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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO DE SOFALA

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO DE SOFALA
Foto e texto: Estacios Valoi
26/01/11
Há 11 anos que a associação ADEL foi criada na cidade da Beira província de Sofala em prol do desenvolvimento de projectos de impacto comunitário e com a vertente urbana com cerca de 13 parceiros como o Fundo da Agencia de desenvolvimento dinamarquesa (DANIDA), Cooperação Italiana, Nações Unidas, Cooperação Irlandesa, a FAO... São fundos diversificados.
A agência trabalha desde 2005 em três pilares principais que são a de microfinancas subdividida em créditos de poupança repetitivas e a segunda de crédito normal individual intitulada fundo de apoio para o desenvolvimento local (FADEL) virado para empreendedores de pequenas iniciativas.
Um dos objectivos da associação concerne se na dinamização da iniciativa do desenvolvimento local assim como estimular a cultura de poupança nas comunidades e a componente da segurança alimentar. Ate o presente momento em termos de poupança cobriu um universo de duas mil pessoas e respectivamente poupados dois milhões de meticais.
Para o director da ADEL Amide Taibo, a fasquia ate aqui alcançada significa uma adesão compreensiva significativa nesta iniciativa em como ‘e possível investir com pouco dinheiro.
“ Na zona rural e urbana a estratégia esta virada para a transferência de conhecimento para grupos ou associações que são os reais operadores, porque agencia por si só não tem capacidade para cobrir toda a província em constante transferência e assistência o que permite alcançar resultados positivos. Mas também temos a terceira componente que ‘e a energia sustentável.
As pessoas começam a perceber que ‘e possível investir com pouco dinheiro e achamos que são as pequenas iniciativas que trazem a poupança e com este dinheiro podem investir em pequenos negócios assim como investir nas suas casas.
Um dos pequenos problemas que constatamos nas zonas em que trabalhamos, ‘e o acesso ao recurso financeiro. Contudo o projecto esta a demonstrar que através de uma pequena organização das comunidades ‘e possível investir e as pessoas percebem que tem algum dinheiro.
‘E transversal para tudo. Pensamos que a metodologia de poupança e crédito rotativo em grupo (ASCA) da azo a uma maior coesão das pessoas que se habituam a estar juntas porque um dos problemas do Pais ‘e a dificuldade das pessoas trabalharem em conjunto e a razão aparece dentro do grupo onde passa a haver probabilidade sustentabilidade maior e o êxito.
Desde meados do ano passado estamos na abertura de centros locais de energia e desenvolvimento, tendo sido lançada a segunda fase cujo objectivo principal dos centros ‘e permitir que as comunidades tenham um auto capacidade técnica, financeira dentro do processo de descentralização das nossas actividades. Isto significa ter como principal implementador a comunidade.
Energia sustentável e pólo de convergência
Na primeira fase do programa energia sustentável (SILAS) para a comunidade, consumiu cerca de 750 mil dólares e vamos para segunda fase mas existem outros projectos de energia sustentável nos quais estamos a trabalhar
A parte deste projecto, ‘e que estas energias sustentáveis sejam integradas em áreas de desenvolvimento no Pais. Quando falamos de energias sustentáveis significa garantir que o uso do recurso que hoje temos também seja utilizado pelas gerações vindouras
Temos a área da biomassa, produção e consumo. A maior parte das famílias moçambicanas usa para cozinha lenha e carvão e o projecto na sua primeira fase vem trabalhando mais no consumo através da introdução de fogões de alta eficiência energética, que poupam carvão ou a lenha assim como o dinheiro das famílias, isto como resultado da primeira fase.
Na Cidade da Beira construímos micro empresas para a produção de fogões poupa carvão e lenha
Enquanto que nas zonas rurais capacitamos pessoas para fazerem replicas destes fogões e, este conhecimento e produto começou a ser uma determinada alternativa para as famílias, sabendo que as zonas rurais tem como base a agricultura, e se ele pode fazer um fogão a 50 ou 30 meticais já são rendimentos que entram para a sua família enquanto na cidade os poupa carvão entram já no ‘ bussiness’ e produzido por um determinado grupo de pessoas centro de produção no Bairro da Cerâmica e posteriormente distribuídos pelas zonas urbanas.
O fogão tem a parte metálica e cerâmica com dimensões diferentes, para pequenas e grandes cozinhas assim como fornos para padarias garantindo o consumo eficiente da biomassa e para a iluminação painéis solares no sistema foto voltagem entre pequenos e médios.
Facto, ‘e que para o pais e mundo as energias alternativas constituem um meio vital alternativo ao aquecimento global que vem aumentando a cada dia que passa, não fossem as altas temperaturas que se registam…etc. Mas que impacto estes projectos ilustram, isto foi o que a nossa reportagem quis saber.
Ate aqui, conseguimos um número de aproximadamente 300 sistemas a serem usados por igual número de famílias mas o objectivo não ‘e apenas fornecer mas estimular o mercado local e demonstrar que ‘e possível criar bases para o desenvolvimento deste. Também localmente criamos capacidade de manutenção destes sistemas de uma lâmpada pequena e outros maiores que levam inversores que se podem ligar para rádios, televisores e, pensamos que será uma alternativa para as zonas que estarão desprovidas de energia eléctrica nos próximos 10, 15 anos.
Na questão da biomassa, só em termos de fogões conseguimos produzir cerca de 11 mil que beneficia aquilo que ‘e o numero de um agregado familiar moçambicano numa residência.
Pouca carvão vendemos cerca de 5000 fogões isto porque não ‘e uma distribuição grátis e os preços variam de 120 a 200 meticais consoante a dimensão.
Uma das questões tem a ver com a limpeza dos recursos florestais em Moçambique deixando não só o Pais de ‘ tangas’ mas também com um insignificante benefício das comunidades onde existem esses recursos, isto comparativamente com o que se tira.
Temos a área gestão de recursos naturais onde trabalhamos na criação de comité apoiando na organização, legalização abertura de contas bancárias no âmbito dos 20% resultantes da exploração madeireira tendo ate aqui formado comités para onde foram transferidos cerca de 7 milhões de meticais. O dinheiro não ‘e nosso mas sim do estado e cabe a este fazer as respectivas transferências.
Outra área ‘e a de reflorescimento que fazemos com o Fundo de Ambiente (JAF) a esteira do programa da UNOPS que esta a ser gerido a nível nacional a partir em Maputo mas este programa não seja apenas um projecto sem continuidade, assim como temos um grande programa de recuperação do mangal em cerca de 60 hectares na Zona de Djalane na Cidade da Beira.
Cremos ser uma área razoável. Apesar de ser algo ainda idealizado e sabendo que a maior parte deste importante ecossistema para a vida já foi destruído, no que concernente ao programa sequestro carbono, estamos a tentar negociar com parceiros para que este projecto seja sustentável.

Zambezia cozinha Chinesa


Zambezia cozinha chinesa
Estacios Valoi
26/01/11
Mais de 120 mil toros de madeira na espécie de Pau-ferro foi comprada pelas maiores empresas do ramo. Green Timber, maior com sete concessões que variam entre 40 a 95 mil hectares e a Olam maior em termos de investimento liquido.
Na Zambézia são em número de 30 os operadores existentes de entre estes de licença simples e concessionários. A Green Timer para além do abate dentro das suas concessões comprou cerca de 35 mil toros enquanto a Olam 85 mil.
Transportados em camiões para o porto de Nacala. No caso da Green Timber boa quantidade foi comprada de operadores furtivos e, ilegalmente transportada da Zambézia mediante guias viciadas ate ao Porto de Nacala de onde foi exportada para a Ásia. A guia que deve ser usada uma vez, a Green usava-a cinco ou mais, subornando e “ludibriando” Serviços de Floresta e Fauna Bravia (SFFB).
No ano transacto segundo o inventario da Marzolli os Serviços de Floresta e Fauna Bravia estipularam uma meta de corte anual de 91200m3, Disse o engenheiro António Chibite.
Ambientalista Carlos Serra Júnior, representante da organização Amigos da Floresta. Que analise fazes do estagio ambiental actual global?
Sj -Temos problemas de vária ordem, preocupantes com os quais devemos pautar neste momento a exemplo do aquecimento global, mudanças climáticas e todas as consequências inerentes deste fenómeno que deve ser preocupação para Moçambique.
Alguns desses temas começam a fazer parte do debate nacional constituindo preocupação para algumas pessoas e algumas organizações, contudo temos problemas terríveis locais, nossos a acontecer todos os dias com tendência ao agravamento e outros para a melhoria os quais constituem também um desafio, mas por de trás disto tudo, encaramos um problema a maior escala que é o défice de informação, consciencialização, educação e sensibilidade para com tudo que seja ambiente.
EV - Que problemas gravíssimos são esses?
SJ -No meu ponto de vista existem dois problemas gravíssimos, um que constitui toda a problemática associada a água que é um bem escasso com uma distribuição deficitária, com pior qualidade em alguns locais e o mesmo vai continuar a ser um recurso escasso em algumas zonas para além da tendência da mudança climática alarmante.
O outro problema seria toda a redução da biodiversidade que o País tem a sofrer, obviamente aqui a questão será a redução da floresta e há muitos factores envolvidos o que reduz a própria biodiversidade com implicações para a fauna bravia, o equilíbrio ecológico nas relações que se estabelecem entre as espécies, a biodiversidade marinha costeira, pesca excessiva, a pressão agudizada sobre alguns recursos, a caca que resulta na escassez dos animais onde actualmente já não encontramos algumas espécies como outrora e por trás disto tudo esta uma forma de ser e de estar que tem que mudar.
A longo prazo a questão da água, o acesso a este liquido precioso por parte da população vai se agudizando, algo que faz parte do direito fundamental do homem a ser violentado.
EV -Que se espera?
SJ -É algo fundamental, contudo não esta escrito na constituição Moçambicana ma sele existe, o direito a água a semelhança do outro que é o direito a alimentação, mas que deviam estar escritos. Grande parte da nossa população não tem acesso, direito a agua e o apoio que os chineses estão a dar fosse trazer maior responsabilidade social e que pudesse ser canalizado através do nosso governo seria plausível, isto para reais necessidades dentro de uma linha sustentável, transparente, sublinhar que a transparência é vital quando se fala de exploração de recursos naturais.
EV -Que políticas governamentais existem no Pais e como alcançar estes propósitos almejados?
SJ - Escrevi sobre algumas propostas as quais gostaria de ver espelhadas no novo governo. Uma das questões que sinto, e que apesar de estes problemas começarem a fazer parte dos discursos ainda não encaramos o ambiente como uma grande preocupação, algo que efectivamente tenhamos que velar.
Em alguns casos constatamos alguns aspectos positivos, penso que um deles foi o papel do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), que acabou fazendo um pouco daquilo que nem acabaria fazendo enquanto órgão vocacionado para acção quando há uma situação de emergência. Acabou assumindo papeis que eu acho que deveriam ser do Ministério para a Coordenação Ambiental que existe mas não actua, talvez seja um pouco o reflexo de ainda não assumir - mos institucionalmente o papel do ambiente, começaria - mos por dentro daquilo que é o conselho de ministros atribuindo claramente um papel determinante e fundamental ao órgão responsável pelo ambiente.
Não chamemos coordenação coisíssima nenhuma. Chamemos de acção ou ambiente mas acima de tudo temos que canalizar meios, recursos, para que este órgão funcione de facto.
Falando desses órgãos e essas politicas que acabam no papel, instituições quase que inexistentes e alguns membros do governo usam esses recurso em beneficio próprio. EV -Que acha que esta a falhar?
SJ -Durante muito tempo vigorou uma teoria de abnegação, isto quando surgiram as primeiras vozes, associada a alguma Imprensa criticando em relação a exploração ou ‘saque’ da madeira nestes últimos 15, 16 anos de exploração desregrada de recursos florestais a tendência é refutar, ocultar algo que esta a acontecer, real, grave.
EV- Em termo de numero a quantos hectares devastados o País se encontra?
SJ -São cerca de 217.000 hectares, cerca de 400, 555, 556 campos de futebol anualmente. É importante sublinhar que quando falamos de floresta, as pessoas pensam logo em por o debate em torno da exploração feita por operadores em regime de licença simples ou de concessão florestal
Atenção a floresta tem muitos outros factores de degradação, muitas causas e, é importante que todos esses factores de degradação fossem tomados em consideração. Têm a prática das nossas comunidades que são as queimadas onde actualmente encontramos maior número da população envolvida relativamente ao passado e com muita pobreza ainda associada a este fenómeno.
Queimar floresta é regra e então imaginemos e juntemos o facto de da ausência alternativas energéticas para os mais pobres que não seja a lenha, carvão e outros fenómenos que contribuem para a redução da floresta em Moçambique.
EV- Quão viáveis são os programas de sustentabilidade e de gestão comunitária dos recursos naturais existentes?
Existem vários programas de maneio local de recursos naturais por parte da população a título de exemplo o projecto Tchuma Tchato na Província de Tete que teve o seu inicia na década 90 com o apoio de muitas organizações e ate de Países estrangeiros mas nem todas as experiencias são positivas.
Atribuir a população local poder sobre o recurso é vital, a comunidade local tem actualmente um direito do uso e aproveitamento da terra independentemente de ter ou não um documento, mas o mesmo já não acontece em relação a floresta um aspecto que nós sempre criticamos na legislação.
Qualquer operador entra, corta a madeira, não presta contas a ninguém e vai embora perante o olhar impávido desta mesma comunidade a qual não tira benefício nenhum e isto continua a acontecer. Obviamente aqui temos aquele fenómeno chamado de armadilha da pobreza onde a pobreza provoca a maior degradação ambiental. Mais pobreza. Basta de entrarmos em discursos floreados, românticos.
EV -Degradação ambiental, pobreza ou ‘armadilha da pobreza. Moçambique continua sendo o berço madeireiro para os chinocas não?
Naturalmente que sim. A falta de controlo, do conhecimento dos recursos naturais, não nos preocupamos em saber o que temos em termos de recursos antes de emitir licenças desenfreadamente da espaço para que encaremos a este fenómeno do crescimento da economia chinesa a um ritmo incrível mas que carece de matéria-prima para alimentar toda esta maquina gigantesca industrial emergente e viraram se para a madeira não só em Moçambique.
Neste momento o maior mercado fornecedor da madeira a China é a Amazónia no Brasil e os chineses que estão sediados naquela área vão fazendo o mesmo que estão a fazer aqui em Moçambique. De ‘mão beijada’ começaram a cortar a floresta a grande e a francesa e muita madeira saiu da pior maneira. Nós não conseguimos controlar esta entrada de operadores asiáticos no mercado assim como aplicar ou garantir a real implementação da lei ainda que esta tenha buracos.
EV- Mas quem exactamente permitiu esta entrada isto para além de uma legislação que exclui a comunidade local no controlo e aproveitamento florestal?
É a tal incongruência que sinto que existe na lei. Existe uma diferença significativa no tratamento da terra como recurso principal, tanto no tratamento de recurso florestal. Significa que nós permitimos que muita desta floresta fosse abatida com dividendos económico, social, ambiental insignificantes, o que se resume num completo desastre para a população local.
Da década 90 e no princípio da actual 2000, verificamos que as coisas chegaram ao ponto de descontrole total num processos em que estava envolvido o operador nacional e gente muito grande que basicamente trabalha para os chineses. A madeira de primeira classe que vendiam a ‘preço de banana’.
Resultado foi a intervenção governamental, houve medidas legislativas, uma politica de redução de licenças simples que é um regime mais simplista de exploração florestal e menos rigoroso. Registou se uma subida gradual de contratos de concessões florestais que se traduz num regime com mais implicações sociais e técnicas. Contudo pouco se alterou.
Os Chinês passam a ser concessionários florestais e recebem uma vasta área de exploração com a possibilidade de ele próprio sendo empresário concessionário de operar em Moçambique a seu bel-prazer e já dentro da área o mesmo continua a funcionar com o regime de licença simples.
EV -Como é que se faz a reposição das espécies?
SJ- A concessão florestal tem obrigações como plano de maneio que estabelece que por exemplo que ao longo de 50 anos vai se cortar tanto de madeira mas que a mesma deve ser repovoada e muito trabalho já foi feito e este repovoamento não vislumbra, salvo raríssimas excepções, o que se planta neste pais é insignificante. Cortar sim.
A China ramificando se a uma velocidade estonteante pela África e com um acréscimo de 10 bilhões de dólares direccionados a África para os próximos 3 anos. EV -Como é que vê este processo de expansão na caca ao tesouro?
A mim não me assusta, o único aspecto é que qualquer programa de cooperação tem sempre contra partidas. Ninguém oferece dinheiro por oferecer e naturalmente que a China esta interessada em tirar algo de Moçambique.
Com este programa de auxilio mas a questão é como é que nós podemos tirar máximo proveito deste apoio que pode não vir de outras formas, mas sem que com isso tenhamos que abdicar das regras fundamentais num estado de direito, sem que tenhamos que entregar de ‘mão beijada’ recursos que são essências na construção do desenvolvimento que se pretende sustentável ou nos endividarmos eternamente num processo que hoje pode parecer ofertar mas amanha não.
EV- Sempre que se fala do gás natural, do petróleo a sempre um debate em torno da transparência no sentido de se ver a real aplicação da receita, na construção de um desenvolvimento que seja justo, onde exista distribuição de riqueza mas, já não notamos o memo quando de se fala do básico que é a floresta que é a fonte de vida que tanto se cortou e eu questiono o que se fez com todas as receitas que a floresta terá gerado em termos de desenvolvimento sustentável?
SJ- O que sei é que nunca se plantou uma árvore, nenhum tostão que a floresta rendeu foi aplicado em seu benefício.
Era vital que houvesse transparência, controle onde o processo de tomada de decisões fosse aberto e feito com envolvimento do cidadão com mecanismos de controlo independente. Esta tem sido uma das linhas que defendemos. A nossa floresta vai desaparecendo e ninguém sabe quantas licenças são emitidas, ninguém controla, sabe se o operador tem perfil, o que esta a fazer na floresta, de quem são os camiões que transportam a madeira, quem autorizou a sua saída do porto, quanta madeira esta no contentor.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Secretario da OJM defrauda sector da educação em Quelimane


Secretario da OJM defrauda sector da educação em Quelimane
Estacios Valoi
30/12/12
O secretario da Organização da Juventude Moçambicana em Quelimane na Província da Zambézia Momade Juízo defraudou o sector da educação local durante um ano.
Juízo, membro do partido no poder, sob contrato eventual para leccionar na Escola Industrial e comercial 1 de Maio, apenas compareceu a aquela instituição de ensino dois dias. Contudo, no leque de presenças falsamente outorgadas, tudo confirma que o suposto professor comparecera todos os dias assim como conscientemente auferiu o seu salário mensalmente a ordem do dia. Todavia ainda não sabemos dos montantes.
A denúncia feita por uma turma do 4 ano na disciplina de contabilidade industrial e que a posterior teve foi seguida por uma inspecção da educação enviada de Maputo para aquele estabelecimento de ensino
Contrariamente ao pronunciado pelo governador Itae Meque “breaking news” numa das sessões recentes do governo local e difundido pela Rádio Moçambique em como o caso dera-se na Escola Pré - Universitária 25 de Setembro e aparecer em primeiro, foi pela contra mão.
Juízo em contacto com a nossa reportagem veio ao nosso encontro mas recusou se dar entrevista, apelando para mais tarde o que não se concretizou. Contudo antes refutou as alegações que sobre ele recaiem afirmando que aquela instituição, pagou-o mas que ainda tem em divida para com ele, o seu salário em atraso.
Ate que ponto a direcção da escola estará envolvido nesta falcatrua que levou um ano e quem são as pessoas que encobriam o “ camarada” nas suas encruzilhadas?
De que Juízo a seu bel-prazer ia recheando os seus bolsos com o trabalho dos outros, constitui um facto irrefutável. Tudo leva a percepção que ciente do esquema montado, pôs se a fresco e consequentemente revisava a sua conta bancária para confirmar se o montante mensal já tinha sido ou não depositado pela direcção da escola que aparentemente ia se conformando com a prestação do ‘ professor’ (sem) Juízo no cartório. Mas o director da Escola Comercial e Industrial 1 de Maio Eugénio Candeeiro falando a Rádio Moçambique disse não saber de nada.
Por sua vez o Director provincial da Educação e Cultura na Zambézia José Luís Barbosa Pereira em contacto com a nossa reportagem disse que todos os implicados serão investigados julgados e punidos de acordo com o regulamento de ensino.
‘O que o correu nesta escola na disciplina de contabilidade industrial foi um facto detectado durante o período dos exames numa das nossas rondas inspectivas na turma de contabilidade do 4 ano nocturno que se recusou a fazer o exame da disciplina que alegou não ter tido aulas suficientes. Realmente constatamos que o professor Momad Juízo não tinha dado a matéria que vinha para aos exames e, desencadeamos a um processo a luz dos nossos regulamentos e neste momento quer o professor da contabilidade industrial quer todos os implicados directa ou indirectamente neste caso estão sendo investigados para tomarmos medidas de acordo com o que reza o nosso regulamento’.
Tudo levar a crer que há um pouco de verdade naquilo que os nossos estudantes dizem, mas como vê, nos estamos a apurar os factos e de certeza temos que dar resposta quando tivermos todos os elementos. Podia esperar este comportamento de uma escola diferente desta, agora um instituto industrial, realmente é algo que nos deixa a reflectir. Para além desde caso temos outros semelhantes já detectados e estamos a averiguar os casos. Posso voz garantir que todos os casos detectados terão o seu tratamento com base no nosso regulamento, disse Pereira.
Quanto ao aproveitamento escolar e a distribuição do livro gratuito na província da Zambézia, o timoneiro da educação e cultura José Luís Barbosa Pereira faz um balanço positivo, contudo reconhece que poderiam ter feito mais.
‘ Em termos de avaliação preliminar, em relação a primeira época houve uma subida significativa e tudo leva me a crer que vamos ter um aproveitamento acima dos 50%. Mas só posso dar uma informação mais precisa quando tiver todos os dados provenientes de todos os distritos. Sinto que podíamos ter feito um pouco mais e, com profissionalismo podemos fazer coisas bonitas.
“ Vamos perceber da DINAME o que esta a acontecer e que medidas vamos tomar para garantir que realmente os livros cheguem atempadamente a todos os estudantes. Para o próximo ano lectivo pensamos em distribuir de primeira a sétima classes cerca de 4.419.648 livros, com uma meta de distribuição de 3.541.174 comparativamente a 3.51.216 em 2010 o que representa um aumento de cerca de 13,8%.
“Também compreendo o problema desta distribuição tardia do livro, o ano 2010 foi um ano atípico em todos os pontos de vista e isto também acabou afectando o nosso prazo de aquisição de manuais, de livros e, estamos a fazer esforço para ver se no dia 14 e Janeiro a maior parte das escolas primárias já tenham o seu livro com prioridade a aqueles distritos de difícil acesso. Ex: a Zona do Chinde, Mopeia, Murrumbala, como sabe no tempo chuvoso ‘e muito difícil fazer a cobertura”.
“Verdade que vamos ter estudantes da 8 e 10 classes fora do sistema. Neste momento estamos a procurar da melhor estratégia para podermos ocupara esses estudantes e uma das saídas ‘e direccionar os nossos estudantes para o ensino técnico profissionalizante.
No ensino a distância, Nampula já aprovou ser positiva, na nossa experiencia piloto nossos alunos foram a Nampula e tiveram maior desempenho que aqueles que estiveram no ensino pré-residencial e, portanto vamos apostar no ensino a distância, domestico e porque não introduzir a questão do explicador, como sabe tem agora exames em Julho e porque não. Mas, a nossa preocupação do momento é com os graduados da 8 classe 10 classe “.

Procuradoria em profundo silencio


Caso Millenium-Bim em Quelimane Procuradoria em profundo silêncio
Estacios Valoi
06/01/11
Desfalque de 14 milhões de meticais no Millenium BIM na de Quelimane na província da Zambézia ainda no segredo da procuradoria.
Segundo fontes o facto foi despoletado por uma equipe de auditoria na maior sucursal do BIM nesta cidade Novembro última apôs se ter constatado anomalias no seu arquivo de dados informáticos relativamente as movimentações de fundos feitas internamente.
O rombo que envolve cinco funcionários, nomeadamente O gerente Cristóvão Harris, Tesoureiro Caetano, caixa Victor, Gordinho e Laurentina Arroz substituta eventual na gerência após a suspensão de Cristóvão, na sua maioria libertos mediante o pagamento de caução num processo que alegadamente vinha sendo encetado por alguns funcionários naquela instituição bancária a já algum tempo mas que só recentemente veio ao de cima.
Segundo apuramos de fontes credíveis, o gerente daquela instituição, suspenso do seu cargo em Novembro deste ano, continua detido desde semana finda, tendo sido libertos os restantes arguidos.
Constatou se que um dos funcionários de nome Caetano foi liberto mediante o pagamento de caução no valor de 100 mil meticais, enquanto que Laurentina Arroz, isto, segundo os eu advogado Olímpio Pedro, a sua constituinte foi posta em liberdade sem condicionalismos por insuficiência de provas. Quanto aos outros 3 ainda não temos dados por avançar.
Em contacto com o Juiz da sessão de Instrução criminal do tribunal provincial naquela Cidade, este disse que nada tinha a dizer isto porque o processo tinha sido reenviado a Procuradoria provincial.
Em contacto com um dos técnicos, entendidos na matéria informática bancária existem três possibilidades que tenham originado o sucesso deste desfalque.
1- Viciar os dados: Quando se conferem os montantes a diários ou semanais, estes são feitos por mais de um funcionário que a posterior colocam o dinheiro no ATM ate a registo do valor em causa, e não a maquina que diz quanto existe.
Os funcionários podiam inserir valores superiores ou inferiores segundo os seu esquema montado mas que no registo informático geral podiam dizer que temos X quando não era isso e, ia levantando os valores através dos ATMs por eles conhecidos. Mas no registo geral tudo continuava certíssimo, nem um tostão a mais ou a menos.
2- Via interna com o uso de cheques e por fim alteração dos dados relativamente aos valores diários disponibilizados para o pagamento geral do público cliente.

Universidade ‘Arco Íris’ a ser construída em Cabo Delgado


Universidade ‘Arco Íris’ a ser construída em Cabo Delgado
Fotos e texto: Estacios Valoi
20/01/11
Brevemente a provincial de Cabo Delgado terá uma nova Universidade na Cidade de Pemba que será construída pelo Centro Arco Íris projectada para 2013 vai custar cerca de quatro milhões de dólares a serem desembolsadas pelo sempre através dos seus apoios provenientes de vários quadrante do mundo.
A instituição de ensino superior terá como prioridade leccionar as crianças de hoje e de amanha do centro e outras carenciadas do centro actualmente representado em trinta países a nível mundial e em Moçambique por todas as províncias deste vasto território onde em cada uma delas assiste 10 mil crianças na sua maioria órfãs, território onde encontra se a implementar as suas actividades nas várias áreas sociais e de desenvolvimento a cerca de nove anos.
Segundo a fundadora do centro Heidi Backer em conversa com a nossa reportagem aquando da passagem por aquela província apesar de não ter adiantado muitos dados sobre a construção da universidade ‘Arco Íris’ garantiu que ate 2013 a instituição que dirige vai abrir uma Universidade.
“Vamos construir uma universidade e pensamos em abrir em 2013 por ser um grande projecto, terá como prioridades os alunos do centro e pessoas sem posses e vai custar cerca de quatro milhões de dólares.
Precisamos de pagar os professores, ter computadores, escritórios, todo o apetrechamento, infra-estruturas e esse dinheiro vem das igrejas, somos crentes, nos não pedimos dinheiro, sim declaramos coisas que nos já fizemos e as pessoas em muitos países nos ajudam. Em Moçambique realizamos abertura de escolas, furos de Agua, postos de Saúde, Machambas”.
Quando de rompante encontramos a fundadora do centro na praia de Wimbe em pleno sábado rodeada de centenas de crianças e voluntários de várias nacionalidades em mais uma sessão de baptismo dos pupilos, a palavra lindo era a que mais soava da sua boca e rosto carregado de tanta alegria e emoção confirmava. Era tudo alegre, o mar, o céu, o vento que deleito deixava o microfone e a câmara tirar as suas imagens.
“Actualmente temos uma escola primária com 1200 alunos que custou cerca de 250 mil dólares. Temos uma secundária com 9 salas e estamos com a fundação completa para a construção de mais salas. É muito lindo, e depois temos a escola da missa onde pessoas de 28 Países vem aqui para Pemba se reúnem para apreender como fazer coisas, como ajudar as pessoas que sofrem com qualquer problema e ficam aqui três meses e aprendem como fazer.
Temos a escola de costura com 350 mulheres muitas das quais viúvas, um programa de artesanato de missangas de troca pela comida, dança, teatro, artes coisas como cruzamento cultural e trabalham directamente com os nossos obreiros, pastores”.
Já de visita ao centro com uma extensão de aproximadamente 15 hectares, em conversa com algumas crianças após a missa Dominical, estas mostraram se, na sua inocência felizes da vida por estarem naquele centro que de facto pelo que constatei tem feito muito em prol do desenvolvimento, não só das crianças de Cabo Delgado. Algumas peripécias com os meninos de palmo e meio.
“ Mama Backer é boa, ela nos da todas as coisas que temos aqui. Estamos a estudar, dançamos, cantamos, fizemos teatro, brincamos com cavalos, baloiços, jogamos bola e outras coisas”.
Segundo “Mama Backer” como é carinhosamente tratada por todos na sua maioria crianças disse que as crianças são criadas nas igrejas dentro do centro em número de 14 espalhados por cada província do Pais onde cada alberga cerca de 200 a 300 pessoas.
“Essas crianças são cuidadas nas nossas igrejas. Em Moçambique temos 14 centros como este e Arco-íris é junto na comunhão da colheita e trabalhamos com moçambicanos em todas as áreas. São moçambicanos que entram nas salas e ajudam aos outros professores estrangeiros que vem de outros países a aprender coisas.
Estamos felizes que com a ajuda de deus tiramos muita tristeza, aliviamos a pobreza e agora temos mais que 400 mulheres que por dia tem comida, muitas crianças conseguem estudar, crianças que anteriormente não tinham nada. É muito lindo”.
Abertura de furos
A província de Cabo Delgado que vem enfrentando problemas de fraca pluviosidade a título de exemplo o que constatamos no distrito de Chiure de terra seca carente de agua, população de ‘bidões’ a cabeça os outros distritos não fogem muito a esta realidade. Ou diria mais agua salgada que a doce num vasto percurso de costa estonteante pela sua beleza.
Enquanto as nossas obras públicas e habitação com dinheiro para tal levam um ano para construir cinco furos há os que de facto tem vontade e fazem.
Porque aqui não chove muito, por isso abrimos furos de água e no ano passado construímos 32. Duas vezes por semana vamos as aldeias e ficamos lá, tenho uma casa de Matope. São lugares difíceis onde tem problemas e é simples ver que com água as pessoas podem viver, ter machambas, deixar a criança ir a escola.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Rombo de 14 milhoes no BIM


Rombo de 14 milhões na maior agência bancária do BIM em Quelimane
Estacios Valoi
23/12/10
Sob auspício do Ministério publico seis elementos do Banco Internacional de Moçambique em Quelimane semana passada recolheram aos calabouços alegadamente implicados no desaparecimento de cerca de 14 milhões de meticais dos cofres daquela agência na Zambézia.
De entre os anteriormente detidos, constam, o Gerente do Banco, Cristóvão, Caetano tesoureiro, empregados de caixa, Victor, Gordinho e mais uma funcionaria Laurentina Arroz em investigação num processo de pergunta resposta em averiguação da profundidade do envolvimento destes indivíduos no desfalque.
Segundo fontes internas, este hecatombe é o culminar de actividades ilícitas que vem decorrendo a já algum tempo, por fim despoletado Novembro ultimo.
Ate as 19h00 de sexta-feira última, fontes credíveis afirmaram que cinco dos seis detidos tinham sido soltos mediante o pagamento de caução, apenas permanecendo por detrás das grades o gerente. Contudo não nos foi possível saber os montantes caucionados para a soltura dos elementos em causa, assim como os mais dados relacionados com este desfalque. Ate a esta fase foi confirmada que apenas o gerente permanece nas celas da polícia enquanto os outros foram soltos mediante o pagamento de caução.
Perante tal facto, é do sabido que os indiciados foram detidos a mando da procuradoria, mas tentativas de falar com a procuradora chefe Angélica Napica Tembe, pariram um rato. Aquela declinou prestar quaisquer declarações a imprensa sobre o desenrolar do caso que anda de boca em boca nesta urbe, onde o cidadão esta ávido de saber o que realmente se passa no BIM. Andamos pelo BIM em Quelimane, telefonamos para a central em Maputo, mas mesmo assim nem os apelidos nos foram facultados.
As incongruências, Incompetência e arrogância da procuradora chefe na Zambézia.
“A procuradora veio da Província de Cabo Delgado, transferida para Quelimane durante o mandato do antigo governador Carvalho Muaria na sua boleia. Aqui na procuradoria muitos processos estão estagnados, talvez pela própria incompetência e favoritismo da procuradora chefe, acho que este será mais um de entre muitos casos”.
Com muitos processos de índole desfalca rio, pendentes e apinhados, como os dos 7 milhões para o desenvolvimento do Distrito segundo o governo, onde se destacam alguns administradores e de outros casos mal parados, a procuradora chefe durante o dia todo de sexta-feira passada, mostrou se incapaz de ate autorizar o seu porta-voz Amâncio Zimba a falar sobre o rombo no BIM, submetendo-nos a um jogo de ‘ping ping’, hora tínhamos que falar com os representantes do BIM, ora o porta-voz da procuradoria. Etc.
“ A chefe mandou dizer para irem ao BIM”, disse um dos funcionários de nome Bie e a enfatizou secretaria.
Nas primeiras horas da amanha a nossa reportagem esteve no BIM. A semelhança do que aconteceu na procuradoria, na instituição bancária não fugiu a regra.’ Vão a procuradoria’.
Contactou-se o porta-voz que disse não estar autorizado pela procuradora a dar qualquer informação a imprensa, tendo agendado um encontro para 14h30 no seu escritório, e que possivelmente ate a essa altura fosse autorizado. Encontro marcado.
Retornamos ao encontro da procuradora chefe na Av. Josina Machel, desta vez quase todos os órgãos de comunicação em Quelimane, Rádio Moçambique, STV, Diário da Zambézia. Mais uma vez solicitamos o encontro com a procuradora ou que esta desse luz verde ao seu porta-voz e, foi nos dito que estava em reunião consultiva, o que segundo fontes não era verdade. Uma tentativa de nos ludibriar.
Na altura, o repórter da STV Jorge Marcos foi ameaçado por um dos funcionários de nome Bie, porque o repórter afirmou: ‘Não nos querem deixar subir para falar com a procuradora’, e, arrogantemente o funcionário questionou: Quem é que não vos quer deixar subir’. Como quem diz sou a lei disse: Vou abrir um processo de difamação contra si.

Água de pouca dura que ainda sabemos algo sobre a constituição e a lei de imprensa neste ‘sitio’. O repórter disse: Estão, e, não estas! No léxico português significa outra coisa. Voltemos ao epicentro da questão.
14horas, novamente na procuradoria, onde após a procuradora sair da sua viatura, paga pelos impostos do bolso do povo, no corredor daquela instituição onde a nossa reportagem estava a espera Angélica Tembe mais umas vez recusou se a falar delegando a sua secretaria para encaminhar a nossa reportagem ao, dizem ’ Doutor Tomo’, não sei se fez doutoramento! Aquele peremptoriamente afirmou que a sua chefe não estava apta a pronunciar se, mas que, uma vez que tínhamos o encontro agendado com o porta-voz para as 14h30 na PIC, aquele iria falar. ‘ Ele vai falar, há concertações que se fizeram entre a chefe e porta voz’.
Questionei o para que reconfirmasse o que dizia. ‘ Não é preciso’. Senhor confira. Telefone a sua chefe. “ Ele vai falar. Não é preciso telefonar a chefe” e, lá disse o empregado da procuradora.
A equipe de jornalistas deslocou se ao edifico da policia de investigação criminal (PIC) para o dito encontro com o porta-voz Zimba. Equipamento montado e preparado, eis que o porta-voz reafirma ainda não ter sido autorizado a falar a imprensa, facto que nos deixou estupefactos.
Fizemos um ‘U’ e, 15h00 estávamos na porta da procuradoria para confrontar a chefe que desde a manha de sexta-feira tinha estado no seu local de trabalho não reunida conforme iam dizendo os seus subordinados, apenas saído quiçá para o almoço.
Um autêntico vaivém. Contrariamente ao horário normal de expediente na república de Moçambique no que se refere ao sector público do qual segundo fontes Angélica não abdica nunca, desta vez refugiou-se, refém de si mesma no seu escritório onde permaneceu ate as 18h00.Tudo para não encarar os órgãos de informação. Enquanto isto, os outros funcionários findavam mais um dia de trabalho.
Varias as manobras para tentar despistar a imprensa. Pelos seus funcionários, a procuradora foi trancada nos seus escritórios, sua viatura removida da frente da procuradoria, duas assistentes ficaram de fora, cerca de 20metros da porta que iam relatando a chefe via celular sobre o movimento dos reporteres.
O nosso almoço foi naquele local e por conseguinte em voz alta veio me a ideia de solicitar umas panelas a vizinhança para ali cozinharmos caso a procuradora não saísse. As informantes da chefe ouviram e presumivelmente esta chegou aos ouvidos da chefe. Mas, nesta de trancar e destrancar das portas pelos empregados do público, apercebemo-nos que um deles entrara com um bilhete de avião, e, cogitando a percepção foi de que ela iria viajar e que não poderia dormir no escritório. Consultamos o horário dos voos para aquela sexta feira passada onde o avião só partia de Quelimane as 21h00. Então tarde ou cedo tinha que deixar de ser refém da sua própria consciência e incompetência.
Enquanto permanecíamos no local, as caixas de ressonância iam informando a chefe, e diziam nos: ‘ A procuradora já saiu” logicamente a mando desta. E mais uma vez de viva voz disse que as panelas já estavam a caminho, para uma sexta naquele local e, claro a informação foi canalizada a procuradora.
A nossa reportagem, STV, Rádio Moçambique, Diário da Zambézia, continuávamos a espera da (dês) representante do ministério público que, cansada de ser refém, arrogantemente decidiu sair e partir para um outro refúgio com uma escolta improvisada constituída por alguns funcionários seus fiéis, que tinham sido obrigados a permanecer no local de trabalho ate aquelas horas fora do expediente. Não se pronunciou a imprensa, muito menos para dizer, não tenho nada a declarar!
Sobre o caso do desvio dos 14 milhões de meticais no BIM em Quelimane, a informação oficial continua a reboque na casa da procuradora chefe da Zambézia Angelina Napica Tembe. Porquê, para quê, ou o que tenciona ocultar, só ela pode responder.

Escolta do governador mata em Nicoadala


Alta velocidade
Escolta do governador Itae Meque na Zambézia atropela uma criança mortalmente.
Estacios Valoi
23/12/10
O sinistro ocorreu sexta-feira ultima por volta das 9h45 na estrada nacional numero próximo as instalações do Fundo de Investimento para o Abastecimento de água (FIPAG) no distrito de Nicoadala em Quelimane na Zambézia
A criança de nome Florença Lourenço, de 7 anos de idade que frequentava a 1 classe na Escola Primaria de Mola, na altura encontrava-se acompanhada de mais duas adolescentes em passeio as quais, lograram fazer a travessia para o lado posto ao (FIPAG) isto, para quem se dirige a cidade de Quelimane.
Teve uma morte instantânea. Posteriormente foi removida para o hospital de Nicoadala onde permaneceu ate a realização das exéquias ultimo sábado no período entre 9.h00 as 10h00 da manha.
Alguns dos os táxis bicicletas que falaram a nossa reportagem que se encontrava em Nicoadala naquela manha e que viu a escolta passar, disseram que a criança foi atropelada por um dos carros de cor de cor vermelha e que tiveram que se atirar estrada fora num acto de sobrevivência para despistar a escolta do governador Itae Meque em comitiva de cerca de 8 a 10 carros com destino ao distrito de alto Molocue na companhia do Director da Agricultura e outras personalidades de visita a machambas.
A nossa reportagem na manha de sábado deslocou se a casa da malograda onde conversou com os seus encarregados de educação Lourenço Ramos, Bélita Armando e familiares.
Lourenço Ramos emocionado poucas palavras disse:’Pelo menos o governo deve satisfazer. Quando penso na minha filha, estou mal. Ela estava na Escola. Pelo menos o governo deve satisfazer me’.
Durante este processo segundo familiares no local, o Administrador de Nicoadala e sua equipe esteve com eles ate as exéquias assim como garantiu que tudo será feito para apoiar a família enlutada.
Por sua vez a esposa do Administrador daquele distrito ofereceu a família enlutada dois sacos de farinha de milho, 1 de arroz, 5 pacotes de acucar, 5 litros de óleo, 2 pacotes de sal, meio caixa de peixe e, deixaram o local. O Governador ‘ breaking news’, esse ainda não pôs os pés tendo sido apenas o motorista que conduzia uma 4*4 de cor vermelha levado a polícia para ser ouvido.
Medidas de austeridade Guebuzianas ineficazes.
A questão é. Serão necessários tantos carros para as visitas de trabalho incluindo no final de semana?

Na tarde desta quinta-feira passada segundo diário da Zambézia, relata que a Vila daquele distrito estava agitada e ate houve peditórios aos agentes económicos locais que, já no terreno cederam a comitiva mais de dez viaturas o que contando com as que vinha de Quelimane sobe para cerca de 20. Também foram formadas comissões para receber Iate Meque.
Naquele ponto do país ainda segundo o diário, a quem tenha rejeitado a proposta do governo em aumentar o número de viatura, assim como opiniões unânimes alegando que o dinheiro que o governante vai gastara no fim-de-semana poderia servir para a compra de equipamento agrícola no em prol dos agricultores.

Museu Nacional de Etnologia -Nampula



Entrevista ao director do museu Pedro de Etnologia em Nampula Guilherme Columba Estacios Valoi
23/12/09
EV -Etnologia em Moçambique que caminhos?
PC -Museu de etnologia em Nampula fundado a 23 de Agosto de 1956, já na casa dos 55 anos uma instituição cinquentenário, temos mais de vinte funcionários entre auxiliares, administrativos, operários etc.
Na fase colonial o sistema teve preocupação no sentido de conhecer o termo antropológico, etnológico do ser moçambicano mas com uma outra preocupação no sentido de dominar este povo tendo em conta os seus hábitos, direitos consuetudinários.
Após a independência foi conhecer o ser moçambicano para depois trazer a sua identidade, auto estima, a sua cultura, esta é a razão.
Qual é o estagio actual do museu?
PC -Este museu tinha secções, da cinegética, numismática mas depois em 1993 o museu foi transformado no museu nacional com uma vocação especialmente etnográfica e a partir daqui de facto a preocupação é trazer a identidade deste homem moçambicano, posso por assim dizer o bilhete de identidade.
Falta de quadros, é um museu de âmbito nacional e nós aqui precisamos de etnólogos, antropólogos, sociólogos, precisamos de técnicos de vária especialidade, arqueólogos. Recorde se que um museu desta natureza precisa de fazer escavações, viajar pelo pais fora para trazer os encalços daquilo que é o ser antropológico moçambicano, precisamos de recursos humanos. Não temos especialistas e nestas circunstancias é difícil trabalhar e alcançar aquilo que são os objectivos definidos no estatuto orgânico do museu.
Agora estamos a depender da direccao provincial da cultuara, e é curioso porque sendo uma instituição de âmbito nacional na minha óptica é ridículo que esta instituição dependa de uma direcção provincial. Ou é uma instituição de âmbito nacional ou provincial.
Embora falemos hoje da descentralização é necessário que esta dissecação nacional, a do museu da ilha de Moçambique que também é de âmbito nacional e de outras instituições sediadas nas províncias em minha óptica não podem depender da direcção provincial de educação e cultura, mas sim da direcção provincial do plano e finanças.
Há um certo erro no percurso de funcionamento do museu nacional de etnologia e penso que deve ser corrigido. Por mês recebemos do orçamento do estado cerca de 70 mil meticais e, este valor é muito a quem das necessidades.
Sem a componente especializada um dos aspectos que constituem o ‘calcanhar de Aquiles’ para aquela instituição que se pretende se nacional, isto para alem dos míseros 70 mil meticais mensal, uma autentica esmola para tamanha dimensão e objectivos preconizados por aquela instituição, a sua autonomia continua no segredo dos deuses.
EV -Quando faz menção a identidade tema vasto e por vezes controverso?
Podemos dizer que polémico mas não é menos certo que falar da identidade em Moçambique não é mais ou menos que falar da moçambicanidade. O que é ser moçambicano se não a sua forma de estar, viver, fazer as coisas, o seu dia-a-dia, produção nas várias esferas da sociedade, os assuntos fúnebres.
EV -Quem diga que estamos a perder esses valores da moçambicanidade e Africanas não?
PC -Estamos num mundo globalizado, certo que há aqueles aspectos do mundo global que também influenciam, na vida no estar deste ser moçambicano actual. Há uma certa miscigenação cultural mas a luta é para que haja uma simbiose entre o moderno e o tradicional e não uma destruição daquilo que é o tradicional.
Pedro Guilherme Columba director do museu nacional de Etnologia na cidade de Nampula
EV -As tatuagens macondes ainda serteiam divinas e quando ‘e que a escultura atinge o seu auge e vem ao encontro da sociedade no geral?
PC -Estamos a falar de um povo muito talentoso, com habilidades invejáveis de trabalhar o Pau-preto. Mas primeiro falando da tatuagem, não só constituía o ponto de vista de protecção na época da colonização, mas a aquilo que nos chamamos de escravatura doméstica, recorde se que existiam certas divergências entre os makondes, macuas, Ngones e no sentido de mais uma vez este povo se identificar, diferenciar, distinguir com os outros povos.
Ai foi constituindo um símbolo de identidade de todo um povo maconde e também uma forma de se defender dos invasores circundantes da região do planalto dos macondes.
Tatuagem, é um acto de grande coragem, recorde se que o homem é tatuado sem nenhuma anestesia, isto a sangue frio e em alguns casos o processo de tatuagem chega a atingir a massa encefálica o cérebro.
EV- Quando é que o artesanato, a arte makonde atinge o auge vem ao encontro da sociedade?
PC -Agora falando do artesanato. Desenvolvimento, não pode taxativamente dizer que foi no Sec- xvi, xviii que este povo começou a ganhar uma habilidade invejável de trabalhar o pau-preto. Foi todo um processo e ao longo de cada dia foram fazendo as mascaras outros objectos do quotidiano da sua vida e foram desenvolvendo a forma de trabalhar o pau-preto. Dizer que aqui a grande admiração é que trabalham com instrumentos rudimentares mas também num pau de facto petrificado, tornado uma pedra. Num pau e torna-lo num objecto domestico invejável e de facto esta forca da arte do artesanato do povo maconde.
EV -quando é que a arte maconde começa a notabilizar se no pais ?
PC- A arte maconde começa a notabilizar se sobretudo durante e depois da luta de libertação nacional de Moçambique. Depois da segunda guerra mundial encontramos vários objectos de arte maconde espalhados pelo mundo fora, comercializados. Os macondes da Tanzânia, Kenia, nas fronteiras da Republica Democrática do Congo, povos de origem Bantu mas portanto os massais são um povo suegenerico assim como os macondes.
Contudo encontramos os macondes em grosso modo de Moçambique e os da Tanzânia. Então os da Tanzânia foram se espalhando para as fronteiras limítrofes do kenia, Tanzânia, portanto a partir daqui começam a espalhar esta arte e trabalhar o Pau-preto pelo mundo porque também há um interesse mesmo dos colonizadores em adquirir objectos de Pau -Preto feito pelos macondes.
EV - Que esculpiam?
PC -Esculpiam a sua alma e, se olharmos aqui para o museu vamos encontrar objectos de arte maconde que são feitos de certa tatuagem, que recordam certas lagartixas, certos feitos da própria vida social e na verdade inspiravam se no seu ser, faziam e fazem ate aos dias que correm.
EV -Mercado para a venda desta arte e vejo que aqui no museu tem alguns artistas?
PC - Primeiro os artistas são nossos parceiros de facto, naturais e recorde se que também encontramos alguns artesão macondes no museu de historia nacional em Maputo. Para dizer que estes artistas contribuem para tornar a vida dos museus mais activa e dinâmica, porque nós encontramos os turistas a procura dos seus produtos, visitantes e neste aspecto isto é bastante positivo.
EV -Quanto a madeira o pau-preto ainda existe em boas quantidades em Maputo ou já fizeram uma limpeza?
PC -Quer em Nampula, cabo delgado e outras paragens do nosso pais nós encontramos estas plantas em certa medida nas nossas comunidades mas não nos podemos esquecer do fenómeno do desmatamento porque a desflorestação esta a por em causa não só o pau-preto mas também as outras espécies raras das nossas florestas em Moçambique, diria que é um apelo que faço, um ponto que merece a nossa atenção.
EV -Ministério da cultura. Este ano que esta a findar quanto foi desembolsado?
PC- Houve metamorfoses, diríamos esta metamorfose estrutural, o ministério da cultura e depois o ministério da educação e cultura e agora ministérios da cultura, essas mudanças a dada altura são boas mas criam a sua instabilidade do ponto de vista estrutural e agora tenho dito que é bem-vinda a existência do ministério da cultura, porque conectados ao ministério da educação e cultura e se temos prioridade de construir uma escola, um palco a céu aberto a prioridade vai ser a escola. Entre formar um dramaturgo e um professor a prioridade vai ser o professor.
EV -Autonomia financeira do museu?
PC - Recursos financeiros e eu não deixo de falar disto porque sem meios nada se pode fazer para por o museu a altura daquilo que é a sua vocação.
Tivemos algumas vantagens, mas muitas desvantagens. Agora, havendo só o ministério da cultura independente, as prioridades próprias do ministério serão resolvidas dentro dos prazos definidos. Infelizmente dado a redução e a contenção das despesas não é possível criar se uma estrutura cultural independente nível dos distritos, províncias.

Surto de colera em Cabo Delgado

Surto de cólera em Cabo Delgado
Estacios Valoi
23/12/10
Desde 23 Agosto a esta fase do ano a província de Cabo Delgado registou cerca de 365 casos de cólera em resultado do último surto em algumas regiões desta parcela do pais.
Os casos deram se no centro de saúde de Okua, na sede do Distrito de Chiure e no Chiure velho, no Distrito de Pemba-Metuge em Nalia e na Cidade de Pemba.
Cesário Augusto Suez medico chefe geral e clínico da província de Cabo Delgado reconhece que a situação da cólera ‘e preocupante mas o mais agravante ‘e a falta de recursos humanos.
“Relativamente a situação epidemiológica 2010, começamos a notificar os casos no mês de Agosto deste ano no centro de saúde de Okua, na sede do distrito de Chiure e no Chiure velho no dia 13 de Outubro, no Distrito e Pemba Metuge em Nália e na Cidade de Pemba no hospital central a 14 de Novembro.
Actualmente temos cinco centros de tratamento de cólera (CTC) a funcionar com um cumulativo de 365 casos durante este período de forma separada. OKua com 78,Chiure velho 124, Chiure sede 72,Pemba-Metuge 35 e Cidade de Pemba com 57 e uma taxa geral de letalidade de 0.2%, isto é, o número de óbitos que ocorreram entre os 365 casos”.
“Temos um óbito que ocorreu dentro da unidade sanitária de Chiure velho, no entanto há informações que dão conta de que também houve mortes na comunidade, é uma preocupação.
Durante este período seleccionamos equipas de enfermeiros para apoiarem o Distrito de Chiure e estamos a tentar na redistribuição do pessoal no distrito de Pemba-Metuge no posto de saúde de Nalia assim como na Cidade de Pemba”.
Cesário faz referência sobre os recursos técnicos existentes contudo a questão da falta de pessoal tem sido um problema maior a considerar.
“O nosso problema é da falta de pessoal. Em termos de recursos matérias concernentes a tendas, pulverizadores, camas e outros não tivemos grandes problemas. Temos para a resolução dos problemas e para os pacientes internados nestes centros. Quanto aos medicamentos neste momento não temos rotura de stock; tivemos algum problema relacionado com o cloro mas recebemos algum do nível central em Maputo assim como da direcção provincial das obras públicas da província.
Quanto a recursos financeiros tivemos um fundo no valor de cerca de 230 mil meticais anteriormente previsto pela nossa direcção provincial para este tipo de situações. É um valor irrisório e fizemos um pedido a Unicef que é um parceiro nosso no combate a cólera e também precisamos envolver os activistas, realizar actividades de sensibilização nas comunidades porque deparamos com uma certa desinformação focalizada em certas zonas.
Neste momento este é o nosso grande desafio, realizarmos essa tarefa e envolver lideres políticos porque afinal a medida que o pessoal da saúde esta preparado para enfrentar qualquer situação de tratamento de pessoas a população é que sofre”.
Sempre que surge um surto de cólera, em Moçambique são factuais os casos de violência por parte da população contra elementos da saúde alegadamente porque os homens de branco levam a cólera para dentro dessas comunidades, deixando bem patente o quão sensível é a questão da sensibilização. Segundo Cesário a sensibilização começou a meses com encontros com as comunidades.
“Realmente a sensibilização começou em Julho do corrente ano e fizemos uma reunião comunitária que foi dirigida pela Excelência o governador da província, outra similar no Distrito de Chiure recentemente a menos de três semanas houve uma onde foram envolvidos líderes comunitários e portanto tivemos essa explicação.
No entanto ainda persiste o problema da incompreensão, talvez seja ignorância ou aproveitamento de certas pessoas, mas nós estamos a trabalhar no campo. Em termos de vandalismo de infra-estruturas por parte da população, na nossa província aconteceu no ano passado e houve ate situação de mortes.
Este ano temos informações que já aconteceram casos semelhantes e foi preciso sensibilizar o próprio distrito de Pemba-Metuge na aldeia Nalia com notificação de casos em que alguns conhecidos identificados estavam a ameaçar os líderes e, agora temos problemas em Ancuabe na aldeia Nacaca onde ameaçam o líder, mas estamos a tratar o assunto de forma multissectorial, saúde, polícia para que não haja obstáculos no tratamento dos nossos irmãos “.
Ouvido pela nossa reportagem em Pemba o técnico Cremildo Norte que responde pelo gabinete de epidemia da direcção da saúde naquela província nortenha enfatiza e reconhece a questão da sensibilização como um dos factores chave mas considera a situação actual não alarmante.
“Não há maior incidência de cólera que possa alarmar a província. A questão da expulsão dos elementos da saúde por parte das comunidades com problemas de cólera ‘e um facto mas não como o que se registou no ano passado.
Houve uma redução devido ao maior esforço por parte da saúde em coordenação com as infra-estruturas dos bairros, Distritos afectados onde se fez maior sensibilização no sentido de consciencializar as comunidades sobre a ideologia da cólera, o que se pode fazer e quais são os factores determinantes, mas sobre tudo no que se pode resolver dentro da comunidade.
Há receptividade por parte da comunidade e temos recebido alguma aceitação em termos de coloração da água, medidas preventivas a nível das comunidades e penso que esta tem ganhado consciência em relação a isto. Ainda não registamos casos de perseguição de pessoas da saúde ou activistas.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Azafama na construção de estradas



Azafama na construção de estradas
Texto e fotos: Estacios Valoi
Distrito do alto Molocue situado a cerca de 390 quilómetros da Cidade de Quelimane actualmente com cerca de 42.200 mil habitantes aparentemente o seu desenvolvimento vai de vento em popa. Enquanto em Quelimane o governador da Zambézia Itae Meque vai mentindo e/ou justificando se em nome de pedras e cimento para a conclusão e entrega da construção das estradas faz tempo,
Sertorio João Mário Fernando presidente do concelho municipal de Alto Molocue, no pulsar das actividades consagradas no seu manifesto eleitoral a completar o período de um ano e oito meses faz o seu balanço.
“Desde que tomamos posse privilegiamos a reabilitação das vias urbanas assim como perurbanas quer através de fundos de estradas assim como a partir das receitas do concelho municipal. Quanto ao asfalto ate este momento em parceria com o governo no âmbito da reabilitação da estrada nacional número um e aproveitado a mobilização do empreiteiro vamos ter quatro quilómetros de estrada asfaltada e o trabalho já começou.
Numa primeira fase foram já asfaltados cerca de 500 metros mas já estamos por volta de 1 quilómetro e alguns metros. Quanto ao prazo de entrega das a princípio era de 3 meses, mas para o assentamento do asfalto se não forem as chuvas provavelmente ate dia 22 de Dezembro deste ano teremos a primeira parte reabilitada e faltarão outros trabalhos que serão a parte da montagem de Assis assim como a feitura de valas de drenagem da água”.
Com uma receita mensal que ronda os 60 e 200 mil meticais, a compensação autárquica recebida este ano foi de três milhões de meticais.
“No inicio, isto Fevereiro do ano passado, no primeiro e segundo mês estávamos por volta de 60 mil meticais mês, mas nos últimos estamos por volta de 200 mil meticais o que em termos de ganhos para as nossas contas ‘e muito pouco. Seria bom se mensalmente conseguíssemos 300 mil meticais nesta primeira fase. E penso que com a ploca municipal que formamos a receita vai subir significativamente.
Os desafios são enormes, desde água, estradas, salários. precisamos de redobrar os esforços e aplicas as taxas previstas. Verdade que neste momento não podemos sufocar o munícipe. A municipalização no Distrito de Molocue ‘e uma experiencia nova. Estamos a introduzir as taxas gradualmente. Gostaríamos de resolver muita coisa”.
Os 7 bilhões propalados pelo regime guebuziano para o Distrito como pólo de desenvolvimento, em Molocue ainda são vistos de binóculos
“A nivel dos Municípios de Moçambique em Junho ou Julho tivemos um encontro com o presidente da república e há probabilidades de nos próximos anos sermos contemplados nesses fundos mas ate agora nada transpirou. Contudo de 2008 a esta fase penso que muita coisa esta a melhorar.
Estamos a praticamente um ano e oito meses do nosso mandato e muitas coisas fizeram: a começar por um carro funerário, um carro para a recolha do lixo, construímos um posto de saúde na margem direita do rio Molocue e durante o ano passado conseguimos reabilitar quatro quilómetros e trezentos de estrada urbana e cerca de quatro quilómetros de estradas perurbanas e, este ano estamos a reabilitar cerca de três estradas periurbanas e a fazer a asfaltagem de cerca de quatro quilómetros de estrada”.
“Verdade que temos muitos desafios e a agua ‘e uma das prioridades do nosso mandato. No ano passado através do conselho municipal e nossos esforços conseguimos construir cinco poços melhorados, este ano mais cinco, assim como através do governo provincial e distrital fomos contemplados nos cinco furos de água. Ate ao presente momento abrimos cerca de três.
Em termos de cobertura estamos muito abaixo com cerca de 22% que ‘e muito pouco num universo de 42.200 habitantes mas pensam que ate próximo ano teremos uma solução para água. A ideia ‘e tentar melhorar o número de cobertura e pensamos que ate 1013 no fim do mandato terão melhorado a questão da água”.
Apesar dos avanços por Fernando mencionados, num processo de construção e reabilitação das rodovias onde o peão assim como os automobilistas não sabem onde circular porque a maior parte das vias estão bloqueadas a questão da água um dos cavalos de batalha do seu mandato contínua sendo um problema urgente por resolver.
Tempo de mandato 1 ano e cerca de oito meses a espera do fim do mandato para solucionar a questão da agua de um concurso lançado em 2008 mas que ate aqui não surtiu o efeito desejado para o povo que recorre a agua imprópria para o consumo, muita gente no rio a tirar agua para beber, lavar e tomar banho. Foi o que constatei.
“A nível central em 2008 foi lançado um concurso para uma empresa vir fazer o estudo sobre como seria o abastecimento de água para Alto Molocue. Adiantar que por aquilo que pude ouvir, esperava-se fazer a captação da agua a partir da nascente dos montes Rupi que distam a aproximadamente vinte e cinco quilómetros daqui, mas pelos estudos feitos aquela agua não será suficiente para abastecer a vila, com os estudos a serem feitos poderá se definir de que fonte a agua será captada.
Ate aqui vamos tentando através de furos e poços e temos um pequeno sistema que esta em estado absoleto de onde a agua era directamente retirada do rio o que acarretava muitos custos. Água do rio para banho sim, mas para beber pensa que temos fontes alternativas. Estamos tentando fazer, mas não ‘e o suficiente para fornecer água de qualidade”.
Diferentemente da cidade capital da Zambézia Quelimane onde o índice se assaltos roubos na via publica assim como em residências com recurso a catanas se agudizou diante de uma policia doente, obrigando os munícipes a refugiarem se nas suas casas a partir das 19horas em diante em Molocue respira se a ‘granel’
“Nestes últimos meses partindo do ano passado não tiveram casos graves apesar de ser um corredor que temos aqui a estrada nacional número 1 mas aqui tem a polícia da república de Moçambique (PRM) e, recentemente a camarária desde o dia 24 do mês passado. Avaliando isto que conseguimos fazer neste período de um anão e oito meses significa que o ambiente ‘e salutar”.

No Distrito de Alto Molocue sementeira a espera da chuva



No Distrito de Alto Molocue sementeira a espera da chuva
Texto e fotos: Estacios Valoi
02/12/10
A campanha Agrícola 2010/11 lançada a 16 de Outubro último na provincial da Zambézia encontrasse na fase da lavoura apesar da sementeira estar dependente da chuva.
A falta de um sistema de regadio não só nesta parcela do País, assim como nos outros quadrantes tem sido uma problemática ainda longe de ser solucionada.
Arsénio Candua Director dos Servicos das actividades económicas do Distrito de Alto Molocue reconhece tal facto.
”Neste momento os produtores de Molocue ainda estão envolvidos na lavoura das áreas e segundo a nossa ronda de monitoria dentro do plano de lavrar 94.970, para esta campanha já atingimos mais ou menos 60 mil o que significa 60 % das áreas planificadas. Nesta primeira época as lavouras vão até o mês de Janeiro e, ainda estamos a aguardar as chuvas para iniciar com as sementeiras.
Em termos de de áreas e produção estamos a prever um crescimento de 3,38% comparativamente a época passada, no seu global um crescimento de 7%. Na época passada, alcançamos uma produção efectiva de 2029. 400 Toneladas colhida numa área de 93.460 hectares num Distrito onde a maior concentração dos nossos pólos de produtores e potencialidade estão no posto administrativo de Nawela.
A espera da chuva e novas tecnologias por implementar. Candua prefere mencionar a introdução de novas culturas enquanto a água fica para segundo plano
“Vamos introduzir algumas culturas novas como a de Soja em grande escala. Temos um parceiro que é a Cluser, uma associação que trabalha com outras associações provedoras de serviços agrários que são financiados pela Tecnoserve que recebe fundos da USAID que apostam mais na cultura de Soja, e, nós achamos que esta cultura deve ser a aposta no nosso Distrito porque há condições climáticas favoráveis, mercado e com bom preço garantido.
Nesta primeira fase vamos iniciar com cerca de 600 hectares da cultura de soja. A título experimental também queremos introduzir a cultura de trigo numa área de 10 hectares. Temos os produtores identificados, assim como de um produtor local de semente de trigo, um grande produtor que vai trabalhar connosco numa área ínfima a 10hectares”.
“É correcto, estamos a espera da chuva mas se o sistema de irrigação estivesse operacional neste momento já estaríamos a fazer a sementeira. Digamos que não temos um sistema de irrigação de realce. O nosso Distrito continua a depender das chuvas, um limitante que não pode ser resolvido em pouco tempo. Sabemos que qualquer sistema de irrigação acarreta custos elevados mas temos o de pequena escala como o uso de motobombas e alguns produtores utilizam, contudo para uma cultura centralizada de hortícolas em pequenas áreas”.
Versando sobre as novas tecnologias, Candua mais uma vez conjuntura.
“Tecnologias novas que vão contribuir para o aumento da produção em cerca de 7%, estamos a contar com a Agra parceira directa do Ministério da Agricultura que tem a componente da introdução da semente melhorada e fertilizantes, também através do IFDC um dos provedores que vai implementar a provisão de insumos agrícolas, sobretudo na componente de fertilizantes para aumentar a produtividade. Temos a semente melhorada num leque das melhores o PAN 67, a do milho de Matuba que neste momento já esta na posse dos agricultores e vamos intensificar a acção da atracção animal.
Sabemos que é uma nova tecnologia, ate aqui com um ano de vida introduzida no Distrito na campanha passada, pese embora não tenha tido resultados na abertura de grandes áreas. A maioria dos produtores está praticamente a ver isto pela primeira vez. Houve fraca aderência porque pensam que as áreas onde estão são de declive com uma altitude acima de 500 metros e, os animais não conseguem trabalhar a terra.
Este ano estamos a continuar a treinar as mesmas pessoas do ano passado, isto os produtores para ver qual será o impacto e se de facto a tecnologia pode ou não servir para o distrito e nos próximos anos vamos recomendar”.
Relativamente as vias de escoamento que tem sido o ‘ Calcanhar de Aquiles”, o que da azo a acumulação assim como a deterioração de produtos agrícolas em alguns focos, segundo Candua o sector que dirige tem o apoio de vários parceiros.
“Estamos a trabalhar com vários parceiros que nos estão a apoiar na agregação de valores da produção, isto é, escoamento, mercado justo que ofereça um preço competitivo e deixe os produtores e comerciantes tranquilos. Na campanha passada trabalhamos com o Programa Mundial da Alimentação (PMA), que através de um fundo do AGAPI apoiou alguns produtores. Foram comprar cerca de 200 toneladas de milho e 144 de feijões aos produtores e, por sua vez o PMA absorveu aquela produção toda e o grupo que estava a fazer compras ficou com os seus lucros, depois o dinheiro foi devolvido ao AGAPI. Queremos continuar com esta politica que há muita aderência.
O Preço do milho não tem sido reconfortante para os produtores de cinco seis hectares, não ganham mais do que 60, 70 mil meticais, por isso estamos a introduzir culturas com melhor rendimento e preço como a soja, e, incentivar a produção do feijão que esta ganhando o preço de campanha para campanha.
Em termos de produção real as culturas do distrito em que nós apostamos, até este momento tem sido o feijão manteiga, milho e os restantes feijões. Temos alguma produção de fruta sobretudo a banana e a laranja que em épocas de colheita há muita produção.
Onde é que andam as fabricas de processamento!?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Défice de especialista no Hospital Central de Nampula


Défice de especialista no Hospital Central de Nampula
Texto e fotos: Estacios Valoi
25/11/10
Três Ortopedistas embrulhados nos cerca de quatro milhões de pessoas que a maior unidade sanitária regional (HCN) no nordeste de Moçambique assiste.
Associando a esta problemática salienta se a falta de coordenação entre os Hospitais localizados naquela zona tornando se um outro obstáculo no funcionamento normal do (HCN), o que leva a direcção hospitalar a apelar pelas instituições de direito para colmatar esta situação.
Dr. Anselmo Vilanculos Director clínico do Hospital, agastado com este problema que vem de algum tempo a esta fase na Unidade que dirige onde dão entrada pacientes não só provenientes da Província de Nampula mas também do Niassa, Cabo Delgado e ainda da parte da Zambézia, a partida faz referência a avalanche do número de pacientes.
“ Temos uma avalanche de pessoas e recomendamos as províncias a pautarem por uma coordenação e informação prévia antes de nos enviarem os doentes porque isso possibilita que o Hospital se organize e saiba em que condições o doente chega, meios a usar para poder receber o doente em melhores condições. Temos tido algum sucesso relativamente a Província de Cabo Delgado mas estamos com serias dificuldades de comunicação com a Província do Niassa.
Com Cabo Delgado temos conseguido estabelecer uma comunicação prévia e permanente. Nos deslocamos ao aeroporto para levar os doentes que muitas das vezes chegam num estado crítico transferidos via aérea. A entrada da ambulância até a pista precisa de documentação e se não haver essa coordenação cria constrangimentos. Há casos que chegam sem critérios para transferência que terminam regressando no banco de socorro mas felizmente ate aqui não temos nenhum registo de morte”.
Recebemos mais casos de Neurocirurgia e da Província do Niassa fundamentalmente os de Ortopedia. Cabo Delgado tem lá um especialista moçambicano mas mandam todos os casos para aqui e não temos todas as especialidades, a título de exemplo a de Dermatologia que se encontra inoperacional porque o contrato com a médica terminou e esta teve que regressar ao seu Pais de origem”.
Enquanto isto, com a ausência de um especialista na área no (HCN), os pacientes ficam entregues a sua sorte e nos arranjos pelos quais diariamente as equipes tem que se desdobra para satisfazer a demanda de milhares de enfermos. Vilanculos a espera de uma solução concreta do Ministério da Saúde.
“Temos certas indicações do Ministério que brevemente teremos a especialista de Dermatologia. Seria bom termos especialistas moçambicanos em todas as áreas mas é verdade que os especialistas estrangeiros que temos aqui também estão a dar resposta a qualidade dos serviços. Produzir um especialista leva muito tempo.
Quanto aos recursos humanos há um esforço que esta sendo feito. Em Maputo, Beira estão a formar especialista e em Nampula já começamos na área de Pediatria, Ginoco-obstericia e vamos ver se nos próximos anos aumentamos para a medicina e Ortopedia. O nosso Hospital recebe casos de malária contudo neste último período falaria de muitos casos de trauma.
Há um aumento de casos de traumas derivados de acidentes de viação e violência doméstica, sobretudo agora que estamos a aproximar o fim do ano. Não se regista rotura de stock de medicamentos vitais e felizmente estão dentro do prazo”.
Aos factos não se foge. A corrupção e o mau atendimento são aspectos com que pauta o atendimento por parte de alguns funcionários nas unidades sanitárias em Moçambique e, (HCN) também faz parte deste leque. Vilanculos cautelosamente mas sem citar nome ou nomes dos elementos em causa reconhece tal facto.
“ Há casos em que foram levantados processos disciplinares e outros em averiguação e se confirmar provavelmente a pessoa será afastada do sistema.
Por sua vez o chefe do departamento Ortopédico do Hospital Central de Nampula Henrique de nacionalidade cubana na companhia de um outro proveniente da ex-União Soviética que ia subscrevendo tudo o que o colega dizia, versam sobre a problemática e mais uma vez apelam.
‘”Temos muitos problemas com a falta de pessoal técnico e coordenação com as outras Províncias. Somos tês ortopedistas e é muito difícil dar toda a atenção para cerca de quatro mil pessoas. Os outros Hospitais estão a fazer transferência sem prévia coordenação como exemplo: Cabo Delgado que tem um especialista de ortopedia mas transfere doentes para aqui com patologias que podem perfeitamente ser tratadas na sua província de origem e a mesma coisa acontece com mais de uma.
Temos a obrigação de assistir a todos os doentes da nossa província mas quando se faz a transferência de doentes de outra província sem prévia coordenação é muito complicado porque enche muito as nossas enfermarias onde por dia entram de baixa 21 pessoas e fazemos 12 cirurgias por semana distribuídas nas três salas que temos”.
Dos casos que temos recebido os mais graves são de baixas com fracturas graves de Fémur devido aos acidentes de viação que precisam de muita atenção, transfusão de sangue e aqui em Moçambique há muitos problemas com a disponibilidade de sangue e, o outro maior tem a ver com a falta de equipamento adequado para fazer uma operação mas com os escassos meios disponíveis e maior esforço tratamos de fazer a cirurgia.
Já falamos com a Direcção do Hospital, o Ministério da saúde por varias vezes, mas não tem capacidade de alocar mais ortopedistas porque não tem pessoal técnico para fazer face a esta situação. A nível do mundo a nossa especialidade tem uma característica, é que é muito cara e lembre se que estamos a falar de um pais do terceiro mundo com muitas limitações e as vezes temos que fazer coisas que já não se fazem em outros lugares do mundo”.

Maga Exilado na Ilha de Moçambique



Maga Exilado na Ilha de Moçambique
Texto e fotos: Estacios Valoi
25/11/10
Lembro me do Paulo Magalhães (Maga) lá pelas bandas da Polana de Cimento, ali do outro lado do hospital central na rua da Mokumbura bem engomadinho, camisa de mangas compridas e claro de calcas bem vincadas, cabelo a escovinha. Se era a ferro de carvão ou não, essa foge me da memoria. Na altura ate perguntava -o se estava prestes a enforcar -se! É na Ilha de Moçambique sítio chamada Rubys que se da o reencontro. Mas antes de saber de quem se tratava fui ao museu local ver uma exposição de artes plásticas que estava patente e, muito longe de imaginar que Maga e Paulo são as muitas pessoas numa.
Também não tenho bola de cristal. Depois de ter solicitado o contacto do artistas aos gerentes do ‘ Backpacker’, isto é, o Vasco e Carolina que enquanto vasculhavam o número no celular, por fim disseram, tarde ou cedo o Maga aparece por aqui, o que fez com que me esquecesse daquelas latas que muitas das vezes as nossas companhias de telefonia móvel põem a cantar a mesmo ritmo “ neste momento não é possível estabelecer a ligação que deseja, tente mais tarde”! Lá se despiu a lua do sol e eis que horas mais tarde entra Maga, o pintor desconhecido, conhecido trajado de umas jeans azuis, camiseta branca, sapatilhas, uns quilos mais para o outro lado, pouco avantajado e umas ‘dreadlock’ de cinco anos equiparados ao seu tempo como habitante permanente da primeira capital moçambicana.
Sobre tela o óleo desliza destapando caras, corpos a colorido e por vezes a preto e branco, suaves, reais abstractos, a identidade tradicional contemporânea desembocando no farol da Ilha de Goa.
EV – Lembro me do Paulo Magalhães (Maga) de fato e gravata pelas bandas da Polana em Maputo. A quanto tempo andas exilado na Ilha e esta “mudança”?
M -A cinco anos. Esta mudança, é a vida que foi caminhando para um destino que já estava traçado depois de varias vezes ter passado por aqui onde antes fiquei nove meses e desisti disto. Estava destinado a vir parar aqui e, cá estou.
EV - Quem é o Maga ou Paulo de ontem?
M -Dentro de mim, primeiro não me considero artista plástico mas gosto da arte, desenho, escrevo mas ainda não me apareceu qualquer coisa. Quem sabe um dia. Mas é algo que já trago dentro de mim faço tempo e a Ilha de Moçambique é um sítio ideal para isso.
EV - Porquê a Ilha de Moçambique, cansado da aldeia Maputo?
M -Acho que já não me enquadro lá, não porque cansou do sítio. ‘É onde tenho família, filho. Yaa, mas já não consigo estar a viver naquele sítio, isto é muito mais de mim porque a cidade de Maputo.. Então estas a ver, é por ai.
EV -Já fica meio perdido. Quando é que o Maga aparece e diz vou fazer uma exposição aqui na Ilha?
M -Fiz a primeira. Olha, tenho um espaço que a princípio ainda vai ser um bar onde faço alguns convívios com amigos e foi onde fiz a primeira exposição a cores também em tela e óleo. É algo que sempre esteve na minha cabeça e dizia a mim que o dia em que estiver na ilha também faço uma. Foi se a primeira e agora apareceu esta programada que se enquadra no dia da cidade e convidamos dois artistas locais. ‘É interessante porque praticamente o meu trabalho em termos de traço, arte pintura não tem nada ver com o local e por acaso tinham esculturas do Fefe que eram os barcos e é um bom escultor e pronto. Yaa, surgiu a ideia e fizemos a exposição
EV - Cinco anos na Ilha. Exílio ou Salvação?
M -Nem salvação nem exílio é vida mas só deus sabe ate onde a gente vai. Hoje estamos aqui e por acaso é aqui onde quero estar. Amanha não sei.
EV – Pensas que te encontraste com o Maga, Paulo e outros dentro de ti e que antes estavas a representar um certo personagem?
M -As vezes a gente tem uma coisa que é uma obrigação, e o trabalho as vezes nos obriga a estar em certas condições em não és realmente tu.
EV- É a tal liberdade de que tanto se fala, o direito a escolha?
M -Desde que seja bem feito. Penso que as pessoas tem que ser elas mesmas, agora digo que sou eu mesmo, não há aquele, não há o espelho ao lado, estou a ser eu e sou eu memo.
EV -Este é o encontro do Paulo e o Maga?
M -Ate sinceramente. Maga vem do Magalhães, eu sou Paulo César Correia Pinto de Magalhães e essa família também merece estar numa tela. Estas a ver, ela é muito forte. (risos).
A esteira do alanca cultural e/ou dos fazedores das artes ilhados, pareceram me praticamente ‘ inexistentes’ numa ilha onde levam se décadas para se realizar uma exposição seja disto ou aquilo. Contudo Maga considera deficiente mas que vai se fazendo.
M-Penso que na ilha existem mais artistas e não só estes cinco ou três.
EV - Mas já os pôde ver?
M -Ver não porque esta coisa de criar exposições vou te dizer. Esta é a segunda exposição na ilha de Moçambique faz décadas, não digo que não tenham acontecido mas isto que foi feito e organizado no museu. Há feiras, artistas e, a quem esteja habituado a apresentar em feiras. Mas em Nampula o que tu vês em feiras! No museu em Nampula tens uma exposição mas vais ver que é permanentes e tens pouca gente a fazer pintura e a expor o seu trabalho, mostrar. Organizar uma exposição, muito menos em Nampula e pior aqui.
EV- Base de inspiração e a mensagem?
M- Sabes, eu pinta muito o ‘ NÓS’. Se reparares pinto muito o homem, a mulher, rostos, o que nós somos e para mim, nos expressamos do nosso corpo, cara, quero dizer a nossa expressão seria é essa, estas a ver. Aquilo que estas a olhar é aquilo que é. As minhas mensagens são várias, sou muita paz e amor, harmonia. Estas a ver, sou mesmo muita paz e amor… yaa, expresso muita coisa.
EV - Como é que partilha o teu conhecimento com a turma artística cá da Ilha, isto considerando que a maior parte quase que nunca sai da ilha, isto para além de que os outros quadros que vi expostos trazem a mesquita, fortaleza num traço tradicional de desenho básico ilhado?
M - Vou te dizer. É bom sair da ilha yaa, mas sair e ir pensar. Exemplo os putos estão agora a estudar a 12 classe e é lógico que aqui não temos Universidade e nem condições e, os gajos tem que sair todos para Nampula, esta a ver. Mas era bom que os gajos se formassem em áreas para depois voltarem para aqui e fazer alguma coisa disto porque amanha não estaremos aqui, vai estar o meu filho. Pronto o meu filho é de Maputo mas que o gajo amanha fizesse um curso e viesse para aqui fazer alguma coisa. Quanto aos locais, gostaria que eles também fizessem isso mas é normal que eles também tenham necessidade de ir conhecer outras coisas, cidades.
Pintei a ilha mas num traço totalmente diferente. Vais ver a ilha em preto e branco, tens uma tela em que tens uma mulher mas é a mulher daqui Macua, a do Farol, estas a perceber. O Farol é uma ilha do outro lado que nós temos, chama se o Farol da Ilha de Goa. Então a mulher que esta na praia, na ilha de Goa é mulher Macua.
Mas para um jovem que esta aqui esta interpretação é difícil. Alguns querem aprender a pintar mas digo sinceramente o problema não é aprender a pintar. Aprender a pintar pintas qualquer coisa o problema é te expressares de maneira que as pessoas entendam aquilo que estas a pintar. Aqui temos vários artistas que fazem o seu trabalho monótono diário e que tem falta de criatividade. O incentivo esta ai, estou a dar, esta lá. A explicação! Alguns sabem ler, mas o conceito daquilo que aquela arte, a pintura representa é muito difícil para um jovem daqui da Ilha porque eles ainda têm muito que aprender. Estão a aprender e estão a ter resultados.
Esta nova geração não acredito que apanhe, mas as próximas consoante o trabalho que estamos a fazer, eu e certas pessoas acredito que sim.
EV – Maga ilhado que analise faz da tua estadia nestes cinco anos aqui na ilha?
M- Fixe.Pora, nem imaginas. Não tem comparação há muita coisa a acontecer e a aparecer para os dois lados. Não se pode dizer só para o bem da comunidade mas como se diz, com o desenvolvimento também aparece o ladrão, a falta de água só aparece depois do ladrão que corta tudo.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Périplo pela Ilha Moçambique



Périplo pela Ilha Moçambique
Água um dos problemas mais graves
Texto: Estacios Valoi
Fotos: Cortesia Miriameckert
A ilha de Moçambique situada na região Nordeste do Pais a escassos quilómetros da Cidade de Nampula considerada pela Unesco património mundial actualmente com cerca de 48 mil habitantes enfrenta problemas graves de falta de água.
Milhares de pessoas são obrigadas a percorrer longas distancias a pé e por vezes a reboque de viaturas privadas ou da administração partindo da zona insular carregadas te tanques, tambores vazios atravessando a ponte ainda em reconstrução ao continente na busca deste precioso liquido.
O problema que remonta desde anos longínquos isto porque a conduta concebida ainda na fase colonial encontra se num estagio decadente e incapacitada para o abastecimento da agua. A conduta anteriormente construída para cerca de oito a dez mil habitantes outrora habitantes da Ilha, actualmente esta alberga quase o quíntuplo da população.
Segundo António Saules administrador desta parcela circundada de água por todos os lados de entre outros problemas que enferma a ilha o mais grave tem a ver com a falta de fornecimento da água.
‘”Como problema grave temos a falta de água desde o mês de Setembro último a esta fase do ano que vamos buscar no continente de carros carregados de tambores. A própria conduta fora concebida só para a zona insular, esta furada e também serve para toda a população no continente onde hoje temos muita gente no continente. A água não tem a possibilidade de passar para cá. A nossa empresa de águas aqui por si só é incapaz de solucionar um problema desta dimensão. No próximo ano vai se organizar todo o trabalho a partir da tubagem de captação no continente na zona de Ampapa, esta agua que sai do Rio Monapo a cerca de 35 quilómetros daqui.
Tivemos uma reunião com o conselho municipal local e disponibilizamos viaturas que tiram agua para alguma população, já falamos com o conselho municipal de Nacala para nos emprestar alguns depósitos e a partir de segunda-feira o município vai se encarregar de transportar e distribuir a água a população. Temos poços e furos mas têm água salubre”
Em contacto com o director da empresa Agua da Ilha André Canimal, este reconheceu a incapacidade da instituição que dirige na solução desta problemática apelando pelo departamento de Obras Publicas e Habitação assim como outras de direito.
“Quando começamos a ver a insuficiência da água sobretudo a partir de meados de Setembro deste ano, fomos identificar o problema e detectamos que a conduta tutora desde que foi semeada houve problemas de falta de válvulas de descarga para poder limpar a lama no seu interior a qual não permite que a água passe em boas condições e esta a criar problemas graves. A conduta montada remonta desde o período colonial e houve uma reabilitação parcial em 1993 e findou em 1994.
A conduta foi muito explorada portanto é preciso uma nova e o consumo aumentou porque o numero de habitantes neste momento no distrito é superior em relação ao que estava previsto quando se desenhou e montou se este projecto. Na altura falava se de 8 a 10 mil habitantes e hoje o distrito fala de 48 mil, automaticamente a conduta não esta a altura de fazer face a esta demanda.
A nível do governo este previsto um projecto que contempla uma conduta tutora nova a ser colocada em paralelo a esta actual e também vão retocar a já existente nos sítios mais críticos e vai melhorar significativamente em termos de abastecimento de água, pelo menos há essas garantias. Neste momento como acção de emergência, colocamos o problema ao governo, conselho municipal a direcção de tutela, Direcção Nacional de Aguas e Obras publicas que já conhecem a situação.
É caso para questionar onde esteve o governo da Frelimo todos estes anos enquanto a conduta ia se degradando! Mas não só destes problemas sobrevive a Ilha, o fantasma dos 7 bilhões da administração Guebuziana, deste lado vai para as áreas da pesca, turismo e a agricultura como prioritárias e com falta de fiscalização. Para o jornalista do Centro multimédia de Moçambique na Ilha (Rádio Comunitária) Jamal Imussa em contacto com a nossa reportagem, a situação é mais grave.
De cinco meses para cá a ilha vive problemas de água e a tecla é sempre a mesma, avarias e cortes constantes de energia que danificam o sistema eléctrico de bombas e com repercussões drásticas para a saúde pública onde as soluções são de curto prazo. No hospital diariamente entram entre quatro a cinco doentes que baixam com problemas intestinais ou diarreias. Felizmente todavia não provocaram óbitos porque a direcção da saúde tem sido muito eficiente mas, o ponto mais alto verificou se no ano passado em que a própria direcção da saúde comparticipava na contribuição do cloro para os tanques da empresa de Aguas e, hoje o que vem agudizar a situação assenta na pouca quantidade de cloro que a saúde tem recebido para serviços internos do hospital e já não da para doar. Não sabemos para onde vamos.
Pesca
De acordo com o Administrador local António Saules, os sete bilhões vão mais para os sectores da agricultura, pesca e comercio como áreas prioritárias.
“Estamos a criar condições para a instalação de um mercado de trânsito do outro lado da ponte onde todo o pescado vai ficar e acho que ai estará um pouco livres. Na pesca não atingimos o desejado porque ainda temos as pessoas que utilizam redes mosquiteiras e para reverter esta situação estamos a substituir essas com as de malha”.
Temos uma máquina de processamento de pescado mas o escoamento é feito de forma desorganizada porque a maior parte das pessoas tiram o produto marinho em camiões ou metem na chapa de noite para a cidade de Nampula, Namapa e no meio não se consegue controlar e outros fogem ao fisco. Estamos a espera do acabamento das 2 pontes. Neste momento a circulação é feita de forma desregrada e ali na ponte não é fácil colocar alguém a controlar o pessoal que passa de carros”
Baseando me na ineficiência da administração quanto a fiscalização da saída do produto pesqueiro da Ilha uma das principais fontes de receita, leva me a cogitar que quando os camiões atravessam a ponte tornam se invisíveis. Será que mais alguém se beneficia do dinheiro da tamanha invisibilidade?
Mas segundo Sales nem tudo nem tudo vai mal “A Ilha esta a desenvolver embora tenhamos alguns problemas como é o caso da recuperação de ruínas, aumento de sanitários públicos. A Unesco tem muita coisa por fazer estando neste memento na reabilitação da fortaleza e apercebe se que algumas ruínas são privadas e como tal os proprietários é que devem fazer a sua recuperação mas obedecendo o sistema arquitectónico da ilha. Este processo exige muitos custos, desde a areia que tem que se ir buscar no continente a semelhança dos Correios, TDM que eram runas e não tinham quase nada e hoje estão reabilitados”.
Turismo
Este ano fica um pouco fraco porque não aparecem muitos turistas como antes. O turista sempre aparece mas com a construção da ponte e aqueles tambores sobre esta impossibilitando a circulação normal, muitos vem uma vez e não voltam. São obrigados a mudar de carro no continente e pedem a alguém para que lhe deixe no insular e isto não ajuda. Mas talvez devidas as nossas pontes que ainda não estão concluídas, a de cais e a outra que serão entregues ate Marco do próximo ano.
A nossa reportagem também constatou que outro aspecto que também afugenta o turista recai nos constantes roubos que se verificam na paragem do vulgo chapa em frente a padaria Nampula, ponto de partida para a ilha, por conseguinte o mesmo sítio onde também roubaram a minha Canon D 450 quando em trabalho me dirigia a ilha e que segundo a policia o larápio vendeu-a a 1500 meticais!
Em contacto com um dos guias turístico e artesão local de nome artístico Robson natural e que cresceu na ilha, que falou nos com conhecimento de causa disse que o turista vai mais a Ilha no mês de Agosto época de férias pela Europa com intuito de relaxar em África e, principalmente na ilha de Moçambique entram em quantidade, contudo menos turistas moçambicanos.
O Administrador Saules tenta galvanizar a Ilha ‘”Estamos no inicio da construção de dois Hospitais, um rural no continente sitio de maior aglomeração populacional e o outro aqui no insular com dez camas faltando apenas um estudo ambiental. Antes pensamos que devia se reabilitar o Hospital que existe mas, fomos ver que não porque é como construir quatro hospitais novos para 48 mil habitantes. Temos a rádio comunitária e não há interferência. A rádio é do povo e não do administrador.
Referir que o colega da Rádio comunitária, o Jornalista Jamal Imussa com um processo orquestrado em tribunal diz durante as campanhas eleitorais sempre existe uma grande agitação e o mínimo erro que surge dizem este não é nosso. “Sofremos pelo lado da Frelimo e da Renamo. Fui parar ao tribunal onde tenho um processo na procuradoria provincial por falta de provas; um indivíduo tanzaniano que tem dinheiro, dono de uma empresa de transportes a City BoY a maior aqui, lançou uma criança dos seus 16 anos de idade murro abaixo com uma altura de cinco metros e fomos ver a criança, isto é, aprofundar o caso e veio a polícia contra nós. Perguntamos porque é que o moçambicano sofre no seu Pais. Não queremos ser assediados”