O baixista
O Festival Internacional de Jazz de Cape Town é um festival anualmente realizado
na Cidade do Cabo, África do Sul. O primeiro foi realizado em 2000 a 2005 e é
reconhecido como o quarto maior festival de jazz do mundo e o maior festival de
jazz do continente africano a caminho da sua 18 edição a ter lugar a partir do
dia 31 deste mês de Marco e com término no dia 1 de Abril de 2017
Por Estacio Valoi.
" Estaria feliz se conseguisse actuar em Moçambique."
Victor Lemonte Wooten (nascido
a 11 de Setembro de 1964) é um baixista americano, compositor, autor, produtor,
e vencedor de cinco grémios. Wooten foi por três vezes consecutivas galardoado
como melhor baixista do ano pela revista Bass Player, primeira pessoa a ser
atribuída o premio por mais de uma vez.
Em 2011,Woote ficou na décima
posição na "Top 10 Bassists of All Time" grelha dos “10 melhores
baixistas de todos os tempos” da revista Rolling Stone. Além de uma carreira a solo
e com colaborações com vários artistas, Wooten foi o baixista de Béla Fleck e
os Flecktones desde altura da formação o grupo em 1988.
Em 2008, Wooten juntou-se a
Stanley Clarke e Marcus Miller na gravação de um álbum e sob as siglas SMV e em
Agosto do mesmo ano, o trio lançou o álbum intitulado Thunder – Trovão, no
mesmo mês culminou numa digressão. Wooten também escreveu um livro
intitulado “ A Licão da música: Uma procura de crescimento espiritual através
da música.’ Segundo Victor, na sua website diz que tenciona lançar pelo menos
mais três livros. Victor tem o seu próprio estúdio, Vix Records através do qual
lançou as suas músicas. Enciclopédia
Mas a enciclopédia era viagem dos
outros e não a minha. Eu, queria era encontrar me com o próprio Victor, e,
claro, a equipa da imprensa e todos os organizadores do Festival Internacional
de Jazz de Cape Town, iam andando a velocidade estonteante, muita adrenalina
fazendo. Naquela sala do hotel de Cape Town, a cada um dos Jornalistas e seus
entrevistados, tinham de entre 10 a 15 minutos de entrevista nos 'estúdios' -quartos
do hotel, disponíveis, fecahaos ficávamos a volta do Jazz, vida com nossos
entrevistados. Seria preciso mais tempo. Contudo, foi tempo suficiente para a
hora de ponta, ‘engarrafamento” total , correria pelo hotel, foram bons minutos
de conversa
EV: Um baixista como você, o teu nivel . Que significou estares,
partilhares o mesmo palco com Marcus Miller também um dos melhores baixistas?
VW: Obrigado.
Foi maravilhoso. Aqueles rapazes têm sido os meus heróis desde a minha infância.
Encontrei o Stanley Clarke pela primeira vez quando eu tinha apenas nove anos
de idade, e sempre que estou com ele, sinto-me como se ainda tivesse nove anos
e idade.
Mas neste caso, fui tratado ao mesmo nível, igual a eles. Então,
sabes, se podes imaginar os teus heróis em tudo o que gostas de fazer, então
pense nesta turma, nestas pessoas na tua área de trabalho, nas melhores pessoas
em seu redor e de repente estas a actuar com eles ao mesmo nível, um igual a
eles.
É sempre uma honra para
qualquer um, mas tem de se aprender como fazer, porque perante estes rapazes eu
continuo sendo aquela criança. Mas eles trataram-me igual a eles, então foi uma
grande oportunidade.
EV: Tendo em mente a tua infância, como criança de ontem, hoje, que sentes,
significa para ti estar a ensinar todas estas crianças através da música?
VW: Certamente que tenho muita experiencia, nesta longa
carreira musical, tocando há muito tempo. Então o facto de poder partilhar esta
experiencia com músicos jovens de varias idades, mas músicos que todavia puderam
trilhar este caminho, é uma alegria; saber que vou estar a ensinar, tento ser o
melhor possível, tal como com o meu instrumento, pratico o meu instrumento
ensinando m e err… (o telefone toca) yeah, mas também ensino practicando. Quando
estou a trabalhar contigo ou com quem quer que seja, quero pesquisar
ensinando. Quero ser o melhor professor possível, para que, ter certeza de
estar a dar, transmitir algo benéfico.
Estou a transmitir – te
algo, não se trata de mera criação, como me vês quando estou no palco, queres
saber que eu tenho ensaiado, queres saber que eu tenho praticado, queres saber
que eu estou a ultrapassar as expectativas. Acho que um professor deve fazer a
mesma coisa.
EV: Não posso imaginar. Ė fácil ser um dos melhores baixistas?
VW: bem…ser um dos melhores, não vejo isto dessa maneira. É
como tu dizes, mas será que és o melhor? Não estás preocupado em ser o melhor
quer apenas ser capaz de expressar, dizer o que te vem na alma. Então,
musicalmente quero apenas expressar- me, não tem nada a ver com o facto de ser
o melhor, mas sou eu mesmo, autentico.
EV: Queres ser melhor que tu mesmo e não melhor que outras pessoas.
VW: Certo! Quero ser o melhor de mim, da melhor forma
possível, ok!
EV: Quem é a pessoa que está por de trás do musico Wooten,
VW: De trás de mim? O músico?
EV: Sim!
VW: Não percebi bem a sua questão, mas tenho...
EV: A pessoa por detrás do músico.
VW: Primeiro espero ser uma boa pessoa. Uma boa pessoa que se
expressa através da música, uma boa e honesta pessoa que se preocupa com os
outros que encontra na música uma forma e comunicar, expressar-se. Mas também
tenho tido muita ajuda da minha esposa, meu empresário, do meu director de
digressão, minha banda, amigos, há muitas pessoas que me ajudam a ser quem eu
sou.
EV: olhando para a maneira como tocas, esta cozinha, mistura do espiritual
e emocional, o que te vem a cabeça quando estás no palco?
VW: Certamente que umas das
coisas que faço fazer é agradar aquelas pessoas, o publico que pôs me no palco,
está bem. Sem pessoas como tu não tenho carreira, assim como não teria carreira
sem aquelas pessoas que pagam para ver-me. Então, quero agrada-los, tocar para eles,
quero…
EV: então, o que te ocorre fazer para agrada-los? É a maneira como te
adaptas ou como improvisas por exemplo?
VW: Claro. Quando está tudo
fluir como deve ser, bem, não sei o que me vai na mente porque no momento não
há espaço, esta fora de cogitação pensar nisto se não apenas expressar
eloquente. É como falar, não pensas em cada palavra que trazes ca para, vão soltando-se,
tens um objectivo geral. Sabes? E então para mim quando estou a actuar ao vivo,
quando as coisas estão a correr bem, é o mesmo, não penso, divirto-me. Consigo sentir
o espírito do público, quero que eles também sintam o meu e juntos possam nos
misturar uns com os outros. E, tudo isto significa realmente estar a ter um
grande momento.
EV: Olhando para trás na sua vida, o que mudarias err, para te tornares
diferente ou de modo a fazeres coisas que terás feito no passado mas de melhor
maneira hoje? Não sei se tu…
VW: Hum. Quero dizer que, não tenho
certeza. Tenho que pensar, não sei o que teria de mudar porque tudo o que fiz
no passado, bom ou mau, tornou-me o que sou hoje. E gosto do que sou.
EV: então, tudo o que estás a tentar dizer é que nós temos que nos apegar
as oportunidades para os nossos filhos, nossas pessoas, cometemos erros porque
fazemos algo?
VW: Bem… (gagueja) … Ė humano cometer erros e humanos
crescem. Os erros fazem parte do processo de crescimento. E Porque sei que não
posso voltar para trás e mudar o meu passado, então nem me preocupo isso mas
presto atenção em tudo o que agora faço, porque pelo menos posso mudar o futuro.
Não posso mudar o passado mas posso afectar o futuro, e o que faço agora é o
mais importante. Mudar o passado é quase que impossível. Estou ciente do meu
passado mas o que faço hoje é o que irá afectar o meu futuro.
EV: Hoje estás no “ Cape Town International Internacional Jazz Festival”
como te sentes por estar a participar pela primeira vez?
VW: Faz anos tenho ouvido falar do festival de Cape Town,
estou feliz e honrado por estar aqui.
EV: Antes estive com Marcus Miller aqui e sei que ele foi a Moçambique.
Acho que deixei-o a actuar lá, deve ter sido há um mês atrás. Já te passou pela
cabaça actuar em Moçambique?
VW: Espero que sim. Quero actuar em muitos países possíveis,
então se eu pudesse ir a Moçambique, ficaria muito feliz.
EV: Está bem, obrigado
VW: obrigado.
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