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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Nacala com falta de espaço habitacional e Água




Estacios Valoi
26/11/11
O município de Nacala na província de Nampula com 440 km2 de superfície e um índice populacional de 208 mil habitantes vê se a braços com a questão da acomodação territorial dos seus munícipes
Nacala Porto considerado zona económica especial, a cada dia que passa vão surgindo novas infra-estruturas, contudo muito ainda a por fazer em prol da população que a nossa reportagem pode ver a carregar água de um lado para o outro, meninos de rua entregues a sua sorte, e outras questões inerentes a vida daquela parcela do Pais.
Em contacto com o edil do município Chale Ossufo que reconhece o facto da falta de espaço e outros problemas e conquistas considera o estágio actual daquela urbe de bastante encorajador.
“Muita gente num território muito pequeno, a espera de emprego, a mobilidade, havia problemas que nos tirava sono, não temos espaço para manobra e a muita gente que não tem, é nesse contexto que nós criamos condições de transporte. Somos o único município que a partir dos seus próprios fundos, suas receitas conseguiu comparar uma frota de quatro autocarros, mini base mas agora já temos 2 autocarros de grande porte para os munícipes
Estamos num estado bastante encorajador, esta tudo a desenvolver, por todo lado como se fossem cogumelos. Neste momento temos mais de 35 empresas de grande porte com um investimento superior a 350 milhões de dólares norte americanos. Um estado financeiro saudável mas também temos outras questões que nos tranquilizam,
Já temos agua, pode não ser neste ou naquele bairro mas temos agua que era uma situação crítica que se vivia há anos antes de entrar para esta direcção municipal, neste momento com um horizonte de 208 mil pessoas, mais de 121.470 mil pessoas já tem água potável, temos 166 fontenários de água, 31 furos mecânicos, para dizer que estamos numa cobertura de 49% dos 9% em que nos encontrávamos, em menos de 2 anos, é encorajador”.
Infra-estruturas a surgirem como cogumelos ou não, receitas provenientes do porto e outras, facto é que o nível de vida, o custo de produtos alimentícios elevado, as condições habitacionais nos arredores de Nacala muito deixa a desejar.
“Estamos a construir a nossa cidade já parece verdadeiramente com aquilo que é uma cidade de zona económica especial. Em menos de dois anos do mandato já fizemos 9 quilómetros de estrada originalmente trabalhadas porque estamos a usar Pave no lugar do Alcatrão. O asfalto ‘e bastante caro e dificilmente se encontra com essas convulsões políticas financeiras nos países produtores de petróleo. Achamos que devíamos produzir o nosso material local exclusivo, usando nossas capacidades, receitas locais para fazer aquilo que hoje é a grande cidade de Nacala.
Em Nacala são todos eventos de vulto, temos a Bacreza, SS que vai ser uma grande industria de produção de cimento, do outro lado da mesma empresa vão produzir óleo alimentar com grandes capacidades industriais mesmo, a Indu África que vai produzir ligas metálicas e a partir de lá para cá vamos comprar o Ferro de construção a nível local para alem de outras grandes industrias que estão ai a germinar, a prestação de serviços que existe um pouco por todo o lado”.
Mas ainda são muitas pessoas com baldes e latas na cabeça a procura da água em Nacala facto confirmado pela nossa pela reportagem, mas Oussufo minimiza a situação.
“O município esta a coabitar com representação do estado. O território do estado que é o distrito de Nacala conhecido com o espaço municipalizado, falo de 49% de cobertura de abastecimento de agua, significa que ainda não estamos em 100% temos 208 mil habitantes e abastecemos 121.470 os outros tem que andar com baldes, o que esta a acontecer. Para mim não é falta de água, e que momentaneamente se cortou água. As pessoas não podem confundir não haver agua naquele momento porque há restrição e dizer que não há agua aqui em Nacala Porto. Isso é falso, água existe.
Há de facto bairros em que a agua não existe, exemplo Concebia, Matola, Navevene, Matalane, Mahelele, Munhewele, Lile, Djanga 2, são zonas em ainda não há agua canalizada, dai que é necessário que se faca alguma coisa, há zonas em que temos furos mecânicos e em outras não podemos fazer porque a agua é imprópria para o consumo humano, esta a acontecer com Mahele, Djanga 1, 2, a agua esta a grandes profundidades e é salubre. Essa gente vai continuar a ressentir se da falta de agua”.
Impacto da construção do novo aeroporto
“O aeroporto de Nacala, intercontinental, misto porque vai também albergar serviços militares e civis, é um mal necessário porque eu acredito que vai desnutrir muitos aeroportos nacionais, não há-de ser necessário a gente viajar a Maputo para fazer ligações com linhas sul-africanas para ir a Europa, Ásia, América que são os nossos destinos, vamos sair de Nacala para encurtar o espaço. O que hoje se faz em 10horas, vamos fazer em 7h00 por si só. Grandes investidores que estão em Nacala que querem ir e voltar no mesmo dia das suas regiões e origem, era de esperar que isto trouxesse grande impulso financeiro”.
Alguns camponeses que tinham as suas culturas na zona em que este a ser construído o aeroporto clamam pela sua indemnização
“Primeiro ali é uma área militarizada há mais de 40 anos, as pessoas que ali entraram fizeram um compromisso. Disseram que iam entrar ali para limpar uns metros quadrados para produzir, e sempre lhes foi dito, esta é uma zona militarizas e nós os militares vamos vos expulsar desta zona e claro houve um protocolo de entendimento entre o ministério da defesa e os aeroportos de Moçambique para se construir aeroporto e foi por ai que lhe oi dito meus amigos tirem os vossos produtos que daqui a dois vamos começar com o aeroporto, falava se disto há um ano, isto é um conflito militar e civil. Mas há civis insensatos, outros compreenderam porque foi lhes mostrado a declaração de terem sido metidos lá com uma permissão dos militares, é zona militarizada e não do município”.
“Entre a pista e o hangar estão algumas machambas e os tropas autorizaram as populações circunvizinhas para produzirem durante um ano ou dois. Já não há espaço para indemnização, mas porque nós queremos defender os princípios de uma indemnização que lá não tem lugar, dissemos que eles deviam dar alguma coisa pela terra trabalhada, a terra é do estado, se houvesse um cajueiro, uma mangueira, indemnizamos porque são chamados bem feitores.
Mas estamos a praticar injustiça porque estamos a vender a terá que é do estado, Nós estamos a solicitar que se de algo a aquela pessoa pelo facto de estar a trabalhar ali a cerca de um dois anos. Conversamos com a Audibrech que é a concessionaria para indemnizar essas pessoas, mas uma indemnização misteriosa porque não há espaço para indemnização”.
Turismo
“O turismo vai ser a segunda grande aposta para o desenvolvimento económico de Nacala diz isso com voz de experiencia. Nacala porto tem de tudo para um bom turismo talvez as pessoas ainda não descobriram, grandes praias de Relamzapo, de Mulala, Kismangure e Fernão Veloso, extensas, boa vista, inserem tudo que é de bom para uma pratica de turismo de paria.
Tudo se encontra no seu estágio virginal, para dizer que o turismo daqui há alguns anos vai ser a grande aposta para além do cinturão industrial. O turismo vai ser aquilo que vai drenar muito fluxo de dinheiro para os cofres do município”.
“Neste momento começamos com os primeiros passos inevitáveis, o mapeamento, estruturação, estamos a acautelar aquela convivência quase que nociva entre a exploração mineira do calcário na zona da praia e a pratica do turismo. Estas são as premissas.
O turismo sim esta sendo praticado na praia e como pode ver diversificado e não é o caso de Fernão Veloso e logicamente naquilo que hoje ‘e o desenvolvimento de Nacala implica necessariamente a existência de infra-estruturas para condicionar o próprio turismo porque quando falamos do turismo não ‘e ir a praia e voltar, estamos a falar do turismo de profundidade, para nós uma grande aposta”.
Relativamente a construção das estancias ou infra-estruturas sobre as dunas ou a menos de 20 metros de praia algo que podemos constatar no terreno e que choca com a lei ambiental Ossufo disse reconhece que o que esta lá foi mal implantado e assegura que o seu elenco não vai cometer os mesmos erros
“Não podemos repetir o erro, eu e o meu elenco não podemos partir aquilo que foi mal implantado, não é nossa vontade fazer isso, não faz parte da nossa politica de gestão ambiental mas estamos a acautelar para que as coisas não aconteçam como estão a acontecer. O que se estava a verificar é que em Nacala já havia um pouco disso por toda a parte. Não queremos esse desenvolvimento anárquico e irregular.
Para evitar que não só na praia mas em outras zonas de expansão, a primeira coisa que nos ocorreu foi desenhar, projectar, elaborar disseminar, mandar publicar no conselho de ministros o nosso plano de uso estrutura do solo urbano, já temos isso e estamos a fazer os planos direccionados a alguns sítios onde queremos desenvolver como é o facto do aeroporto, a zona franca industrial vai acontecer na zona da Matola e Munhewene e Locone P”.
“Por consciência essas zonas tecnicamente indicadas que vão acolher a zona franca industrial, são zonas de maior concentração populacional e por causa disso também tivemos que idealizar e projectar no nosso plano de estrutura do uso do solo urbano a estruturação de zonas de expansão habitacional que neste momento temos três zonas; Aquelas indústrias que estão a surgir ali a entrada da cidade de Nampula, naquela zona existe aquilo que chamamos de zona industrial, esta zona vai afastar em algum momento algumas pessoas para uma outra para permitir que as coisas saiam como queremos.
Devem ir para uma zona de expansão habitacional onde tem a rede de energia, agua, viária, infra-estruturas sociais. Temos a zona de expansão habitacional de Untupaia na região sul, Matabwe na zona centro e temos na zona de Muzuone, tudo para acomodar essas famílias”.
“Estamos a construir casas hospitais, escolas, a situação de água vai melhorar porque neste momento já temos novos dois campos no Untuzi para poder abastecer agua e vamos poder abastecer durante 22h00 contar grande barragem tradicional que dista a 32quilometros, vai dar agua a cidade de Nacala Porto.
O que neste momento nos tira sono, nem ‘e agua domestica, mas a industrial. Temos tantas indústrias que precisam de consumir muita água e se aquelas forem consumir a nossa água vai exactamente acontecer o mesmo que neste momento, chega pouca quantidade para as populações é por isso que aumentamos a capacidade de armazenamento de água, a sua distribuição e, ainda vamos mais porque a MCA também contempla essa água industrial”.
Segurança
“É um facto que toca a todos nós. Em Nacala não estamos piores mas também não estamos bem porque o crime caminha de mãos dadas com o desenvolvimento. Estou seguro que o que esta a acontecer em Nacala não esta a acontecer em Moma, Angoche, Lalaua, por causa do desenvolvimento mas esta a acontecer em Nampula, Beira, Maputo e talvez em outras grandes cidades. Estamos numa situação de suficiente porque ainda se registam assaltos um pouco por toda a parte, mas não estamos piores como os outros ate posso arriscar e dizer que estamos bem”.

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