Por: Estacio Valoi
“O estado da nação é firme.”
Amanheceu como os outros dias, de chuva, sol, vento ou com todos estes
elementos atmosféricos a velocidade de cruzeiro. Um daqueles dias de céu azul, vento a medida, e
o roncar dos carros que se ouvia la mais
para o outro lado.
Não fosse o toque do meu
celular, logo na matina pus me em sentido, descaindo mais para a terra. Sonhar
de olhos abertos.No ecrã do meu cell, estampado
estava o nome do tipo, um cliente meu, daqueles que mais parece dormir de pé,
com um ouvido e uma orelha abertos.
Atendi o telefone. Naquele
momento, desejei voltar aos anos que la vão, ao telefone fixo, época em que os
encontros eram marcados as seis horas da manha para as quinze do mesmo dia.
Aqueles anos em que no intervalo entre a hora vespertina e a do encosto, nem
com bola de cristal vias o parceiro do encontro agendando, nem vivalma, muito
menos a sombra do individuo, amigo, amiga, namorada, prostituta para a hora
morta, ou mais tarde. Tudo ficava pelo encontro agendado para aquela esquina!
Com a aceleração
tecnológica! Mais vale atender porque o
gajo (s) mais ou menos sabe por onde ando. Disse a mim mesmo. E, nada me
espantou, só podia ser o gajo, meu cliente da hora a pedir para que mais tarde
o fosse buscar, assim que acabasse de
trabalhar mais tarde quando a noite já
vai a meio do encontro do outro dia.
Meia hora antes reconfirmei
minha presença Afinal de contas, precisava daquele dinheiro, já que os outros,
lá da equipa de cima, os que andam produzir ou (des) produzir notas, decidiram
inventariar umas leis a velocidade de luz, aquelas não previamente anunciada
nos megafones da casa do chefe do quarteirão ou no círculo do bairro deixando
-me liso. Estas vieram a socapa, pesadas
no ‘Nosso Banco’ traseiro da minha viatura, o banco de onde sacaram me as molas, não poucas, e hoje,
minha clientela senta sobre a chapa.
Não menos arrepiante, como
válvula de escape para a próxima época ,das mil e muitas molas, o raio do
regime, forçosamente imposto me uns
míseros 20centavos !
Mas, trabalho que é trabalho!
Os outros tipos andaram na pesca do ATUM em terra firme, enquanto isso aquelas
latas de agua doce não sentem o rebombar
das ondas, vão tomando banho de chuva que aos poucos vai revelando sua cor
original, removendo a tinta posta por cima na oficina do bate chapa Chang.
Voltando...Volvidos uns quantos
minutos estava com o cliente. que não se fez de rogado e, num 'aps’, saímos
acelerados pela estrada de terra batida, sob a ponte metálica que se faz leve
do peso dos carros do gás, do turismo quase que inexistente, mesmo quando se
propala presença de 22mil pessoas no festival do Wimbe. Eish! Até o peixe ficou
esperto, pós -se ao custo de muitas notas. Só de binóculos.
Sim, pha! Aquela ponte metálica
do Tagir que vem desde as últimas cheias em Pemba. Orçadas, (dês) orçadas,
abandonadas, sempre relembradas em dias de orçamentos municipal ou aos olhos do
doador. Até fala-se de impacto ambiental. Contudo, mansões vão sendo
construídas sobre dunas, do outro lado não há acesso a praia, lixo da cidade
sem casa própria, as barreiras vão deslizando, engolindo pessoas! Sim. Sempre o
mesmo valor orçamental! No hospital provincial até gesso não tem, o sangue que
fui doar foi vendido pelo enfermeiro. Mas esta ainda não ‘e minha estória.
Deixe-me contar-te!
Faz tempo gritei, disse-te que
O ‘El dourado’ tornara-se no El dobrado.
Sim. Só se delapida, já não sobram elefantes, do marfim, madeira cruzam
oceanos, mariscos, rubis de sangue vão voando,
os tipos do estado vendem muitas terras a troco de quinhentas, poucos milhares de meticais, o pescador VS
virou camponês, nepotismo,corrupcao,-arrogância, conflito de interesse,
branqueamento de capitais, pó castanho, mais branco snifados a todo vapor. Em
fim, uma lista infindável! De la, sai tudo e mais alguma coisa. Nós taxistas
também! Eish! Temos muita lata! Mas, vou calar me quando acabar de contar-vos
tudo.
Assim que atravessamos a ponte,
pela estrada de terra batida plena avenida Marginal, mais para lá de Pemba
Beach, mais uns metros em frente , na esquina de sempre, ponto de encontro da
polícia de trânsito e automobilistas em dias de (re) fresco,onde enquanto uns tentam guardar +a) s mola (s)
outros saltam! Desculpe. Digo, alcançar metas diárias pessoais e/ou as do
comandante a bel-prazer, outros saltam e, naquela noite não foi diferente.
A uns metros de distância
vislumbra-se um sinal luminoso que parecia vir de um agente gigante, mas medida
que nos íamos aproximando, a altura reduzia a sua baixeza, parou no baixinho!
Eram cinco agentes. Um vulgo “ cinzentinho” e outros quatro de trânsito.
Obedecendo as regras de
trânsito, parei e entreguei -o a minha carta de condução, livrete, todas
aquelas coisas e outras que a polícia de trânsito destes dias pede. Estava tudo
certo, até que o agente procurou os vidros fumados da minha viatura, como
tantas outras que roncam pela cidade de Pemba. Andam fumadas!
“O senhor esta a conduzir uma
viatura com vidros fumados?”
Retorqui dizendo que sim perante tamanha inquisicao. Não
passaram muitos minutos, foi 'sol de pouca dura'' ate que o meu cliente, de
boca larga como se estivesse em sessões de boca livre, perguntou ao agente da
noite quantos carros com vidros fumados circulam pela cidade de Pemba e quantos
são diariamente multados! Isto é, incluindo o carro do comandante da polícia
António Amisse, que circula na sua Toyota 4*4 com vidros fumados, mais escuros,
piores que os da minha viatura!
Mesmo após reconfirmação do seu
colega sobre os vidros escuros, fumados do comandante deles, arrogantemente o
agente na defensiva, abaanou o casquete, afirmando que o seu comandante
tinha uns papéis, tipo guia de marcha, autorização do chefe de 11 casas ou do
quarteirão a Filipe Nyusi;Depois de muito tempo, e perante insistência do meu
cliente, o agente sacou do bloco e passou uma multa.
Perguntei-o se a multa era
minha ou para o meu cliente. Ao que o agente respondeu: “ Ė desse teu cliente. De facto a multa era do
meu cliente, a ser multado naquela noite
por perguntar, perguntas, exercer seus direitos num estado que se diz ser e/ou
julga-se de direito. Pelo menos o meu cliente diz que todas as pessoas são um
estado, desde que os sistema funcionem num todo- democrático.
Em menos de cinco minutos outra
viatura com vidros fumados foi interpelada, e, de seguida posta em marcha. Nada
de multa. Foi-se a todo vapor, fumando a
noite já escura com seus vidros fumados. Desapareceu pela avenida.
Caricato ou não, recebi o
talão, li-o em voz baixa, depois li em voz alta para ouvir a sonoridade do nome
la escrito. Era o meu,com apelido e tudo, incluindo a chapa de inscricao da minha viatura! Gritei em silêncio e depois
em voz alta! Esta multa é do cliente!? Gritei de verdade apelando ao agente
para passar a minha outra multa. Nao passou
No talão vinha o meu nome.
Então, perguntei ao agente se eu, simplesmente teria que pagar a multa de 1000
Mets e que a culpa ficaria com o meu cliente ou vice-versa! No mesmo instante o
outro agente dizia, que o carro do seu comandante tem vidros fumados. Mas ao
agente baixinho de nome Aiuba, passara a multa; O meu cliente questionou-o
sobre a quem de facto a multa era imposta e que infracção tinha sido cometida.
Isto é, aludindo que a sua bicicleta não tem vidros fumados, que era uma espécie
de céu aberto com pedais, assim tipo cavalo galope! Mas afinal, de verdade, de
verdade, o comandante da polícia anda
vidrado em fumados e nunca é multado!
Eu, até disse ao tipo da
‘bofia’ de trânsito que não sabia da multa,muito menos do paradeiro dos milhões de meticais que o
Conselho municipal de Pemba pediu empréstado ao Banco BIM e nunca mais
devolveu, muito menos do processo de reassentamento das famílias, o forrobodó
dos 40.20 milhões de meticais da Anadarko-CPD e, muito menos porque 'e que o director
do CPD trancou-se no seu escritório, não falou a imprensa empossando a sua
secretária como directora do CPD do momento, para não abrir a porta!
Disse que não sabia das
construções que nascem como cogumelos, incluindo as chinesas e outras que mais
parecem uma lavadeira de verdinhas! Que sabia sobre o que tinha acontecido ao
jornalista John Chekwa, onde cinco matulões desavergonhados, segundo noticia,
munidos de AKs 47, aquelas máquinas de guerra, sanguinárias como o mandante,
foram a casa do radialista e com a ponta dos fuzis, ameaçaram-no! Até com meu
Kung Fu daria uma coça aos tipos. Sem vergonha na cara! Mas disse que sabia que
o Centro Cultura Tambu Tambulani Tambu será um dos melhores do País!
Foi assim que expliquei-me ao
agente da polícia. Ainda disse o que eu não era o culpado por aquelas
atrocidades todas, ate das outras, de uns tipos e o povo que só fala no bar,
facebook! Mesmo assim o agente da ‘bofia’ só via meus vidros fumados sem (re)
fresco.
Viu o carro vidrado-fumado do
seu próprio comandante com uma espécie de guia de marcha passada pelo chefe de
11 casas e /ou do quarteirão. Mesmo assim, palavra dora! Por culpa do meu
cliente fui multado pelo agente da polícia de trânsito.
Lembrei me de uns gajos, tipo
Nhachote, ‘perguntar não ofende’ e também do harpas e farpas, o Nordine!
“Camarada’ Guebuza libertador de agansters.”Era Nyusi perdeu-se no (des)
informe da nação
Por culpa do meu cliente,
aquele Molwene do Estacio, fui multado pelo agente da polícia de trânsito de
nome Aiuba.
Multado pelo agente da polícia
por perguntar, perguntas!
Sim. Celso Manguana. Caso para
dizer: ‘ pátria que me pariu.’