de sopro pela terceira maior baia do mundo Texto e fotos: Estacios Valoi 24/01/13 Era mais um dia desses que a medida em que os ponteiros do relógio vão girando cai a noite, no alvorecer cruzam se astros a espera do novo dia em orgias loucas no encontro do mar que por vezes leva-nos a um azul verde pelo horizonte calmo e por vezes pelo canto das ondas a velocidade do vento. Foram três dias de sopro consecutivos, mas as desta vez o sopro por Pemba veio do doutro lado, claro depois de ter escalado Ibo pelas terras mais a Norte, Zé Maria, Sérgio Mahumane na viola baixo, desembocaram em Pemba naquilo que foram os seus três dias de sopro aventados pelo seu Saxofone, e, Cudbury residente ca do sitio. A tarde ia caindo, as palmeiras, os pássaros, o mar ia tudo ficando em silêncio a espera do sopro anunciado não anunciado. Primeiro, e a horas para a surpresa de todos que se encontravam no restaurante mais badalado de Pemba, o Kauri, Zé começou a sua cruzada entre curiosos, amadores, que antes nunca tinham visto por aqui e/ou acola algo igual. Soprou como se fosse o primeiro dia do começo do fim, e claro que era, o despoletar fim adentro dos seus três pela baía. Conhecido desconhecido, num prelúdio a sua dimensão, soprando a quatro ventos não levou Pemba mas os olhos, espirito, corpos que simbioticamente cruzavam se naquele espaço cheio de vida numa viagem inédita. Na mesma noite, isto depois do Kauri, escalamos Rema, a outra casa de pasto onde tem uma banda residente la dos anos 60, que assim como o tempo, no seu estilo musical, disciplina a banda foi ficando pelas margens. Fomos lá para a copofonia, mas quando dei por mim o palco dos mais velhos tinha sido tomado de assalto pelo Zé e a turma do Jazz. No princípio tocou um tema com os ‘donos’ da casa, mas a seguir os donos não se aperceberam o que lhes estava a acontecer e, em debandada retiraram se do palco. Aturdidos! Eram sons vindos de outra galáxia numa baia que praticamente não há entretenimento. Eram sons que enchiam o ar, a alma, os olhos, uns estupefactos, aos outros apenas coube lhes tatear o chão com o pé, umas abanadelas a cachola e seguir a respiração do Zé que já nessa altura, já tinha ido. Fazendo se acompanhar em placo por ‘ amadores de música’ . O baluarte, isto a casa do Fernando Moreira, da Anabela e da Rita, era o Jazz, Fado ..E, o Zé de contente, momentos de alegria agradeceu pela festa. Depois, tomou o Beach House, o Russel Camping, mas também actuou para crianças, outras portadoras de deficiência. “Muita alegria, muita festa. Para mim o Ibo mim é um outro mundo que nunca esperei encontrar, muito bonito, com outros hábitos e costumes contrariamente aos que nós estamos habituados na zona sul. Moçambique pelo Norte é completamente mais islamizado, e o que gostei foi o acolhimento que tive, a malta toda recebeu -me, hospedei me em vários lugares, toquei em um lugar pequeno com cinco lugares e o ambiente parecia de casa, familiar. Claro a gente sempre colhe alguma coisa porque aprendemos a conviver com os outros. Musicalmente, praticamente encontrei nada porque não existe. Digamos que as vezes uso equipamento eléctrico, assim como guitarra. Contudo, de noite ouvia sempre uns tambores , ouvi falar de umas danças que não vi! Apercebi- me que também encontrei pessoas, não são profissionais mas curiosos, como estávamos em ambiente de festa adaptamos a ideia e deu para fazermos algo. Portanto não há nada. Tudo tem que se levar para lá. Relativamente as suas actuações, nas quatro casas de pasto, á quatro ventos, tendo o último sopro sido feito Russel Camping na companhia dos elementos da banda local “Apathani”… Zé encontrou bons amadores e, deixou recado e coma promessa de voltar a escalar a Baia. “ Há alguns, dois ou três grupo, exceptuando o dos mais velhos que vi no restaurante Rema, que tem um programa definido, tocam aquilo que eles tocam. Entendi que é um grupo da reforma, da velha guarda ao estilo antigo, da malta nova contava encontrar melhor mas são simplesmente curiosos, não são profissionais de música. Costumo dizer que são bons amadores que ainda precisam de chegar a este nível, os rapazes ainda estão crus. É preciso perceber que tocar em casa é de qualquer maneira mas quando vamos tocar para o público há regras que tem que ser observadas, como, respeito pelo público. Podem ter força de vontade, não sei, mas isso é pessoal. Apercebi- me que estavam muito pobres. Da malta, esperava encontrar uma surpresa. Tem que puxar muito, ser mais atrevido, são distintas as pessoas que passam por aqui. Eu pelo menos fiz o possível de dizer lhes, venham tocar, independentemente de saber das qualidades ou não. Sempre gostei de dar uma mão. Puxei por eles. Senti que ainda devia dar uma volta por aqui, ficar um tempinho. Primeiro porque gosto de ficar perto das praias que é uma coisa muito boa e também porque Pemba é um lugar grande, quero dizer com muito espaço, muitos lugares bonitos e não estão a ser devidamente aproveitados. Em termos de entretenimento, área a que estou mais ligado achei um vazio. Fui dito que o que acontecia aqui era praticamente a mesma coisa, musica, mesma qualidade e penso que há um trabalho profundo que se pode e deve ser feito. A malta de hoje passa mais tempo na bebedeira, pelos seus próprios motivos mas há uma possibilidade de fazer se alguma coisa. Estou interessado em vir cá, este tempo foi pouco, uma passagem de férias mas que despertou em mim algum interesse. Se são as praias, espaços.. Que fazem com que Zé queira mais uma vez soprar na baia, não sei. Mas a boa malta os ‘ músicos’ e o Tiddy Eplyn da banda de Rock DWD da Capital, e juntos ao ritmo jazz, blues, que ao gosto da poção, raízes das curandeiras, Anabela, Amaia, não mais pararam. “ Gostei de ter encontrado boa malta com energia positiva, as pessoas acompanharam-me nos vários concertos, por onde estive a tocar, vieram muitos, com muita energia, entusiasmo. Para mim é sinal de que há falta e, senti que foi uma surpresa por todos os lados foi, as pessoas a ouvirem o saxofone, talvez possam ter ouvido de um estrangeiro mas muito pouco neste caminho e, pondo os músicos la da terra juntos, com esta atmosfera… Portanto apercebi -me que para muitos era uma coisa nova e mesmo nos próprios lugares onde fui tocar, os donos... Portanto o que estava a acontecer era outra coisa e isso deu me um sinalzinho.. vai lá ver um pouco mais, fique mais algum tempo e senti que o feedback foi bom. Já, a parte da terra deixou um espaço para que eu possa vir colaborar. Foi o que mais gostei. Para Brande Guibson o gerente da instância turística Russel Camping a falta do entretenimento na Baia de Pemba, até faz com que alguns percam seus empregos “ ficam aborrecidos porque não tem nada para fazer” "No momento em pemba o turismo mudou do turismo no sentido comum para o turismo de mineração, é um novo tipo de turismo e vamos tendo muitas pessoas por aqui com bons salários e não tem nada para fazer em termos de diversão ou onde gastar. Uma das razoes que faz com que alguns percam seus empregos e porque ficam fartos, aborrecidos por não terem nada para fazer. Então se tivermos entretenimento ao vivo, interação as pessoas começam a gostar cada vez mais do sítio. É importante para o desenvolvimento assim como para o seu crescimento. Penso que foi um excelente concerto e mais, alem daquilo que é o entretenimento, Pemba é uma cidade em crescimento, penso que precisa deste tipo de entretenimento e com um futuro promissor, muitas pessoas vão escalando esta cidade. Precisamos de entretenimento, diversidade e penso que será um ponta pé de saída para eventos de maior dimensão, mais clubes.. As pessoas precisam de mais entretenimento, não tem nada a fazer nos fins-de-semana. O que vi é totalmente diferente. Ver estes músicos actuar aqui ..Nunca antes tinha visto. Quero, já vi alguns concertos em Maputo, nunca em Tete ou em outros lugares de Moçambique, desde que sai de Maputo a Pemba esta é a primeira vez que vejo algo do género, é um entretenimento fantástico, uma coisa única, não há entretenimento como este em pemba. No momento, é totalmente único, Inédito. Penso que provavelmente melhor seria envolver o ministro do turismo, o departamento para começarem a promover, o próprio ministro em si. Termos pubs e eventos diferentes que as pessoas possam ver.. Estar envolvido no mercado e seguir em frente .. Permitir que as pessoas possam ter capacidade de escolha, ir a vários clubes, diferentes, ver os músicos actuar, promover. Seria um bom começo e que o futuro possa ser lucrativo”. Pazedi Malinga Jazz, a banda do Zé Maria actua domingo as 18h30 no Núcleo de arte e tem como convidado outro músico de renome, Chico António, ou Chico esperto como carinhosamente o tenho chamado.

1 comentário:

  1. Boa tarde! Preciso de contactar o Zé Maria saxofonista. Pode dar-me o contacto dele por favor? Por favor contacte-me em mariamvieira@yahoo.com. Obrigada. Mimi

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