quarta-feira, 9 de junho de 2010
Pio matos e as estradas de Quelimane
PIO MATOS CLAMA PELO ESTAGIO DAS ESTRADAS
Texto e foto:Estacios Valoi
21/04/10
Um olhar sobre Quelimane durante os três mandatos do actual presidente Pio Matos que segundo ele durante os seus 11 anos de poder autárquico tem a enaltecer alguns avanços alcançados pelos munícipes desta urbe, desde a compreensão, a responsabilização, o crescimento da consciência da população em contribuir e proteger a cidade que lhes pertence.
Que balanço dos três seus três Mandatos, isto sao, 11 anos como Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Quelimane?
Enaltecer os avanços que os munícipes tiveram, refiro me a compreensão, o contributo em sedimentar este poder autarquico e acredito que um pouco por todo o Pais, ‘e uma nova forma de governar a qual veio para ficar e penso que ainda nesta geração a municipalidade e as autarquias em Moçambique vão desenvolver ate alcançarmos os municípios de povoação, é um dado a constatar porque é a maneira do estado responsabilizar o cidadão a sua auto governação, auto gestão onde o munícipe começa a perceber se de que o bem público é sua pertença. Acredito que foi a maior conquista do poder autárquico em Moçambique. Foi o que pudi observar.
Que outros exemplos concretos podem espelhar estas afirmações?
A abertura de estradas. Quando a esta cidade viemos, apenas tinha 58 quilometros de estrada asfaltada e 25 de terra batida mas com a participação das comunidades conseguimos abrir novas com mais de 120 quilómetros e não houve indemnização, penso que este voluntarismo foi um grande marco de mudanca consciência. Contudo juntos fizemos outras coisas como a expacao da rede de distribuicao de água para todos os bairros da cidade e em paralelo levamos a energia para todas as ruas que abrimos.
O senhor presidente refere se a estas estrada que estão um caos, cheias de buracos, soltando poeira por todos os lados , um atentado a saude publica ?
As estadas precisam de ser mantidas para que se possa evitar essas grandes reabilitações, não se pode fechar em copas assim que este processo finda e assim como a entidade responsável, neste caso o município tem que ter recursos, uma equipe de manutenção. Muitos foram os anos em que não fizemos manutenção, reabilitação e esta questão não se resume apenas na manutenção mas sim na construção de estradas de raiz o que acarreta custos elevadíssimos que estao além das nossas capacidades, esta é que é a politica do mal menor manter com aquilo que temos, esta é a triste realidade.
Neste momento duas empresas de construção de estradas de nível técnico acima da media, a INCC, a Condoril que sao responsaveis pela reabilitacao de cinco estradas estradas asfaltadas porque a reabilitação das estradas peri- urbanas, as tais que nós abrimos continuam em com as obras no seu curso normal, ensaibrar novas estradas, construir novos aquedutos, o sistema de drenagem, pavimentação e os passeios, pontes e este trabalho continua a decorrer com a participação da comunidades mas se olharmos para as estradas asfaltadas e de lamentar porque não há capacidade técnica instalada para uma intervenção de grande vulto. Esperamos que ao longo dos próximos três, quatro meses as 5 estradas possam ser concluídas,
Com um orcamento de cerca de 8 milhões de dólares Americanos muito ainda a por fazer.
A cinco anos atras, isto durante a construcao destas estradas ou na primeira reabilitação o município não se lembrou de incluir a componente de manutenção no contrato com o empreiteiro e a que mal menor se refere?
Fica bastante difícil e oneroso entregarmos este trabalho de manutenção a empresas, a manutenção destas estradas municipais deveria continuar na posse do próprio município com a criação de uma pequena equipa de intervenção e manutenção, um sector de obras do próprio município. Temos o material aqui em Nicoadala. Não há dinheiro que pague as empresas.
Com a existência do tal material nas proximidades da cidade o que esta a falhar?
Penso que a politica da Administração Nacional de Estradas, é a politica, porque nos impõe contratação empresas, temos que pensar que para fazer esta manutenção torna se necessário entregar as estradas a comunidade, sempre foi assim e não podemos reverter a favor da rotura de um processo histórico de forma abrutada e sem solução para poder cobri-la. Portanto nós não temos alternativa e queremos que sejam as empresas que são bastante onerosas!
Temos tecnologia, técnicos, supervisores formados estamo-nos a equipar lentamente mas queremos ter esta parceria com o governo, esta autorização que diz que nós temos que ter um a equipe de manutenção própria para os municípios e a partir dai seremos autónomos nesta matéria de manutenção de estradas.
É daquelas, aqui em casa também se faz. Nesta cidade existem cerca de 7 cemitérios principais . Onde é que param as funerárias apetrechadas de todo material necessário para as exéquias?
Não temos agências funerárias com todo o requinte. Apenas existem duas mas que são de facto carpintarias que apenas produzem caixões, fazem embalssamento, tem alguma técnica mas não tem carros fúnebres e outros apetrechos, como flores e outros serviços.O nome de agência funerária ainda é um sonho.
A quem diga que alguns já tentaram transportar cadáveres da casa mortuária No ‘Xtova ‘ ou nas mãos ate ao cemitério. E para quando as funerarias de raiz_
Talvez tenha sido um caso esporádico. Penso que a solução não passa só pela aquisição do carro funerário. No mandato passado o município tinha uma viatura de caixa aberta que apoiava os mais vulneráveis a custo zero mas esta teve problemas mecânicos e por falta de recursos ainda não conseguimos fazer a reposição. Provavelmente convidar os empresários a abraçarem esta área.
Entre os munícipes existe muita solidariedade de uma forma geral sempre aparece um carro do vizinho, amigo, empresa, ou recursos para se alugar um carro. É verdade que há famílias baste carentes. É por isso que vamos buscar as taxas, os impostos para que os serviços sociais possam funcionar de forma directa ou indirecta mas ainda necessitamos da injecção do governo.
‘O munícipe vai contribuindo’’. Muitas bichas, recipientes ‘bidões’ a solta. As pessoas reclamam pelo preço ‘alto‘ estipulado para a aquisição da água. A que ponto o município se encontra?
E verdade que ainda há muito por fazer, todavia ainda estamos com muitas fontenárias em serviço e os projectos continuam em carteira. Provavelmente este ano vamos iniciar com a obra da construção de um centro distribuidor que se vai localizar em Sampe para aumentar a pressão na cidade, porque ja constatamos que depois desta expansão e que durante as horas de ponta há algumas zonas em que a água não chega com pressão necessária. Actualmente fala se de uma cobertura de cerca 70% e vamos melhorar, queremos que cada casa tenha agua a sair nas suas torneiras. É um dos desafios importantes porque achamos que a agua adquirida na fontenária é sempre mais cara que a da torneira em casa. Combater a pobreza levando este precioso líquido a casa de cada um.
Combater a pobreza a 1 metical o recipiente de agua nas fontenárias e com as pessoas contestarem ‘não temos dinheiro’?
O preço da agua é sempre discutível, no nosso País a agua ainda esta bastante barata, ‘e um dos países da região com o preço bastante reduzido. Por mes na agua gastam se 30 meticais,penso que vendendo uns cocos, camarão, carangueijo, as pessoas terao agua, é preciso que elas dêem importância a isto, foi o que senti nesta cidade, todos dão importância a agua, ganharam consciência,. Poupar na água e gastar nos medicamentos, isso já é grave e com esta atitude nós nos sentimos mais motivados para irmos alastrando a rede.
Apesar de a população estar ‘ consciencializada’ , não acha que existe alguma disparidade quanto ao direito a agua que todavia não faz parte da constituição moçambicana?
O direito as coisas é este. O governo tem por missão levar este produto a todos e nós hoje falamos da cólera. É função do governo tratar destas questões e levar a agua as comunidades mas que estas tem que pagar pelo custo do produto para o suporte da própria comunidade. É verdade que podemos não ter emprego mas este não é tudo, podemos muito bem recorrer a recursos da nossa riqueza, vamos produzir o arroz, 25 sacos, 5 para a venda e o remanescente para a nossa casa.
Combater esta pobreza, ciência versus ignorância. Como é que vê a questão do fenómeno anual dos revolucionários da cólera?
Penso que o governo não precisa de ir tratar da água somente quando há um surto de cólera, mas sempre. Se nos deslocamos para esses lugares somente quando surge um surto eminente de cólera obviamente que podemos ser conotados como os causadores desta doença e penso que não é estratégico irmos a comunidade tratar da água só quando prevemos que as condições climáticas apontam para ai.
Sendo homem da cultura e depois de o ter visto no carnaval num pé de dança também a esquivar se das bicicletas, motas e carros que circulavam entre a moldura humana que este ano se fez presente, alguns dos fundos para financiar o carnaval tem a sua proveniência nos cofres da contribuição dos munícipes, taxas, impostos. Esse valor monetário não teria tido outros destinos empreendimentos em prol do município?
Não é só de pão vive o homem, apesar dos problemas todos que temos na cidade também precisamos de alimentar o nosso espírito, estes aspectos que ligam de facto com a nossa alma que é a cultura, precisamos de espairecer, de reencontrar, conviver para ganharmos energias para irmos ao combate. Nestas festas o município participa e financia, é por isso que o município faz aquilo que a população gosta, e se esta quiser que nós tenhamos um carnaval forte assim será porque eles são merecedores.
Parece me que nos últimos anos o carnaval tem andado em decadência não?
Depende de quem olha, para mim o carnaval esta sempre a crescer, a evoluir e meço pela participação das pessoas e este ano custou nos cerca de 400 mil meticais.
Completa ausência de salas de espectáculos de raiz, para uma exposição de artes plásticas, fotografia. Sei que algumas salas de cinemas são 3 estão quase todas lacradas a mais de 20 anos. Que cenário cultural se espelha?
Não sei, mas o conselho municipal tem uma sala onde sempre realiza as exposições contudo os artistas não tem aparecido, fazem exposições no Hotel Chuabo, talvez as condições das salas que se pretendem nao sejam as melhores, quanto aos sítios para diversão existem, é verdade que para quem chega a cidade e quer estar aqui no centro talvez ter’a 1 ou 2 alternativas mas se formos as periferias temos muito pano para manga, aqui no centro vivem 30 mil habitantes e nas periferias 150 mil, Portanto é preciso sempre olhar e aconselho isto aos turistas que vem para aqui para que não fiquem muito agarrados ao centro mas que possam ver os 150 ou 180 mil habitantes, como é que eles convivem, a sua manifestação cultural. Acredito que Quelimane continua sendo uma rota preferida dos empresários de espectáculos.
Os cinemas. Que projectos para reactiva-los?
Penso também que tem a ver não só com o problema das infra-estruturas que já não oferecem condições, a dada altura o negócio do cinema entrou em crise, surgiram novas tecnologias, parabólicas, televisão, isto, acabou com os cinemas, tiveram de novo um revés, e sendo propriedades privadas provavelmente não estao ao alcance de uma visão certa. O governo terá que intervir, fazer o seu papel para salvar estes monumentos culturais, servirem o objectivo real para o qual foram construídos.
Intervenção do governo! Refere se a mesma intervenção que se fez na casa da cultura da Zambézia onde no próprio dia do espectáculo, este é foi adiado para a realização de mais uma sessão da assembleia provincial, isto para não dizer que esta tomou de assalto a casa da cultura que virou casa da política?
É violento, acredito que não foi o caminho mais acertado. A criação das assembleias províncias vinha sendo preparada a ja bastante tempo , não caiu de pára-quedas, ‘e um assunto que de facto esta na agenda da acção do governo, surge e efectivamente não há infra- estruturas para acomoda-las! Ate certo ponto é uma aberração entre aspas, peco desculpas para aqueles que possam não compreender este meu desabafo, mas que acreditem que a sua presença naquele espaço cultural deve ter os dias contados porque eles estão fora dos’ carris ‘é como um peixe fora da agua, a assembleia provincial terá que encontrar o seu espaço para mim não significa alugar uma sala mas uma construcao de raiz, ajudar a fazer crescer Quelimane. Esta é a visão que acho que os dirigentes em frente da assembleia deveriam ter.
Onze anos ainda aqui, qual é o seu projecto pessoal mais almejado?
Melhorar as condições de vida destas pessoas, sou mandatário, elas confiam em mim e acreditam que o projecto apresentado pelo município os satisfaz, é esse com qual me bato porque acredito que é este que resolve os problemas dos munícipes e o meu slogan é: se estamos aqui é porque cumprimos.
Não se trata de nenhuma retórica ou utopia pois não?
É uma evidência, não nos ocultamos, tivemos, fomos desafiados por outros programas mas os munícipes escolheram este que é o programa que tem resolvido os seus problemas. Ate ao próximo carnaval na espernca de nao encontrar o Presidente a esquivar, carros, motas e bicicletas.
(Risos) É verdade que no primeiro dia do caranaval houve algum erro quanto a a localização das placas proibitivas, onde tudo se misturava, mas isso foi colmatado no segundo dia, num carnaval de 7 dias, conseguiu se reparar.
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