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quarta-feira, 7 de setembro de 2011


MDM e os ventos que sopram de Quelimane
Texto e fotos: Estácios Valoi
07/09/11
A província da Zambézia foi semana finda palco de mais um encontro do Partido Democrático de Moçambique em preparação para fazer face ao próximo pleito eleitoral intercalar

Nos bastidores do MDM traçam se estratégias para a eleição de um candidato a altura. A nossa reportagem traz na pessoa o presidente do MDM Daviz Simango, as linhas internas em perspectiva depois da varredura dos presidentes dos conselhos municipais por parte do partido Frelimo.

Perante esta situação de renuncias qual é a pressão sobre o MDM para as intercalares?
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) tomou a posição face as renuncias que estão a acontecer nas autarquias de Cuamba, Pemba e Quelimane avançar para as eleições intercalares e, para isso era fundamental que a comissão politica se reunisse juntando os delegados políticos provinciais de Niassa, Cabo Delgado e Zambézia bem como os distritais de Pemba, Cuamba e Quelimane, também juntar aqui o nosso gabinete central e eleitoral, a nossa comissão nacional de jurisdição bem como a mesa do conselho nacional para nos debruçarmos sobre o que fazer perante esta situação que foi colocada aos munícipes residentes nessas autarquias.

Nós já definimos, ouvimos os nossos membros representados por essa estrutura a nível local e decidimos que o MDM deve se organizar em termos de documentação e o gabinete central de eleições e a comissão nacional de jurisdição já requereu a certidão do registo do partido, exactamente para fazermos face a essas eleições. Instruímos as nossas delegações políticas locais para o processo de selecção dos candidatos assim como a estratégia política que deve ser implementada no terreno de modo a fazer face a essas eleições em pé de igualdade com outros partidos políticos.

Quem serão os candidatos do MDM?

Não esta na agenda deste momento a selecção de nenhum nome tanto mais que esse processo de renúncia ‘e recente. ‘e preciso dar tempo para que as estruturas locais trabalhem, consolidem e com confiança apresentem candidatos que possam dar esperança aos munícipes residentes dessas autarquias.

Essa caída dos presidentes municipais fortalece ou enfraquece o MDM?

Não fortalece ou enfraquece o MDM mas sim enfraquece a democracia moçambicana, a participação dos munícipes em processos eleitorais, os munícipes tiveram a oportunidade de ir as eleições de 2008, fizeram a sua votação e notamos que em Moçambique no processo eleitoral de 2008 houve abstenções, deve ser esforço de toda a sociedade civil, dos políticos dos moçambicanos no sentido de elevar e reduzir esse índice de abstenções. Esse processo de renúncias desencoraja os munícipes a votarem.

Deve imaginar que qualquer munícipe residente nessas autarquias deve fazer as contas. Afinal de os candidatos são candidatos, independentemente de quem os escolhe ou os indica mas o importante é que o cidadão quando vai votar vota no outro cidadão que é munícipe residente nessa autarquia. Portanto se é um candidato de um determinado partido ou com apoio de uma associação e/ou de um grupo de pessoas, este candidato pode receber votos dos seus apoiantes ou de uma outra formação politica. Portanto quem vota neste cidadão não é simplesmente o partido em causa.

Quando um partido determina que este candidato deve parar, cessar as suas funções, isto mostra que é um partido anti-democrático, um partido que não tem respeito pelo erário público e como deve imaginar, muito dinheiro dos nossos impostos foi gasto para assegurar as eleições municipais e hoje temos que voltar a gastar outros rios de dinheiro que muito bem poderiam servir para as nossas escolas que hoje não tem carteiras.

A função pública continua com salários baixos que não da alimentar uma família, os nossos professores formados estão em casa porque não há salários dinheiro para os pagar, os médicos abandonam os seus postos de trabalho vão as organizações internacionais porque afinal de contas as remunerações não são compatíveis com o esforço que eles fazem. Com este dinheiro podiam muito bem ajudar a construir a nação moçambicana de que muito precisa.

MDM esta muito interessado em vencer as eleições intercalares. Que estratégias?
Nós criamos o MDM para participar em processos democráticos, portanto estas eleições autarcas fazem parte do processo democrático dai que vamos continuar a honrar a cumprir com a nossa missão, colaborar e participar nos processos democráticos de Moçambique logicamente através de eleições e esta é uma grande oportunidade que temos de mostrar ao mundo que afinal de contas estamos presentes, existimos.

A nossa estratégia é uma questão interna. Aqui, o importante é que já comunicamos aos munícipes locais para que contem com o Movimento Democrático de Moçambique e, de facto queremos que de mãos dadas com os munícipes ajudar a ultrapassar esses problemas que infelizmente os que estão a renunciar não conseguiram fazer durante o inicio deste mandato e também estamos com esperança de que como todos nós sabemos que as assembleias locais neste caso são o partido Frelimo é dominante.

Portanto hoje o partido Frelimo tem que estar preparado no caso de outras formações políticas vencerem essas eleições, preparar se para a coabitação, aceitar o processo dos projectos a serem submetidos por novos autarcas porque afinal de contas assim todo o Pais pode desenvolver.

Estamos com receio de que quando faltar um ano, usando a sua máquina governativa o partido pode entender criar condições e dizer que não há ambiente de governabilidade e avançar com uma comissão ha-Doc ou uma comissão de gestão ate ao final das eleições ou do mandato. De facto queremos que se implementem os resultados que possam acontecer e que todos nós possamos reconhecer e que esses resultados sejam justos e transparentes.

Olhando para as autarquias onde os edis renunciaram acha que a população ou o eleitorado devia tomar outro tipo de posição?

O conselho e a mobilização que o MDM hoje faz, é que os autarcas residentes, os munícipes, todos nós, em geral, devemos ir as urnas em massa, afluir para dizer não a arrogância, não o processo antidemocrático, tanto mais que hoje essas autarquias abandonadas precisam de uma liderança, os munícipes deverão seguir as urnas exactamente para escolher uma nova liderança porque afinal de contas a liderança anterior acabou abandonando o cargo.

Óptica do MDM quais são os maiores problemas de Quelimane?

Para quem anda de carro ou bicicleta vê o que esta a acontecer com as nossas estradas quando chove, nosso sistema de saneamento não funciona, deficiência na recolha de resíduos sólidos, os mercados funcionam mal, poeira, o nosso matador municipal não funciona, há uma serie de coisas que em função da disponibilidade financeira e a capacidade de recolha de receitas desta autarquia deviam melhorar, pensamos que o candidato do MDM terá esta responsabilidade de trazer aos munícipes de Quelimane e dos outros a confiança de que ‘e possível mudar, ir a um futuro para as próximas gerações.

Debilidade no seio do MDM e a que ventos do norte se refere?

O MDM tem uma agenda política clara, trazer aos moçambicanos a necessidade do conhecimento e oportunidade de viver, um Moçambique para todos, que nos sintamos iguais perante a lei, a constituição da república, o processo de descriminação e de negação de uns moçambicanos por pensarem diferente e que não possam existir. Nós pensamos que este vento que se vai soprar quer em Quelimane, Cuamba, Pemba trarão uma oportunidade de liberdade aos munícipes locais, de que quem pensa diferente pode continuar a viver naquela autarquia sem perseguição nenhuma.

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