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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Renamo fora das eleições intercalares


Texto e fotos: Estacios Valoi
07/09/11
Após a recente derrocada dos presidentes dos conselhos municipais dos Municípios de Cuamba, Pemba e Quelimane que não fugiu a regra, todos eles do partido no poder, apesar da aparente calmia, o clima político que se vive na Zambézia é perturbador.
A renúncia do edil de Quelimane do cargo que vinha dirigindo durante cerca de três mandatos, deixou um espaço vago e todos os outros partidos vão desenhando suas estratégias na corridas as eleições intercalares a serem realizadas, menos a Renamo que considera de fantochada e o Pais doente.
De acordo com o porta-voz da ‘ Perdiz ‘ na Zambézia, Noé António Mavereca o seu partido descobriu que a renúncia forcada dos presidentes municipais é uma manobra estratégica política mas que desta vez não vai cair na mesma ratoeira prometendo encetar uma revolução e boicotar as eleições intercalares.
“A manobra da Frelimo de tirar os seus presidentes para convocar as eleições intercalares na tentativa de fazer nos recuar com os nossos planos de fazer a revolução para tirar a Frelimo do poder. A Renamo descobriu que é uma manobra e não vamos cair nessa. Estamos firmes no plano que traçamos, vamos fazer uma revolução, tirar a Frelimo do poder, formar o governo de transição para gerir o Pais durante um ou dois anos e realizarmos as eleições livres justas e transparentes em Moçambique.
Porque verificamos que em todas as anteriores eleições, quando a Frelimo descobre que uma determinada zona é de influência da Renamo, o processo eleitoral não decorre da melhor maneira. Já andam por ai comentários que dizem que desta vez basta a Renamo se organizar um pouquinho vai ganhar alguns municípios.
Esta saída do Pio Matos fortalece a Renamo e é sabido que aqui na capital provincial da Zambézia, nós tínhamos ganho com Latifo, anterior candidato da Renamo que teria sido o presidente do conselho Municipal, mas a Frelimo como já é do conhecimento de todo a gente roubou os votos, esta a correr com os seus presidentes para tentar satisfazer a Renamo, mas não vamos cair nessa armadilha”.
Quanto a não participação da Renamo no pleito eleitoral intercalar, Mavereca versa sobre a revolução que esta a ser preparada para tirar a Frelimo do poder desembocando na ausência do seu partido no próximo escrutínio.
“ Estamos para organizar a revolução que vai culminar com a retirada da Frelimo do poder, com a dis partidarização da Frelimo em todos os sectores e a formação do governo de transição mais uma vez repito, eleições livres, justas e transparentes porque desde que começamos com as eleições é uma fantochada então a Renamo sabendo que há muitas lacunas não vai aceitar ir a essas eleições intercalares.
A Renamo levou uma proposta de revisão da lei eleitoral ao parlamento mas a Frelimo negou e a que vigora neste preciso momento no Pais só beneficia a Frelimo. Então nos não vamos pautar por isto, não vamos seguir essa ideia da Frelimo. Continuarmos a ser escravos da Frelimo a aceitar aquilo que a Frelimo quer! Estamos fartos, não vamos aceitar mais essas brincadeiras da Frelimo. A Renamo não vai participar nessas eleições intercalares.
Sei que vão surgir muitos comentários por parte de algumas pessoas que dirão que a Renamo não vai participar nessas eleições porque não tem candidatos. Pura mentira, a Renamo conta com todos os moçambicanos, independentemente da filiação partidária. No governo da Renamo ate vão estar alguns da Frelimo, pessoas honestas, académicos, em Quelimane já tivemos candidatos como o doutor Leopoldo, Latifo e outros quadros capazes.
Não queremos esta fantochada da Frelimo porque sabemos que tudo isto para a Renamo vai resultar em nada, a não ser fazermos a revolução para escorraçarmos a Frelimo e formarmos o governo de transição. Gostaríamos de ter um presidente como antes teve, os nossos candidatos sempre ganharam mas sempre foram tirados o pau na mão.
Então não vamos continuar a dizer que vamos experimentar sabendo que a Frelimo vai sempre roubar-nos os votos. Para nós não adianta irmos agora as eleições sem que organizemos. Antes de mais nada queremos nos organizar e neste momento a nossa organização ‘e escorraçar a Frelimo e realizar as novas eleições”.
Estágio político na Zambézia
“O estágio político na Zambézia é de perturbação, o Pais esta doente. Há muitas contradições no do seio do próprio partido Frelimo mas eles só sabem criticar a oposição afirmando que não tem democracia interna e nós perguntamos: onde é que esta a democracia interna na Frelimo!? Só porque o Pio matos queria satisfazer as necessidades dos munícipes mas foi tirado. Se ele estivesse a comer com os outros grandes camaradas daqui continuaria na presidência do município.
Depois do secretario da Cidade Andrade Simplício ter sido eleito Pio Matos o conselho municipal foi obrigado a custear as despesas do almoço e como se não bastasse recentemente no dia 21 de Agosto realizou se o aniversario da cidade de Quelimane onde em fez se a distribuição de Arroz, Feijões, óleo carne de vaca em todos os bairros mas era só para os membros a Frelimo.
Não faz sentido num dia em que se comemora o dia da cidade serem içadas bandeiras da Frelimo em todos os comités e não as do município! Estávamos a ver pessoas da OMM, OJM, membros da Frelimo, ninguém da oposição podia estar. Não vamos continuar com essas brincadeiras”.
Ainda segundo Mavereca, os munícipes pelos bairros estavam preparados para se manifestarem contra a retirada de Pio Matos da presidência, caso a Frelimo não tivesse repelido os tais possíveis manifestantes.
Sabemos que Pio Matos ‘e capaz, já demonstrou que tem capacidade de dirigir este município o fracasso da cidade de Quelimane não tem nada a ver com a capacidade de Matos mas sim com a doutrina, a filosofia do partido Frelimo. Ele tinha que cumprir com o calendário da Frelimo, não podia dizer nada porque a Frelimo esta habituada a roubar tudo do povo. Isto descredibiliza a própria Frelimo que diz ser um partido democrático mas o que esta a fazer prova o contrário da democracia, esta claro que ele foi forcado a sair.
No dia em que ele apresentou a carta foi claro e disse ‘ saio por questões políticas e psicológicas. Para quem entende sabe que essas questões políticas e psicológicas não vêm da oposição, mas sim de dentro do partido Frelimo. Ele já não estava preparado para continuar a dirigir o município da cidade de Quelimane. Entretanto isto tudo ‘e consequência da filosofia da Frelimo.
Penso que isto vai enfraquecer, reduzir o fluxo de eleitores nas próximas eleições porque segundo o que vi aqui no município de Quelimane no dia em que tivemos a sessão extraordinária da assembleia municipal, o debate em torno da renúncia do Pio Matos e pelo que eu saiba os munícipes pelos bairros estavam preparados para fazer manifestações contra essa ditadura da Frelimo, mas a Frelimo mandou repelir os manifestantes.

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