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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Turismo em Gorongosa



Texto: Estacios Valoi
Fotos Estacios Valoi/Christian Pozo
“Desde muito cedo a paisagem dramática, e a rica fauna bravia da região da Gorongosa atraíram caçadores, exploradores e naturalistas. O acto oficial com vista a proteger este esplendor apareceu pela primeira vez em 1920, quando a Companhia de Moçambique ordenou que 1.000 quilómetros quadrados fossem conservados como uma Reserva de Caça para os administradores da companhia e seus visitantes. A Companhia controlava toda a região central de Moçambique entre 1891 e 1940, tendo sido esta área concedida pelo Governo de Portugal”.
Em 1921 começa a existir como zona de conservação e posteriormente em 1960 elevado a categoria de parque nacional de Gorongosa e conta actualmente com uma extensão de 4000km2 com a capacidade diária de acolher cerca de 40 turistas num processo, entra e sai.
Devastado por caçadores de fortunas faunísticas, pela guerra civil entre a Frelimo e a Renamo, hoje o seu estagio de recuperação essa em torno, dos 50% segundo Domingos João Muala do departamento e comunicação do parque.
“Antes, era uma reserva de caça sem objectivo de preservar as espécies, foi o bastião da guerra civil, bastante devastado e uma das razoes, acreditava-se que aqui podia comer se carne, obter marfim e o resto para se vender e adquirir mais equipamento bélico”. Mesmo depois da assinatura dos acordos gerais de paz em 1992 foi afectado.
Seguiu se um período em que o parque não era controlado e as pessoas caçavam como quisessem. Havia muita arma por todos os lados e, ate 1995/6 as pessoas faziam do parque um lugar muito lucrativo. Já em 1996 começou se a envidar esforços, de trazer de novo a equipa de conservação, a fiscalização, disminar e começar a transformar naquilo que agora temos, 50% do parque recuperado.
“Temos acomodação para turistas, iluminação, cerca de 420 trabalhadores, picadas abertas, tudo disminado, os animais a serem transladados onde já tivemos cinco ou seis alocações diferentes espécies como 54 búfalos que vieram do Krugger Parque na África do Sul, Boi Cavalo do parque transfronteiriço do Limpopo, elefantes, hipopótamos, e em Abril deste ano 4 Chitas para repovoar e acelerar a recuperação da fauna que ficou afectada durante o período de muita caca furtiva e de guerra civil “.
Impacto das comunidades sobre o parque e conflito homem animal
O parque esta bastante rodeado de comunidades e com a sua restauração através deste projecto que tem vindo a ser implementado a cerca de cinco, seis anos
Tem estado a dar muita dinâmica a toda a recuperação que estamos a ver. Temos vários operadores turísticos que concorreram no ano passado, um o ‘One África’ que já esta a explorar a um ano e meio, e o parque a receber vários turistas, nacionais e internacionais.

Na Localidade de Vinho temos uma escola a funcionar desde 2008, inaugurada na mesma altura em que se assinaram os acordos de gestão conjunta do parque entre o governo moçambicano, a fundação CARE. A outra localiza na comunidade de Nhancuco na zona tampão que foi maioritariamente construída pelo Millenium BIM com o apoio do parque, também temos em Vinho um posto de saúde construído de raiz e o outro na localidade de Nhanguo prestes a ser inaugurado. Mas temos vários outros projectos a arrancar.
Temos o Centro de Educação Comunitário (CEC), mais conhecido por Campus universitário construído dentro do Parque que é vocacionado para acolher todas as comunidades, faixas etárias para terem programas de educação ambiental. Em Nhambita uma das primeiras comunidades que se beneficiou das receitas do parque que tem uma grande serralharia.
Portanto o parque já construiu duas escolas que já estão a funcionar, a primeira é uma completa que vai de 1 a 7 classe e a segunda de 1 a quinta classe, dois postos médicos e neste momento temos um grande empreendimento que é a construção de um bairro com 32 casas tipo 3, escola, posto de saúde, espaço livre para as crianças brincarem, no distrito de Muanza na comunidade de Muereze que vai beneficiar a 72 famílias e o lançamento da primeira pedra foi a 1 de Julho último.
As comunidades recebem 20% das receitas do turismo que junto dos seus lideres comunitários decidem que tipo de infra-estruturas construir em beneficio da sua própria comunidade, aquilo que ‘e prioritário.
Ainda para a comunidade de Vinho, na área agrícola, alocamos motobombas, criamos um mercado interno que é o parque e também os trabalhadores que compra esses produtos das comunidades após a sua colheita e levam as suas casas. Portanto tem dois mercados.
O número maioritário dos trabalhadores, isto 97% do parque, vem das comunidades, essa é a política do parque, quando existe um projecto, primeiro beneficiar as comunidades vizinhas.
Conflito homem fauna bravia
É nossa vontade é de tirar todas as comunidades que vivem dentro do parque ao longo dos 4000k2 porque todos os dias registam se casos de conflito homem fauna bravia, elefantes, leões que passam pelas machambas das comunidades, constituem um perigo para as machambas para a vida das pessoas.
Muita campanha de sensibilização ambiental esta a ser levada a cabo com todas as comunidades envolvidas no sentido de mudar as mentes e começarem a ver o parque como amigo e como instituição deles. Antes as pessoas não se identificavam com o parque, e, a razão é que num período histórico recuado muitos viviam dentro daquilo que hoje se considera parque nacional de Gorongosa mas que por razoes obvias de conservação tiveram que ser afastadas, isso foi no período colonial, e não foi pacífico. Casas queimadas, pessoas escorraçadas e ficaram com mágoa.
A comunidade de Vinho tem sido um dos campos de ensaio de todos os projectos do parque, temos lá a agricultura de conservação, uma prática agrícola em que não se cortam árvores, não se aplica fogo, a pessoas fazem a sua agricultura na mesma área, não tem que mudar de espaços de quatro em quatro anos, porque aquela zona onde estavam já não produz por várias razoes como praticas incorrectas como o uso do fogo…. Que depois da colheita não se queimem os campos.
Calcanhar de Aquiles
A caca furtiva é um calcanhar de Aquiles, uma pedra no sapato. De alguma forma todas as comunidades com as quais trabalhamos e que através do parque beneficiam de novas infra-estruturas, projectos de educação ambiental, animais embora cientes de que a acção furtiva é negativa, entram e caçam no parque matam muitos. Actualmente temos uma média de 20 postos de fiscalização, mas o número de fiscais é insignificante para cobrir os 4000km2.
Segundo o formando Cashers Tembo o objectivo principal do centro e formar as comunidades sobre a importância do parque.
“Estamos no Centro de Educação Comunitário cujo objectivo principal é de formar as comunidades ao longo do parque nacional de Gorongosa sobre o parque e sua importância. Neste momento estamos a formar 10 fiscais para o parque e 25 para a Serra de Gorongosa.
Infelizmente o número de fiscais que cobre o parque não é suficiente, quiçá devido a falta de fundos mas, acredito que o mesmo vai poder empregar mais. A Serra, tem uma vasta dimensão com cerca de 30 km de extensão e 25 pessoas não podem cobrir a Montanha.
Primeiro temos a questão do desmatamento, as pessoas continuam a cortar arvores, e a floresta chuvosa de Gorongosa é a única ainda viva em toda a região da África Austral e devemos preservar. Isto é o que estamos a tentar fazer, e os fiscais têm como objectivo principal impedir que as pessoas abatam árvores na montanha, dentro da serra.
A própria comunidade faz a selecção dos fiscais que são formadas aqui para a posterior trabalharem directamente com a tal comunidade e, percebem o que o parque faz de forma a preservar as espécies. Tivemos tráfico de madeira na região de Casa Banana, as pessoas faziam o abate mas penso que esta situação já foi ultrapassada. Os que cortam nas montanhas são agricultores de subsistência que preparam os campos para a sua sementeira. Estabelecem se numa certa área, produzem durante dois ou três anos, abandonam a terra e vão para outra, onde também abatem arvores. Dissemos a eles para parar.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

II Festival de Gastronomia realizado em Quelimane



II Festival de Gastronomia realizado em Quelimane
Estacios Valoi
14/09/11
Marco Graça, profissional de cozinha a cerca e 25 anos, um mestre na arte de cozinhar, nasceu em Quelimane Zambézia, pequeno Brasil, época dos carnavais que nostalgicamente todavia ainda vagueiam em muitas mentes que apenas esta pode levar-nos ao nosso subconsciente.
A arte de cozinhar, não foi mero acaso, mas um produto do sangue fervente dos seus progenitores, algo assim, hereditário. Contudo teve que ir praticando, entre outras vezes o baptismo de sempre, agua quente que vinha à cima banhando suas mãos, outras vezes o óleo que cai lhe cima, daqui ou acolá numa panela ou frigideira em ebulição. Sim, também o sentir da colher de pau que de vez enquanto lhe raspava a pele quando tentasse esquinar uma carninha da panela boca adentro.
Peripécias de um cozinheiro nato que começou a apimentar os tachos ainda na fase mediana a sua vida realizou vários festivais como os da gastronomia Zambézia em Quelimane.
A arte de cozinhar já o levou a Portugal onde ingressando num instituto de culinária deu o salto alem as panelas e cozinhados ainda por desvendar, mas não foi só a “tuga” que o acolheu, outros vários poucos mas muitos na sua dimensão como o Macau também puderam experimentar, saborear alguns dos seus pratos. Que o tipo é um prato lá é. Mas não foi na tuga, no oriente, na Berlenga onde o encontrei. Foi mesmo ali na zona do bairro Lisboa exactamente na LanchoNet do Morais e da Zina, uma casa que para alem dos doces, salgados é um espaço de conhecimento, tecnologia, um espaço de cruzamento do mundo, de todas as culturas pela Net, livros por ler.em fim.
Passo sempre porque estou de passagem, mas glutão que sou desta vez parei e fiquei por alguns momentos e tentar cozinhar com Manecas, mas aquela ainda não era a minha cozinha. Sim, mas pelo menos aqui esta o prato do dia.
EV- Essa longa panelada de cerca de 26 anos como profissional de cozinha e neste segundo festival de gastronomia da Zambézia, de onde surgem esses 50 pratos diferentes?
Penso que primeiro temos que dar valor a nossa arte e mostrar aquilo que a gente sabe fazer, que é cozinhar. As pessoas tem uma concepção errada daquilo que é um cozinheiro. Um cozinheiro,é um verdadeiro mestre, um artista de cozinha, e penso que ninguém vive sem comer. Comer, toda a gente pode comer, mas saber comer nem todos sabem, então é nesta vertente que digo que um cozinheiro é muito importante, porque a alimentação é a base a nossa vida. O viver tem a ver com o comer.
EV – Quando ‘e que te vem o bicho da cozinha, esse interesse insaciável?
Isto deve ser hereditário. Nós somos naturais da Zambézia e os meus avos também o eram, logo os meus pais sendo de cá, e eu nasci aqui, isto tem pouco a ver com a hereditariedade, com a feição de vida das pessoas.
Mas quando é que exactamente começas a brincar com as panelas?
Começo ainda pequenino, tentava eu cozinhar petiscos de casa porque o meu pai e a minha mãe, sempre gostavam destas lides de cozinhar em festas de casa. Comecei por fazer pequenas coisas, como grelhados, batata frita…lembro me de uma vez em que para alem de queimar as batatas também queimei as minhas mãos. Acho que era o princípio e eu não me apercebia disto. Comecei a aperceber me quando tinha os meus dezoito anos.
EV- Quem a pessoa por detrás deste mestre na arte de cozinhar?
MG -Dizer quem é Marco Graça, hehee. Penso que sou uma pessoa simples, humilde, sincera, sensata, e tudo de bom que os predicados da vida nos dão.
EV -Que colher, panelas, pratos. Trouxe para este segundo festival gastronómico a moda Zambeziana?
MG - Trouxe onças de iguarias com material local, inovando, transformando esse material local em material internacional. Comer produto local mas transformando para que as pessoas possam comer. Vou dar um exemplo da mandioca. Há varias formas de cozinhar a mandioca. Na minha terra que ‘e aqui na Zambézia, normalmente cozem a mandioca, mas esta pode ser cozida, frita, estufada, grelhada, endulceria, há várias outras formas, como fiz ontem. Fiz doce de batata-doce com coco e o buffet que fiz acabou, as pessoas comeram todo o doce. Fiz salada de batata-doce com camarão que também acabou. Isso quer dizer que temos produtos extremamente úteis e bons. Todos cozinham mas saber cozinhar ‘e uma ciência.
Estive num instituto de formação profissional de cozinheiros em Portugal -Lisboa, isto para dizer o que é a cozinha, também nos outros países onde andei, dar outros passos.
EV -Segundo festival. Que palavras para as pessoas no sentido de levar alem estas realizações de festivais do género e com mais gás?
MG- Penso que….Mas neste momento tenho que agradecer as pessoas que me trouxeram de Maputo a Quelimane Zambézia para poder fazer este festival porque realmente o nosso povo aqui na Zambézia não é que esta descorada. Em termos gastronómicos, variedade, gosto, paladar a nossa cultura é uma das mais ricas e se não a mais rica de Moçambique mas falta um pouco de... Não queria falar mas tenho que falar. O nosso governo a escala nacional deve incentivar o empresariado, assim como as organizações, não basta só fazer panfletos mas criar uma serie de coisas para dinamizar a nossa gastronomia. É assim como fazem nos outros estados, digo entre “ Portugal, Espanha”, eles tem a gastronomia ligada ao turismo e penso que o turismo não pode ser uma ala dissociada com o bom e bem comer.
Penso que já sou um cozinheiro com uma certa dose de experiencia, com gabarito internacional e uma forma que me conduz e diz como é que o nosso Pais pode desenvolver. Turismo, não é só dormir. As pessoa pensam que vão construir um hotel, uma pensão, isso são partes financeiras. Nós também temos que ter a parte humana, cultural que é para o nosso Pais crescer mais em termos de turismo. Penso que é isto.
EV -Componente recursos humanos. Neste momento em que estagio poderia encaixar a Zambézia?
MG -Poderia, não porque pense que a Zambézia esta esquecida. Em termos de gastronomia, cultura penso que neste momento a Zambézia tem tudo para dar certo porque tudo tem um elo de ligação. Vamos ver que nós aterramos aqui no aeroporto de Quelimane e esta na mesma, quando digo na mesma, não muda de face, portanto não há um desenvolvimento em termos culturais gastronómico. Ex. As pessoas cozinham o Balchau, um camarão que aqui o povo da Zambézia cozinha tradicionalmente, fazem com tomate um bocadinho de coco e limão mas que esse prato transportado para fora da Zambézia tem muito valor e toda a gente gosta.
EV -Faltam recursos humanos capacitados na Zambézia, já têm alguns discípulos?
MG -Neste momento não tem e penso que é um pouco precoce falar dessa maneira porque realmente aquilo que eu faço tento transmitir ao próximo, não escondo nada. As pessoas que estão ao meu redor, as que queiram aprender a cozinharem. Não tenho mãos a medir e, quando isso acontece fico satisfeito.
Estamos aqui a falar de um lugar especifico, tenho que dizer te que é a segunda vez que venho para aqui, agradecer as pessoas que me trouxeram ate aqui que são os donos da Lanchonet Net que é o senhor Manecas Soares e a Senhora Zina Mogne, que apostam nisto, e sem apostar a gente não vê resultados. Em termos gastronómicos só podemos medir a amplitude quando se aposta.
O festival esteve bastante bom. Não foi por causa do 7 de Setembro que as pessoas aderiram. Estava cheio e, isto para mim significa algo, parece que as pessoas já gostam de comer porque o comer bem não significa ter dinheiro e pagar. Significa que a comida tem que ter qualidade e para as coisas terem qualidade.he he he. todos os dias que faço um festival destes começos com este trabalho as três da manha porque tenho que equacionar que quem vem comer tem que comer bem, independentemente da cor dinheiro, religião.
Primeiro tem que ter esses três conceitos e segundo eles vem aqui também para medir. As pessoas vêm, ficam admiradas quando o festival decorre desta maneira. Ontem inqueri alguns clientes, ficaram sem saber mas como é que faço essas comidas, e então numa das minhas alocuções no mesmo festival em que havia musica tive que dizer que isto foi feito graças a duas pessoas que para alem de serem donos do espaço, algo que não tem nada a ver com isso porque aqui dentro de Quelimane…há muitos espaços, tem uma forma, um bem, um luxo mas que as coisas não condizem com as coisas que foram feitas ontem.
Fora das lides da cozinha, também sou um ser humano e estou aqui de calções, a fama não tem nada a ver com a pessoa, eu não vou por aqui gravatas que isso não tem nada a ver. Parto do princípio que primeiro tem que se ser e depois ter, não sei se estou errado mas é isso.

Cadeia ' Cabeca de Velho'

Prisioneiros rebelam se na cadeia de máxima segurança “ Cabeça de Velho” em Manica
Texto: Estacios Valoi
14/09/11
Acima de 1500 prisioneiros rebelaram se semana ultima num dos maiores presídios do pais Cabeça de Velho em Manica-Chimoio por falta de alimentação.
Foram três dias desde quinta-feira última em que os prisioneiros permaneceram sem comida assim como impedidos de receber alimentos de seus familiares, porque a administração da Cadeia decidiu impedir a entrada destes bens sem nenhuma explicação violando deste modo aquilo que são os direitos humanos.
Segundo fontes de dentro da cadeia em contacto com a nossa reportagem disseram durante o ano corrente, naquela cadeia morreram quinze prisioneiros transferidos da província de Gaza para devido a ma alimentação.
Sábado ultimo cerca de 7 carros da Forca de Intervenção Rápida (Fir) foi mobilizada para o local para conter a onda tumultos que após a tentativa por parte dos prisioneiros de ouvirem e verem as suas preocupações solucionadas por parte de quem de direito mal paradas, tomaram o controlo da cadeia.
Mais tarde sábado ultimo, a (Fir) que tomou a instituição prisional de assalto, disparando mais de 20 tiros com recurso a balas verdadeiras e gás lacrimogéneo, o rescaldo provisório ate ao momento em que a nossa reportagem publicou esta edição, três pessoas tinham sido feridas, uma na zona o abdómen e nove reclusos algemados, espancados e transferidos a primeira esquadra local ainda sem alimentação e cobertores.
Segundo as nossas fontes anónimas fora do presidiu que se deslocaram ao local e pessoas que residem nas cercanias da estrada que da ao presidiu, em contacto permanente com a nossa reportagem confirmaram que ate por volta das 15.30 de sábado ainda era possível ouvir o soar dos mais de 20 tiros e fumaça do gás lacrimogéneo.
De fontes dentro do presidiu constatamos que a ordem para o cancelamento das refeições, tanto as normais que são fornecidas pela própria cadeia assim como a alimentação que recebem dos seus familiares veio do Director da Cadeia Francisco da Silva Mate, do Comandante Júlio Francisco Namaso e da chefe da Acção social Guida Margarida Sola.
Primeira fonte
“Nós os prisioneiros reivindicamos o nosso direito a alimentação porque a direcção neste momento cancelou os nossos direitos a alimentação e dos familiares para dentro da cadeia. As condições internas não são favoráveis e desde de manha ate a esta hora que são 21 horas ainda não comemos e isto começou ontem quinta-feira, são acima de mil e tal pessoas que ate aqui ainda não comeram e ate agora ainda não há nenhum sinal.
A direcção só disse que a lei diz que vocês não tem direito a alimentação dos familiares, vocês estão sujeitos a alimentar se daquilo que aqui existe. Mas as condições não são apropriadas, farinha massa, há esta situação.
Epa, por aqui há muita situação, muita situação mesmo. Primeiro há muitos casos de corrupção, cobranças ilícitas, tortura psicológica. A corrupção ‘e feita por algumas brigadas internas da polícia para facilitar algumas saídas e não só. Ainda este ano vieram cá reclusos de Gaza ate este preciso momento em que me refiro 15 já morreram, perderam a vida devido a ma alimentação isto para não falar dos que vieram da Província de Tete”.
Referir que os reclusos que pereceram naquela instituição prisional fazem parte dos 51 que no ano transacto, no mês de Dezembro foram transferidos da cadeia Civil da província de Gaza para Cabeça de Velho na província de Manica-Chimoio e todavia três desse universo encontram se isolados sob observação contínua e não se alimentam condignamente.
Segunda fonte anónima
As confusões já começaram e os chefes da cadeia não estão a falar nada, este é o barulho que estas a ouvir é dos reclusos que já partiram as portas. Não comeram nada. Hoje é o terceiro dia, a refeição da cadeia e péssima e eles não deixam entra nada e estamos com fome. A direcção da cadeia diz que a comida não pode entrar e a cadeia não tem condições. São essas três pessoas que não aceitam para a comida entrar na cadeia.
Assim fizeram uma lista dos problemas e levaram mas não fizeram nada, há pessoa que tem pena maior e esta comida daqui, foram levar farelo para dar pessoas, aqui na cadeia não tem nada. Morreram quase 15 pessoas que vieram de Gaza, não estão a aguentar com as refeições. Estão a partir as portas, a polícia de intervenção rápida ainda esta lá fora.
Enquanto a (Fir) permanecia do lado de fora nos seus carros de assalto a nossa reportagem ouvia os gritos de revolta proveniente s de dentro do presídio por parte dos reclusos que iam rebentando com os portões das celas, dos pavilhões por um prato de comida de direito que a administração lhes recusava dar. ‘Estou pedir pão patrão” e em vez de pão, balas.
Terceira fonte
“ Esses gajos já começaram a invadir as portas. Estamos a espera da resposta porque de anteontem, ontem não come nada, então esperam o director e o director não veio, só mandaram Intervenção Rápida mas ate este momento ainda não temos resposta.
São 7 carros da intervenção rápida que estão a cercar os muro da cadeia. Ainda não dispararam nada porque os presos só agora é que estão a começar a abrir as portas, a invadir as portas.
Somos mil e tal presos. Um minuto, um minuto! Somos 1600 e tal presos. Eles a policia da (Fir) ainda não fizeram confusão mas aqueles que ontem estavam a trabalhar ainda não renderam porque mantém se com aqueles outros aqui mesmo e, ate esta manha não veio ninguém da direcção da cadeia. Nós estamos com fome. A direcção nunca entrou. Eles estavam a levar a cadeia a pensar que a cadeia é deles. Estamos a tentar com a família. O artigo 25/26/ 86 diz que um recluso tem direito a refeição mas a cadeia não tem condições.
Sardinha e água mineral, Nido são direitas a alimentação ovo, etc. Tudo é de ajuda familiar. Chegou o chefe de informação Falume na cela de Armando Machava chutou abaixo a comida dizendo que o recluso não deve se alimentar bem, o arguido é um boi, uma charrua do estado…
Quando um recluso esta doente e tem que ser transferido para o hospital os policias querem 1500 meticais. Já não sabemos se aqui estamos a cumprir a pena ou a fazer dinheiro. Tudo tem a ver com o Director, comandante… da cadeia que esta a usar droga e não caneta. Não estamos a entender.
Agora a polícia já entrou dentro da cadeia, esta a disparar balas de verdade, um dos presos foi atingido na barriga, estão a disparar gás lacrimogéneo.
Mais tarde e segundo uma fonte policial nove reclusos após terem sido espancados, algemados foram transferidos para a primeira esquadra da polícia no município de Chimoio onde deste sábado ate domingo permaneceram algemados, sem alimentação, cobertores. Continuam a presos em condições desumanas nomeadamente Armando Machava, Lourenço Lumbela Daniel Bruce, Danny Simango, Samuel Ricardo Timóteo Domingo, Manhama José, Pesai João e Januário Tivane.
A nossa reportagem soube também na manha de domingo que o director nacional das cadeias Alberto Mussanhane era esperado naquela cadeia e que os prisioneiros e que os prisioneiros que permaneciam na primeira esquadra faziam parte de um plano orquestrado pelo director daquela cadeia para que não falassem expondo os problemas que se vivem dia a dia na Cabeça de Velho.
Em contacto com um dos elementos do órgão directivo da cadeia cabeça de Velho isto após a primeira tentativa em que o elemento do outro lado da linha quando chamado pelo nome de Mate e a posterior ter se apercebido que estava a falar a imprensa, disse que não era o director mas sim comandante Mabasse que ao tentar escapulir disse mais
‘ Olha aqui não é o Mate que esta ao telefone. Aqui é o Mabasso o Comandante da guarda. Eu neste momento estou de férias desde o dia 5, então quando eu saio era antes dessa situação que esta a acontecer agora lá e neste momento estou de regresso a Chimoio para poder ver de perto esta situação.
Não há nada de falta de alimentação na cadeia de Chimoio Cabeça de Velho. Mas porque esses tumultos todos? Num momento oportuno poderei dar informação. Agora não tenho bases, interrompi as férias para volta a Chimoio”.
Três minutos mais tarde o comandante já tinha o seu celular adormecido, desligado. Um dos reclusos detidos na primeira esquadra constatou que na manha de domingo a sua esposa que tentava deixar comida naquele posto policial, fora corrida a ponta pés pela polícia. O recluso questionava para onde vamos? Por causa das algemas estou com o pulso dilacerado.
Esta segunda feira a nossa reportagem soube que um mês atrás, semana depois da visita do procurador-geral da republica a aquela penitenciaria, um recluso morreu no campo de produção vulgo “PAM’ de Manica no distrito de Katandica na localidade de Kagore onde há machambas com uso do recluso para o ‘xibalalo’.Os guardas espancaram o recluso ate a morte. É sabido que o finado fora transferido de Machaze e reencaminhado para aquele campo. Na altura a policia defendeu se alegando que o antigo recluso padecia de gastrite.
O outro guarda de nome Gordon violou sexualmente uma reclusa de nome Precious de nacionalidade Zimbabweana que se encontra presa na cadeia de Chimoio e que o director da cadeia Mathe tem bois incontáveis na localidade de Macate protegidos por armas do estado e um sobrinho que ‘e o guarda Cossa que faz o uso de uma carrinha 3000 cabine dupla para esvaziar o economato da cadeia para a sua mercearia no mercado 7 de Abril arredores da cidade de Chimoio.
17 reclusos cozinheiros que se diz serem funcionários pagos pelo estado não constitui a verdade, porque não são pagos. A chefe da acção social que amante do director e subsequentemente adjunta, não tem voz, acomodando se nas suas três carrinhas de marca Toyota Coaster, uma Surf e um Honda CRVsomente para passeios.
Várias tentativas foram encetadas no sentido colher mais dados do director da cadeia “Cabeça de Velho Francisco da Silva Mathe em Chimoio, mas todas redundaram num fracasso que nem se dignou a responder as mensagens. A governadora de Manica este no presídio no sábado de manha e deu dois dias ao Director Mathe para repor a situação, director este que esta a pagar mensalmente a casa que alugou na Cidade de Chimoio atrás do Shoprite 4 mil dólares e tem uma carrinha Landcruiser com motor roubado trago pelos seus larápios.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Renamo fora das eleições intercalares


Texto e fotos: Estacios Valoi
07/09/11
Após a recente derrocada dos presidentes dos conselhos municipais dos Municípios de Cuamba, Pemba e Quelimane que não fugiu a regra, todos eles do partido no poder, apesar da aparente calmia, o clima político que se vive na Zambézia é perturbador.
A renúncia do edil de Quelimane do cargo que vinha dirigindo durante cerca de três mandatos, deixou um espaço vago e todos os outros partidos vão desenhando suas estratégias na corridas as eleições intercalares a serem realizadas, menos a Renamo que considera de fantochada e o Pais doente.
De acordo com o porta-voz da ‘ Perdiz ‘ na Zambézia, Noé António Mavereca o seu partido descobriu que a renúncia forcada dos presidentes municipais é uma manobra estratégica política mas que desta vez não vai cair na mesma ratoeira prometendo encetar uma revolução e boicotar as eleições intercalares.
“A manobra da Frelimo de tirar os seus presidentes para convocar as eleições intercalares na tentativa de fazer nos recuar com os nossos planos de fazer a revolução para tirar a Frelimo do poder. A Renamo descobriu que é uma manobra e não vamos cair nessa. Estamos firmes no plano que traçamos, vamos fazer uma revolução, tirar a Frelimo do poder, formar o governo de transição para gerir o Pais durante um ou dois anos e realizarmos as eleições livres justas e transparentes em Moçambique.
Porque verificamos que em todas as anteriores eleições, quando a Frelimo descobre que uma determinada zona é de influência da Renamo, o processo eleitoral não decorre da melhor maneira. Já andam por ai comentários que dizem que desta vez basta a Renamo se organizar um pouquinho vai ganhar alguns municípios.
Esta saída do Pio Matos fortalece a Renamo e é sabido que aqui na capital provincial da Zambézia, nós tínhamos ganho com Latifo, anterior candidato da Renamo que teria sido o presidente do conselho Municipal, mas a Frelimo como já é do conhecimento de todo a gente roubou os votos, esta a correr com os seus presidentes para tentar satisfazer a Renamo, mas não vamos cair nessa armadilha”.
Quanto a não participação da Renamo no pleito eleitoral intercalar, Mavereca versa sobre a revolução que esta a ser preparada para tirar a Frelimo do poder desembocando na ausência do seu partido no próximo escrutínio.
“ Estamos para organizar a revolução que vai culminar com a retirada da Frelimo do poder, com a dis partidarização da Frelimo em todos os sectores e a formação do governo de transição mais uma vez repito, eleições livres, justas e transparentes porque desde que começamos com as eleições é uma fantochada então a Renamo sabendo que há muitas lacunas não vai aceitar ir a essas eleições intercalares.
A Renamo levou uma proposta de revisão da lei eleitoral ao parlamento mas a Frelimo negou e a que vigora neste preciso momento no Pais só beneficia a Frelimo. Então nos não vamos pautar por isto, não vamos seguir essa ideia da Frelimo. Continuarmos a ser escravos da Frelimo a aceitar aquilo que a Frelimo quer! Estamos fartos, não vamos aceitar mais essas brincadeiras da Frelimo. A Renamo não vai participar nessas eleições intercalares.
Sei que vão surgir muitos comentários por parte de algumas pessoas que dirão que a Renamo não vai participar nessas eleições porque não tem candidatos. Pura mentira, a Renamo conta com todos os moçambicanos, independentemente da filiação partidária. No governo da Renamo ate vão estar alguns da Frelimo, pessoas honestas, académicos, em Quelimane já tivemos candidatos como o doutor Leopoldo, Latifo e outros quadros capazes.
Não queremos esta fantochada da Frelimo porque sabemos que tudo isto para a Renamo vai resultar em nada, a não ser fazermos a revolução para escorraçarmos a Frelimo e formarmos o governo de transição. Gostaríamos de ter um presidente como antes teve, os nossos candidatos sempre ganharam mas sempre foram tirados o pau na mão.
Então não vamos continuar a dizer que vamos experimentar sabendo que a Frelimo vai sempre roubar-nos os votos. Para nós não adianta irmos agora as eleições sem que organizemos. Antes de mais nada queremos nos organizar e neste momento a nossa organização ‘e escorraçar a Frelimo e realizar as novas eleições”.
Estágio político na Zambézia
“O estágio político na Zambézia é de perturbação, o Pais esta doente. Há muitas contradições no do seio do próprio partido Frelimo mas eles só sabem criticar a oposição afirmando que não tem democracia interna e nós perguntamos: onde é que esta a democracia interna na Frelimo!? Só porque o Pio matos queria satisfazer as necessidades dos munícipes mas foi tirado. Se ele estivesse a comer com os outros grandes camaradas daqui continuaria na presidência do município.
Depois do secretario da Cidade Andrade Simplício ter sido eleito Pio Matos o conselho municipal foi obrigado a custear as despesas do almoço e como se não bastasse recentemente no dia 21 de Agosto realizou se o aniversario da cidade de Quelimane onde em fez se a distribuição de Arroz, Feijões, óleo carne de vaca em todos os bairros mas era só para os membros a Frelimo.
Não faz sentido num dia em que se comemora o dia da cidade serem içadas bandeiras da Frelimo em todos os comités e não as do município! Estávamos a ver pessoas da OMM, OJM, membros da Frelimo, ninguém da oposição podia estar. Não vamos continuar com essas brincadeiras”.
Ainda segundo Mavereca, os munícipes pelos bairros estavam preparados para se manifestarem contra a retirada de Pio Matos da presidência, caso a Frelimo não tivesse repelido os tais possíveis manifestantes.
Sabemos que Pio Matos ‘e capaz, já demonstrou que tem capacidade de dirigir este município o fracasso da cidade de Quelimane não tem nada a ver com a capacidade de Matos mas sim com a doutrina, a filosofia do partido Frelimo. Ele tinha que cumprir com o calendário da Frelimo, não podia dizer nada porque a Frelimo esta habituada a roubar tudo do povo. Isto descredibiliza a própria Frelimo que diz ser um partido democrático mas o que esta a fazer prova o contrário da democracia, esta claro que ele foi forcado a sair.
No dia em que ele apresentou a carta foi claro e disse ‘ saio por questões políticas e psicológicas. Para quem entende sabe que essas questões políticas e psicológicas não vêm da oposição, mas sim de dentro do partido Frelimo. Ele já não estava preparado para continuar a dirigir o município da cidade de Quelimane. Entretanto isto tudo ‘e consequência da filosofia da Frelimo.
Penso que isto vai enfraquecer, reduzir o fluxo de eleitores nas próximas eleições porque segundo o que vi aqui no município de Quelimane no dia em que tivemos a sessão extraordinária da assembleia municipal, o debate em torno da renúncia do Pio Matos e pelo que eu saiba os munícipes pelos bairros estavam preparados para fazer manifestações contra essa ditadura da Frelimo, mas a Frelimo mandou repelir os manifestantes.

MDM e os ventos que sopram de Quelimane
Texto e fotos: Estácios Valoi
07/09/11
A província da Zambézia foi semana finda palco de mais um encontro do Partido Democrático de Moçambique em preparação para fazer face ao próximo pleito eleitoral intercalar

Nos bastidores do MDM traçam se estratégias para a eleição de um candidato a altura. A nossa reportagem traz na pessoa o presidente do MDM Daviz Simango, as linhas internas em perspectiva depois da varredura dos presidentes dos conselhos municipais por parte do partido Frelimo.

Perante esta situação de renuncias qual é a pressão sobre o MDM para as intercalares?
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) tomou a posição face as renuncias que estão a acontecer nas autarquias de Cuamba, Pemba e Quelimane avançar para as eleições intercalares e, para isso era fundamental que a comissão politica se reunisse juntando os delegados políticos provinciais de Niassa, Cabo Delgado e Zambézia bem como os distritais de Pemba, Cuamba e Quelimane, também juntar aqui o nosso gabinete central e eleitoral, a nossa comissão nacional de jurisdição bem como a mesa do conselho nacional para nos debruçarmos sobre o que fazer perante esta situação que foi colocada aos munícipes residentes nessas autarquias.

Nós já definimos, ouvimos os nossos membros representados por essa estrutura a nível local e decidimos que o MDM deve se organizar em termos de documentação e o gabinete central de eleições e a comissão nacional de jurisdição já requereu a certidão do registo do partido, exactamente para fazermos face a essas eleições. Instruímos as nossas delegações políticas locais para o processo de selecção dos candidatos assim como a estratégia política que deve ser implementada no terreno de modo a fazer face a essas eleições em pé de igualdade com outros partidos políticos.

Quem serão os candidatos do MDM?

Não esta na agenda deste momento a selecção de nenhum nome tanto mais que esse processo de renúncia ‘e recente. ‘e preciso dar tempo para que as estruturas locais trabalhem, consolidem e com confiança apresentem candidatos que possam dar esperança aos munícipes residentes dessas autarquias.

Essa caída dos presidentes municipais fortalece ou enfraquece o MDM?

Não fortalece ou enfraquece o MDM mas sim enfraquece a democracia moçambicana, a participação dos munícipes em processos eleitorais, os munícipes tiveram a oportunidade de ir as eleições de 2008, fizeram a sua votação e notamos que em Moçambique no processo eleitoral de 2008 houve abstenções, deve ser esforço de toda a sociedade civil, dos políticos dos moçambicanos no sentido de elevar e reduzir esse índice de abstenções. Esse processo de renúncias desencoraja os munícipes a votarem.

Deve imaginar que qualquer munícipe residente nessas autarquias deve fazer as contas. Afinal de os candidatos são candidatos, independentemente de quem os escolhe ou os indica mas o importante é que o cidadão quando vai votar vota no outro cidadão que é munícipe residente nessa autarquia. Portanto se é um candidato de um determinado partido ou com apoio de uma associação e/ou de um grupo de pessoas, este candidato pode receber votos dos seus apoiantes ou de uma outra formação politica. Portanto quem vota neste cidadão não é simplesmente o partido em causa.

Quando um partido determina que este candidato deve parar, cessar as suas funções, isto mostra que é um partido anti-democrático, um partido que não tem respeito pelo erário público e como deve imaginar, muito dinheiro dos nossos impostos foi gasto para assegurar as eleições municipais e hoje temos que voltar a gastar outros rios de dinheiro que muito bem poderiam servir para as nossas escolas que hoje não tem carteiras.

A função pública continua com salários baixos que não da alimentar uma família, os nossos professores formados estão em casa porque não há salários dinheiro para os pagar, os médicos abandonam os seus postos de trabalho vão as organizações internacionais porque afinal de contas as remunerações não são compatíveis com o esforço que eles fazem. Com este dinheiro podiam muito bem ajudar a construir a nação moçambicana de que muito precisa.

MDM esta muito interessado em vencer as eleições intercalares. Que estratégias?
Nós criamos o MDM para participar em processos democráticos, portanto estas eleições autarcas fazem parte do processo democrático dai que vamos continuar a honrar a cumprir com a nossa missão, colaborar e participar nos processos democráticos de Moçambique logicamente através de eleições e esta é uma grande oportunidade que temos de mostrar ao mundo que afinal de contas estamos presentes, existimos.

A nossa estratégia é uma questão interna. Aqui, o importante é que já comunicamos aos munícipes locais para que contem com o Movimento Democrático de Moçambique e, de facto queremos que de mãos dadas com os munícipes ajudar a ultrapassar esses problemas que infelizmente os que estão a renunciar não conseguiram fazer durante o inicio deste mandato e também estamos com esperança de que como todos nós sabemos que as assembleias locais neste caso são o partido Frelimo é dominante.

Portanto hoje o partido Frelimo tem que estar preparado no caso de outras formações políticas vencerem essas eleições, preparar se para a coabitação, aceitar o processo dos projectos a serem submetidos por novos autarcas porque afinal de contas assim todo o Pais pode desenvolver.

Estamos com receio de que quando faltar um ano, usando a sua máquina governativa o partido pode entender criar condições e dizer que não há ambiente de governabilidade e avançar com uma comissão ha-Doc ou uma comissão de gestão ate ao final das eleições ou do mandato. De facto queremos que se implementem os resultados que possam acontecer e que todos nós possamos reconhecer e que esses resultados sejam justos e transparentes.

Olhando para as autarquias onde os edis renunciaram acha que a população ou o eleitorado devia tomar outro tipo de posição?

O conselho e a mobilização que o MDM hoje faz, é que os autarcas residentes, os munícipes, todos nós, em geral, devemos ir as urnas em massa, afluir para dizer não a arrogância, não o processo antidemocrático, tanto mais que hoje essas autarquias abandonadas precisam de uma liderança, os munícipes deverão seguir as urnas exactamente para escolher uma nova liderança porque afinal de contas a liderança anterior acabou abandonando o cargo.

Óptica do MDM quais são os maiores problemas de Quelimane?

Para quem anda de carro ou bicicleta vê o que esta a acontecer com as nossas estradas quando chove, nosso sistema de saneamento não funciona, deficiência na recolha de resíduos sólidos, os mercados funcionam mal, poeira, o nosso matador municipal não funciona, há uma serie de coisas que em função da disponibilidade financeira e a capacidade de recolha de receitas desta autarquia deviam melhorar, pensamos que o candidato do MDM terá esta responsabilidade de trazer aos munícipes de Quelimane e dos outros a confiança de que ‘e possível mudar, ir a um futuro para as próximas gerações.

Debilidade no seio do MDM e a que ventos do norte se refere?

O MDM tem uma agenda política clara, trazer aos moçambicanos a necessidade do conhecimento e oportunidade de viver, um Moçambique para todos, que nos sintamos iguais perante a lei, a constituição da república, o processo de descriminação e de negação de uns moçambicanos por pensarem diferente e que não possam existir. Nós pensamos que este vento que se vai soprar quer em Quelimane, Cuamba, Pemba trarão uma oportunidade de liberdade aos munícipes locais, de que quem pensa diferente pode continuar a viver naquela autarquia sem perseguição nenhuma.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Legname dalla Zambesia


A cosa servono le violazioni della normativa
Testo e foto: Estacios Valoi
Treaduzione: Pietro Guglielmetti
http://valoie.blogspot.com/ (l’articolo è pubblicato in portoghese sul blog dell’autore)
Una ricerca documentata con le prove della concessione di licenze "pirata" in collusione con le autorità.
Negli ultimi anni, sono stati segnalati frequenti casi di saccheggio che è hanno interessato le foreste di tutto il paese ed i rischi ambientali che ne sono derivati, e che ne deriveranno se non verranno prese misure per frenare questa situazione.
Il giornale di Zambezia (DZ) per diversi mesi ha indagato sulla questione e ha verificato che "non c'è fumo senza fuoco". Durante l’indagine sono venuti alla luce i documenti che dimostrano l'anarchia che si è impadronita del settore forestale, a causa dell'apatia del governo.
La storia
La Green Timber è una società di capitale maggioritario cinese. In Mozambico i principali operatori nel settore del legno sono tutti cinesi. Da diversi anni questa società trasporta ingenti quantità di legname pregiato dalle zone interne della Zambesia fino al porto di Nacala. La società, che opera nel paese dal 1991 con sette concessioni di dimensioni variabili da 40 mila a 100 mila ettari, in passato ha cercato di disboscare anche all’interno della riserva di Gile, dove, con le sue 60 motoseghe e con i suoi caterpillar ha abbattuto diversi ettari di foresta vergine… in questo caso qualche notizia è stata addirittura riportata dai media.
Il processo di acquisizione delle concessioni
La società è attualmente il più grande concessionario presente nel paese, con sette concessioni forestali di dimensioni variabili da 40 mila a 95 mila ettari. Avrebbero addirittura potuto acquisire 100 mila ettari ma la legge non lo consente. Le concessioni si trovano nei distretti di Gile, Pebane, Maganja da Costa, Alto Molócue dove alcune aree sono state acquisite ma non sono ancora state sfruttate. Sono state già avviate delle consultazioni comunitarie preliminari in provincia di Niassa, Tete e Manica (ndr: per sondare l’acquisizione di nuovi terreni).
La Zambesia per la prima volta si è aperta alle concessioni forestali con società come Oceanique, Katpark, Holding.Lda, con a capo il proprietario Tsou Ken; attualmente invece le concessioni vengono aperte con Green Timber.Ltd. per conto di sua moglie Tina Tsou di origine taiwanese e di nazionalità sudafricana. Oltre a queste concessioni (più estese) vi sono quelle a “titolo semplice” (ndr: licenze nominative di dimensioni ridotte) che vengono acquisite dalle società utilizzando dei prestanome. Questo accade non solo nella provincia di Zambezia, ma anche nella zona di Nampula (ndr: mozambico nord orientale).
Regolamenti *(In allegato un file che descrive la procedura di richiesta)
Una domanda per la concessione di foresta da sfuttare può essere fatta da un cittadino di un qualunque paese in qualsiasi momento dell'anno, si chiede formalmente il controllo delle operazioni di taglio di una zona di foresta individuato dal richiedente per un periodo di 50 anni.
I moduli per richiedere la concessione sono simili a quelli utilizzati per la concessione a titolo semplice (tra cui mappe, la descrizione del piano di gestione, le consultazioni preliminari fatte con la comunità locale), ma richiedono un numero maggiore di dettagli.
Inoltre, poiché l'obiettivo della concessione è di sostenere l'industria e il commercio, deve essere presentato un piano per lo sviluppo industriale connesso. I requisiti iniziali possono essere presentate in qualsiasi periodo dell'anno. Una concessione di meno di 20.000 ettari può essere approvata a livello provinciale, mentre per le concessioni di dimensioni maggiori l’approvazione passa nelle mani del Ministero, e per una concessione di di 100.000 ettari bisogna passare dal Consiglio dei ministri. Dopo l'approvazione, l'operatore è tenuto a presentare al Servizio Provinciale delle Foreste e della Fauna della Zambezia (SPFFBZ) un piano di gestione entro 180 giorni, scaduti i quali, perderà la concessione.
In questo caso la licenza semplice è stata richiesta al di fuori del normale tempo di acquisto (di solito viene inoltrata a SFFB da gennaio a febbraio) l'autorizzazione della concessione a favore della Green Timber è stata fatta dal governatore di Zambezia, Itai Meque, e dal direttore di questo servizio (SFFB) Vala Rafik violando completamente tutti i parametri richiesti. Considerando che il governatore è l'ultima persona con il potere di fermare questa concessione, vedremo come si svipupperà la situazione.
Fatti Provati
Mustafa Essumela (ndr. avendo Green Timber avuto diversi problemi legati alle licenze di taglio, ha usato un prestanome a cui ha intestato alcune licenze) è il titolare di una licenza semplice, rilasciata originariamente a Green Timber per abbattere gli alberi su una superficie di 5000 ettari nella località di Mamala, situata a Mahatxe-Npuria nel distretto di Gile, questa richiesta è stata presentata al Ministero dell'Agricoltura nel mese di maggio 2010 e ha avuto il relativo permesso in giugno dal governatore Meque Itai, la licenza numero 89/01/MAD/SPFFB/2010 che, grazie all’efficienza della Corte è stata approvata il 28 giugno 2010 con l’attribuzione di una quota di taglio di 200 metri cubi.
Il piano di gestione usato per questa licenza è lo stesso usato per il rilascio delle licenze della maggior parte delle concessioni Green Timber dello scorso anno, hanno semplicemente fatto un 'copia-incolla' dei dati compilati dal gestore consulente e titolare dell’impresa, poi sono stati inviati a (SFFB). Un altro esempio è il caso della concessione di Morria nel distretto di Gile, in presenza del nostro team investigativo infiltrato, il piano di gestione è stato discusso su un primo accordo di 645 mila ettari ma dopo una telefonata la dimensione è stata portata a circa 950 mila ettari.
“Il Servizio Provinciale delle Foreste e Fauna Selvatica di Zambezia, SPFFBZ deve fornire la valutazione tecnica dei piani di gestione, i permessi di emissione e le autorizzazioni per l’abbattimento, quindi di far rispettare la legge vigente in materia; deve poi controllare le operazioni forestali, la circolazione dei prodotti forestali, persino l’ingresso nei porti e l’esportazione del legname. La foresta dovrebbe essere un reddito per lo stato e per la popolazione. Le autorità non possono aiutare gli operatori e i commercianti di legname a sfuggire ai regolamenti accettando dei piani di gestione illegali per trarre un profitto personale.”
Gli inventari dell’esplorazione forestale dell'azienda (secondo il file a cui il nostro gruppo di investigazione ha avuto accesso durante il periodo trascorso in tale società) sono per lo più viziati da consulenti assunti tal fine, i dati vengono manipolati dai consulenti sulla base delle richieste degli imprenditori come nel caso del consulente Yolanda Sara.
Qualcosa che è stata confermata anche dai funzionari dei servizi forestali SPFFBZ che avevano dato la loro approvazione dopo le telefonate del direttore del settore agricolo Rafik Vala, queste persone hanno riferito di aver subito pressioni da parte di Carla Jacinto (amministatore delegato di Green Timber) e di Tina Tsou, che, dopo qualche opposizione da parte di alcuni funzionari del dipartimento, si è recata immediatamente con un volo aereo in Zambezia incontrandosi proprio con il direttore Vala Rafik. Dopo l’incontro (ndr: stranamente) il problema è stato risolto in un batter d’occhio in favore della Green Timber sotto gli occhi dei funzionari i quali non potevano fare altro che raccogliere i “bonus” dal momento che nulla altro potevano fare se non continuanre il processo di approvazione per l'abbattimento degli alberi.
Siamo stati informati che la Green Timber, in passato è già riuscita a portare legname al porto di Pebane direttamente su una nave che era ormeggiata lì “è stata l'unica azienda a riuscire in una tale impresa”.
Secondo la legge forestale, le aziende possono fare il taglio solo se il piano di gestione è regolare e aggiornato con altra documentazione (vedi schema ALL. 1). Delle sette concessioni ne è forse stato regolarizzato in pieno solo uno. Ma i tagli sono stati fatti nella maggior parte di esse.
Una delle concessioni di Nahetxte contiene anche dati manomessi dal consulente Sara Yolanda che durante il mese di settembre dell’anno scorso (la nostra equipe di investigazione) ha inocntrato nella sede dell’impresa a Maputo nel quartiere di Sommerchielde, n. 112 Rua Fernao Lopes, in più di una giornata di “lavoro” nulla è sfuggito alla regola, addirittura sono stati emessi piani di gestione con dimensioni fittizie.
Ci sono stati anche diversi incontri fra gli amministratori della Green Timber Carla Jacinto, Tina Tsou e i governatori di Zambezia, Carvalho Muaria e Itai Meque in pieno processo di acquisizione della licenza. Questi incontri testimoniano lo scambio di influenze delle diverse procedure legislative, tra cui la licenza di Mustafa Essumela che in realtà appartiene a Green Timber.
Richiesta di amministratori e leader di comunità
"Le comunità sono coinvolte nel settore forestale sia formalmente che informalmente. Formalmente in quanto forniscono la manodopera per gli operatori di concessioni semplici, i posti di lavoro tuttavia sono pochi rispetto al numero dei membri delle comunità, sono lavori stagionali e spesso pagati al di sotto del salario minimo. Quasi nulla quindi arriva nelle tasche della comunità.
La legge richiede che le comunità vengano consultate nel processo di autorizzazione di entrambi i tipi di concessioni forestali, e quindi dovrebbero beneficiare della loro attività, tuttavia le consultazioni sono spesso superficiali e mirano a coinvolgere marginalmente i leader delle comunità. Gli impegni che in tali consultazioni vengono assunti dagli operatori spesso sono la riparazione di una strada o di un ponte, la riabilitazione di scuole e la costruzione di pozzi, ma raramente vengono poi portati a termine".
Nel mese di agosto il proprietario della società Danubio, ha versato un’ingente somma di denaro sul conto dell’amministratrice di Gile Teresa Mawa, in quel distretto, infatti, c’era un conflitto sul controllo della terra da parte dei due operatori titolari di licenze semplici. Ussene Momade sosteneva che Green Timber avesse disboscato sulle sue terre per più di una settimana.
Furono dati 500 mila meticais (12 mila euro) a Ussene Momade per abbandonare l'area.
I capi dell’operazione sono stati incoragiati a donare le tre moto 'Made in China' ad alcuni membri della comunità. Anche Momade Ussene ha fornito alcune moto, ma non poteva competere con l’impero cinese della Green Timber.
In Pebane l’ex amministratore Antonio Santos avrà anche lui avuto la sua "commissione".
Notte e giorno diversi camion sono stati ammessi al porto di Quelimane caricando legna di contrbbando coperti dalle guide inviate dall’SFFB. Il porto di Quelimane può essere utilizzato solo per il trasporto di legname dalla concessione di Pebane-Nabure in cui l’impresa aveva l’autorizzazione ad abbattere alberi. I camion dovevano essere pieni di legna proveniente da quella zona, quando in realtà il legname proveniva da operazioni di frodo in altre zone come Milange e altre aree molto distanti dal distretto di Pebane. Si parla di 35 mila tronchi di Pau Ferro (ndr: http://en.wikipedia.org/wiki/Pau_ferro). Questi movimenti illegali di legname causano gli eccessi e le irregolarità che sono stati evidenziate e riportate nell’archivio elettronico della SFFB di Quelimane.
In aggiunta ai permessi di transito forniti dal Dipartimento delle Foreste, la società ne ha acquistati altri illegalmente da alcuni operatori forestali. Ciò ha portato all’arresto di uno dei dipendenti della società che è stato trattenuto presso la stazione di polizia di Mocuba, accusato di aver deviato sette permessi di transito per riuscire venderli ai suoi amici (ndr: prestanome) nella zona al quale era interessato.
Da parte sua la Green Timber al quale è stato assegnato dalla (SFFB) un permesso di transito per il trasporto di legname, ha utilizzato lo stesso permesso per effettuare 6 carichi fra Mocuba-Zambezia e il porto di Nacala a Nampula grazie alla connivenza delle autorità fiscali e doganali che al posto di blocco sul fiume Ligonha hanno ricevuto circa 5.000 Meticais per ogni camion con circa 160 registri passati ad un'altra provincia.
Schiavitù
La maggior parte dei lavoratori mozambicani della Green Timber non hanno mai avuto un contratto di lavoro, anche hanno lavorato per la società per più di due anni. Vengono arbitrariamente licenziati, alcuni senza nenache ricevere il loro stipendio. I lavoratori sono sottoposti ad elevate ore di lavoro e atti di razzismo. Alcuni sono aggrediti in modo violento senza poter denunciare l’accaduto in quanto i cinesi possono pagare la polizia per insabbiare le denuncie dei lavoratori.
Ci sono stati numerosi casi di stupro commessi da cittadini cinesi della società e alcuni sono finiti persino in tribunale a Nampula. Una settimana dopo i criminali sono stati liberati non esattamente con il pagamento di cauzione, ma sottobanco, corrompendo le autorità. Nel mese di agosto c’è stato un altro caso simile e il manager della compagnia ha negoziato con l'avvocato e il giudice: l’accusato è stato rilasciato.
Lavoratori cinesi illegali
La maggior parte dei cinesi entrano in Mozambico con il permesso di soggiorno rinnovabile per un periodo di tre mesi, dopo di che devono lasciare il paese. Durante questo periodo rimangono nel paese e lavorano illegalmente, la persona che controlla il movimento dei cinesi fra le frontiere è la signora Carla Jacinto a Maputo nella sede di Sommerchilde da cui vengono portati o inviati i passaporti al confine con lo Swaziland, dove con il favore di alcuni elementi del servizio immigrazione corrotti vengono consegnati i visti per restare in Mozambico dietro il pagamento di circa 4000 mt.
Il documento di identificazione 'Dire' che alcuni cittadini di origine asiatica ostentano viene acquistato illegalmente dall'azienda pagando circa 50 mila Meticais, secondo quanto appreso dalle intercettazioni delle conversazioni dell'amministratore della società.
Secondo la legge, un cittadino normale straniero per avere un 'Dire' deve dimostrare di risiedere in Mozambico per più di cinque anni, al contrario quando si tratta di questi asiatici alcuni elementi della polizia vedono la possibilità di un secondo stipendio in quanto permetteranno al clandestino di circolare illegalmente e risiedere nel paese solo dietro pagamento di una tangente mensile.
La paura dei cinesi di circolare nella provincia di Nampula, base della società Green Timber è tale che preferiscono restare nascosti o circolare solo vicino al cantiere nel quartiere Muhahivire. I cinesi sono terrorizzati anche quando devono lasciare i loro alloggi perché sanno che i poliziotti sono in attesa di arrestarli.

Gramática em Chuabo será tese de doutoramento



Texto e fotos: Estacios Valoi
02/09/11
Da Franca a Moçambique a pesquisadora de origem francesa Rozenn Guerois que esteve em Moçambique durante três meses num trabalho mais aprofundado em torno da Língua Chuabo, tenciona produzir uma gramática num período de cerca de 3 anos.
Rozenn na fase de doutoramento pela Universidade Lyon Lumiere na Franca e, pela primeira vez na Zambézia, escolheu como tema de defesa do seu doutoramento a língua Chuabo, algo que encantou aos idosos, professores e outros curiosos que terão sua a língua gramaticada.
Actualmente e segundo fontes existe um dicionário Chuabo - Português, uma bíblia e três livros de ensino destinados a escolas de ensino bilingue no nível primário nas únicas que existem que são as e Mugogoda e Maquival na província que mais se fala Chuabo.
Apesar de existirem alguns registos académicos produzidos por docentes na Zambézia em coordenação com os Padres Capuchinhos e o Instituto Nacional do Desenvolvimento da Educação (INDE), o Chuabo continua sendo, de entre muitas, uma das línguas que todavia não foi estudada na sua amplitude.
Rozenn Guérois começou a fazer o levantamento linguístico para a sua tese que vai culminar com a produção da gramática, percorrendo Namwinho e Maquival e escalando cada vez mais as zonas onde se falam as diversas variantes do Chuabo como o Maindo no distrito de Chinde e o Karungu em Inhassunge.
Não em Chuabo mas em português, eis o retrato da entrevista com a pesquisadora.
EV - A quanto tempo nesta pesquisa em torno da Lingua Chuabo?
RG - Comecei a minha pesquisa na França em Outubro 2010, percorrendo a literatura existente a cerca das línguas Bantu em geral. Cheguei cá em Moçambique no final de Maio para fazer um levantamento linguístico do Chuabo. Até agora, tenho percorrido os distritos de Quelimane e de Inhassunge, também fui a Chinde por alguns dias, e actualmente estou pensando em Macuze no distrito de Namacurra como próximo destino.
EV - Porque a escolha destas áreas ou distritos?
São áreas onde se fala a língua Chuabo e suas variantes. A gramática que tenciono fazer focará mais sobre o Chuabo falado na zona de Maquival e Mugogoda, considerada como mais “central” dentro da área Chuabo. Mas também me interessa estudar as diversas variantes do Chuabo a fim de observar como a língua fica influenciada por outras línguas segundo a área geográfica em que se situa. É por exemplo o caso do Chuabo Maindo, falado em Chinde, que possui muitas características da língua Sena, falada na província de Sofala.
Porque exactamente a Língua Chuabo?
RG - Ate agora a língua Chuabo não foi realmente estudada, de maneira aprofundada. Em comparação aos outros grupos linguísticos, a família Bantu foi relativamente bem explorada pelos estudiosos, no entanto, ainda existem línguas pelas quais até hoje temos poucas informações. É o caso do Chuabo. Existe sim uma gramática que foi feita pelos Capuchinhos há trinta anos mas não representa um estudo exaustivo da língua: faltam muitos elementos para serem levantados e analisados.
Na linha Bantu em que contexto e posição esta a língua Chuabo?
RG – Segundo o inventário de Guthrie, feito no final dos anos 60, o Chuabo faz parte do grupo linguístico P30, que representa a família Emakua. Assim, P31 serve para designar o Makua, P32 o Lomwe, P34 o Ngulu e P34 o Chuabo. Assim e segundo essa classificação, o Chuabo é considerado como uma língua-irmã do Lomwe-Makua. No entanto, o pouco de dados que já sabemos sobre a língua Chuabo deixa pensar que a sua classificação não é tão simples na medida em que alguns elementos o assemelham ao Sena que já faz parte de um outro grupo (N40). Assim, na base de uma descrição linguística e de uma comparação com as outras línguas vizinhas, inclusive o Sena, eu vou tentar esclarecer as relações entre elas, e assim precisar e afinar a classificação linguística já existente.
Neste contexto que significa a letra P?
RG – A letra P não tem um significado específico, faz parte de um sistema completamente arbitrário - mas que não deixa de ser muito útil - de classificação das línguas Bantu, feito por Guthrie no final dos anos 60 como já disse. A partir de um estudo comparativo das línguas Bantu, Guthrie forneceu uma classificação das línguas por zonas linguísticas, atribuindo uma letra por grande zona geográfica de propriedades linguísticas comuns. O inventário vai da letra A até a letra S.
Qual foi a recepção das pessoas com quem foste cruzando pela Zambézia?
RG – Os professores da escola de Mugogoda estão bastante entusiastas pelo meu projecto e reconhecem que uma gramática Chuabo será um instrumento muito valioso, sobretudo no âmbito do ensino bilingue em que a escola se inscreve desde 2003 se não me engano.
Do resto, as pessoas com quem trabalho estão muito felizes e ficam admiradas que uma pessoa de fora se interessa pela língua local, principal veículo da cultura delas. Apreciam também a ideia de registar os dados no papel: um livro sempre poderá servir às gerações futuras.
Com quem você tem trabalhado até agora?
RG - Trabalho sobretudo com pessoas idosas e que vivem fora da cidade de Quelimane, em localidades onde não se percebe tanto a influência do Português sobre o Chuabo. Aquele que tenho visto com regularidade vem de Namwinho e Maquival. Prefiro trabalhar com idosos porque têm um melhor domínio da língua Chuabo: ainda se lembram de palavras e expressões que os jovens já não usam; ainda carregam elementos de cultura dos seus ancestrais pelos quais as novas gerações infelizmente não se interessam hoje.
Que impacto na sociedade Zambeziana?
RG - O doutoramento em si é um trabalho muito teórico, não sei se vai ter muito impacto na sociedade, mas queria muito envolver isto e fazer uma gramática compreensiva para a comunidade. Isso faz ainda mais sentido hoje em dia no contexto da implementação do artigo XXVI da Declaração dos Direitos Linguísticos, que entende facilitar o ensino bilingue nas escolas primárias, o que já está sendo aplicado e avaliado nas aldeias de Mugogoda e Maquival, perto da cidade de Quelimane. Já foram elaborados três livros, dois de aprendizagem da escrita para as primeira e segunda classes e um de matemática. Acredito que uma gramática será muito bem-vinda, tanto para auxiliar o próprio professor nas aulas, quanto para ajudar qualquer falante interessado pela sua língua a fixar as regras constitutivas do idioma.
Existem daqueles pesquisadores pela Europa que escrevem o que lhes vem na cabeça a primeira vista sem uma pesquisa profunda sobre a África… Qual é a tua opinião?
RG – Aí, você está a se referir a trabalhos de cunho mais antropológico. Nesse caso, acho muito importante diferenciar um trabalho de pesquisa e um relatório de viagem de exploração, em forma de literatura de aventura com carácter autobiográfico. Esse tipo de literatura exótica existe muito nos países ocidentais, mas não presto muita atenção nela, porque o conteúdo é muitas vezes subjetivo demais. Se quiser conhecer a maneira de viver de uma certa etnia por exemplo, eu prefiro mil vezes ler um trabalho científico, feito por um pesquisador de profissão que vai tratar de fazer um levantamento neutro de dados, ou seja, de maneira objectiva, sem preconceito nenhum. É isso mesmo, um bom pesquisador deve ser capaz de fazer abstracção das suas próprias referências culturais e ver o objecto de estudo com olhos novos. Não são todos que trabalham assim infelizmente. Então, quando leio um trabalho de natureza sociológica, costumo verificar quem é o autor, quais são as suas referências, qual é sua formação, qual bibliografia usa para seu trabalho. Muitas vezes, pode permitir uma primeira avaliação do trabalho.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Renuncia não anunciada



Quelimane não esta a descoberto, diz Matos
Estacios Valoi
23/08/11
Fontes da assembleia municipal que na manha de terça-feira confirmou a existência da carta submetida a aquele órgão pelo presidente do Município de Quelimane Pio Matos no sábado um último, solicitando a sua renúncia do cargo que ocupa, os mesmos afirmaram não poder divulgar ate a realização da assembleia extraordinária onde a votação será feita pelos membros da assembleia no sentido de aceitarem ou não a renúncia de Matos. Contudo não foi avançada a data para a realização desta, tendo apenas nos sido informado que na tarde de hoje, a assembleia poderá se pronunciar.
Alegado Relatório
“ No município houve um desvio de 18 milhões de meticais. O receio neste momento é da manipulação na sessão extraordinária da assembleia municipal que ainda não foi marcada. Pio Matos comprou quatro carros dos quais só dois constam no relatório. Um carro esta com o presidente da assembleia, outro entregou ao secretário do comité da cidade, outro a segunda chefe da bancada da assembleia e o ultimo a Senhora Paula vereadora da contabilidade”
Relativamente ao mencionado relatório sobre a ma gestão e desvio de fundos no município que Matos dirige, relatório este que não nos foi facultado, o Edil de Quelimane, minimiza sobre o seu conteúdo assim como preferi divagar sobre a sua renuncia anunciada.
Com as indemnizações as serem pagas no valor de entre 10.000 e 140.000 meticais, montante considerado de irrisório pelos habitantes para que se possam retirar das zonas onde se prevê a construção das vias de drenagem para os Bairros de Murropwe e Vagalane Matos diz que o processo esta a ser concretizado.
“Deixe falar que fala bem. Eu vou continuar de facto a dirigir o município de Quelimane, este ‘e o meu compromisso, minha missão e neste momento sou o presidente de Quelimane. Deixe falar quem racha lenha. Quelimane não esta a descoberto.
Eu nem acredito que isso fosse verdade. As pessoas de uma gota fazem e facto um rio, um lago. Provavelmente nem houve fumo. E se não houve fumo como é que pode haver fogo. Acho que não há nada de mais para o município de Quelimane, é um município que caminha no rumo correcto quanto a aquilo que foram as suas promessas.
Não há ma gestão, os projectos estão a avançar, não há ma gestão. A Agua é com o Fundo de Abastecimento de Agua (FIPAG), a drenagem é um projecto central e acreditamos que as questões centrais entre elas encontram sempre sustentabilidade”.
“Acredito que cidade de Quelimane é como nós podemos observar, esta em franco desenvolvimento, a progredir e avança a passos largos, isso não se esconde, vê se no rosto os munícipes. É sinónimo de que já não estamos acabrunhados e prontos para a luta.
O projecto da drenagem esta a avançar e acredito que brevemente vamos abrir o concurso, encontrar o empreiteiro para construir o nosso sistema e Quelimane vai ficar com mais água. Os projectos vão continuar, o manifesto vai ser cumprido, as promessas que o partido Frelimo fez a população de Quelimane vão ser cumpridas e acredito que nós vamos chegar no final do mandato com tudo realizado”.
Relativamente as causas da incógnita renúncia não anunciada do presidente do município do cargo que preside, a pressão existente por parte de alguns membros do partido Frelimo, Pio dizem que as relações entre os governadores que por esta província passaram foram boas e que estão fora de cogitação.
“Eu relaciono me muito bem com Itai Meque e sempre relacionei me muito bem com todos os governadores. Que se realce isto, com todos os governadores que passaram pela Zambézia, inclusive muita gente pensa que tive muitas contradições com Carvalho Muária, não. Não tive nenhuma contradição com Carvalho Muária, pelo contrario nós éramos bons parceiros apenas tivemos um se não, mas não com ele, sim com o sistema por parte de alguns funcionários que dirigiam mal o processo.
Nos meus mandatos nada falhou, esta tudo a caminhar normalmente e com tranquilidade. Não saio, estou a trabalhar, quando tiver que sair todos vão saber. Tenho Quelimane no coração.
No lançamento da primeira pedra para a construção do Shoprite em Quelimane, projecto financiado pelo Advente Moçambique em parceria com o Shoprite no valor de 1.5 milhões de dólares a ser construído ate Agosto próximo, Matos diz que as suas realizações vão estão sendo materializadas.
“Como sempre as nossas realizações cada vez mais cumprem com o manifesto, materializamos aquilo que foi a nossa promessa junto do munícipe.
Não era fácil porque diziam que era problema dos transportes, trazer os produtos pelo barco. Tendo em conta o nosso porto, diziam que Quelimane não tinha condições para ter um shoprite, um empreendimento que vai melhorar a vida da população, trazer uma nova relação económica e comercial para cidade.
Vai promover a agricultura para que possamos ter o bom repolho, tomate a boa couve ervilha e a boa alface produzido aqui em Quelimane. Uma grande oportunidade não só de emprego mas de parcerias da população com a Shopwrite, uma oportunidade para que o cidadão de Quelimane possa ter os produtos da primeira necessidade cada vez mais baratos, competitivos.
Este empreendimento vai ter a duração de um ano e esperamos que no próximo mês de Agosto possamos vir cá, inaugurar a nossa Shoprite. Hoje é um dia importantes porque vão iniciar as obras.
Parceiro e sócio da Shoprite Mariano Cassamo
Na verdade é um subcontratado Advente Moçambique que em parceira o Shoprite é que financia e constrói o projecto. Já concluímos, em Xai - Xai, Macia, estão a gora a concluir no Dondo e brevemente estaremos aqui e prosseguir para a zona Norte.
Penso que acabamos de dar um sinal inequívoco no nosso cometimento com este projecto que vai arrancar em breve num investimento na ordem de 1.5 milhões de dólares que vai estimular a economia local, estabilizar os preços e numa primeira fase gerar 50 postos de trabalho na segunda fase serão acopladas lojas.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

“Uma pesca responsável contribuindo para a segurança alimentar”



“Uma pesca responsável contribuindo para a segurança alimentar”
Texto e fotos: Estacios Valoi
24/08/11
Recentemente a província da Zambézia acolheu as cerimonias centrais da celebracao dos 31 anos da Comunidade de desenvolvimento da África austral (SADC) em Moçambique.
No evento que se celebrou no dia 17 de Agosto sob o lema ‘ Por uma pesca responsável” estiveram presentes os ministros das pescas da Namíbia, Tanzânia, Zâmbia, Malawi e de Moçambique na maior província produtora de pescado a nível nacional com 40.140 mil toneladas ano.
De entre os 15 países da SDAC, os que presenciaram a efeméride, fazem parte dos principais que cooperam com Moçambique na área pesqueira onde a nível da SADC dos 2.4 milhões de toneladas anuais, Moçambique destaca-se na 6 posição com cerca de 165 mil toneladas ano.
Segundo o ministro das pescas Victor Borges as comemorações deste ano que tiveram como epicentro a Província da Zambézia que se centraram numa das áreas da cooperação regional conjunta por esta ser uma província costeira onde a pesca é significativa.
“Os produtos da pesca não só em Moçambique mas na SADC são os que mais contribuem para a disponibilização da proteína animal. Ao nível da SADC produz se 2.4 milhões de toneladas de produtos pesqueiros e Moçambique contribuiu de 2008, 2010 entre 130 e 165 mil toneladas ate ao presente ano e projectamos produzir 200 mil toneladas em 2012”.
“Segundo recomendações da Organização Mundial da Saúde e da FAO na SADC deveríamos disponibilizar por pessoa de 18 a 20 quilos de pescado por ano. Em Moçambique e na SADC estamos a providenciar entre 8 a 10 quilos e em 2008 produziu 2.4 milhões de toneladas para um universo de 250 milhões de habitantes e de acordo com a população que temos em toda a região precisaríamos de 5 milhões de toneladas por ano”
Não só ao nível de captura mas promovendo a aquacultura, as estatística mundiais indicam que há um declínio cada vez maior dos stocks possíveis de proporcionar capturas e a grande aposta na região e em todo o mundo é avançarmos no progresso na cultura do peixe e do camarão. Em Moçambique só na aquacultura e segundo uma avaliação provisória podemos produzir por ano 1.3 milhões de toneladas.
Em termos benéficos provenientes da exportação do pescado para os pais, numa Zambézia que pouco se vislumbra no terreno comparativamente com o volume de pescado que sai das águas internas e oceânicas, Borges apelou pela monitorização para os pescadores artesanais que produzem mais de 85% do pescado em todo o Pais.
“Em Moçambique temos que melhor as condições de trabalho dos pescadores artesanais de onde advêm mais de 85% do pescado e os restantes 15% da pesca comercial. O senso da pesca artesanal de 2007 indicava que tínhamos 40 mil embarcações a operar em Moçambique e dessas apenas 1000 a 1500 são embarcações melhoradas e algumas das quais motorizadas, as restantes são basicamente canoas que no mar não tem condições para ir alem das 1500 milhas e no caso dos lagos de ir para o alto do lago onde há recursos disponíveis para pescar”.
Iniciamos um programa de motorização de embarcações para a pesca artesanal e em Setembro deste ano vamos lançar em Sofala um grande projecto com o mesmo propósito e de melhoramento das condições de trabalho com um valor global de 43 milhões de dólares por sete anos assim como descongestionar a costa que esta muito sob carregada pela pesca artesanal que em algumas zonas pesca para alem do stock de potencial disponível.”
Também renovar a frota semi-industrial que ‘e obsoleta, a s70 embarcações que operam no mar e as 250 embarcações que operam ao largo de Cahora Bassa, reconverter a frota industrial de modo que ela não se concentre só na captura de camarão mas também noutras espécies de um potencial de 330 mil toneladas que o Pais dispõe que neste momento não estão a ser devidamente exploradas. Estamos a explorar perto da metade e apostar na aquacultura.
Um dos maiores problemas que se verificam pelos distritos, a título de exemplo da Zambézia por onde a nossa reportagem passou, tem a ver com a questão da conservação do pescado.
“Nos 43 milhões de dólares é uma abordagem de toda a cadeia de produção de pescado, vamos cuidar de centros de desembarque, desembargadores, mercados de primeira venda onde os pescadores vão encontrar facilidades de gelo, de conservação através da extensão de linhas de energia eléctrica, painéis solares, vias de acesso ate aos maiores centros de pesca, acesso aos mercados. Porque não ‘e possível em 2600 quilómetros da costa abarcar cada um dos lugares onde a pesca ocorre.
Temos mais de 1200 centros de pesca ao longo da costa e concentramos este projecto naquilo que chamamos 26 pólos de desenvolvimento um dos quais ‘e Quelimane, ao longo da costa em grandes lagos, nas bacias hidrográficas e em alguns rios onde tivermos grandes centros. Ao longo do Pais já construímos 27 centros de pescado de primeira venda um dos quais na praia de Zalala com capacidade de fornecer gelo armazenamento mas ainda ‘e preciso cuidar do fornecimento de água e energia eléctrica e por isso não inauguramos”.
Capturas a nível internacional nacional indicam que 75% do peixe disponível provavelmente esteja em máxima ou sob exploração.
“Há 25% de áreas onde ainda não há sobre pesca e nem se atingiu o limite, não sei onde se situa, mas presumo que seja no nosso Pais. Não temos sobre pesca em todo o nosso potencial. Há em todo o mundo e ninguém sabe dizer onde e para contrapor vamos apostar na aquacultura, a SADC tem uma estratégia comum de aquacultura.
Fiscalização da costa
Três plataformas de fiscalização da costa Meios electrónicos baseados em controlo via satélites VMS de monitoria de embarcações que neste momento esta baseado em Maputo que pode monitorar toda a costa desde Cabo delgado ate Maputo, não só nas três milhas mas em toda a zona económica exclusiva, em tempo real verificar todas as embarcações licenciadas se estão a obedecer todas as normas.
Desde 2007 tínhamos um barco de patrulha que operava ao longo da costa e agora vamos ter mais uma de 30 metros mas não pode ir a zona económica exclusiva. Vamos ter uma embarcação de 53 metros que apanhamos a fazer pesca ilegal nas nossas áreas e reverteu a favor do estado que estamos a concluir a sua transformação e reversão em Durbam na África do Sul e estará no nosso Pais no final do ano.
AS comunidades pesqueiras são chamadas a participar na fiscalização através dos concelhos comunitários de pesca, comités de gestão que envolvem as comunidades, as autoridades locais e o licenciamento dos barcos artesanais cabe aos governos distritais, provincial e as comunidades.
Em líquidos
“Actualmente o sector pesqueiro representa 2% do PIB e entre 3% a 4% as exportações, já contribuiu com muito mais. Em termos líquidos 165 mil toneladas de pescado que representa cerca de 300 milhões de dólares e segundo o plano directório a nossa meta ‘e atingir 500 milhões de dólares de produção em 2019.
A Namíbia já produz neste momento 1000 milhões de dólares mais ou menos o dobro do que estamos a produzir. A Namíbia, Angola e um pouco da África do Sul beneficiam da corrente de Benguela que produz um volume maior de nutrientes mas pouca variedade. Moçambique tem o tal regime de nutrientes mas fraco mas tem uma variedade de peixe muito grande, muita qualidade e vamos tentar contrariar isso através da aquacultura.
Parcerias a nível da SADC
Temos vários memorandos, acordos com cinco países da SADC, o ultimo acordo que assinamos, foi em Setembro com a Namíbia, ‘e o Pais com o qual temos vindo a progredir mais naquilo que são os acordos, memorandos de entendimento com os cinco dos 15 Países da SADC e por isso ‘e que para esta visita a Zambézia, o ministro das pescas e recursos marinhos da Namíbia foi o convidado especial.
Os acordos que temos com a Namíbia ate agora, permite nos formar empresas mistas que capturam carapau na Namíbia. Deveríamos ter empresas mistas para capturar camarão das aguas de profundidade em Moçambique, mas há um estudo que ainda esta a decorrer cujo os custos são altos e, discutir que espécies adicionais para alem do camarão Moçambique poderá oferecer a Namíbia vice e versa para alem do carapau.
Nas águas internas neste momento já estamos a produzir cerca de 40 mil toneladas de pescado, estamos preocupados em criar infra-estruturas idênticas a aquelas que ao longo do tempo, fomos criando ao longo da costa. Este ano começamos com a construção de um centro de primeira venda no lago Niassa, a mesma no distrito de Cahora Bassa-Cazewe e em Massingire.
Ministro das pescas da Namíbia Horn Bernhard Esau
“De forma a aumentar o nível de produção de pescado na Namíbia o peixe que estamos a pescar é altamente valioso, atingido uma subida na exportação a nível da União Europeia, também temos pescado de baixo custo que ‘e o carapau que pescamos em altas quantidades, estas espécies especificas tem como objectivo garantir a segurança alimentar no continente africano.
Para esta fase foi programado a pesca de quantidade de 180 mil toneladas a qual ‘e determinada pelo stocks existentes nas aguas. Actualmente exportamos 30 mil toneladas de carapau para Moçambique e para manter o nível mercantil também estamos a pensar em importar o camarão e outras espécies que não temos nas nossas águas de Moçambique”.
“As nossas equipes técnicas estão de facto negociar em Maputo no estreitamento das nossas cooperação em termos de pescas. Estamos no caminho certo especialmente porque Moçambique escolheu este dia para debater sobre questões pesqueiras de forma a velar pela questão da segurança alimentar, em outras áreas da comunidade na Namíbia estão a envidar esforços na área da aquacultura de forma a fortalecer a questão da necessidade a segurança alimentar.
Os desafios que temos é dar mais valor ao pescado que produzimos na região que pescamos, não queremos exportar peixe não processado, tem que ser feito nos nossos respectivos países de forma a criar emprego para o nosso povo, gerar benéficos para os nossos países e contribuir significativamente para o nosso PIB, queremos ver biliões de dólares provenientes da pesca”






quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Hidroafrica pela quinta vez não faz a entrega do regadio de Tewe



Texto e fotos: Estacios Valoi
09/08/11
Hidrioafrica empresa do grupo Visabeira depois de ter prometido fazer a entrega do regadio de Tewe no distrito de Mopeia na província da Zambézia no último domingo, desta vez preferiu abandonar a obra financiada pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD)
O pacote num montante de 3,187 milhões de dólares na sua totalidade entregue a aquela empresa maioritariamente portuguesa para que concluísse a obra em 2009 um ano depois do seu preludio, esta segunda feira de acordo com as fontes locais, a empresa preferiu baldar se deixando a suposta obra entregue as suas aguas.
Nem com as vistas do ministro agricultura José Pacheco e o governador da província, surtiu efeito, e todavia não se sabe para quando o seu termino deixando a associação e camponês e um investimento de mais de 35 milhões de dólares no “ar” ou serão as comissões! Mesmo assim a Hidroafrica vai começar a erguer uma infra-estrutura de irrigação no distrito de Chokwe na província de Gaza avaliado em cerca de 15 milhões de dólares.
Na altura no engenheiro da Hidroafrica em Mopeia Jaime Mucavele disse que a obra seria entregue a populacao em menos de uma semana, isto partindo da última semana do mês de Julho o que não veio a acontecer porque não conseguiram solucionar o problema.
“O que esta a acontecer aqui é o que esta a acontecer em quase todos os pontos onde temos problemas de fuga entre o tubo macho e fêmea das duas manilhas, isto não se pode levantar porque tirando uma implica desactivar toda a linha de tubagem e como solução esta a fazer se um maciço em volta para se vedar a fuga que se recorre a cola PVC e borracha aceitável de ponto de vista técnico”.
“ A borracha que temos no interior, tem como função estancar a agua durante os seu escoamento, então ‘e o trabalho que estamos a fazer em todos os pontos em que temos fugas numa extensão de 100 metros.
No local a nossa reportagem constatou que as fugas a que o engenheiro da Hidroafrica se refere. Estão a ser vedadas borracha (câmara-de-ar) e que o diâmetro das válvulas para a descarga da água nos campos para a produção do arroz com 227 hectares actuais, ao invés de ter o diâmetro de 80 ml tecnicamente aconselhável, tem apenas 20ml, algo que segundo dados técnicos contrasta com o padrão normal e Jaime culpabiliza o consultor.
“Não sei que suporte técnico é esse, não tenho que olhar para o campo que isto tudo é feito dentro dos padrões de engenharia, a consultoria que fez o trabalho sabia qual era a área que ia irrigar e fez os cálculos da quantidade de água e sabia que a cultura que iria se colocar seria a do Arroz e sabia que quantidade de água seria necessária para se colocar no campo para a produção dessa cultura. Nem eu poso dizer se é pequeno, não tem nenhum fundamento técnico para dizer isso.
Se alguma coisa ficar comprometida não vai ser por causa dos trabalhos que estão a ser feitos. Conforme vocês estão a ver estão a decorrer grandes trabalhos e que isto vai levar o seu tempo e ate lá quando os trabalhos estiverem concluídos o regadio estará entregue. A campanha da produção do arroz não estará comprometida, esta semana vamos entregar.
Estes são projectos financiados pelo BAD com orçamento estático e não aceitam dilatação o orçamento. Como empreiteiro diria que a qualidade das obras é boa sim, mas tem a fiscalização que na fase da entrega da obra vai poder responder se gostou ou não da qualidade das obras, não é péssima qualidade. O facto de ter fugas não quer dizer que o trabalho ‘e de baixa qualidade e digo que este é um sistema hidráulico e tem anomalias que podem existir na sua fase de execução “.
Durante mais de uma semana a nossa reportagem tentou falar com a representação administrativa da Hidroafrica Visabeira em Maputo e em Portugal mas surtiu sem efeito, sempre atirando nos mais e mais números de telefones e menos nomes e sem ninguém para falar a nossa reportagem. Que o diga o engenheiro director da Hidroafrica, " aqui, não tenho rede, não estou autorizado a falar, estou em Nampula.
Na manha de terça-feira desta semana a nossa reportagem contactou ao engenheiro Paulo Cordeiro porta-voz do sector da agricultura na província da Zambézia(DPAZ) que disse que no terreno apenas existem dois homens da empresa Hidroafrica e que a solução estava acima do nível provincial.
A hidroafrica não abandonou o sistema de irrigação, esta com dificuldades de fazer a entrega. Ainda há problemas de fuga de água sim, não estão resolvidos. Deram o prazo de uma, duas semanas e ainda não cumpriram. Na última vez o ministro chamou os directores para resolver porque aqui já ultrapassou o nosso nível. Mas não abandonaram a obra estão ali só que atrasados. Tem lá um técnico João Mucavele e o outro.
Apenas dois técnicos para tamanho monstro. Algo para questionar ao timoneiro da Agricultura José Pacheco quando é que a entrega do sistema de irrigação será entregue e já se começa outro em Chockwe na Província de Gaza.

Ministro da defesa reage as afirmações do líder da Renamo Afonso Dhlakama



Texto e fotos: Estacios Valoi
09/08/11
Em mais uma visita de trabalho rotineira o ministro a defesa Filipe Nyesse semana passada escalou a província da Zambézia após um périplo que levou a sua equipe a província de cabo delgado no âmbito do patrulhamento do Pais e enquadramento nos trabalhos que estão sendo levados a cabo a nível dos Países da SADC na província do Niassa em torno da segurança nestes países.
A equipa que acompanhou o ministro, dividida em duas partes que são a politica e a militar interventiva no apoio as logístico e politico as forcas armadas de defesa de Moçambique num roteiro normal mas desta vez pela costa moçambicana, isto depois da Tanzânia nas celebrações do dias dos heróis daquele pais, também esteve no distrito de Mocuba como ponto de desembarque final.
Relativamente aos recentes pronunciamentos do líder da Renamo Afonso Dhlakama durante a sua visita pelo Centro e Norte do Pais, para além de ter dito que vai afastar o partido Frelimo do poder ate o mês de Dezembro próximo também prometeu abrir quartéis, disse que tem armas.
Para Filipe Nyusse as afirmações do líder da ‘ Perdiz’ não passam de distracções e que toda a violência tem linhas de actuação.
“Toda a violência tem linhas de actuação e se continuar nos modos que estão, ainda na primeira linha, a da ordem pública, os nossos colegas do interior tem sabido estar. Se for guerra, é uma ameaça a um estado, a um Pais. Agora porque temos as forcas armadas!? Eles estão preparados para trabalhar. Não interessa se vieram da Renamo ou do governo. Estão preparados para poder defender aquilo que juraram a bandeira.
Não há-de acontecer quartel nenhum, não tem que acontecer. Onde é que se vai fazer quartel neste Pais!? Para aquartelar a quem!? O bocado foi aprovado o estatuto do desmobilizado e estão enquadrados no ministério dos combatentes. Tem preocupações, acções, actividades que tem que acontecer e as pessoas não podem continuar a ser feitas reféns nas bases e depois não tem oportunidade de trabalhar, estudar. Ai ate vou lhe confessar.
Nós como governo, como políticos, as forcas armadas estão sempre a questionar, mas o que esta a acontecer aqui! Aquartelar a quem! Estão preocupados. Mas também não se compreende que universo de população de militares se refere porque. Vamos ver bem. Quando se diz militares”.
Militares da Renamo acantonados
“Houve momentos, talvez posso dizer três grupos diferentes, o primeiro é no âmbito do acordo geral de paz, as forcas do governo e Renamo que vinham da guerrilha foram enquadradas. Há gente que passou a reserva ou a desmobilização que teve enquadramento no âmbito da ONUMOZ e compôs se as forcas armadas numa proporção de 50 por 50 e depois o grupo de jovens que estão a ser integrados que passados dois anos uns optam ou não por ficar.
Os que saem. Não sei se há aí pessoas que dizem que são da Renamo ou da Frelimo. Quando incorporamos nem se quer sabemos. Agora se há alguém que saiba que neste grupo de jovens ainda há pessoas que são da Renamo neste Pais, nós não estamos preocupados com isso e vamos ter dificuldades de controlar. Aplicando o estatuto do militar, as pessoas passam a reforma e porque não estamos em guerra e estatisticamente começamos este processo em Maio de 2010 e, ate Abril tinham passado a reserva 212 pessoas e dessas só seis vieram da integração da Renamo. Há registo. Só são seis, os restantes não o são”.
“ Temos o comando da reserva que foi criado exactamente para acompanhar essas pessoas durante seis anos e quando saem tem um período de seis anos com o mesmo salário. O governo aprovou um pacote de reinserção, não sei se é feliz ou infelizmente. Grande parte daquele grupo de pessoas que me referi de 50 por 50 que integraram as forcas armadas de Moçambique, os da Renamo eram muito jovens, não tinham idade para passar a reserva, por isso eles ainda têm algum tempo de dar a sua contribuição, desta vez para defender Moçambique e não para criar confusões.
Estamos satisfeitos, envolver na formação em missões dentro e fora do Pais, elevar o nível porque são ambiciosos, é o exército que nos agora quero para enfrentar os actuais desafios. As forcas de defesa de Moçambique que vinham do governo grande parte já tinham dado a sua contribuição em diferentes lutas de libertação deste Pais. Então chegou o momento de passarem a reserva e não temos tido problemas com esses”.
Quanto ao referenciado pelo líder da ‘ Perdiz quando diz que os seus homens da Renamo são os mais visados neste processo de reservistas, Filipe Nyusse discorda e enfatiza.
“Não confirmo porque, podem conversar com os meus oficiais que vieram da Renamo, estão connosco. Há pouco estava na Tanzânia, viajei com esses oficias, participaram e fomos celebrar a cerimónia do dia dos heróis da Tanzânia, outros estão na formação em Portugal e China, não há essa questão. Isso é que estou a dizer, que dos 212 são só seis e, essas pessoas têm nomes.
Na orgânica das forcas armadas temos três ramos, só pode ter um general que é o comandante, o chefe do estado-maior não podem ser dois. Agora se a Renamo tinha aparecido com muitos generais, não existe como comandar porque o poder militar é vertical, não pode posicionar se um grupo de pessoas, não é possível ao mesmo tempo ficar no sistema um comando de ramo com dois generais, tem que ser um.
Deixem nos trabalhar para proteger este Pais, há desafios sérios. Estamos a trabalhar desde ontem numa rotina normal a vir da ponta do Farol onde começa o verdadeiro Cabo Delgado a descer, agora trabalhamos em Moma para ver os empreendimentos económicos do Pais. Não nos distariam com coisas que não tem lógica porque o militar verdadeiro este e quer trabalhar”.
Armamento bélico ou não
Não vamos embarcar na onda de comentários, é normal que as pessoas comentem, sabemos que também houve comentários que tinham armamento sofisticado. São comentários que qualquer cidadão faz em momentos de laser, de divertimento. Mas a honestidade de algumas pessoas ate ajuda. Dizer que eu tenho faca, arma e posso matar. Se alguma coisa acontecer neste pais esta claro, identificado. Facilitou o trabalho da inteligência.
O povo não vão admitir que as pessoas tenham aramas e podem fazer mal as pessoas. Se há discussão, problemas de querer o direito disto ou daquilo, acho que sabe muito bem que nestes pais há espaço nos parlamentos. Não metam muito as armas, as forcas armadas porque as forcas armadas têm uma missão específica. Esta soberania tem que ser defendida, é a nossa concentração, disse Nyusse.
Discurso um atraso
“ Os quartéis estão a ser reabilitados para ficarem soldados no activo. Vais se reestruturar o comando de reservistas que tem a suas missões como existe em toda a parte do mundo. Classificamos o aquartelamento de pessoas como um atraso. Se tem dinheiro, quer escolher o universo das pessoas da Renamo, que ajude para outras coisas, estudar mas aquartelar, fechar as pessoas, acho que foi um discurso mal equacionado. Estamos satisfeitos com as forcas armadas que temos. O governo não anda a chancelar opinião e pessoas. Trabalhamos com as leis.