Cantora venceu o primeiro Chuva de Estrelas, com apenas 15 anos, e conquistou o Festival RTP da Canção em 1994, com Chamar a Música. Morreu aos 45 anos, vítima de tumor cerebral.
A cantora e compositora portuguesa Sara Tavares morreu este domingo, no hospital da Luz, avançou a SIC Notícias, lembrando que tinha sido diagnosticada há mais de uma década com um tumor no cérebro. Fonte da família confirmou a notícia à agência Lusa. Sara Tavares tinha 45 anos.
"O país conheceu-a era ela uma miúda de 15 anos que vivia em Almada e queria ser como a Whitney Houston: "bonita, generosa, e rica". Foi a cantar uma música de Whitney que venceu o programa televisivo Chuva de Estrelas[SIC]", escreveu o DN em 2017, por ocasião do lançamento do álbum Fitxadu.
A cantora de ascendência cabo-verdiana venceu depois o Festival RTP da Canção, em 1994, com "Chamar a Música", sendo oitava no Festival Eurovisão da Canção desse ano.
Dois anos depois, estreou-se com o álbum "Sara Tavares & Shout!". E nas duas décadas seguintes, editou vários álbuns que a aproximaram das raízes cabo-verdianas, com destaque para "Balancê" (2005), que lhe valeu um disco de platina e uma nomeação como Artista Revelação as prémios BBC Radio 3 World Music.
Em 2009, a cantora foi obrigada a interromper a carreira após ser diagnosticado um tumor no cérebro.
Em 2011, recebeu Prémio de Melhor Voz Feminina nos Cabo Verde Music Awards e no ano seguinte deu continuidade à digressão internacional "Xinti", título do álbum editado em 2009, que lhe valeu o Prémio Carreira do África Festival na Alemanha.
Em 2018 esteve nomeada para os Grammy Latino, na categoria de "Melhor Álbum de Raíz", com o quinto álbum, "Fitxadu" (2017), no qual aprofundou a relação com a música cabo-verdiana, contando com Manecas Costa, Nancy Vieira, Toty Sa'Med e Kalaf Epalanga entre os convidados.
A par da carreira em nome próprio, Sara Tavares colaborou com vários nomes da música portuguesa e lusófona, nomeadamente Ala dos Namorados, Dany Silva, Paulo Flores, Buraka Som Sistema e Carlão.
https://www.dn.pt/cultura/morreu-a-cantora-portuguesa-sara-tavares-17366594.html
Marcelo recorda "vocação, dedicação e determinação"
O Presidente da República recordou este domingo a "vocação, dedicação e determinação" da cantora Sara Tavares e salientou a sua "grande proximidade à música e aos músicos africanos".
Numa nota divulgada na página oficial da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa refere que Portugal descobriu Sara Tavares "há trinta anos, ainda adolescente, através de um dos concursos de talentos que, nas décadas seguintes, revelariam vários nomes" hoje conhecidos e admirados.
"Portuguesa de origem cabo-verdiana, manteve sempre forte ligação aos seus pares, em diversas colaborações e homenagens, e grande proximidade à música e aos músicos africanos", afirma o Presidente da República.
O chefe de Estado salienta que, além dos discos que gravou desde 1996, Sara Tavares "representou Portugal no Festival da Eurovisão e foi nomeada para um Grammy Latino", indicando também que, "tendo interrompido a carreira por motivos de saúde, lançou um novo álbum em 2017 e, já este ano, editou um último 'single'".
"À família de Sara Tavares manifesto a minha tristeza e o reconhecimento pela sua vocação, dedicação e determinação", lê-se na nota.
Costa lembra "voz única" e "sorriso"
O primeiro-ministro lamentou a morte prematura de Sara Tavares, no domingo, aos 45 anos, considerando que se revelou uma cantora e compositora com uma linguagem musical própria, na qual se cruzam diferentes geografias.
"Lamento com profunda tristeza a morte prematura de Sara Tavares. A sua estreia, ainda muito jovem, num concurso de talentos, cativa os portugueses, tendo-se revelado uma cantora e compositora com uma linguagem musical própria, na qual se cruzam diferentes geografias sonoras" escreveu António Costa na rede social X (antigo Twitter).
Para o primeiro-ministro, Sara Tavares "será sempre lembrada pela sua voz única e pelo seu sorriso".
PR cabo-verdiano diz que cantora continuará "a alumiar caminho"
O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, disse que a figura da cantora Sara Tavares continuará presente, "como luz que alumia caminho", numa mensagem publicada no Facebook pouco depois de noticiada a morte da artista portuguesa de ascendência cabo-verdiana.
"Continuarás
connosco, Sara, dizendo coisas bonitas! A tua luz alumiar-nos-á o
caminho que ainda nos cabe, nesta terra que transitoriamente nos
acolhe", escreveu o chefe de Estado, na página pessoal da rede social,
despedindo-se com um "até sempre, cara amiga". (DN)