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quinta-feira, 31 de março de 2011

Dança o último verdadeiro movimento do ser humano


Dança o último verdadeiro movimento do ser humano
Texto: Estacios Valoi
Foto: Sarah Hickson
31/03/11

O mais recente trabalho de Kettly Nõel, no Donko Seko uma organização sem fins lucrativos do Mali, a dez anos em Bamako e no país em geral para o desenvolvimento de abordagens contemporâneas.
Centro de formação profissional reconhecido Donko Seko, acompanha os bailarinos do país e do continente em todas as fases do seu aprendizado, oferecendo formação personalizada. Além de um programa de educação continuada, o centro acolhe workshops específicos sobre a. Além disso, muitos jovens bailarinos do centro incluindo companhias de dança internacionais foram acolhidos em diferentes estruturas de formação profissional.

O objectivo de apoiar estes jovens artistas de forma a se tornarem bailarinos profissionais e coreógrafos, Donko Seko desenvolve um eixo de profissionalização do jovem artista bailarino, coreógrafo.
Donko Seko estabeleceu parcerias com diversas estruturas internacionais (Ballet Prejlocaj-Black Flag, Conservatório de Roma, o Centro Coreográfico Nacional de Tours, La Compagnie Gilles Jobin (Suíça),) e também uma parceria privilegiada com o Conservatoire National des Arts et Métiers Multimédia Balla Kouyate Fasséké Bamako, que abriu suas portas em 2003.

Criado em 2003, o festival ‘Dança, Dança Bamako’ está em consonância com eventos de dança mais importantes do continente, permitindo que as companhias internacionais ao lado de artistas jovens no País reúnam um público grande e fiel. Não se restringe à dança contemporânea, o evento já favorece cruzamentos entre os vários artistas com abordagens contemporâneas.

Após teres deixado Maputo - Moçambique por onde é que andaste a apresentar o teu trabalho?
Franca.
Quem é a Kattly Noel por de tras da dançarina?
É apenas uma mulher
Quando é que começas a dançar?
A minha viagem pela dança começa quando tinha seis anos de idade, foi a primeira vez que dancei.
Começas a dançar ainda na barriga da tua mãe?
Não. Quando fui escolhida, quando vi a vida.
Como é que foi para ti pisares o palco pela primeira vez?
Não me lembro.
Qual é a sua filosofia de vida?
Apenas ser realista no que faço.
O que te inspira?
O quotidiano
A última vez que ti viste actuar e conversamos foi em Maputo na apresentação da tua peca a solo intitulada o outro (The other). Mais uma vez pergunto te quem é o outro e por acaso encontraste?
O outro sou eu.
Agora com um novo projecto. De que se trata, o que versa este teu novo projecto?
O projecto de anca é intitulado “Eu chamo me Fanta Kaba” esta é a minha nova identidade.
Sendo a peça sobre prostituição porque é que o homem é o maior suspeito?
Por ser o principal beneficiário.
Quantas pessoas estarão inclusas nesse projecto?
É um solo, mas eu tenho alguns colegas em torno do projecto que vão colaborando.

De entre os projectos que produziste qual consideras o melhor?
Cada peca tem a sua própria estoria. Estou todos os dias pronta a criar novos projectos e são todos importantes. Mas dizer que uma peca forte continua sendo a que criamos ‘L’Autre” com Augusto Cuvillas no Centro Cultural Franco Moçambicano
Foi difícil despires a bailarina que estavas a representar na peca o outro (‘L’ Autre') e algum ritual?
Não foi difícil assim como não tenho nenhum ritual antes de subir ao palco
Quando estas no palco que te passa pela cabeça?
É assim, quando estou no palco tenho sempre pressa de terminar a apresentação
A quem diga que em termos culturais o continente vai perdendo a sua raiz qual ‘’e o teu ponto de vista?
Não. Penso que a África não esta a perder o seu património. Penso que em termos culturais a África tem um enorme potencial e que vai continuar a florir e a criar novos autores.
Tens alguns líderes africanos que andam com o lema “reduzir a pobreza” achas que estão de facto a fazer o suficiente ou estão a afundar cada vez mais na corrupção?
Podem reduzir sim a pobreza, se assim o desejarem, se houver um projecto real, uma verdadeira consciência, o que implicará a ser exigente consigo mesmo, resistente e com princípios muito rigorosos para atender estes objectivos.
Que mais te assusta neste mundo?
A Guerra
Quem tu consideras o melhor musico ou bailarino?
Considero Melleur Moussa de 12 anos de idade como melhor bailarino actualmente em formação no centro Donko Seko.

Pacientes ficam meses a porta do Hospital



Pacientes ficam meses a porta do Hospital
Texto e fotos: Estacios Valoi
31/03/11
No Hospital central da Zambézia (HCZ), desde tempos a esta fase o paciente é obrigado a ter que ficar meses para ser assistido, entregue a sua sorte e com consequências nefastas numa província que tem apenas 75 médicos.
Esta situação vem deixando desgastados não só a população citadina, mas outros que recorrem a aquela instituição da saúde, que por fim são deixados entregues a sua sorte.
Apesar da tamanha hecatombe o timoneiro da pasta da saúde nesta província Alberto Baptista faz um balanço positivo das actividades desenvolvidas pela classe médica mas reconhece tal problemática.
“Avalio de forma muito positiva, julgo que todos os meus colegas médicos devem realmente estar a aplicar o principio da deontologia e sobretudo da ética profissional e cientes de que todos quando abraçamos esta carreira sabemos quais são as nossas obrigações.
O médico pode reivindicar o salário mas nunca vai saber dizer quanto é que gostaria de ser pago. O médico não deve trabalhar por dinheiro. O que deve nortear sobretudo o espírito do médico é o espírito de salvar vidas sem esperar no entanto pela recompensa como primeiro objectivo. A maior recompensa que o medico pode ter, é ver o paciente a melhorar.
Neste momento temos cerca e 75 médicos a nível de toda a província da Zambézia e já temos a comunicação da colocação de mais cinco novos médicos este ano. Ainda não estão distribuídos pelos distritos. Três já estão cá no processo de integração na cidade de Quelimane antes de seguirem para os seus distritos. Mas devo dizer que a partir do segundo semestre do ano passado nós também fomos recebendo mais médicos especialistas e hoje já temos uma ginecologista e pediatra moçambicanas que vãos se juntar a outros especialistas na cidade de Quelimane e aos que temos a nível da nossa província”.
Ainda sobre a questão do tempo de espera do paciente para ser assistido, Baptista ‘e ambíguo nas suas afirmações.
“Não digo que seja um problema ligado a falta de capacidade humana. Penso que esta ligado a exiguidade do pessoal medico. Hoje estamos a falar de um médico para cerca de cinquenta a sessenta mil pessoas. Esse é o rácio da província da Zambézia, portanto esta muito acima daquilo que são os padrões internacionalmente aceites do rácio médico por habitante.
Significa que atender a todos os doentes e que todos tenham acesso a consulta médica de imediato é uma etapa ainda muito distante. Estamos a tentar reduzir cada vez mais o tempo de espera para a consulta médica, houve tempos em que provavelmente o tempo de espera era de seis meses e gostaríamos de atingir uma semana como tempo máximo de espera”.
“Actualmente o tempo de espera vária de especialidade para especialidade. Na medicina interna pediatria, cirurgia tudo varia em função do número de especialistas que existem em cada uma das especialidades. Hoje a media de espera para uma consulta anda em volta dos 30 dias.
A solução na verdade seria de colocar mais médicos e isto tem que ser feito em função de cada uma das especialidades. Mas neste momento as áreas mais críticas para nós são a cirurgia geral, medicina interna, pediatria e ginecologia obstetrícia ao nível da nossa província”.
Quanto a falta da capacidade humana no (HCZ) Baptista contradiz-se na sua dissertação
“ Esta sendo feita a colocação de mais médicos. Como sabe o ministério da saúde não controla a formação de médicos no Pais. A formação ‘e feita pelas universidades. E aqueles que querem trabalhar para o sector público, o ministério da saúde os colocam em função das necessidades do Pais. Digo que nos últimos anos a nossa província tem estado a receber um número considerável de médicos e este rácio tem estado a reduzir nos últimos dois três anos.
OMM de costas voltadas
Segundo o presidente da ordem dos Médicos de Moçambique na província da Zambézia Doutor Jorge Fernandes, a questão da remuneração tem a ver com o bom desempenho do médico.
Em primeiro lugar é mesmo a remuneração. Nos PALOP somos os segundos mal pagos depois da Guine Bissau, o especialista máximo consegue só 1000 dólares por mês. Mesmo quando o medico vai trabalhar na zona rural quase que sem condições, efectivamente a remuneração influencia na qualidade dos serviços médicos. Digamos que com fome ninguém trabalha bem.
Pode estar relacionado mas não são só médicos. O médico tem que ter uma habitação condigna e ter outras condições e sem ter estas condições o ser humano não trabalha condignamente. O médico geralmente respeita a ética. Aquele que não respeitar agora futuramente haverá sanções disciplinares.
Quando questionado sobre os 30 dias de espera do paciente para ser assistido Fernandes prefere não cingir se a esta problemática.
Não queria entrar num âmbito muito específico. Agora estamos na semana dos médicos e temos o direito do dia 28, dia dos médicos. Então a ordem dos médicos de Moçambique (OMM) começou por criar dois instrumentos fundamentais que são, os estatutos da ordem dos médicos e o código deontológico.
Estes dois instrumentos reguladores ainda não foram aprovados pela assembleia mas são órgãos que nos irão permitir disciplinar melhor os médicos e nos orientar e é natural que depois destes instrumentos comecemos a trabalhar melhor e a ter as coisas mais organizadas e ordenadas.
Com estes instrumentos muita coisa vai mudar, primeiro os médicos tem os seus direitos, mas dentro do quadro geral tem direitos e deveres muito específicos. Não havendo um estatuto podia ser violado sem que houvesse uma consciência desta violação. Nós temos a nossa ética, conhecemos mas não havendo nada regulado é mais difícil aplicar.
O estatuto esta a nascer e eles estavam espantados. As certas coisas que não se apercebiam. Por exemplo, sobre os direitos e deveres que tinham, ate que ponto é possível fazer ou não uma determinada acção médica. Não nos admiremos se num futuro breve aparecerem casos de médicos castigados com penas consoante a gravidade das suas acções.
Recomendações
Uma coisa que gostava de ver mesmo pela administração anterior é o reconhecimento do trabalho do médico. Na realidade em relação aos quadros todos, o do médico tem sido o mais sacrificado. Vai entrar para qualquer distrito e o único quadro superior que vai encontrar em más condições ou não é o médico e, esta a exercer a sua tarefa. Então estas condições e o médico deviam ser mais valorizado.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Alfandegas de Mocambique


Novo posto da autoridade tributária na Zambézia
Texto e fotos: Estacios Valoi
17/02/11
A autoridade tributaria de Moçambique nesta província esta preste a abrir mais um posto de fiscalização localizado na vila do distrito de Morrumbala Abril próximo cuja obra esta a cargo da empresa de construção Sena Building Investment.Lda.
A obra orçada em 6.5 milhões de meticais comportando um escritório com sete compartimentos, uma residência tipo 2 para o chefe local do posto de cobrança segundo o delegado província da autoridade tributária em Quelimane Fernando Tinga, a obra esta inserida na expansão dos serviços daquela instituição e Murrumbala é um sítio estratégico.
“Morrumbala é estratégico porque esta na rota que liga as zonas de fronteira e também a cidade de Quelimane, um corredor de comércio que tem vindo a registar um crescimento económico, dai que a nosso posicionamento aqui não é casual mas sim resultado de um estudo que foi feito que permitiu priorizar Morrumbala”
Segundo o encarregado da obra Titosse Alberto Muchanga, aquela encontra se na fase mediana.
“Estamos a construir estes três edifícios, temos o posto de cobrança, a casa do chefe do posto, um escritório com sete compartimentos, uma residência tipo 2 para o chefe do posto de cobrança, casas de banho com fossas sépticas para 40 pessoas. A obra será finalizada dentro do prazo se 120 dias a obra que deve ser construída em quatro meses actualmente encontra se na sua fase mediana com 75% alcançados com o prazo de entrega no mês de Abril”.
Segundo o delegado da autoridade tributária em Quelimane na Zambézia Fernando Tinga a obra em construção insere-se no quadro dos esforços da instituição no sentido de expansão os serviços da autoridade tributária em condições em sítios mais recônditos e mais próximo possível dos contribuintes económicos e parceiros passivos, porque no passado a população tinha que fazer o percurso de Morrumbala a Quelimane para fazer os seus pagamentos.
“Na Zambézia são vários os postos de controlo e aduaneiro partindo de Quelimane, Nicoadala, Chimuarra, Mopeia, Morrumbala, Chire, Megaza, Milange, Mambucha e Lígia na zona de Milange. Em Pebane e as brigadas de regime ambulatório que se deslocam também para outras zonas onde ainda não tem postos instalados. No passado, a população de Morrumbala tinha que fazer a distância que nos separa de Quelimane para fazer a sua contribuição em Quelimane. Então esta nova situação vai permitir que a nível de Morrumbala haja condições para fazer cobranças efectivas a qualquer momento durante os dias úteis. Também vamos abrir um posto de cobrança em Alto Molocue com previsão final no mês de Fevereiro”.
“Temos muito trabalho por fazer. Em Morrumbala ate este momento temos o registo de 459 indivíduos com NUIT inscritos numa população activa de 173.660 indivíduos, muitos por recensear, muito trabalho de focalização, atribuir Nuit e fazer educação fiscal do cidadão mas penso que a partir destas condições poderemos fazer um trabalho mais cabal.
No ano passado foram atribuídos 16.247 Nuit numa meta de 25.570 equivalente a 157,38%, a situação melhorou porque neste momento estamos a trabalhar com algumas brigadas móveis que no final de cada mês dirigem-se a Morrumbala para fazerem as cobranças, mas percebemos que não ‘e ideal.
A entrado do funcionamento dos posto de Morrumbala e alto Molocue vai permitir arrecadar um nível maior de receitas com a atribuição de Nuit a mais cidadãos num mapeamento que vamos fazer a nível local de forma a saber quantos agentes económicos existem, volume, contribuição, capacidade efectiva de geração de receitas saber que Morrumbala tem como potencial e que esforços temos que fazer para cobrar as receitas ao nível desejado”.
Relativamente a corrupção no sector das alfandegas Tinga fala de focos e que a instituição esta comprometida no combate contra este fenómeno.
“Temos alguns casos que foram notificados no segundo semestre do ano passado e na procuradoria-geral a república com processos elaborados mas felizmente fizeram nos ver que não era aquilo que se pensava no momento. Houve suspeita mas felizmente não se tratou de um caso de corrupção, porque houve uma ma interpretação mas apesar disto encorajamos o publico a comunicar nos sempre que achar que há uma ma actuação por parte dos nossos funcionários.
Corrupção, existem alguns focos mas felizmente devo dizer que esta instituição esta comprometida com o combate a corrupção. Se for a reparar que o desempenho a nível do numero de receita que anualmente se produz já mostra que a este comprometimento. Infelizmente para estas praticam não temos uma solução mágica instantânea”.
Já no distrito de Chire em conversa com o chefe dos postos de fiscalização da autoridade tributária de Chire e Megaza António Francisco Djambai faz um balaço positivo das actividades naquela zona.
“Faço um balanço positivo do funcionamento deste posto na medida em que a receita que arrecadamos no ano passado superou os 50% relativamente a meta programada que era de 225.000 mil meticais, conseguimos cobrar 117.511 mil meticais o que para a nossa unidade constitui um desempenho de 52%.
Não se chegou a 100% devido a vários factores como a estiagem, seca e sabendo que em termos de produção agrícola este posto não produz e, os camponeses não produziram o suficiente para poderem vender os seus excedentes, terem dinheiro para comprar as suas mercadoria. A depreciação do metical relativamente a moeda malawiana kwasha que acaba afectando os pequenos importadores, que quando vão comprar a mercadoria no Malawi não tem o lucro desejado então, muitos importadores desistiram da actividade”.
Dificuldades no funcionamento dos postos de Chire e Megaza
“A partir da sede do posto para a travessia do rio Chire para o interior do Malawi. São vias de terra batida e neste tempo chuvoso não são transitáveis, e porque aqui na zona a bicicleta tem sido o meio de transporte usado no transporte de mercadoria, quando chega a época chuvosa a receita baixa e na época seca é viável em termos de colecta de receita, felizmente este ano a situação esta calma, também há cobranças ilícitas por parte dos elementos da policia de guarda fronteira malawiana, isto porque alguns dos moçambicanos não tem passaporte ou permites, são obrigados a pagar multas e só depois é que podem voltar a entrar no País. Em 2010 aqui não tivemos nenhum agente da migração, mas pela informação que tenho esta prevista a colocação de um ainda este ano.
Dizer que para aqueles que desistiram da actividade comercial da comprar mercadorias no Malawi já estão a adquirir produto nacional em Nampula e Quelimane mas tem um outro grupo que continua a usar o Malawi como sua fonte. Neste momento aqui somos dois e não conseguimos cobrir cabalmente as nossas actividades. Falta uma motorizada assim como mais um elemento para facilitar o nosso trabalho de fiscalização no posto de Megaza, diferentemente de Megaza que tem painéis solares e energia 24h-24h, aqui em Chire falta energia eléctrica.

Friends and Global Health



FGH
Estacios Valoi
17/02/11
A principio pareceu me que a fosse uma companhia com uma frota significante de táxis no seu vaivém dentro da cidade de Quelimane assim como no dia-a-dia cruzando o distrito de Nicoadala em direcção a Norte ou Sul do Pais. Mas em entrevista com directora Teresa Mendonza da Friends and Global Health (FGH) a maior na área na luta contra o HIV/Sida na Zambézia, eis o conteúdo.
A quanto tempo operam na província da Zambézia que áreas e distritos?
Desde 2006 e as nossas acções começam em 2007 nos 17 distritos da Zambézia onde uns são abrangidos com actividades através do CDC, fundos do PEFAR na área do HIV/Sida e outros em parceria com a Visão Mundial no projecto Ogumaniha. Em 12 distritos na área do HIV/Sida apoiamos o Ministério da saúde através da direcção provincial da saúde, distritais, em plena expansão dos ‘serviços tarde’, que é tratamento com antiretrovirais, programas da transmissão vertical, aconselhamento e testagem apoiando a ligação HIV e tuberculose, na parte logística, monitoria, avaliação e formação de recursos humanos.
Ate a esta presente fase que balanço faz da vossa presença em Moçambique?
Acho que com muita satisfação o balanço positivo. No inicio em 2007 tínhamos apenas 7 pessoas trabalhando na FGH com um espaço geográfico pequeno para as actividades e nestes três quatro anos a organização expandiu as suas intervenções, um crescimento muito grande e neste momento superando os trezentos funcionários digo cobrindo praticamente todos os distritos na luta contra o HIV/Sida e porque não dizer assim, na luta contra a pobreza.
Concretamente como ‘e que vocês combatem esta pandemia na comunidade?
O nosso trabalho esta mais ligado aos serviços da saúde, não é tanto de intervenção comunitária directa mas também há. Fortalecemos os serviços de saúde com recursos humanos, equipamento, formações, logísticas, reabilitação de infra-estruturas, agua, electricidade para a expansão dos serviços e, por outro lado na área comunitária ligando aquelas pessoas infectadas ou afectada com o seu retorno a comunidade. Há intervenções através de associações, com grupos comunitários e temos uma equipa de intervenção comunitária, isto é algo que esta a desenvolver com maior forca desde 2009/10.
Como que a reintegração do paciente é feita na comunidade?
Um indivíduo com HIV/Sida é um cidadão que merece ser activo, portanto é necessário ver outros mecanismos, outras estratégias. Estamos tentando trabalhar mais directamente para recuperar esses pacientes, na parte clínica, no tratamento, atendimento nos serviços de saúde através das associações de pessoas com HIV/Sida positivas que estão a ser capacitadas na área de desenvolvimento de pequenos negócios, na elaboração de projectos que são bem apresentados a diferentes fontes de financiamento.
Quantas pessoas foram abrangidas desde o ano findo ate aqui?
No momento temos 6 associações com uma media de 40 a 45 pessoas por cada uma delas de maneira activa directa com de cerca de 300 famílias. Desde o inicio da expansão dos nossos serviços na Zambézia temos um crescimento de mais de 200, 300% de abrangência.
Em termos monetários nas vossas intervenções quanto ‘e que já gastaram ate esta fase?
Pergunta difícil de responder porque há diferentes fontes de financiamento e cada ano é diferente. Só sei dizer que na formação, contratação dos recursos humanos, equipamento, logística e tudo que significa o melhoramento das condições dos serviços e saúde tem se investido muito dinheiro. Exemplo tem um financiador que é a associação de laboratórios de saúde pública (HPL) que tem nos apoiado na melhoria das condições laboratoriais. A clínica móvel, também no seu funcionamento que é um apoio directo da Real Medicine Foundation uma organização americana, Plano de emergência do presidente para o alivio do HIV/Sida (PEPFAR). Há anos que os financiamentos são maiores porque tem havido grandes renovações nos centros de saúde como o do distrito de Macuze, de Nawela e vários outros.
Como é que se justifica a subida galopante de casos de HIV/Sida na Zambézia quando se investe muito dinheiro?
O problema do elevado índice do HIV, e a luta para reduzir este índice é de todos, a sociedade civil e o estado e, as ONG’s estão cá para apoiar o governo, neste caso o Ministério da saúde directamente envolvido.
Estou aqui desde 2004 e nessa fase eram poucas as pessoas que tinham acesso ao aconselhamento, tratamento, não havia em todos os distritos. Tratamento com antiretrovirais apenas havia na Cidade de Quelimane, Mocuba e Guruê mas, agora todos os distritos tem estes serviços e expandindo cada vez mais para áreas periféricas as actividades e vão aumentar a área preventiva a nível da tomada de consciência das pessoas, mas é uma luta de todos.
‘ Luta de todos’.Na coordenação parece haver algum desfasamento entre as organizacoes, não?
Não há nenhum desfasamento porque a direcção provincial da saúde e nós temos reuniões periódicas regulares e nenhuma organização que esta aqui a trabalhar na área do HIV faz os planos sozinhos. Os planos vão de acordo com os programas nacionais do governo há reuniões entre as ONG’s e no próprio governo convocadas pela excelência o Governador Itae Meque. Toda e qualquer decisão são tomadas em conjunto.
Reuniões regulares, periódicas.. A FGH é a maior ONG na área do HIV/Sida na Zambézia. Como é que se justifica que não haja antiretrovirais nos hospitais, que vão ou já expiraram porque o governo não canalizou a tempo quando há pessoas carentes desses medicamentos?
Esse é um tema muito critico assim como a falta de outros insumos na cadeia toda de tratamento, atendimento, prevenção. O tema antiretroviral é da responsabilidade do governo e nenhuma ONG esta autorizada a importar directamente, isso são mecanismos do próprio governo para resolver esta situação.
Mas os anti retrovirais não foram canalizados aos hospitais assim como vão ou já expiraram. Qual ‘e o vosso posicionamento como a maior nesta área na Zambézia?
Não esta na minha mão discutir este tema, o que posso dizer é que algum medicamento, produto, material que vai expirar então tem que se fazer um esforço da sua utilização antes que passe o prazo. Isto preocupa a todos nós, seja a falta de testes e há reuniões para discutir esses temas.
Qual é a aderência das pessoas com HIV/Sida nos projectos que vem implementando?
Esta aumentando porque há também acções paralelas para conseguir isso. Um dos objectivos principais da nossa organização é ter maior numero de pacientes a aderir ao tratamento e isto é uma tarefa difícil porque no inicio do tratamento as pessoas precisam de muito apoio conhecimento, informação, sobre a importância de não abandonar o tratamento, alimentação adequada, melhores condições.
‘Também é muito difícil abordar este tema. Mas através de actividades mais ligadas com a comunidade, trabalhar com essas pessoas, suas famílias a aderência tem vindo a aumentar. Houve uma época que eram de apenas 40%, 60% mas nos relatórios esta em cerca dos 80%.
Em termos nutricionais como é que lidam com essas pessoas?
Bom, o máximo que fazemos é promover as associações, as comunidades a abertura de machambas, uma maior solidariedade das pessoas, dos vizinhos. Infelizmente no programa da Zambézia, não falo só da FGH mas de todas outras organizações não há neste momento assistência alimentar. Por exemplo com o PMA, esta se discutindo a nível nacional e havia esperanças para que em 2010 esse programa pudesse abranger a província.
Não será uns os factores que possa contribuir para o abandono tratamento do próprio paciente?
É um dos factores sem dúvida mas não o único. As distâncias. Há que pacientes que vivem longe de uma unidade sanitária, meios de transporte e condições para chegar ao posto de saúde. Mas penso que os programas de combate ao HIV/Sida têm tido muitos resultados positivos. É preciso ver o que havia e o que há agora.
Limitações do FGH?
Temos limitações com orçamento porque há muitas necessidades como remodelação de infra-estruturas e dentro dos nossos financiamentos não podemos fazer construções de raiz. O apoio logístico é importante no transporte do sangue ‘CD4’ que é uma parte das células no organismo humano para fazer análises das amostras que precisam de uma manipulação cuidadosa e não é em todos os lugares que existem laboratórios com máquinas especiais para fazer, então, é preciso uma cadeia de transporte para garantir que o sangue chegue em boas condições.

Navegabilidade do Rio Chire e seus contornos


Navegabilidade do rio Chire e seus contornos
Estacios Valoi
17/02/11
Desde o mês de Fevereiro de 2010 seis tripulante e as suas duas embarcações pertencentes as empresas de navegação kenianas Kénia Marine Constructer e Highkis encontram se retidas no porto fluvial de Marromeu sob altas medidas de segurança apôs terem sido interditas de realizar uma pesquisa sobre navegabilidade do rio Chire - Zambeze pelo governo moçambicano.
Trata se do rebocador ‘Kiboco’ pertencente a companhia Kénia Marine Constructer baseada em Mombaça e Imbe da companhia Highkis Marine guarnecias por cinco elementos da forca de intervenção rápida moçambicana FIR.
Durante a semana finda na tentativa de ouvir o comandante da forca de intervenção rápida FIR no local resultou num fracasso tendo dito que não estava autorizado a falar porque o assunto estava a s resolvido ao mais alto nível entre dos dois governos.
Já pela segunda vez a nossa reportagem esteve dentro das duas embarcações no porto fluvial de Marromeu onde conversou com os tripulantes moçambicanos e kenianos com quem conversamos e na altura o comandante da embarcação ‘ Kiboko Armando Macia Rodrigues na companhia dos outros tripulantes que agastados pela situação foram unânimes e peremptórios nas suas afirmações sobre a sua permanência naquele porto fluvial e logo a primeira disseram ‘queremos ir para casa, ver as nossas famílias’.
“Sobre a embarcação que foi encontrada onde estava o adido militar Malawiano da embaixada do Malawi em Moçambique. Aqui havia uma embarcação malawiana pequena talvez de uns três ou quatro metros com o motor fora de bordo que veio do Malawi via Rios Chire – Zambeze com um Senhor chamado Anthony, a pessoa encarregue de fretar os navios da nossa companhia.
Deu se que o visto deles acabava no dia 23 de Outubro do ano passado e tinham que sair de Moçambique no dia 22 para depois retornar com um visto de mais um mês.
Penso que foi antes da saída deles que em visita a este porto, chega o adjunto do embaixador do Malawi com o adido militar que vinham ver os navios, se não estou em erro chegaram aqui no dia 21 do mesmo mês. Só que no mesmo dia decidiu se que o adido militar iria seguir com eles na boleia, falaram com o Anthony e mais dois tripulantes malawianos, e prontos lá se foram na madrugada o dia 22. Dai nunca mais vimos o Anthony só ouvimos dizer que foram apreendidos algures no Rio Chire”.
Curiosamente, esta semana o Ministro dos transportes e comunicação em entrevista a Rádio Moçambique sobre a navegabilidade dos rios Chire e Zambeze disse, “ há outros estudos que estão a ser feitos por empresas privadas no caso da Riverside que apanha mais o Zambeze. A falta de financiamento que os malawianos têm é problema deles mas nós vamos iniciar um estudo territorial com meios próprios ainda este ano. Os malawianos aguardam o financiamento para iniciar os estudos na totalidade, estimado em cerca de três milhões de dólares. Nós não temos esse valor, mas vamos começar na ordem dos cem, duzentos milhões, provavelmente no segundo semestre.
Algo que contrasta com as informações colhidas no terreno pela nossa reportagem e questionamos: Se são necessários 90 a 120 dias para que o estudo se realize porque é que as duas embarcações que deviam fazer o tal estudo a meses atrás não o fizeram e ainda se encontram naquele local fortemente guarnecidas e sem saberem se o estudo ira avante ou não
Rodrigues, o capitão de uma das embarcações enfatiza sobre a situação que se vive em Marromue e diz, “Os barcos pertencem a uma companhia Keniana baseada em Mombaça onde um fretador veio fretar a nossa companhia, a ‘Kénia Marine Construter’ e a ‘Highkise Marine’ para a tal dita navegabilidade do Rio Chire. Praticamente o batelão Imbe devia fazer uma viagem experimental de ida e volta a Sange, para fazer a sondagem dos dados hidrográficos dos dois rios Chire – Zambeze.
Nós como rebocadores fomos rebocar o Imbe do porto de Quelimane e trouxemos para aqui em Marromeu porque temos licenças de navegação para Chire- Marromeu assim como pela costa moçambicana e o Imbe já com processo de continuar com a sua viagem a Sange já planeada e documentação pronta mas foi impedida de navegar e, não sei se ainda vai se realizar”.
Ainda dos estratos da entrevista de Zucula que afirmou que “na extensão total para o estudo de navegabilidade precisaria de 90 a 120 dias dependendo da resposta que for encontrada pelo caminho S’o as sondagens do Chinde ate Sange são dias mas acreditamos que nesses 120 dias poderíamos ter um conhecimento dos rios Chire e Zambeze dependendo da decisão económica, social, ambiental e politica de se revelar”
Apesar dos dados avançados pelo ministro, por profundo desconhecimento, fazendo alusão apenas a primeira embarcação retida a navegar nas águas do Chire, naquele porto desde a um ano ate aqui as duas embarcações permanecem no mesmo lugar o que de acordo com os nossos interlocutores periga o seu estado de saúde, económico que depois deste tempo todo e espera já visitaram considerável parte do Distrito de Marromeu, hoje só comem e dormem atormentados pela incerteza da sua saída rumo a casa mas que o governo de Zucula recusa a partida dos marinheiros.
“Somos contratados e não permanentes, também não há nenhum tripulante que é permanente mas sim sob regime de contracto de 6 meses e, quando este acaba temos que ir ver as famílias. Neste caso o contrato já expirou e eu faço praticamente 9 meses de contracto que é o máximo que posso fazer mas já estou aqui em Marromeu, no Rio á 11 meses e assim pedi para ir de férias ver a minha família que esta longe em Mombaça no Kénia e a companhia já autorizou mas as autoridades moçambicanas recusam a nossa saída.
Eu e o meu colega Keniano Peter Killow comandante da outra tripulação fizemos cartas que através da FIR a forca de guarnição das embarcações aqui no local, os documentos foram remetidos ao governo moçambicano na Beira para podermos ir de férias, mas ate aqui apenas disseram’ aguardem mais um bocado’.
O problema dos navios estarem aqui parados não tem nada a ver com os tripulantes. O tripulante esta aqui para fazer a manutenção dos navios mas que quando chega a vez de este ir de ferias, tem que de ir de ferias. Temos famílias e não estou a ver o porque de termos que aguardar porque quando um vai de ferias no caso de o navio ter que navegar o comandante é automaticamente no mesmo dia a empresa envia um outro comandante substituto, mas aqui também permanece o meu imediato”.
Paralelamente as estas questões, a execução do processo de avaliação do estudo ambiental, navegabilidade continua sendo um ‘ processo entre os governos de Moçambique, Malawi e com o envolvimento da SADC, contudo os tripulantes em número de cinco estão a mercê da sua sorte.
“Eh. Epa, as condições de vida! Não estamos acostumados a estar assim parados e os navios aqui parados não rendem nada. Graças a deus os patrões ate aqui conseguem mandar nos algum dinheiro para comida e a gente não sabe ate quando porque o navio não esta a render. Aqui no rio em Marromeu temos problemas de mosquitos, cobras, crocodilos. Não ‘e fácil mas está aguentando mas não ‘e boa vida não.
Depois de 6 a 9 meses a tripulação fica completamente saturada e quando isto acontece quer ir para casa ver a família, começa a ver que pode haver distúrbios no seio da família, lutas desnecessárias que a pessoa ainda pode parar na polícia, serem presos em vão. Neste momento que estou aqui a falar contigo temos as nossas mentalidades saturadas, cansados, a família esta a nossa espera”.
“Estamos a um ano fora a família, temos problemas como qualquer outra família por resolver descansar e voltar ao trabalho. Para além disto tenho os meus colegas do Wimbe que são dois kenianos que também querem ir de férias. Praticamente o das máquinas e o comandante deles já devia sair no dia 3 de Fevereiro.
Também ouvi dizer pela Rádio Moçambique que a Zâmbia esta incluída nisto e o caso já esta ao alto nível entre o governo moçambicano e malawiano. Para o Wimbe, as autoridades moçambicanas disseram que não podia continuar com a viagem e, nós como tripulantes respeitamos isso ate que haja solução e não nos queremos meter nos nisso, mas quanto a nossa saída daqui ate a esta altura não há previsão nenhuma, não há nada. A questão dos navios é entre os governos quiçá mais a companhia”.

As planificacoes do Ministerio da Saude


Péssima planificao e falta de coordenação do Ministério da saúde
Estacios Valoi
10/02/11
Distrito com uma população 119 mil habitantes, distribuída em sete ilhotas, igual número de unidades sanitárias, 45 mil habitantes residem na vila Sede, a maior preocupação do serviço distrital de Saúde mulher e acção social do Distrito de Chinde tem a ver com a falta de meio de transporte para evacuar os doentes.
Com 1 medico, 4 técnicos de clínica geral, 5 de medicina preventiva, 6 enfermeiros gerais e um total de 18 enfermeiros, 29 camas, sendo 9 na maternidade e 20 no internamento normal dos adultos e que diariamente atende cerca de 120 a 150 pacientes sem problemas de recursos humanos segundo o Director do Serviço distrital de Saúde mulher e acção social Virgílio Almeida Supinho e que apesar a falta de transporte faz um balanço positivo naquele posto de saúde.
“Em todo o distrito não há problemas de recursos humanos em to do distrito e temos sete unidades sanitárias a funcionarem para vários serviços para alem dos postos socorro que temos nos postos de saúde e na sede do distrito diariamente atendemos cerca de 120 a 150 pessoas em todos os serviços, desde da maternidade ate as consultas externas normais e faço um balanço positivo naquilo que eram as doenças mais endémicas relativamente aos anos anteriores e a tendência é de melhorar.
Temos a malária como a principal causa de internamento, a seguir as doenças crónicas associadas ao HIV/Sida e a tuberculose. Aqui somos vitimas da cólera a três anos, no ano passado tivemos cólera ate o mês de Julho que colmatamos, a qual sempre tem como porta de entrada o vizinho Marromeu. Logo que eclode em Marromeu aqui ficamos em alerta. Não sei se este ano nos vai acontecer o mesmo, estamos a trabalhar no sentido de não haver cólera”.
“Quanto a Malária no ano passado baixamos para 34% porque em 2009 registamos 2400 casos contra 1800 no ano passado e naquilo que ‘e o HIV/Sida a tendência é de aumentar o numero de casos que cada vez mais vem se registando. No ano passado tivemos 240 pacientes em tratamento e actualmente estamos com cerca de 380 pacientes, refiro me 2009, 2010 e este ano os casos tendem a subir.
Quanto a questão do HIV/Sida acho que isto tem a ver com a mudança de comportamento, as pessoas não, percebem a mensagem da prevenção da doença a aderência ao tratamento antiretroviral porque as pessoas fazem o tratamento, vão as comunidade mas na acatam aquilo que é a informação dada nos serviços de saúde relativa as normas básicas de saúde que ignoram e vão se infectando”.
Relativamente a questão dos antiretrovirais de quando em vez escassos nas unidades hospitalares da saúde no País que tem a ver com a falta de planificação, gestão do ministério da saúde que ate chega ao ponto de expirar Supinho disse não há rotura de stock de medicamentos no distrito em que se encontra.
“Não temos problemas de medicamento, temos o ‘stock’ garantido, mensalmente recebemos, mas antes de receber temos para o mês seguinte e caso haja dificuldades de ter na farmácia a nível da província, nós temos os ‘stocks’ para os primeiros quinze dias, portanto nunca tivemos rotura de medicamentos”.
Transporte fluvial e vias de acesso um ‘Calcanhar de Aquiles ‘ num distrito em que de todos os administradores que por lá passaram em todos estes anos andam na boleia dos barcos das ONG’s que operam naquela área. O departamento da saúde também não foge tanto a regra.
“O nosso maior problema tem a ver com as vias de acesso, refiro me a via fluvial que liga a sede as ilhotas assim como com os outros distritos mais na transferência dos doentes e alguns serviços, isto porque a comunidade vive nas ilhas e, as vezes não temos transporte para nos deslocarmos a essas zonas naquilo que ‘e o atendimento das brigadas moveis na comunidade.
No caso de transferência, os nossos doentes são levados para o Distrito de Marromeu porque Quelimane fica muito distante, a via de acesso de Luabo ‘e precária e quando esta a chover como neste momento não se passa. Aqui no Chinde o nosso hospital de referência é o de Marromeu para onde transferimos todos os casos de maior gravidade, o doente que se molha mas chega em menos tempo”.
Quanto a ambulância ’Yate’ com 230 cavalos e capacidade para levar 6 passageiros alocado em 2009 pelo antigo ministro da Saúde Ivo Garrido exactamente na sua primeira e quiçá última viagem para aquele distrito encontra se atracado sem vento nem rio considerando que segundo os marinheiros no cais só navegou três vezes e o actual de lá a esta fase nada fez enquanto o doente vai levando um dia de barco ’Baca, Baca’ para chegar a Marromeu, o mesmo que muita das vezes fica avariado no meu do rio por dois dias ate ser socorrido!
“Temos uma ambulância que recebemos em Setembro de 2009 mas os gastos em combustível não foram bem planificados. Para aquilo temos em combustível para o uso bimensal nos nossos postos de saúde aquele barco gasta numa única viagem a Marromeu o que não ‘e muito rentável e, gastando esse combustível só num mês as outras actividades ficam paradas.
Temos geleiras que usam petróleo, gás para a esterilização, diesel para o funcionamento das viaturas e se comprarmos gasolina para aquele barco fica dois meses reféns e sem poder fazer as outras actividades. Então optamos em usar os meios menos dispendiosos, esses barcos pequenos “Baca Baca”, ou outros a motor dependendo da gravidade do doente. Em casos de maternidade usamos barcos de parceiros, abastecemos e levamos o doente a Marromeu”.
Tamanha hecatombe, o doente a ser evacuado é obrigado a ficar a espera do barco e não o contrario, contudo Supinho enfatiza mas não contorna a situação.
“O barco andou algum período, nos endividamos porque não havia barcos de parceiros, ficamos a dever o pagamento de combustível mas neste momento estamos a negociar a nível do governo provincial no sentido de devolver se o barco a empresa fabricante para que nos dêem um barco com menor consumo em termos de combustível ou que se compre outro barco afirmação do nível provincial. Agora não sei em que estagio esta a negociação do barco. Submetemos a informação e não tivemos o retorno”.

Fundacao Tawn Mastrey



Por uma justa causa
Fundação Tawn Mastrey na luta contra o Vírus da Hepatite C
Estacios Valoi
10/02/11
Foi recentemente lançado em Los Angeles o livro intitulado ‘Comer isto’ da autoria de Tawn Mastrey, assim como esta agendada para este ano uma tournée pelo mundo em prol do combate a erradicação do Vírus da Hepatite C.
Foram mais de 30 anos que Tawn Mastrey, foi considerada a radialista veterana na categoria de musica Rock ‘DJ’, uma das altas personalidades que sempre manteve se na primeira posição no ranking americano dos mais votados e que nos últimos tempos da sua vida passou no canal radiofónico 23 da antena nacional americana, a Rádio Sirius Satelite. Com a sua voz contribuiu no espaço ‘noites com Alice Cooper (Nights with Alice Cooper), mas antes passou pela Palm Beach WPBZ em Fargo na Dakota do Norte. Era a única mulher nesta história de difusão da música, escrever, produzir assim como sindicalizar a sua própria equipa de rádio como Rockzone, abraçou com duas mãos e apresentou ‘WABO Happy hours’ de Sammy Hagars.
Também na sua distinguida carreira teve programas na KNAC 105.5F em Long Beach – Los Angeles, Califórnia, KQLZ 100.3FM, Rádio Pirata (Pirate Radio). Twan também trabalhou extensivamente em televisão. Fez algumas reportagens para a MTV quando em 1980 a estacão foi lançada pela primeira vez. Revista ‘ Metal Head Video Magazine, ‘ Night Flight’, nos filmes actuou como Cameos ‘ The Blues Brothers, Heavy Metal Thunder e Mud e Penélope Sheeris, criticamente aclamado, o Declinio da civilização ocidental, Pt II: os anos do metal (Metal years). Por detrás das cenas produziu vários vídeos musicais incluindo dos Scorpion ‘ Ninguém como tu (No One Like You), ‘Homem Feliz’ de Greg Kihn e, ‘Nunca diga nunca’ (Never say Never) de Romeo Video.

EV- Claro que gostaria que falasses sobre o livro, a tournée que vai decorrer no final deste ano e o lançamento do novo álbum.
CM- Meu deus! Queres que eu escreva um livro. Bem, fiz. Realmente trata se do livro de culinária da Tawn onde juntou algumas receitas de culinária partindo do negocio dos restaurantes italianos da família. Ela pretendia juntar as receitas dos músicos amigos mas apenas conseguiu trazer o Sammy Hagars Cabo Wabo Margaretta, isto porque ela adoeceu e passou o resto anos da sua vida com a família.
O livro de culinária da Tawn intitulado ‘’ Coma isto” (Eat This”, tornou se num instrumento de guia caso padeças do Vírus da Hepatite C. Com base na pesquisa acrescentei um vasto leque de informação, alerta e meios de apoio. A historia da Tawn vem descrita no livro sobre como é que ela contraiu esta doença. Sendo uma questão de saúde individual, cabe a cada um de nós revelar ou não a sua enfermidade para o mundo. Finalmente Tawn foi corajosa em permitir que eu a ajudasse a alertar ao mundo, os seus amigos e fans a entenderem mais sobre o Vírus da Hepatite C.
EV- Qual é o objectivo do lançamento do livro?
CM - O maior objectivo é responsabilizar e controlar o estagio de saúde pessoal assim como prevenir se de doenças maléficas. Isso é o que a Fundação Tawn Mastrey faz, informamos e educamos. Seguramos as mãos de quem esta em doente e através de pesquisas os encaminham para lugares onde possam ser assistidos antes que seja tarde. Tawn queria que todos tivessem ‘uma vida longa de rachar ‘. Isto é o que eu planeei fazer e faço todos os dias.
EV- O mesmo sentimento inspirou te a produzires o álbum preste a lançar?
CM - Acredito profundamente que podemos erradicar esta doença terrível através de uma solicitação aos médicos da testagem de todos, teste de sangue para ver se de facto em a doença ‘ Tirar a limpo’, ‘ aniquilar o Dragão vermelho’, o que significaria ser ou não portador desta doença, ou se tiveste no passado mas que não mais se manifesta no teu corpo se esta incubada a mais de 20 ou 30 anos mas que pode ser ‘ um assassino silencioso’. Se não sabes se és portador desta doença, poderá ser tarde para salvares a tua vida podendo transformar te num novo candidato para a aquisição do transplante de rim. Foi o que realmente aconteceu com Tawn aos 15 anos e o documentário sobre a vida dela, esta na fase das filmagens para a sua produção.
Eu e os outros estamos a entrevistar muitos dos músicos amigos da Tawn RS. Não vou mencionar nomes ate que a produção do documentário esteja no fim. Sou a co-directora com Dianna Briggs e na co-produção com Alan Alan que esta a fazer o alinhamento do texto para ser editado. Tenho um apanhado das filmagens da Tawn quando ia ao seu médico. É triste ver mas as filmagens dela dos anos 80 vão fazer ti rir. É incrível que hoje ela não esteja aqui e os seus 5 mil adeptos sentem sua falta e a maioria não sabem que ela partiu. Mas através da digressão, os álbuns, o livro, outros produtos e apoio dos patrocinadores, estaremos em digressão pelo mundo para alertar e educar as massas através da música, arte, entretenimento, multimédia ate que internacionalmente consigamos ‘ eliminar o dragão vermelho’. E, esse é o título do álbum, a música de apresentação da digressão da Fundação Tawn Mastrey em memória do espírito da Tawn e milhares de pessoas que tenham o Vírus da Hepatite C, mas que não sabem. Passa a palavra.
EV- Quantos músicos farão parte da gravação do álbum?

CM - Neste momento não te posso dizer quem são os músicos. Estou a caminho de Los Angeles para carregar as minhas humildes apresentações e levar comigo para o estúdio. Terei apoio de muitos amigos, ate aqui, estou a produzir um dos álbuns com o meu amigo na composição das músicas, Dodd mas penso que quando chegar a Los Angeles terei uma proposta de alguém e não poderei recusar.
Sei o que quero ouvir mas gosto de trabalhar com mais de quatro orelhas. O meu antigo baixista vai fazer parte do álbum e um leque de músicos especiais para trazerem o seu potencial e sabor nisto. Estou a procura de todos os instrumentalistas, percussionistas, guitarristas, baixistas, talvez violinista, Metálica, Black Sabbath, Marilyn Manson e eu, todos cantando com fervor a musica intitulada ‘ Minha Promessa’ em homenagem a minha irmã Tawn Mastrey de forma que outros não sofram da mesma forma que ela assim como outros que continuam a sofrer, suas famílias desesperadas de terem que cuidar do doente a caminho da morte. O pior é a perca de um ente querido. Tawn era umas delas.
EV- Tawn era uma mulher bem relacionada no mundo artístico e não so, desde ACDC, Metálica, Larry King e muitos outros. Quem fará parte desta digressão e quantos álbuns tens?
CM - Estou nos meados do segundo álbum que será produzido por Shelly Liebowitz, usando as músicas clássicas favoritas da Tawn desfrutando o seu crescimento apenas com artistas femininas da actualidade. Suas e minhas favoritas! Vou cantar uma ou 2; mas quem gostarias de ver neste álbum?
O meu álbum pessoal em memória da Tawn é uma peca de arte em trabalho durante os últimos 30 anos desde que fui cantora e Tawn sendo a minha mãe /irmã de palco. Ponho sempre a família em primeiro lugar e decidi não fazer parte da digressão mas actuar localmente. Antes não lancei nenhum álbum ate 2011. Não vou dar te o ‘ deadline’ porque isto é negativo. Isto é a ‘renascença’ e para quem estiver em Los Angeles quando eu lá estiver será excitante fazer parte porque isto vai rebentar as portas das paredes do Grammas! Poder metálico baby, como a Tawn gostava.
Tenho um CD de aprendizagem vocálica por ai intitulada ‘ Canta com Mastrey’ (Sing with Mastrey), produzido e como técnica de som a própria Tawn. Dou uma porção no apoio administrativo e comunicação para a Fundacao. Tudo o que faca e farei de todas as formas será profundamente em beneficio da fundação. ‘ Como uma vez a Tawn disse sobre mim ‘ Como a Sheila no topo da montanha gritando com sua voz ensurdecedora alertando o vilarejo sobre o que vem do vale, folclore Ceuta”.
EV- Todos estes anos carregando a esperança dentro de ti. Como ‘e que tens enfrentado a questão do Vírus da Hepatite C que ceifou a vida a tua irmã?
CM - Fui enfermeira por pouco tempo, também trabalhei como ama de privada de crianças recém nascidas, cuidei de outras duas pessoas crianças ajudando as na sua infância, tenho uma filha de 16 anos. Detesto vê-la sofrer preocupava me com Tawn e carreguei a quando criança contudo ela era duas vezes mais alta do que eu. Amei e adorei – a, e quando ela estava a morrer mais uma vez tornou se como se fosse uma ressem nascida a qual tentei levar a enfermeira em mim de volta, encontrar um rim e salvar a vida dela. Ela já não podia pensar sozinha.
Era a única que podia dar um cuidado a pormenor, e desde que ela morreu nunca mais parei. Trato de cumprir a promessa que a fiz de encontrar um rim, for fazer com que a vida das outras pessoas possam ser salvas o que eu e ela planeávamos fazer juntas como irmãs. Estou usando ambos os chapéus e agora muitos mais. Para mim seria cruel parar com o trabalho enquanto os outros podem beneficiar Ada minha experiencia. Estou a dar uma alternativa as pessoas, encurtamento de distância para que elas não rastejem no último minuto tentando encontrar ou falar com pessoas que sabiam o que era a dor do Vírus da Hepatite C.
Mesmo a Tawn nunca chegou a ouvir falar! Nunca pensamos que isto fosse tão serio. De forma alguma (NO WAY) iria perder a minha irma. Bom desde que a Tawn faleceu perdeu muitos amigos queridos com o Vírus da Hepatite C. Muitos vieram ao meu encontro através do Facebook e outros meios confidenciando me dizendo ‘ Tenho isto, VHC’. Agradeceram me. Transmito esperança porque eles não têm mais ninguém a que se dirigir. Não tem família que cuide deles, enfermeira caseira um hospício que eles possam pagar, muitos não podem pagar pelos medicamentos ou porque é muito intenso tomar os medicamentos então optam por abandonar e procurar outras alternativas que menciono como sugestão, mas necessitamos de fundos para fazer uma pesquisa mais aprofundada. Pessoalmente sou não gosto de seringas, mas se houvesse uma vacina para VHC que não fosse ‘tóxica ‘ apanharia.
Se em uma semana eles podem encontra a vacina para a gripe porque é que não olham para as mutações no sangue que transfere a doença do VHC? Todavia tenho muitas perguntas que mesmo os doutores não podem responder me. Mas os próprios médicos estão preocupados com todos os ‘ bebes retornados’ da guerra, partilha de agulhas, testes de medicamentos, tatuagens, brincos por todos os lados mesmo um salão impróprio esterilizado pode ser perigoso para contrair o VHC
O actual vírus pode se manter vivo durante semanas contudo se alguém tiver um pequeno corte e utiliza Door knob aquele vírus ficara a espera de mais alguém com uma pequena ferida escorregando para outro corpo hospedeiro, como um dragão de rapina e ira directamente aos seus rins impedir o funcionamento normal, então ai o corpo começa a envenenar se de dentro para fora.’ Eliminar o Dragão’

EV- No ano passado conversamos sobre a tournée. Actualmente em estágio se encontram os preparativos?
CM - Primeiro os nossos planos são realizar uma tournée pela Europa. Sylyana Lisi Francesa/Desenho moda Italiana e tenha agendado um desfile de moda TMF Rock. Ate aqui o que nos tem retardando é que estamos empenhados em solidificar o nosso processo de isenção 501 c3 de forma a velar pelas ofertas generosas de ajuda que temos estado a receber de todo o mundo e convites para actuarmos nos seus Países. Egipto, Isntambul, Bahrain com um elevado índice do Vírus da Hepatite C (VHC) assim como dos veteranos a nível mundial por partilharem as mesmas agulha nas vacinações ou drogas. Muita transfusão de sangue nos conflitos armados.

EV- Olhando para a fundação, qual ‘e o estagio actual em termos de apelo, alerta sobre esta pandemia?

CM - Por favor comprar o livro ‘comer isto ‘(Eat this) para estarem mais informados. Esta ‘e uma forma importante de salvar as nossas vidas de forma individual ‘ qualidade’ livro de mão simples de ter. Mantenha as suas receitas favoritas distante do seu computador e de o livro a um amigo. Diga os para fazerem o mesmo. 1 Em 7 pessoas terá VHC, não sabem disto, caso não sejam tomadas medidas, vão alastrar a doença. ‘Comer isto” (Eat this) é um começo! Obrigado pelo interesse e apoio. Gostaríamos de ir ao teu pai se nos vai nos vai ter. Tocamos a valer. Mais informações virão, nova pagina na internet a qual vai manter te mais informado e actualizado. O meu agradecimento pessoal e da minha agente da comunicação Angela Albee. http://www.archbooks.com/

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Alerta vermelho e as cheias



Alerta vermelho e as cheias
Texto e fotos: Estacios Valoi

Apesar do alerta vermelho como é sabido, fase mais critica das cheias com alguns círculos mais propensos que outros como a zona sul a ser fustigada e o centro ainda sem casos graves e registo.

De passagem por Caia o Centro Nacional Operativo de Emergência estava quase que as moscas para alem dos cerca e 7 elementos permanentes, onde deveria realizar se um encontro entre os diferentes intervenientes no processo de resposta as cheias o que não se veio a realizar.

Segundo o director regional do instituto de gestão de calamidades Gabriel Bene disse que o encontro agendado tinha a ver com a área de desenvolvimento e que o mesmo tinha sido adiado devido ao alerta vermelho.

Quando quisemos saber mais, Bene disse que contactasse a sede do INGC em Maputo, mas durante a sexta-feira e sábado de manha ainda chovia em Chinde Marromeu, não fosse o banho de chuva em todo o percurso pelo rio Chire de Chinde a Marromeu sob aquela chuva que caia, contudo de olhos postos também pelas margens onde constatou se que havia uma ligeira redução do nível das aguas.

Pouco ou quase nada se estava a fazer e foi o que a nossa reportagem constatou na ultima 5 feira e sábado durante em périplo por algumas zonas de risco na bacia do Zambeze.

O director provincial do INGC Joao Zamissa também encontrava se ausente depois de ter saído ileso de um aparatoso acidente que deixou a sua viatura completamente danificada quando se deslocava a cidade da beira na quarta feira passada.

Segundo o aprovado pela 25 sessão do conselho de ministros a 17 de outro e 2006, diz o seguinte:
Alerta Vermelho Institucional significa activação total do Centro Nacional Operativo de
Emergência (CENOE) e da Unidade Nacional de Protecção Civil (UNAPROC) para a
Coordenação das operações de busca, socorro e assistência humanitária às pessoas em
Risco durante e/ou na iminência da ocorrência de uma calamidade natural.
Durante o Alerta Vermelho Institucional, o CENOE funciona com toda a sua rede de
Representações2 e Pontos Focais3 durante 24 horas por dia, sem que isso implique
necessariamente que os outros Sectores do Governo ou instituições parceiras (Agências
do Sistema das Nações Unidas e Organizações da Sociedade Civil) estejam a funcionar
Initerruptamente 24 horas por dia.
No Distrito de Chinde, o cenário não fugiu a regra. Já no Sábado após uma ressaca da sexta-feira dos membros do Conselho Coordenador para gestão de calamidades é que
Decidiu por volta 6h00 da manha convocar uma reunião no contexto do alerta vermelho a ser realizada as 8horas do mesmo dia, mas mesmo assim a pessoa que deveria dirigir o encontro, que é o administrador daquele distrito José Saize e o seu secretário permanente na mesma manha estavam a caminho de Quelimane e que segundo fontes naquela cidade iam participar num outro encontro provincial onde os administradores deviam fazer parte.
O negócio das cheias
O conselho e Ministros aprovou a 14 de Marco de 2006 o Plano Director para a Prevenção e Mitigação de calamidades naturais (PDPMCN) onde estão definidas linhas as linhas com estratégicas gerais e um programa de acção com um horizonte de 10 anos.
Mas uma das questões pertinentes nesta época, e a questão do plano de Prevenção e Mitigação de que tanto se fala mas permanecesse ineficiente porque sempre opta se e implementasse o de Plano de Resposta e com valores avultados provenientes do erário publico e apoio externo. Como de praxe todos os anos temos cheias, mesmo processo em que alguns abutres esperam que estas aconteçam para tirar dividendos desviando produtos, dinheiro gasto sem justificativos em nome
dos directa ou indirectamente afectados. Para quando a implementação real o plano de prevenção e mitigação efectiva e não resposta com muitos tipos a espera de tocai?

Tabela valida ate 3 do mês corrente.

‘Os níveis higrométricos das bacias da região Norte poderão registar oscilações com tendência de subir, sem contudo atingirem o alerta’.
Comunidades e o alerta vermelho
Um dos aspectos contidos no programa de acção do PDPMCN está relacionado com a necessidade de criação e operacionalização de uma Centro Operativo de Emergência com capacidade de agir com rapidez e eficiência em casos de ocorrência de calamidades.
Em conversa com alguns camponeses em algumas ilhotas no distrito do Chinde nomeadamente em Chacuma 1, 2 e em Nhangalaze que iam cultivando a terra apavorados e confusos pelo alerta vermelho e os sensibilizadores que vão dando o seu alerta a partir do escritório algo que movimenta com muitas pessoas não só naquela parcela do País. Naquele distrito alguns camponeses conversaram com a nossa reportagem:
Arlindo Alimo Furuma camponês de Chacuma 2 ‘nós aqui temos o projecto de horticultura e da produção de arroz e recebemos as sementes das mãos da Concerne Worldwide que nos apoia para fazer multiplicação no nosso banco de semente para a comunidade para os que tem e os que não tem semente. Para nos próprios, auto-suficiência que vai beneficiar 60 famílias e vai chegar porque dos 600 quilos que recebemos temos que reproduzir para 1200 que é uma valia. As hortícolas no ano passado conseguimos recolher 18.700.000 meticais. Pegamos aqui e vamos a procura do mercado e vendemos aqui na vila e Chinde, Marromeu assim como Luabo e outros revendedores vem comprar aqui na machamba”.
Luís António Mutepa de Chacuma 1 camponês, “em 2008 recebemos insumos agrícolas como motobombas, bombas xinguzas para hortícolas, pulverizadores, pás, carrinhas, fita metro, panelas. Vamos abrir a associação Safa Fome com 40 membros. Em 2008/9 fomos afectados pelas cheias e perdemos muita coisa. O governo já nos disse para sairmos dessas zonas de cheias, mas assim sempre temos muita coisa por fazer, as cheias ainda não entrou.
Só que estamos um pouco aflitos porque as pessoas que entram no terreno para avisar sobre as cheias, são pessoas que vivem na sede da Localidade de Matilde, então e nós ‘e que estamos a viver aqui, estamos a controlar directamente o nível de água e não somos considerados. Então todos os Comités de Gestão de Risco estão lá. Nós gostaríamos que também metessem os Comités de Gestão de Risco aqui porque somos pessoas da comunidade que conseguimos controlar directamente as situações.
Se vierem as cheias vamos perder uma parte do arroz que estamos a plantar, temos que tirar o arroz para a zona alta porque assim estamos na zona baixa. E todos estamos a plantar arroz. Porque nesta fase é complicada de cheias e é uma cultura que precisa muito de água e milho plantam nas zonas muito altas. Aqui a água ainda não subiu muito para ter cheias”.
Guilherme António um dos camponeses de Nhangalaze, local que não podemos entrar devido a chuva intensa que se fazia sentir naquela zona.
“A gente fez 25 metros quadrados de banco de sementes que vão servir para 80 pessoas, também pode ficar família é mesma coisa que as pessoas que estão a lavrar as machambas e é bom termos esta semente.
Antes não tínhamos esta semente agora já temos esta que nos produzimos que nos foi oferecida pela Concerne e cheias estamos a ver que o sitio vai ser um pouco seguro porque tem um riacho que escoa a agua quando vasa e quando entra então mete também. As cheias tem passado nas zonas baixas e a Concerne que agora esta aqui connosco tem nos alertado que quando existir cheias devemos evacuar aquelas pessoas que estão nas baixas para as zonas altas mas ate agora não temos ameaça de cheias, aqueles estão lá longe e dizem para nos sairmos e irmos para o centro, não vivem aqui nas margens. Lá no centro é para irmos comer mangas como em nas cheias passadas. Aqui não temos cheias”.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO DE SOFALA

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO DE SOFALA
Foto e texto: Estacios Valoi
26/01/11
Há 11 anos que a associação ADEL foi criada na cidade da Beira província de Sofala em prol do desenvolvimento de projectos de impacto comunitário e com a vertente urbana com cerca de 13 parceiros como o Fundo da Agencia de desenvolvimento dinamarquesa (DANIDA), Cooperação Italiana, Nações Unidas, Cooperação Irlandesa, a FAO... São fundos diversificados.
A agência trabalha desde 2005 em três pilares principais que são a de microfinancas subdividida em créditos de poupança repetitivas e a segunda de crédito normal individual intitulada fundo de apoio para o desenvolvimento local (FADEL) virado para empreendedores de pequenas iniciativas.
Um dos objectivos da associação concerne se na dinamização da iniciativa do desenvolvimento local assim como estimular a cultura de poupança nas comunidades e a componente da segurança alimentar. Ate o presente momento em termos de poupança cobriu um universo de duas mil pessoas e respectivamente poupados dois milhões de meticais.
Para o director da ADEL Amide Taibo, a fasquia ate aqui alcançada significa uma adesão compreensiva significativa nesta iniciativa em como ‘e possível investir com pouco dinheiro.
“ Na zona rural e urbana a estratégia esta virada para a transferência de conhecimento para grupos ou associações que são os reais operadores, porque agencia por si só não tem capacidade para cobrir toda a província em constante transferência e assistência o que permite alcançar resultados positivos. Mas também temos a terceira componente que ‘e a energia sustentável.
As pessoas começam a perceber que ‘e possível investir com pouco dinheiro e achamos que são as pequenas iniciativas que trazem a poupança e com este dinheiro podem investir em pequenos negócios assim como investir nas suas casas.
Um dos pequenos problemas que constatamos nas zonas em que trabalhamos, ‘e o acesso ao recurso financeiro. Contudo o projecto esta a demonstrar que através de uma pequena organização das comunidades ‘e possível investir e as pessoas percebem que tem algum dinheiro.
‘E transversal para tudo. Pensamos que a metodologia de poupança e crédito rotativo em grupo (ASCA) da azo a uma maior coesão das pessoas que se habituam a estar juntas porque um dos problemas do Pais ‘e a dificuldade das pessoas trabalharem em conjunto e a razão aparece dentro do grupo onde passa a haver probabilidade sustentabilidade maior e o êxito.
Desde meados do ano passado estamos na abertura de centros locais de energia e desenvolvimento, tendo sido lançada a segunda fase cujo objectivo principal dos centros ‘e permitir que as comunidades tenham um auto capacidade técnica, financeira dentro do processo de descentralização das nossas actividades. Isto significa ter como principal implementador a comunidade.
Energia sustentável e pólo de convergência
Na primeira fase do programa energia sustentável (SILAS) para a comunidade, consumiu cerca de 750 mil dólares e vamos para segunda fase mas existem outros projectos de energia sustentável nos quais estamos a trabalhar
A parte deste projecto, ‘e que estas energias sustentáveis sejam integradas em áreas de desenvolvimento no Pais. Quando falamos de energias sustentáveis significa garantir que o uso do recurso que hoje temos também seja utilizado pelas gerações vindouras
Temos a área da biomassa, produção e consumo. A maior parte das famílias moçambicanas usa para cozinha lenha e carvão e o projecto na sua primeira fase vem trabalhando mais no consumo através da introdução de fogões de alta eficiência energética, que poupam carvão ou a lenha assim como o dinheiro das famílias, isto como resultado da primeira fase.
Na Cidade da Beira construímos micro empresas para a produção de fogões poupa carvão e lenha
Enquanto que nas zonas rurais capacitamos pessoas para fazerem replicas destes fogões e, este conhecimento e produto começou a ser uma determinada alternativa para as famílias, sabendo que as zonas rurais tem como base a agricultura, e se ele pode fazer um fogão a 50 ou 30 meticais já são rendimentos que entram para a sua família enquanto na cidade os poupa carvão entram já no ‘ bussiness’ e produzido por um determinado grupo de pessoas centro de produção no Bairro da Cerâmica e posteriormente distribuídos pelas zonas urbanas.
O fogão tem a parte metálica e cerâmica com dimensões diferentes, para pequenas e grandes cozinhas assim como fornos para padarias garantindo o consumo eficiente da biomassa e para a iluminação painéis solares no sistema foto voltagem entre pequenos e médios.
Facto, ‘e que para o pais e mundo as energias alternativas constituem um meio vital alternativo ao aquecimento global que vem aumentando a cada dia que passa, não fossem as altas temperaturas que se registam…etc. Mas que impacto estes projectos ilustram, isto foi o que a nossa reportagem quis saber.
Ate aqui, conseguimos um número de aproximadamente 300 sistemas a serem usados por igual número de famílias mas o objectivo não ‘e apenas fornecer mas estimular o mercado local e demonstrar que ‘e possível criar bases para o desenvolvimento deste. Também localmente criamos capacidade de manutenção destes sistemas de uma lâmpada pequena e outros maiores que levam inversores que se podem ligar para rádios, televisores e, pensamos que será uma alternativa para as zonas que estarão desprovidas de energia eléctrica nos próximos 10, 15 anos.
Na questão da biomassa, só em termos de fogões conseguimos produzir cerca de 11 mil que beneficia aquilo que ‘e o numero de um agregado familiar moçambicano numa residência.
Pouca carvão vendemos cerca de 5000 fogões isto porque não ‘e uma distribuição grátis e os preços variam de 120 a 200 meticais consoante a dimensão.
Uma das questões tem a ver com a limpeza dos recursos florestais em Moçambique deixando não só o Pais de ‘ tangas’ mas também com um insignificante benefício das comunidades onde existem esses recursos, isto comparativamente com o que se tira.
Temos a área gestão de recursos naturais onde trabalhamos na criação de comité apoiando na organização, legalização abertura de contas bancárias no âmbito dos 20% resultantes da exploração madeireira tendo ate aqui formado comités para onde foram transferidos cerca de 7 milhões de meticais. O dinheiro não ‘e nosso mas sim do estado e cabe a este fazer as respectivas transferências.
Outra área ‘e a de reflorescimento que fazemos com o Fundo de Ambiente (JAF) a esteira do programa da UNOPS que esta a ser gerido a nível nacional a partir em Maputo mas este programa não seja apenas um projecto sem continuidade, assim como temos um grande programa de recuperação do mangal em cerca de 60 hectares na Zona de Djalane na Cidade da Beira.
Cremos ser uma área razoável. Apesar de ser algo ainda idealizado e sabendo que a maior parte deste importante ecossistema para a vida já foi destruído, no que concernente ao programa sequestro carbono, estamos a tentar negociar com parceiros para que este projecto seja sustentável.

Zambezia cozinha Chinesa


Zambezia cozinha chinesa
Estacios Valoi
26/01/11
Mais de 120 mil toros de madeira na espécie de Pau-ferro foi comprada pelas maiores empresas do ramo. Green Timber, maior com sete concessões que variam entre 40 a 95 mil hectares e a Olam maior em termos de investimento liquido.
Na Zambézia são em número de 30 os operadores existentes de entre estes de licença simples e concessionários. A Green Timer para além do abate dentro das suas concessões comprou cerca de 35 mil toros enquanto a Olam 85 mil.
Transportados em camiões para o porto de Nacala. No caso da Green Timber boa quantidade foi comprada de operadores furtivos e, ilegalmente transportada da Zambézia mediante guias viciadas ate ao Porto de Nacala de onde foi exportada para a Ásia. A guia que deve ser usada uma vez, a Green usava-a cinco ou mais, subornando e “ludibriando” Serviços de Floresta e Fauna Bravia (SFFB).
No ano transacto segundo o inventario da Marzolli os Serviços de Floresta e Fauna Bravia estipularam uma meta de corte anual de 91200m3, Disse o engenheiro António Chibite.
Ambientalista Carlos Serra Júnior, representante da organização Amigos da Floresta. Que analise fazes do estagio ambiental actual global?
Sj -Temos problemas de vária ordem, preocupantes com os quais devemos pautar neste momento a exemplo do aquecimento global, mudanças climáticas e todas as consequências inerentes deste fenómeno que deve ser preocupação para Moçambique.
Alguns desses temas começam a fazer parte do debate nacional constituindo preocupação para algumas pessoas e algumas organizações, contudo temos problemas terríveis locais, nossos a acontecer todos os dias com tendência ao agravamento e outros para a melhoria os quais constituem também um desafio, mas por de trás disto tudo, encaramos um problema a maior escala que é o défice de informação, consciencialização, educação e sensibilidade para com tudo que seja ambiente.
EV - Que problemas gravíssimos são esses?
SJ -No meu ponto de vista existem dois problemas gravíssimos, um que constitui toda a problemática associada a água que é um bem escasso com uma distribuição deficitária, com pior qualidade em alguns locais e o mesmo vai continuar a ser um recurso escasso em algumas zonas para além da tendência da mudança climática alarmante.
O outro problema seria toda a redução da biodiversidade que o País tem a sofrer, obviamente aqui a questão será a redução da floresta e há muitos factores envolvidos o que reduz a própria biodiversidade com implicações para a fauna bravia, o equilíbrio ecológico nas relações que se estabelecem entre as espécies, a biodiversidade marinha costeira, pesca excessiva, a pressão agudizada sobre alguns recursos, a caca que resulta na escassez dos animais onde actualmente já não encontramos algumas espécies como outrora e por trás disto tudo esta uma forma de ser e de estar que tem que mudar.
A longo prazo a questão da água, o acesso a este liquido precioso por parte da população vai se agudizando, algo que faz parte do direito fundamental do homem a ser violentado.
EV -Que se espera?
SJ -É algo fundamental, contudo não esta escrito na constituição Moçambicana ma sele existe, o direito a água a semelhança do outro que é o direito a alimentação, mas que deviam estar escritos. Grande parte da nossa população não tem acesso, direito a agua e o apoio que os chineses estão a dar fosse trazer maior responsabilidade social e que pudesse ser canalizado através do nosso governo seria plausível, isto para reais necessidades dentro de uma linha sustentável, transparente, sublinhar que a transparência é vital quando se fala de exploração de recursos naturais.
EV -Que políticas governamentais existem no Pais e como alcançar estes propósitos almejados?
SJ - Escrevi sobre algumas propostas as quais gostaria de ver espelhadas no novo governo. Uma das questões que sinto, e que apesar de estes problemas começarem a fazer parte dos discursos ainda não encaramos o ambiente como uma grande preocupação, algo que efectivamente tenhamos que velar.
Em alguns casos constatamos alguns aspectos positivos, penso que um deles foi o papel do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), que acabou fazendo um pouco daquilo que nem acabaria fazendo enquanto órgão vocacionado para acção quando há uma situação de emergência. Acabou assumindo papeis que eu acho que deveriam ser do Ministério para a Coordenação Ambiental que existe mas não actua, talvez seja um pouco o reflexo de ainda não assumir - mos institucionalmente o papel do ambiente, começaria - mos por dentro daquilo que é o conselho de ministros atribuindo claramente um papel determinante e fundamental ao órgão responsável pelo ambiente.
Não chamemos coordenação coisíssima nenhuma. Chamemos de acção ou ambiente mas acima de tudo temos que canalizar meios, recursos, para que este órgão funcione de facto.
Falando desses órgãos e essas politicas que acabam no papel, instituições quase que inexistentes e alguns membros do governo usam esses recurso em beneficio próprio. EV -Que acha que esta a falhar?
SJ -Durante muito tempo vigorou uma teoria de abnegação, isto quando surgiram as primeiras vozes, associada a alguma Imprensa criticando em relação a exploração ou ‘saque’ da madeira nestes últimos 15, 16 anos de exploração desregrada de recursos florestais a tendência é refutar, ocultar algo que esta a acontecer, real, grave.
EV- Em termo de numero a quantos hectares devastados o País se encontra?
SJ -São cerca de 217.000 hectares, cerca de 400, 555, 556 campos de futebol anualmente. É importante sublinhar que quando falamos de floresta, as pessoas pensam logo em por o debate em torno da exploração feita por operadores em regime de licença simples ou de concessão florestal
Atenção a floresta tem muitos outros factores de degradação, muitas causas e, é importante que todos esses factores de degradação fossem tomados em consideração. Têm a prática das nossas comunidades que são as queimadas onde actualmente encontramos maior número da população envolvida relativamente ao passado e com muita pobreza ainda associada a este fenómeno.
Queimar floresta é regra e então imaginemos e juntemos o facto de da ausência alternativas energéticas para os mais pobres que não seja a lenha, carvão e outros fenómenos que contribuem para a redução da floresta em Moçambique.
EV- Quão viáveis são os programas de sustentabilidade e de gestão comunitária dos recursos naturais existentes?
Existem vários programas de maneio local de recursos naturais por parte da população a título de exemplo o projecto Tchuma Tchato na Província de Tete que teve o seu inicia na década 90 com o apoio de muitas organizações e ate de Países estrangeiros mas nem todas as experiencias são positivas.
Atribuir a população local poder sobre o recurso é vital, a comunidade local tem actualmente um direito do uso e aproveitamento da terra independentemente de ter ou não um documento, mas o mesmo já não acontece em relação a floresta um aspecto que nós sempre criticamos na legislação.
Qualquer operador entra, corta a madeira, não presta contas a ninguém e vai embora perante o olhar impávido desta mesma comunidade a qual não tira benefício nenhum e isto continua a acontecer. Obviamente aqui temos aquele fenómeno chamado de armadilha da pobreza onde a pobreza provoca a maior degradação ambiental. Mais pobreza. Basta de entrarmos em discursos floreados, românticos.
EV -Degradação ambiental, pobreza ou ‘armadilha da pobreza. Moçambique continua sendo o berço madeireiro para os chinocas não?
Naturalmente que sim. A falta de controlo, do conhecimento dos recursos naturais, não nos preocupamos em saber o que temos em termos de recursos antes de emitir licenças desenfreadamente da espaço para que encaremos a este fenómeno do crescimento da economia chinesa a um ritmo incrível mas que carece de matéria-prima para alimentar toda esta maquina gigantesca industrial emergente e viraram se para a madeira não só em Moçambique.
Neste momento o maior mercado fornecedor da madeira a China é a Amazónia no Brasil e os chineses que estão sediados naquela área vão fazendo o mesmo que estão a fazer aqui em Moçambique. De ‘mão beijada’ começaram a cortar a floresta a grande e a francesa e muita madeira saiu da pior maneira. Nós não conseguimos controlar esta entrada de operadores asiáticos no mercado assim como aplicar ou garantir a real implementação da lei ainda que esta tenha buracos.
EV- Mas quem exactamente permitiu esta entrada isto para além de uma legislação que exclui a comunidade local no controlo e aproveitamento florestal?
É a tal incongruência que sinto que existe na lei. Existe uma diferença significativa no tratamento da terra como recurso principal, tanto no tratamento de recurso florestal. Significa que nós permitimos que muita desta floresta fosse abatida com dividendos económico, social, ambiental insignificantes, o que se resume num completo desastre para a população local.
Da década 90 e no princípio da actual 2000, verificamos que as coisas chegaram ao ponto de descontrole total num processos em que estava envolvido o operador nacional e gente muito grande que basicamente trabalha para os chineses. A madeira de primeira classe que vendiam a ‘preço de banana’.
Resultado foi a intervenção governamental, houve medidas legislativas, uma politica de redução de licenças simples que é um regime mais simplista de exploração florestal e menos rigoroso. Registou se uma subida gradual de contratos de concessões florestais que se traduz num regime com mais implicações sociais e técnicas. Contudo pouco se alterou.
Os Chinês passam a ser concessionários florestais e recebem uma vasta área de exploração com a possibilidade de ele próprio sendo empresário concessionário de operar em Moçambique a seu bel-prazer e já dentro da área o mesmo continua a funcionar com o regime de licença simples.
EV -Como é que se faz a reposição das espécies?
SJ- A concessão florestal tem obrigações como plano de maneio que estabelece que por exemplo que ao longo de 50 anos vai se cortar tanto de madeira mas que a mesma deve ser repovoada e muito trabalho já foi feito e este repovoamento não vislumbra, salvo raríssimas excepções, o que se planta neste pais é insignificante. Cortar sim.
A China ramificando se a uma velocidade estonteante pela África e com um acréscimo de 10 bilhões de dólares direccionados a África para os próximos 3 anos. EV -Como é que vê este processo de expansão na caca ao tesouro?
A mim não me assusta, o único aspecto é que qualquer programa de cooperação tem sempre contra partidas. Ninguém oferece dinheiro por oferecer e naturalmente que a China esta interessada em tirar algo de Moçambique.
Com este programa de auxilio mas a questão é como é que nós podemos tirar máximo proveito deste apoio que pode não vir de outras formas, mas sem que com isso tenhamos que abdicar das regras fundamentais num estado de direito, sem que tenhamos que entregar de ‘mão beijada’ recursos que são essências na construção do desenvolvimento que se pretende sustentável ou nos endividarmos eternamente num processo que hoje pode parecer ofertar mas amanha não.
EV- Sempre que se fala do gás natural, do petróleo a sempre um debate em torno da transparência no sentido de se ver a real aplicação da receita, na construção de um desenvolvimento que seja justo, onde exista distribuição de riqueza mas, já não notamos o memo quando de se fala do básico que é a floresta que é a fonte de vida que tanto se cortou e eu questiono o que se fez com todas as receitas que a floresta terá gerado em termos de desenvolvimento sustentável?
SJ- O que sei é que nunca se plantou uma árvore, nenhum tostão que a floresta rendeu foi aplicado em seu benefício.
Era vital que houvesse transparência, controle onde o processo de tomada de decisões fosse aberto e feito com envolvimento do cidadão com mecanismos de controlo independente. Esta tem sido uma das linhas que defendemos. A nossa floresta vai desaparecendo e ninguém sabe quantas licenças são emitidas, ninguém controla, sabe se o operador tem perfil, o que esta a fazer na floresta, de quem são os camiões que transportam a madeira, quem autorizou a sua saída do porto, quanta madeira esta no contentor.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Secretario da OJM defrauda sector da educação em Quelimane


Secretario da OJM defrauda sector da educação em Quelimane
Estacios Valoi
30/12/12
O secretario da Organização da Juventude Moçambicana em Quelimane na Província da Zambézia Momade Juízo defraudou o sector da educação local durante um ano.
Juízo, membro do partido no poder, sob contrato eventual para leccionar na Escola Industrial e comercial 1 de Maio, apenas compareceu a aquela instituição de ensino dois dias. Contudo, no leque de presenças falsamente outorgadas, tudo confirma que o suposto professor comparecera todos os dias assim como conscientemente auferiu o seu salário mensalmente a ordem do dia. Todavia ainda não sabemos dos montantes.
A denúncia feita por uma turma do 4 ano na disciplina de contabilidade industrial e que a posterior teve foi seguida por uma inspecção da educação enviada de Maputo para aquele estabelecimento de ensino
Contrariamente ao pronunciado pelo governador Itae Meque “breaking news” numa das sessões recentes do governo local e difundido pela Rádio Moçambique em como o caso dera-se na Escola Pré - Universitária 25 de Setembro e aparecer em primeiro, foi pela contra mão.
Juízo em contacto com a nossa reportagem veio ao nosso encontro mas recusou se dar entrevista, apelando para mais tarde o que não se concretizou. Contudo antes refutou as alegações que sobre ele recaiem afirmando que aquela instituição, pagou-o mas que ainda tem em divida para com ele, o seu salário em atraso.
Ate que ponto a direcção da escola estará envolvido nesta falcatrua que levou um ano e quem são as pessoas que encobriam o “ camarada” nas suas encruzilhadas?
De que Juízo a seu bel-prazer ia recheando os seus bolsos com o trabalho dos outros, constitui um facto irrefutável. Tudo leva a percepção que ciente do esquema montado, pôs se a fresco e consequentemente revisava a sua conta bancária para confirmar se o montante mensal já tinha sido ou não depositado pela direcção da escola que aparentemente ia se conformando com a prestação do ‘ professor’ (sem) Juízo no cartório. Mas o director da Escola Comercial e Industrial 1 de Maio Eugénio Candeeiro falando a Rádio Moçambique disse não saber de nada.
Por sua vez o Director provincial da Educação e Cultura na Zambézia José Luís Barbosa Pereira em contacto com a nossa reportagem disse que todos os implicados serão investigados julgados e punidos de acordo com o regulamento de ensino.
‘O que o correu nesta escola na disciplina de contabilidade industrial foi um facto detectado durante o período dos exames numa das nossas rondas inspectivas na turma de contabilidade do 4 ano nocturno que se recusou a fazer o exame da disciplina que alegou não ter tido aulas suficientes. Realmente constatamos que o professor Momad Juízo não tinha dado a matéria que vinha para aos exames e, desencadeamos a um processo a luz dos nossos regulamentos e neste momento quer o professor da contabilidade industrial quer todos os implicados directa ou indirectamente neste caso estão sendo investigados para tomarmos medidas de acordo com o que reza o nosso regulamento’.
Tudo levar a crer que há um pouco de verdade naquilo que os nossos estudantes dizem, mas como vê, nos estamos a apurar os factos e de certeza temos que dar resposta quando tivermos todos os elementos. Podia esperar este comportamento de uma escola diferente desta, agora um instituto industrial, realmente é algo que nos deixa a reflectir. Para além desde caso temos outros semelhantes já detectados e estamos a averiguar os casos. Posso voz garantir que todos os casos detectados terão o seu tratamento com base no nosso regulamento, disse Pereira.
Quanto ao aproveitamento escolar e a distribuição do livro gratuito na província da Zambézia, o timoneiro da educação e cultura José Luís Barbosa Pereira faz um balanço positivo, contudo reconhece que poderiam ter feito mais.
‘ Em termos de avaliação preliminar, em relação a primeira época houve uma subida significativa e tudo leva me a crer que vamos ter um aproveitamento acima dos 50%. Mas só posso dar uma informação mais precisa quando tiver todos os dados provenientes de todos os distritos. Sinto que podíamos ter feito um pouco mais e, com profissionalismo podemos fazer coisas bonitas.
“ Vamos perceber da DINAME o que esta a acontecer e que medidas vamos tomar para garantir que realmente os livros cheguem atempadamente a todos os estudantes. Para o próximo ano lectivo pensamos em distribuir de primeira a sétima classes cerca de 4.419.648 livros, com uma meta de distribuição de 3.541.174 comparativamente a 3.51.216 em 2010 o que representa um aumento de cerca de 13,8%.
“Também compreendo o problema desta distribuição tardia do livro, o ano 2010 foi um ano atípico em todos os pontos de vista e isto também acabou afectando o nosso prazo de aquisição de manuais, de livros e, estamos a fazer esforço para ver se no dia 14 e Janeiro a maior parte das escolas primárias já tenham o seu livro com prioridade a aqueles distritos de difícil acesso. Ex: a Zona do Chinde, Mopeia, Murrumbala, como sabe no tempo chuvoso ‘e muito difícil fazer a cobertura”.
“Verdade que vamos ter estudantes da 8 e 10 classes fora do sistema. Neste momento estamos a procurar da melhor estratégia para podermos ocupara esses estudantes e uma das saídas ‘e direccionar os nossos estudantes para o ensino técnico profissionalizante.
No ensino a distância, Nampula já aprovou ser positiva, na nossa experiencia piloto nossos alunos foram a Nampula e tiveram maior desempenho que aqueles que estiveram no ensino pré-residencial e, portanto vamos apostar no ensino a distância, domestico e porque não introduzir a questão do explicador, como sabe tem agora exames em Julho e porque não. Mas, a nossa preocupação do momento é com os graduados da 8 classe 10 classe “.

Procuradoria em profundo silencio


Caso Millenium-Bim em Quelimane Procuradoria em profundo silêncio
Estacios Valoi
06/01/11
Desfalque de 14 milhões de meticais no Millenium BIM na de Quelimane na província da Zambézia ainda no segredo da procuradoria.
Segundo fontes o facto foi despoletado por uma equipe de auditoria na maior sucursal do BIM nesta cidade Novembro última apôs se ter constatado anomalias no seu arquivo de dados informáticos relativamente as movimentações de fundos feitas internamente.
O rombo que envolve cinco funcionários, nomeadamente O gerente Cristóvão Harris, Tesoureiro Caetano, caixa Victor, Gordinho e Laurentina Arroz substituta eventual na gerência após a suspensão de Cristóvão, na sua maioria libertos mediante o pagamento de caução num processo que alegadamente vinha sendo encetado por alguns funcionários naquela instituição bancária a já algum tempo mas que só recentemente veio ao de cima.
Segundo apuramos de fontes credíveis, o gerente daquela instituição, suspenso do seu cargo em Novembro deste ano, continua detido desde semana finda, tendo sido libertos os restantes arguidos.
Constatou se que um dos funcionários de nome Caetano foi liberto mediante o pagamento de caução no valor de 100 mil meticais, enquanto que Laurentina Arroz, isto, segundo os eu advogado Olímpio Pedro, a sua constituinte foi posta em liberdade sem condicionalismos por insuficiência de provas. Quanto aos outros 3 ainda não temos dados por avançar.
Em contacto com o Juiz da sessão de Instrução criminal do tribunal provincial naquela Cidade, este disse que nada tinha a dizer isto porque o processo tinha sido reenviado a Procuradoria provincial.
Em contacto com um dos técnicos, entendidos na matéria informática bancária existem três possibilidades que tenham originado o sucesso deste desfalque.
1- Viciar os dados: Quando se conferem os montantes a diários ou semanais, estes são feitos por mais de um funcionário que a posterior colocam o dinheiro no ATM ate a registo do valor em causa, e não a maquina que diz quanto existe.
Os funcionários podiam inserir valores superiores ou inferiores segundo os seu esquema montado mas que no registo informático geral podiam dizer que temos X quando não era isso e, ia levantando os valores através dos ATMs por eles conhecidos. Mas no registo geral tudo continuava certíssimo, nem um tostão a mais ou a menos.
2- Via interna com o uso de cheques e por fim alteração dos dados relativamente aos valores diários disponibilizados para o pagamento geral do público cliente.