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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

George Benson conta as peripécias da sua vida


George Benson conta as peripécias da sua vida

Texto: Estacios Valoi
Fotos: Cortesia George Benson
29/09/10

Sobrevivi na contra mão. Desde os EUA, Europa e pela Asia, foram oito meses a fio a espera da entrevista com o George Benson, tudo devido a uma daquelas perguntas como quando em sonho fiz a Nina Simone aquando do nosso encontro num dos bares Memphis antes e depois da sua actuação. Então viraste a garrafa toda de Whisky ate a última gota, bem exprimida ou também andas em outras? Foi tudo naquela noite em que o álcool fazia milagres, cambaleando quase que o microfone se perdia na margem do rio Mississípi e ela disse me ‘ sou a rainha’ (Im the Queen).

Desta já na realidade George Benson ‘mandou’ me ver se ele estava na esquina. Claro que não, porque na altura, isto entre Março e Abril o mestre cruzava os céus com destino ao Cape Town Internacional Jazz festival. A fio fui viajando com Benson pela sua recente tournée pela Europa e agora que voz escrevo pela Ásia. Depois da pergunta furacão que fiz disse o que também era homem de deus e susceptível a cometer ‘erros’. Benson é ‘virado’ a religião, tradicionalista, quiçá conservador. Lá se foram os meses, e veio ‘musica a ultima verdadeira voz do espírito humano’

Nascido em Pittsburgh nos Estados Unidos da América faz a sua primeira aparição nos anos oitenta cantando, dançando e tocando Ukelele. Com 21 anos trabalhou com músicos como o organista Jack Mcduff, Herbie Hancock e Wes Montgommery afirmando-se num guitarrista de jazz de reputação.
Mas é em 1964 que faz a produção do seu primeiro álbum como líder e no fim dos anos 60 uni esforços com o produtor Creer Taylor além o horizonte. Naquela fase, bem notório como jazzista instrumental, as evidências dos seus gostos pelo R&B, pop e rock não ficaram a margem. É nos finais dos anos 70 e prelúdio dos 80 que as suas gravações ganham a base vocal explorando com maior ênfase o R&B/Pop em contínua mistura e, nestas inclui-se o álbum ‘Greatest Love of All’, On Broadway’, Give Me The Night, Turn your Love Around’

Sob liderança de Tommy Li Puma, já no final dos anos 80 e 90 retorna a linha do standard jazz clássico e acústico para a GRP. Em Nova Yorque colaborou com Djs e, produtores como Little Louis Vega e Kenny "Dope" Gonzalez, Aka como mestre de cerimónia no mais aclamado projecto ‘ Nuyorican. Sua gloriosa contribuição ‘ You Can Do It (Baby) tornou se numa batida dançante de arrepiar.

Ao longo da sua carreira Benson sempre dormiu sobre a vertente jazzistica virando para o jazz vocal contemporâneo e R&B/Pop. Nos diferentes géneros é um dos artistas que teve maior crítica e sucesso comercial e a sua ritmissidade electrificante faz dele um dos mais respeitados músicos dos últimos 30

EV - Quem é George Benson, o homem por de trás do músico?

GB -Primeiro fui um entertainer, como criança cantei, dancei e toquei Ukelele em clubes nocturnos. Durante o meu percurso tive a oportunidade de actuar com músicos de jazz de renome ‘Gatos’ do planeta mas a fama ou isto não me fez perder a cabeça, o prazer de actuar para pessoas comuns, este intercâmbio permanente. Isto é o que eu realmente sou.

O Jack fez me ver muita coisa, muitas das tonalidades do jazz. O lado intelectual veio mais tarde do Charlie Parker e tornou se num conhecedor de som. ‘ Gosto mais quando as pessoas rodopiam ao extremo da loucura “
EV- 2010 Internacional Cape Town Jazz Festival a teve uma audiência astronómica que rebentava pelas costuras. Que foi para ti fazeres parte daquele evento?

GB - Depois de ter actuado no primeiro concerto inter-racial nos anos 80 em Cape Town, hoje foi fantástico ver que ao longo deste processo a África do Sul tinha alcançado o estágio de convivência da relação racial. Mais, foi gratificante constatar o amor e o gosto pela música jazz da comunidade.

EV -Que foi para si partilhar o palco com todos aqueles músicos que eram cerca de 100?

Actualmente o jazz é feito de diferentes formas. De várias maneiras isto envolveu as pessoas dos diferentes estratos sociais de formas diferentes. O resultado disto é a nova geração de músicos e amantes do jazz que dão vida a esta nova comunidade. A variedade das linhas jazzisticas em Cape Town foi maravilhosa. Muitos dos músicos que naquele dia tocaram são meus amigos pessoais que actualmente mantêm o jazz vivo.
EV -Em termos de inspiração, a sua carreira musical tem o lado da perscrutação ‘ chereitar’ daquilo que as pessoas gostam de ouvir e o que ele adora tocar.

GB - os álbuns “On Broadway” e “Give Me The Night,” baralharam alguns dos meus fans de longa data, por carregar esta nova vertente pop que é sucesso. Penso que foi o maior erro que alguma vez cometi desde que os fans do jazz vão surgindo.
Nem sempre gostam de ver te actuar para o público geral, comum, querem ser direccionados. Mas tentei aproximar me e não funcionou. Ninguém permanece 30 anos no mesmo rumo, sempre tentei deixar que a minha experiencia viesse ao de cima. Tu aprendes, tu mudas. A porta abriu se e através dela caminhei

Com nove prémios awards Benson ainda gira em torno do seu álbum ‘ Breezin’, galardoado como a melhor actuação instrumental pop em 1976 e o mais recente ‘ irreplaceable’. Actualmente com mais de 30 álbuns, como líder produziu o seu primeiro álbum em 1964. Mas foi em 1976 que arrecada o disco de platina com ‘ Breezin’.Contudo não deixa ilhado um dos seus mais recentes trabalhos ‘ Irreplaceable’ que segundo George foi como trazer algo inédito para o público, dar lhes algo que não esperavam e diz mais.

‘ Foi exactamente como em 1976 quando gravei Breezin e todos estavam a espera de um instrumental em 8.000 notas por segundo como no passado’.

EV - Qual o teu álbum favorito e porque?
GB - Charlie Parker com as cordas (‘Charlie Parker With Strings’), este foi um álbum clássico de muitas inovações da sua época e contínua entre os melhores do jazz alguma vez gravados, isto se não for o melhor.
EV-Antes de subires ao palco algum ritual em especial?
GB - Não tem ritual
EV - Como é que descreve o electrificante tributo por você prestado a Nat King Cole com o tema “Mona Lisa”?
GB - Sinto me como se tivesse substituído o Nat King Cole que não pode estar lá em Cape Town naquela ocasião e é de facto uma honra.
Em cima do palco balançando a sua guitarra que te vem em mente?
Não porque seja contra ouvir a música ‘ pimba ou fanfarronadas’, mas gosto que as minhas sejam sonantes e não apenas os ruídos das gravações. Algumas das faixas de apoio que nos usamos são boas. Quanto ao som, estas deram me algumas mordidelas de modo a balançar a minha guitarra ao encontro de linhas reais. Ao longo do percurso tive que quebrar algumas regras, existia uma lei não escrita, invisível: seja legal, calmo e não vulgar.

Uma vez que a audiência sabe que a respeito então deixam me ser aquilo que eu quero.
Mas o jazz sempre veio carregado de musicalidade e a forma mais simples de envolver as pessoas é telas a baterem levemente o chão com os pés. Quando batem um pouco seguem o teu caminho. Então é quando posso flutuar com qualquer linha do jazz musica adentro. Espero e acredito que sempre será assim.
Sobrevivi na contra mão. Fico de olho aberto a espera de notícias sobre o teu périplo pela Ásia.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Porto de Quelimane encalhado



Porto de Quelimane encalhado
Texto e fotos: Estacios Valoi
23/09/10
Porto de Quelimane depois da reabilitação terminada em 2007 e 2008 avaliada em cerca de 14 milhões de dólares financiados pela cooperação alemã (KFW) uma cooperação em parceria com o governo moçambicano que entrou com a sua contra parte como dividas, actualmente concessionado a empresa Cornelder mensalmente apenas recebe 2 navios de cabotagem.
Com capacidade de gestão e manuseamento de cargas acima de 650 toneladas ano, o que segundo o Director Provincial dos Transportes e Comunicação da Zambézia, Alberto Nanharas significa uma média mensal de 150 mil toneladas e um valor líquido de receita bruta em 3.000.000meticais, este faz a gestão de carga a granel, em contentores, frigoríficos, líquidas e outras.
“Esta movimentação de certa maneira ajuda nos a absorver quase toda carga da zona centro da Zambézia ao Sul e a parte do Malawi de Limbe, Blantaire e Lilosa que são os grandes focos que se verificam; andávamos na altura com uma rotação mensal de dois navios mas agora aumentamos para quatro mês, mas o real desejado talvez fosse o dobro para satisfazer as capacidades instaladas no porto.
Depois desta reabilitação tivemos algum fluxo de navios de cabotagem, basicamente o porto de Quelimane recebe navios de carga baldeados nos portos e, aqui é manuseada para os portos secundários de cabotagem. Neste momento os grandes clientes são a Manica (AMI) que tem o seu consórcio, e o ‘ Spendfreiter ‘, um armador baseado nas Comores e Madagáscar que frequentemente escala o porto de Quelimane.
O fluxo de navios no porto de Quelimane é de quatro mês, uma redução significante comparativamente ao período que antecede a reabilitação em que este recebia acima de 6 navios mês. Caso para questionar para que serviu a tal reabilitação!
Enquanto o metical e as ‘ verdinhas’ passam para o porto de Nacala, Nanharas navega com o dedo acusador. “Antes havia esse fluxo de navios porque a Navique exercia a cabotagem com maior rotação e tinha como preferência os portos de Quelimane e Pemba. Quelimane devido a sua localização geográfica muito próximo para Madagáscar, Comores e Seicheles e essas empresas ainda existe mas já não tem navios.
Apenas temos o tal Spendfreiter baseado nas Comores e Madagáscar e um outro navio de cabotagem a operar nas águas territoriais moçambicanas, por isso agora redobramos para quatro. Praticamente estamos sem navios.”
‘” Tem duas vertentes preferenciais. Dissemos ao porto para fazer um pouco de marketing e a outra tem a ver com a opção de alguns clientes, tendo em conta que o porto de Nacala esta numa rota mais próxima da zona Norte de África, de Zanzibar Cairo e Mombaça que é quase o grande centro comercial de cargas marítimas da África, então acham que como em Nacala há maior rotação de navios internacionais significa que colocando o seu produto, em pouco tempo será exportado.
Enquanto o director vai vendo navios alguns transportadores contactados pela nossa reportagem, foram unânimes quanto a inviabilidade do porto de Quelimane.
“ O custo do porto são iguais, são semelhantes não é, o grande problema são os fretes, a partir do porto de Quelimane o frete é extremamente elevado porque não tendo linhas directas quer para a Ásia quer para a Europa, os navios são de pequeno calabro, há problemas de drenagem, aqui tem que entrar navios de pequeno calabro então o ‘trishipment’ ou transbordo de mercadoria que sai de Quelimane tem que ser feito em Durban ou em Mussumuri nas Comores.
Encarece demasiado de transporte e muitos operadores que preferem utilizar o porto de Nacala que tem linhas directas, grandes navios. Exemplo exportar do porto de Quelimane um contentor de 20 pés para a Europa o custo do frete são cerca de 2000 mil dólares e via Nacala cerca de 900 dólares. Os principais exportadores de Quelimane operam na madeira e vão a Nacala suportando a via rodoviária porque há sempre um retorno de lá para cá em Quelimane com outros produtos, como no caso do cimento e outros produtos alimentares, portanto o custo de retorno é baixo e vem compensa o custo do frete.
Enquanto o porto para e o director vai a pesca ou pelos navios pesqueiros para justificar os tais 4 ou nove navios assim como e o encalhamento do porto opta por esta prorrogativa. “ Não é bem assim mas pelo contrário. Esta foi uma das questões levantadas pelos operadores da Zambézia que o porto de Quelimane era o mais caro, portanto este ainda não reajustou as suas taxas, contínua com as mesmas que eram usadas pelos caminhos-de-ferro, em alguns casos ate reduziram. Significa que a oferta do porto de Quelimane esta acima de qualquer porto.
Portanto há uma coisa de relacionamento entre taxas portuárias e taxas de transporte marítimo mas são duas coisas diferentes mas nenhuma destas mina a aderência ao porto. O grande problema é que nós não temos navios de cabotagem”.
“Agora esta a aparecer uma outra empresa com um navio apenas a fazer cabotagem. Penso que esta a reduzir, estou a falar de uma média de quatro em alguns casos chega a nove. Exemplo no mês de Setembro o porto teve cerca de nove navios incluindo pesqueiros, dizer com franqueza que em Moçambique ainda temos uma empresa de cabotagem que entrou agora.
Estamos a solicitar que a antiga Navique reactive suas forcas porque cargas de retorno têm muitas. Em 2008 a ‘Spenfri’ queria 92 contentores de retorno e nos garantimos inclusive fizemos uma negociação com o Malawi-Blantire e Lilosa no transporte do açúcar, tabaco e em retorno parte de fertilizantes manuseado pelo porto de Quelimane. Significa que ali a demanda subiu e a dias tivemos cerca de 200 contentores para serem movimentados para o Malawi.
Em termos agrícolas a Zambézia produz qualquer coisa como 3 tonelada ano e a tramitação dos processos é feita aqui no porto de Quelimane”.
Alberto Nanharas reconhece que com a capacidade do equipamento moderno instalado no ‘ seu ‘ porto apesar de ser secundário iguala se a um principal. Contudo os transportadores têm que esperar 15 dias para verem a sua carga cruzar águas além ao seu destino.
“ Bom. Encalhado não esta, as vezes não cumprimos com as metas devido ao número reduzido de navios que escalam o porto que pode receber os e cabotagem em simultâneo com 100 metros de cumprimento médio e com um cais para atracar 2 navios, um guindaste que manuseia acima de 80 toneladas, na altura usava se a pá do próprio navio e os Bobocados um que tira os contentores de 40 toneladas e o outro de 20, esses 3 equipamentos são importantes para o manuseamento é como se fosse o standard de um porto principal.
Anualmente temos 650 mil toneladas o que significa 96.9%, abaixo dos 100%. Os preços constantes de 2006 eram cerca de 5.000.000 milhões de meticais semestrais. O porto de Quelimane não è o mais caro, tem taxas do mercado aplicáveis e talvez as mais baratas que existem tendo em conta que não se podem comparar as taxas de um porto secundário e um porto principal”.
“Nos temos a madeira que nos termos da lei florestal transporta se duas vertentes, a cerrada que vem em pranchas e em toros. Bom. No meu ponto de vista depende de cada explorador, alguns acham que como o navio de cabotagem na vai entrar no porto de Quelimane nos próximos dez dias e vai ter mais custos, prefere rolar um camião ou quatro para por em Nacala e no dia seguinte o navio exporta a madeira.
Ele corre exactamente porque podia colocar no porto de Quelimane e ficar 15 dias a espera e em Nacala 2 ou 3 dias. Mas para mim o custo do transporte rodoviário è mais caro relativamente ao marítimo.
Nanharas na sua retórica contradiz-se e fica encalhado com o porto
“E nosso desejo ter mais barcos de cabotagem”.

Governo espanhol celebrou o dia do cooperante


Governo espanhol celebrou o dia do cooperante
Texto e fotos : Estacio Valoi
23/09/10

A Espanha mantém relações diplomáticas com Moçambique desde 1997 onde em mais tarde já em 1999 entra para a vertente da cooperação nas áreas da saúde, educação, governação, do género e da justiça.
No ano 2000 notabiliza-se com a sua intervenção nas cheias que se registaram em Moçambique. Do Pais de ‘nuestros hermanos ‘ actualmente encontram se em Moçambique 76 cooperantes distribuídos pelas Províncias de Maputo e Gaza com 56, 20 em Cabo Delgado e 20 ONG’s espalhadas pelos diversos pontos.
Segundo a Coordenadora geral da Cooperação espanhola para Moçambique pela agencia do Ministério dos Assuntos espanhóis para o exterior Violeta Domingues, as celebrações do dia 8 de Setembro que vem se realizando durante estes 30 anos tem como finalidade valorizar e homenagear a todos os profissionais espanhóis pelo seu contributo na melhoria da vida dos mais desfavorecidos.
Partindo do pressuposto de que alguns cooperantes chegam a comunidade e implementam seus projectos sem uma previa consulta aos comunas relativamente aos anseios e a questão da comunicação entre as partes por vezes deficiente. Qual é o nível de interacção entre as comunidades e os espanhóis
É uma questão pertinente. Nós seleccionamos bem as pessoas, os cooperantes que estão a trabalhar conhecem muito bem a realidade e que tem um aspecto importante. Primeiro ter em conta todos os valores culturais sociais e um diálogo e coordenação mútua continua em ambas as direcções mas também apreender muito nos lugares onde exercem as suas actividades e isto é a coisa mais importante para que se faca bom trabalho e não tentar impor ou tentar trazer receitas maravilhosas mágicas mas aprender consoante as necessidades locais.
Temos moçambicanos muito bem formado o que facilita as nossas actividades de forma a conhecer a realidade local e não trazer projectos bons do mundo imaginável quando do outro lado não se tem estas pessoas que nos ajudam a conhecer os problemas existentes, o local onde vamos implementar os projectos que a população e governo nos solicitam e recomendam.
Quando finda o fase contratual dos técnicos espanhóis e voam a Espanha quem é que da prosseguimento a esses projectos?
Esta é a ideia, formar o pessoal local. Isto é o óptimo e é o que tratamos de fazer, porque não teria sentido nenhum estar e ter aqui uma ONG ou a própria cooperação bilateral por muitos anos e mais tarde partirmos sem deixar nada. Então a transferência do ‘ know how’, a sustentabilidade dos projectos é uma grande preocupação e os nossos esforços estão focalizados na formação do pessoal do Pais.

Que actividades estão a ser preparadas para este dia do cooperante espanhol em Moçambique?
Primeiro gostaria que a população moçambicana nos bairros, aldeia onde estamos a trabalhar pudesse conhecer os nossos projectos de perto, saber o que a Espanha esta a fazer em prol do seu Pais. Nesta linha teremos uma exposição fotográfica em Maputo, Cabo Delgado. São fotografias que nos levam e nos aproximam das diferentes províncias em Moçambique no contexto das actividades que as ONG’s espanholas tem vindo a implementar assim como realizaremos algumas palestras com temas importantes como dar a conhecer mais os objectivos do Millenium e temos a exibição de documentários específicos sobre o trabalho da cooperação espanhola em Moçambique.
De 1989 ate a esta fase que balanço desta cooperação?
São 30 anos de cooperação e o balanço é muito positivo, estamos satisfeitos não só pelas acções que temos vindo a implementar mas também pelos resultados que foram para atingir os objectivos do milénio.
Segundo a UNICEF em Moçambique morrem cerca de 36 mil crianças com idade inferior a 5 anos devido a malária, problema este assumido pelo governo moçambicano como inimigo público n 1.
No vosso quadro de cooperação a vertente da saúde é uma das principais componentes s. Que projectos vem sendo implementados?
Temos o centro de investigação de doenças tropicais, HIV/sida e outras enfermidades na Manhica em Maputo onde actualmente vem se registando progressos significativos a escala mundial no que concerne a malária. E um projecto exaustivo onde diferentes profissionais moçambicanos e espanhóis depois de muitas pesquisas estão a fazer os seus últimos esforços com a finalidade de obter aquilo que será o resultado final. A vacina contra a malária.
São milhões de euros investidos no combate a Malária assim como no financiamento directo do Ministério da Saúde em Moçambique (MISAU), contudo os índices de mortes disparam vertiginosamente.
O que é que não foi feito para minimizar esta problemática?
Acho que é uma questão de tempo, como qualquer investigação leva o seu tempo para atingir resultados definitivos. Mas também acho que há resultados expressivos, é verdade que o aspecto da sensibilização da população é importante como forma de prevenir e reduzir a doença. Refiro me ao uso da rede mosquiteira ate que tenhamos a vacina.
A Espanha em um dos Pais que faz parte dos (G19) no apoio aos mais ‘desfavorecidos’. Ainda na questão da saúde e este índice elevado de mortes, não estará se a registar o culto do anormal que se torna normal?
Não sou especialista na malária, mas como doador penso que todos temos que estar envolvidos desde o princípio na sensibilização, desde o próprio governo, doador e a sociedade civil. É verdade que muito esforço dos organismos internacionais como a UNICEF e também com os fundos espanhóis ajuda a levar a sensibilização ate aos lugares mais recônditos do Pais.
Redes mosquiteiras usadas para a pesca e/ou porque o MISAU em vez de as comprar e distribui-las de forma equitativa opta por poupar os fundos por vocês doados em prol de outras causas assim como distribuir medicamentos fora do prazo.
Será que estes fundos por vocês doados são de facto canalizados para a malária e outras doenças ou também servem para enriquecer algumas pessoas do governo e que mecanismos de controlo vocês tem?
Nestes aspectos nos temos muitas e boas experiencias. Trabalhamos na saúde e também na cooperação directa com as ONG’s que são mais de 30 a trabalhar na questão da saúde em Moçambique em todo o Pais. Essas ONG’s trabalham em conexão com os centros de saúde com médicos e o governo e, estão a velar para que os medicamentos cheguem a tempo e horas a população, aos lugares onde são precisos.
De acordo com o boletim informativo numero 69 de Abril-Junho da AEACID em Moçambique (Espanha) recentemente foi aprovado um orçamento anual de cerca de 317 milhões de euros da cooperação Espanhola (G19) para 2011 no apoio ao orçamento do estado moçambicano nas áreas da Saude, Educação, Justiça onde sendo 115 para o orçamento geral do estado, pouco mais de 202 para o Apoio Programatico Social (PAP’s. ate aqui confirmados 8 milhoes para o orçamento geral do estado 2 milhoes para o fundo de apoio sectorial da Educacao e 3 milhões para a saúde (Prosaude)
Contudo a Violeta Domingues diz que o valor mais alto não vai para o orçamento geral do estado moçambicano. E que tem cerca de 50 milhões de euros anuais da cooperação espanhola que serão divididos havendo que distinguir porque deste montante incluem se todas as ONG’s, governos regionais da Espanha para os organismos internacionais, projectos do escritório da cooperação e também e pressuposto apoio geral do governo. E são 7 milhões para este apoio pressuposta rio.
Peso económico-social. Conflito doadores governo.
A questão dos medicamentos distribuídos fora do prazo, a bola de neve na redução do apoio externo a Moçambique por não ter alcançado os objectivos do Millenium. Que comentário?
Reconhecemos a necessidade de incrementar o nosso apoio as instituições moçambicanas, desde que justifiquem os resultados obtidos e a Espanha continua e continuara a apoiar o orçamento geral do estado sempre com o pressuposto de atingir resultados mas também limar estas lacunas e fortalecer as instituições.
Esta cooperação e para o ‘bem-estar’ do povo moçambicano ou a tentativa de manter uma hegemonia dos doares na corrida pelos recursos existente no pais num ‘braço de ferro’ com governo?
Falo pela Espanha e não pelos outros doadores. A Espanha esta aqui para atingir um objectivo que é a luta contra a pobreza e tudo quanto estiver ao nosso alcance para combater este fenómeno vamos implementar as nossas actividades mas sempre respeitando a soberania do estado Moçambicano e tendo de perto a sociedade civil, fortalecendo-a para que possa fazer uma demanda segundo os anseios da sociedade. Estes são os objectivos da cooperação espanhola.
A Espanha esta aqui a trinta anos a cooperar, não é uma relação de hoje e continua estando na linha de colaboração com pilares bem integrados, mas é, sabido que o mundo em geral a Europa a Espanha em particular temos os nossos problemas económicos mas o nosso objectivo é manter as nossas linhas de cooperação actuais.
DEMOCRACIA EM MOCAMBIQUE
Relativamente este indício de uma hipótese ou probabilidade da alteração da constituição para acomodar o ‘o pataconcio, patos e patinhos’, provável recandidatura do presidente da república Armando Emílio Guebuza a um novo mandato apesar de ter afirmado que não ira concorrer no próximo pleito eleitoral. Para vocês que advogam tanto o nome democracia não será isto um obstáculo para a construção da tal democracia que se pretende em Moçambique?
Não posso responder a esta pergunta porque sou apenas uma técnica da cooperação, mas posso dizer quer tudo que for para fortalecer a democracia e o combate a pobreza em Moçambique vamos apoiar.
CULTURA
Nos últimos tempos a Espanha decidiu incrementar a suas actividades no âmbito do desenvolvimento cultural em Moçambique. Ate que ponto esta relação é recíproca e benéfica e estará só virada para a província de Maputo ou projectam se outros quadrantes do Pais?
Com este projecto cultural pretende se que nos próximos anos venha a ser multissectorial a semelhança das área saúde, educação. Também na governação inicia se um sector prioritário não somente na promoção da cultura moçambicana na Espanha mas também dentro de Moçambique para que os povos, a população nos bairros tenha acesso a cultura. Como parte disto estamos a promover muitas actividades culturais nos bairros, na cidade de cimento e também a reforçar o Ministério da Cultura com assistência técnica e temos em curso a reabilitação do património arquitectónico na Ilha do Ibo e vamos continuar nestas linhas.
Qual seria a sua opinião sobre a questão do género e da justiça em Moçambique com processos mal parados como no caso do assassinato de Siba Siba Macuacua, Carlos Cardoso os recentes índices de criminalidade que vem se registando?
Reconhecemos que a questão da justiça é muita ampla e há muitos pontos diferentes por onde colaborar. Neste momento a cooperação esta a colaborar com o tribunal supremo na assistência técnica, formação e aperfeiçoamento do corpo e de todos os técnicos num intercâmbio de profissionais espanhóis e moçambicanos e nos próximos anos tencionamos abranger outras áreas da justiça.
Quanto a questão do género em todos os nossos projectos, sectores sempre tratamos esta problemática com relevância, a figura da mulher como um tema transversal em todas as situações. Tema de género não é somente ter a mulher sempre na boca enquanto nas proporções reais da educação, saúde não se regista. É sempre olhar com mais entendimento de que elas são as principais beneficiárias dando-as formação directa, convencer a mulher que ela tem direitos que devem ser respeitados e reivindicados. Em todos os nossos projectos procuramos estes valores como prioridade.
Que projectos se debruçam exactamente sobre esta questão do género-Mulher?
Temos projectos agrícolas, de saúde onde existe um número específico estipulado de mulheres beneficiantes mas especificamente temos algumas coisas pequenas como mulheres empresárias rurais e de formação para mulheres empreendedoras.

Desvio e má gestão de fundos



Desvio e má gestão de fundos
Estacios Valoi
23/09/10
Recentemente mais um caso de ma gestão e desvio de fundos acima de 200 milhões de meticais no instituto Nacional de Acção social veio ao de cima em Quelimane na Província da Zambézia.
Como é de praz o nos últimos tempos este instituto a nível nacional vem se destacando em temos de falcatruas com o envolvimento da edil deste pelouro Helena Taipo.
Relativamente ma gestão e desvio de fundos envolvendo o Instituto Nacional de Acção Social (INAS) e o departamento das finanças tem como arguidos Leonel Correia delegado Provincial do Instituto Nacional de Acção Social nesta Província, e a Chefe da repartição das finanças Rosana Passa.
Segundo o procurador da Republica na Zambézia Amâncio Zimba afecto a secção de instrução criminal o processo (INAS) esta em fase de instrução preparatória e foram constituídos arguidos o delegado do INAS e a chefe de repartição das finanças após processo ter merecido uma inspecção administrativa que ofereceu alguns dados tendo os arguidos sido ouvidos em perguntas, contudo algumas diligências continuam a ser encetadas para que se conclua a instrução e o posicionamento final do ministério público.
“ São dados que não poso revelar porque o processo esta em segredo de justiça mas antes havia a necessidade de avançar com a instrução propriamente dita solicitar uma inspecção no INAS, o que foi feita e colhidos elementos que permitiram a constituição dos arguidos e o processo esta a seguir os seus tramites normais”. Há indícios de ma gestão de desvio de fundos.
Mas não só deste caso vive a Zambézia, outros semelhantes encontram se sobre investigação ou engavetados.
‘” Em gavetas não sei, mas dizer que há outros processos em investigação indiciados de desvio de fundos. Temos recebido denúncias através da inspecção das finanças de casos ligados a alguns distritos instituições e os processos estão a merecer a sua devida instrução
Alguns governos distritais foram inspeccionados e mereceram a devida análise e enviados esta procuradoria. Falamos de funcionários do estado, crime do desvio de fundos do estado, temos um caso que foi denunciado pela administração marítima que envolve de certa forma o administrador cessante do Distrito de Pebane António Santarém em que um funcionário da administração marítima foi indiciado como arguido e que nesta situação o governo do distrito tinha que prestar declarações por haver algumas situações dúbias que foram praticadas pelo tal funcionário sob orientação dada pelo administrador e este processo esta a merecer a nossa investigação “.

Ainda no mesmo diapasão o Distrito de Mopeia também teve os seus cofres vazados e desta vez com o envolvimento directo do antigo administrador a cerca de 4 anos atrás e ate o presente momento nada veio ou nada foi.
Temos o caso do Governo do Distrito de Mopeia onde também foi feita a inspecção na altura da transição de entrega de poderes e foi despoletada a situação do desvio de fundos com o Administrador como arguido que também esta a merecer a nossa investigação e outros casos que estão aqui a ser investigados. Essa situação que disse e de valores que não foram justificados na altura da transição do poder.
Apesar da letargia com que o sistema de justiça em Moçambique nos habitou Zimba discorda e argumenta.
“Não concordo que haja uma letargia, os processos têm uma tramitação, tem prazos, mas o mais importante é que a instrução seja tramitada com todo cuidado e toda a responsabilidade para que no fim tenhamos provas que levem a responsabilização criminal dos seus agentes mas facto na Zambézia há processos que já mereceram toda a tramitação e ate alguns foram acusados e aguardam pelo julgamento.
Mas a procuradoria parece que não faz o que devia fazer, casos em que temos um julgamento a revelia se olharmos para o caso do presidente do fórum dos antigos combatentes Hermínio dos santos. A que se deve e aqui na Zambézia qual ‘e o ponto de situação, casos bicudos e não delitos menores.
São casos que vem levando o seu tempo e quiçá com alguma pressão do poder governamental o que não constituiria um facto novo considerando o forma a quantas anda o sector da justiça neste País, se não vejamos o caso do presidente da associação dos antigos combatentes.
‘ Isso é de lei, pode haver julgamentos a revelia quando o tribunal não consiga com todos os meios notificar o réu por não estar na área do tribunal e não se conhecer a sua localização. Mas há procedimentos próprios que são tomados em sede de julgamento a revelia quando haja condenação captura acha que isso é matéria de fórum do tribunal. Quando há um julgamento a revelia o réu goza de todo direito para quando condenado requerer um novo julgamento ou recorrer da sentença que o condenou a revelia e a esse respeito não vejo aqui qualquer problema.
Não cabe a mim responder questões sobre a procuradoria. Não vejo motivos para a procuradoria não agir por pressão política mas como eu disse, não tenho que responder sobre o trabalho que fazemos aqui, outras questões poderão ser respondidas por outras entidades competentes.
Voltando a Zambézia e em contacto com alguns magistrados relativamente a questão pressão feita pela classe politica no País em particular na nesta Província estes reconhecem tal acto.
“ No mês antepassado a convite do Governador local Itae Meque realizou um encontro com os magistrados aqui na cidade e nós pensamos que era um encontro em se iam debruçar questões ligadas directamente a nossa área de trabalho mas no decorrer deste reunião o Governador afirmou o seguinte, aqui na província mando eu e nos distritos os Administradores.


De entre outras hecatombes financeiras nas mãos da procuradoria na Província da Zambézia destacam se casos ligados a educação em conecao com actos de corrupção na afectação de professores ao nível da Direccao Provincial da Educação.
Na tentativa de obter o numero de processos tramitados em 2010 o procurador submeteu me a procuradora chefe Provincial e vice-versa.
“Não posso agora estar a dar dados a nossa responsabilidade e fazer a instrução mas eu podia em sede própria do tribunal fazer o levantamento dos processos já remetidos e acusados”.

Limpeza do Mangal



Limpeza do Mangal
Texto e fotos: Estacios Valoi
21/09/10
Cerca de 12 km de extensão de costa de mangal da Cidade de Quelimane na Província da Zambézia encontra se num estagio de devastação avançada.
A devastação que cobre a área que parte do Chuabo Dembe ate ao quinto Bairro tem como principais agentes devastadores a população as salinas e outros num acto de limpeza daquele ecossistema equiparáveis a campos de futebol.
Segundo Juma Cassamo Amade chefe do departamento de gestão ambiental na direcção provincial para a coordenação da acção ambiental na Zambézia (MICOA), para colmatar esta situação existe entre o seu Ministério e o Conselho municipal um plano por planificar.
“Temos um plano de estrutura que já existe mas que neste momento este ultrapassado a 10 anos mas está a tentar em coordenação com o próprio município para revitalizarmos. Essa revisão vai requerer alguma limitação relativamente ao espaço para expansão.
Isto não acontece só na cidade de Quelimane mas na maioria das cidades costeiras porque o principal factor é a explosão demográfica, muita procura e ocupação espontânea do espaço por parte da população e surge como necessidade a devastação do mangal. Primeiro para a construção de casas, depois as salinas e lenha para a confecção de alimentos e algumas vezes até para a venda.
Uma das medidas é a sensibilização das pessoas, da comunidade e trabalhar com as autoridades que tem a autonomia na atribuição da ocupação do solo como é o caso do município com fim a retirarmos aquelas pessoas dali, algo difícil. A cidade de Quelimane esta lotada e não tem uma área de expansão devido a sua limitação em termos de espaço de ocupação.
Enquanto o plano por planificar vai se planificando assim como a procura do tal espaço para expansão o ecossistema vai sendo limpo, facto este reconhecido por Amade.
“As salinas deviam estar mais além e não dentro da Cidade, mas acontece que estas são salinas com uma vida muito antiga que datam a cerca de 25 anos atrás, muito antes da nossa lei ambiental, da legislação que recente teve a sua última versão da lei do processo de avaliação do impacto ambiental de 2004 e a revisão feita em 2008. Não se trata de fugir com seringa no rabo mas é que entre a nossa legislação e a implantação das salinas há muita diferença em termos de actualização.
De facto a lei preconiza que as actividades que tiveram lugar antes desta legislação deveriam ser avaliadas mas acontece que há resistência. Também estamos a preparar um plano de revitalização com o município local
Entre planos e mais planos nem com o turismo em estas áreas pode se sonhar a semelhança de outros países africanos como o Kenia que vem desenvolvendo o turismo do mangal.
“Temos o plano de replanto ainda em planificação em coordenação com o conselho municipal para toda a zona da Zambézia e quanto ao turismo, sim essa ideia seria boa mas é preciso que existam indivíduos com essa necessidade e capacidade de desenvolver o turismo de mangal e cabe ao nosso empresariado local, estrangeiro e nós como ministério regularizar essa actividade nos termos da lei.
As salinas em número de seis ainda não licenciadas com base no decreto 45/94 regional do processo de avaliação ambiental, por apatia ou negligência do Micoa, lá se vão o ecossistema.
“Na vertente da reposição da espécie temos na zona da Madal a Associação dos amigos da Madal (ANAMA) que vem exercendo o replanto com o financiamento do Micoa através do Fundo Nacional do Ambiente (FUNAB) ”
De acordo com geógrafa Gina Sitoi do departamento de ciências sociais da Universidade Eduardo Mondlane a leccionar em Quelimane na Universidade Pedagógica reconhece o facto mas pouco sabe sobre o replanto.
“São varias áreas de mangal que podem ser consideradas devastadas sendo que esta província conjuntamente com Nampula é que detêm a maior área ocupada por mangais onde encontramos vários factores: um aliado a característica da urbanização em África e Moçambique em particular com a tendência das pessoas migrarem para as áreas urbanas e as consequências desta disparidade em termos de desenvolvimento a nível económico-social. É um ecossistema que esta em redor de uma área urbana e seus arredores.
Factores aliados a pobreza porque não só se devasta aquela área para a construção de habitação mas também para abertura de salinas, estracão de lenha, estacas para a venda e do próprio solo para a construção de habitação, prática da agricultura e também para algo típico de Quelimane, o fecalismo a céu aberto.
Apesar de alguns aspectos culturais focalizados pela licencia esta ao mesmo tempo declina esta questão como argumento para esta devastação que se regista por estes lados.
“Não é uma questão cultural mas sim um resultado da própria situação económica das pessoas. As pessoas vão migrando para as zonas urbanas e vão procurando espaço, melhores condições de vida num espaço reduzido que são as áreas urbanas. Um número massivo de pessoas por si só trás problemas não só ambientais mas também de ordem social e este ecossistema fornece condições para tal extracção do sal, mas talvez se pudesse tentar minimizar para este uso específico da construção de salinas.
Quanto a reposição do mangal penso que se tem feito, não estou tão confiante mas já tenho ouvido falar disto. São várias espécies que vivem naquele ecossistema que é um viveiro de alguns crustáceos, algumas espécies marinhas que se reproduzem, peixe, caranguejo, camarão e dado ao valor económico destas espécies é importante que se preserve, isto para além da questão ambiental assim como para a população humana.
Tenho constado que na zona dos mangais tem sido feita a plantação de mandioca, milho e hortícolas durante a época chuvosa do ano quando a salinidade é menor, temperatura alta no tempo húmido. Para o caso específico talvez não seja propícia mas estamos numa zona que sofreu intrusão salina, o solo tem níveis elevados de salinidade, falo do rio dos bons sinais (Ncuaco) ”.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Zambézia com bolsas de fome

Zambézia com bolsas de fome
Texto e fotos: Estacios Valoi
12/08/10
A Província da Zambézia vem enfrentando desde tempos o problema da existência de bolsas de fome um pouco pelos distritos e localidades que a compõe.
Entre os Distritos afectados encontram se o de Mocuba-Localidade de Magogodo, Macuze na localidade Mechichine, Namacura sede na Localidade de Furquia, em Mopeia na Localidade de Cocorico.
Em contacto via telefónica com o Chefe do Posto Administrativo de Micaune no Distrito de Chinde Rui Manuel Caminho, este confirmou a nossa reportagem sobre a existência de bolsas de fome naquele local.
Segundo Caminho dados referentes ao mês de Maio do corrente ano tinham 975 famílias, cerca de 4.500 pessoas afectadas com destaque para as ilhas de Alfazer, também na localidade de Magaza, Deia em Mitange e na Localidade de Arijuane’.
Em contacto com o director do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) da Zambézia João Zamissa para nos fornecer mais dados sobre esta questão pertinente que também vem minando o desenvolvimento daquele e outros distritos nesta província, esta resultou num ‘fracasso’.
O timoneiro do INGC na Zambézia que na altura se encontrava de visita ao Distrito de Chinde, peremptoriamente via SMS afirmou, ‘ pelo que eu saiba na Zambézia não temos fome’.
Estas afirmações contrastam com os dados acima referenciados e outros por nós adquiridos. Leva-nos a entender que Zamissa esta a mentir.
Uma das organizações que também se encontra a exercer as suas actividades naquele Distrito na vertente da prevenção de riscos e mitigação em coordenação com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), comités de gestão de risco onde ate a presente fase instalou sete sistemas de rádio VHS na base do Distrito de Chinde e outras áreas remotas assim como nas zonas do Distrito de Caia para que a informação seja dada a tempo e horas pouco disse sobre as bolsas de fome.
Para o representante da Concern Worldwild na Província da Zambézia Anibal Machava, a questão das bolsas de fome, estas principalmente circunscrevem-se no acesso as áreas que enfrentam este tipo de problemas e para ele em Chinde não existe fome e vai puxando o peixe a sua brasa sem confirmar ou desmentir o facto.
‘Quando chego a Chinde não há fome. Em termos agrícolas temos canalizado sementes de arroz, hortícolas, temos uma bomba de irrigação, oito furos de água e isto já esta a ter seus efeitos. O problema que agora tenho em Chinde já não é de fome mas sim do excesso de produção, especialmente de hortícolas. Nesta primeira campanha tivemos couve, alface, cebola, mas isto devesse a estes micros projectos de mitigação que estamos a implementar, porque quando há cheias as machambas é que são afectadas então tem que se desenvolver culturas de ciclo curto de modo que quando se registarem cheias a população tenha já feito a sua colheita.
‘Quando digo que não há bolsas de fome, refiro me as zonas onde nós desenvolvemos os nossos projectos de mitigação, Chinde é uma terra muito rica mas com problemas de acesso e este é um problema chave. A falta de escoamento, da agra secagem, armazenamento da produção, da pecuária são alguns dos factores, então torna-se necessário desenvolver técnicas. Já se fala de silos e comercialização.
Como tarefa do governo nesta área é preciso apostar nos regadios, projectos-piloto para despertar a atenção da comunidade. É preciso que se tenha uma modernização agrícola mas primeiro deve se olhar para a comunidade, e grandes projectos implicam grandes estudos e isso não resolve problemas imediatos’.

Distrito de Chinde beneficia de novas Escolas


Distrito de Chinde beneficia de novas Escolas
Texto e fotos: Estacios Valoi
12/08/10
A Organização não governamental Concern Worldwide entrega oficialmente ao governo moçambicano mais 3 escolas no Distrito de Chinde na Província da Zambézia no final deste mês de Agosto.
Desde que ONG começou a desenvolver as suas actividades na área da educação básica em 2006, actualmente conta 8 escolas construídas com cada sala orçada em cerca de 10mil dólares para albergar 39 mil crianças.
As 3 Escolas a serem entregues para leccionar os níveis do EP1, EP2, ate o EP 6 nas localidades de Chinde C, Nhangalaze, Muinde, Chacuma, Chacuma 2, cada uma é composta por três salas completamente apetrechadas, bibliotecas e outros materiais didácticos.
De acordo com o representante da Concern Worldwide na Província da Zambézia Aníbal Machava este feito faz parte dos 4 resultados preconizados pela sua organização num período de cinco anos com ênfase na educação da rapariga.
‘As metas até aqui alcançadas têm maior enfoque no acesso da rapariga a educação, o enquadramento dos Pais e encarregados de educação na gestão escolar, o trabalho com professores e técnicos dos serviços distritais de educação no sentido de melhorar as condições assim como a qualidade do ensino no Distrito’.
‘ As primeiras cinco construções de raiz foram feitas por empreiteiros enquanto as três últimas pela própria comunidade mas isto dentro dos seus próprios anseios onde os Pais contribuíram com a sua mão-de-obra, escolas completas ou não. Temos salas de aulas ainda sem tem latrinas, outras porque os Pais gostariam que tivessem uma secretaria, uma casa para professores, entao estes projectos são feitos com o conselho de escola.
Frisar que as cinco escolas no Distrito de Micaune são as primeiras a serem construídas desde a independência nacional. Temos uma EPC na localidade de Magaza com 3 salas, EPC Samora Machel e Mucinde, todas pré-fabricadas com estruturas metálicas compostas por 9 salas e foram entregues ao governo Junho último totalmente apetrechadas. Actualmente estamos mais focalizados na vertente de uma maior qualidade de ensino, assim como melhorar os aspectos curriculares locais e a advocacia. É desta forma que vejo a qualidade de ensino e não apenas em metas que se traduzem no número de crianças abrangidas’.
‘ Na zona da baixa Zambézia a questão do acesso no transporte de material tem sido um dos grandes problemas, chegando se recorrer a canoas porque a área não é propícia o que acarreta elevados custos, mas posso assegurar que conseguimos fazer as salas com um valor abaixo dos 10 mil dólares com estruturas pré metálicas propícias para aquelas zonas, preparadas para resistir a ciclones e a terceira escolas é de alvenaria’.
Mesmo com os ‘feitos alcançados’ Machava reconhece que ainda há muito por fazer em prol do ensino assim como da integração da rapariga na educação
‘ Apesar dos feitos alcançados na educação, quando se trata da rapariga torna-se complicado analisar o seu impacto. Os grandes desafios tem a ver com a integração, o abuso da rapariga na escola, mas relativamente a fase inicial das nossas intervenções, hoje a situação vem melhorando e actualmente a rapariga tem maior acesso e, é de salutar o aspecto da sua retenção porque a questão do abandono da escola por parte desta para ir a machamba ou cumprir com outras tarefas de índole doméstica é uma realidade.
‘Mas isto também passa por uma sensibilização dos pais e encarregados de educação. Na baixa Zambézia temos a questão da mobilidade das pessoas devido as cheias, das machambas e, quando se chega a fase da colheita a rapariga abandona a escola. É preciso trabalhar com as comunidades para que entendam o valor da educação e encontrar outras alternativas de meio de subsistência porque o projecto de ensino só por si dentro das necessidades básicas não resolve o problema da educação, refiro me a projectos de segurança alimentar, dos aspectos da redução da pobreza extrema que possam encorajar as crianças a irem a escola’.

Quelimane regista um fluxo de Imigrantes ilegais




Quelimane regista um fluxo de Imigrantes ilegaisTexto e fotos; Estacios Valoi
12/08/10

Recentemente os serviços de Migração Nacional celebraram 35 anos da sua existência num Moçambique ‘independente’ após de ter sofrido várias mutações com o seu prelúdio no Ministério do interior mais tarde para o de Segurança e actualmente sob a égide do primeiro.

A Província da Zambézia tem vindo a verificar uma avalanche de imigrantes ilegais que encontram esta parte central do Pais como ligação entre as zonas Norte e Sul do Pais tendo só neste trimestre o registo de 154 cidadãos de nacionalidade Somaliana provenientes do centro de Maratane na Província de Nampula.

Actualmente encontram se nas instalações dos serviços de migração de Quelimane outros 57 imigrantes de nacionalidade etíope também provenientes do mesmo centro a espera de serem recambiados em condições de acolhimento menos abonatórias, visto que o sítio carece de infra-estruturas adequadas para tal propósito, inclusive para os seus funcionários.

Apesar da introdução do sistema de controlo informático biométrico com base no qual o chefe dos serviços se vangloria como um dos marcos alcançados nestes 35 anos, ate que a tal 'biometricidade' chegue a estas bandas muitos dias ainda vem por contar.

Segundo o chefe dos Serviços de Migração da Zambézia Armando Cossa, a introdução do sistema informático implica uma boa disposição o que também lhes permitira ter acesso a dados esboçados a partir da Direcção Nacional em ‘ online’.

‘Provavelmente a partir do próximo mes de Agosto teremos aqui na Província técnicos para montarem o sistema informática, e neste momento já começamos a receber pedidos dos documentos que enviamos para a Direcção Nacional para a sua devida emissão biométrica, mesmo até a atribuição do visto.

Relativamente a azáfama dos imigrantes nesta Província, Cossa reconhece o facto mas opta por girar em torno dos ‘ papeis’, os passaportes em cima mesa.

‘Uma avalanche de estrangeiros! Talvez não iria por aqui porque em termos de emissão de passaportes esta tudo em ordem, é verdade que se esta a constatar uma avalanche de estrangeiros ilegais mas são cidadãos provenientes de países em que há guerras, onde existe uma certa instabilidade, e violam as nossas fronteiras País adentro onde a ‘ luz’ da convenção internacional das Nações Unidas são acolhidos.

Estes são provenientes de Maratane na Província de Nampula. Aquele é um centro para abriga-los que esta sob auspício do núcleo de apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros e por alguma razão estes cidadãos desertaram do centro a andam por aqui. De certa maneira nós temos sim uma avalanche de cidadãos descontrolados, mas destes indivíduos que não têm documentação muito menos profissão, e talvez alguns destes por estarem entregues a sua sorte fazem parte dessa onda de crimes.

Estamos a registar um número crescente de cidadãos Etíopes registando-se neste momento que estamos a falar cerca de 57 cidadãos aqui na migração e todos também provenientes de Marratane mas com a usando a prorrogativa de que iriam passar para Maputo onde já não existe centro para imigrantes ilegais e estamos aqui a criar condições para retornamo-los para o centro.’

Segundo Cossa existem duas formas de ‘pular a cerca’, o primeiro os que são interpelados ainda na sua tentativa de chegarem ao ‘ porto seguro’ e são directamente recambiados nas mesmas viaturas em que se fazem transportar e o segundo quando são abandonados pelos sindicalistas do crime pelos distritos ou mato de onde mais tarde são recolhidos e levados pelos agentes da migração para a sua sede.

‘Naturalmente a questão passa de um certo controla com base nos dispositivos internacionais, as convenções com preceitos legais tratados nível do Núcleo de apoio ao imigrante ilegal do Ministério dos Negócios Estrangeiros que trabalha em coordenação com o Ministério do Interior.

‘Creio que uns saiem do centro porque procuram melhores condições de vida, outros até munidos de uma declaração atribuída pelo próprio centro, ate podemos os encontrar por aqui a fazerem pequenos negócios para o seu auto sustento.

Em conversa com alguns imigrantes ilegais nomeadamente Tas vai Detiof, Ketafi e Bash ambos de nacionalidade etíope foram unânimes nas suas afirmações quanto a sua fuga do centro, isto é, desde a falta de alimentos, documentação, conflitos internos e o tratamento desigual entre as diferentes nacionalidades que lá existem.

‘Em Maratane não têm comida suficiente, lutamos entre nacionalidades Etíope, Congolesa e Somaliana, olha este aqui tem uma cicatriz enorme na cabeça. Estamos a mais de cinco meses e não temos documentação, existe desigualdade. Quando os congoleses chegam logo tem documentos. Aqui somos mais de 300,o centro esta lotado e somos obrigados a permanecer aqui o dia todo e só de noite é que conseguimos sair. Não somos livres. Esperamos ir a Maputo e depois Nampula. Moçambique é bom sítio. Nós somos refugiados e em Maputo não tem centro, esta em Nampula. Estamos a espera que a migração encontre soluções para nós 57’.

Enquanto o passageiro 57 espera pela sua vez, onde e que param sindicatos do crime migratório?

De acordo com o Chefe da Migração na Zambézia existem sindicatos do crime imigratório compostos por transportadores assim como a existem de vários interesses por de trás disto onde cidadãos desonestos vão se aproveitando daqueles precisam.

‘São transportadores, alguns até licenciados inclusive organizados em sindicatos que os transportam em camiões. Temos exemplos de alguns transportadores que foram detidos, contudo as detenções não produziram matéria suficiente, mas nós sabemos que por de traz disto há um trabalho obscuro que estão a fazer, contudo esta a fazer se um trabalho profundo para que se descubram os mentores deste tipo de crimes’.

Este é um assunto que requer um estudo profundo porque isto deixa transparecer uma certa insegurança do Pais e muitos desses indivíduos quando chegam aqui já pensam em transcender para a África do sul onde ao chegarem dirão que passaram por Moçambique e então o Pais é visto com muitas fragilidades. Mas, é preciso observar realmente que essas pessoas precisam de alguma protecção, é preciso mecanismos para tal e penso que os estados, a comunidade internacional vão estudando e tem muito a dar sobre este assunto, disse Armando Cossa.

terça-feira, 22 de junho de 2010

ONDE É QUE PARAM OS SALÁRIOS NO MUNICIPIO DE QUELIMANE


Onde é que param os salários no Município de Quelimane?


Texto e fotos: Estacios Valoi
14-06-10
Mais de 700 trabalhadores da Assembleia Municipal da cidade de Quelimane não auferem seus salários e retroactivos desde o mes de Dezembro do ano transacto.

A falta de salários deu azo a uma crise entre a assembleia e o conselho municipal daquela urbe, onde o mensalmente o conselho municipal despende cerca de 2.5 biliões de meticais só em salários para cerca de 647 trabalhadores sem incluir os 39 membros da assembleia.

São 3 meses de divida de salários onde 71375 meticais são para os membros assembleia municipal enquanto que 20.000Mt, 39.000Mt e 10.000Mt cabem respectivamente aos membros vereadores.

Segundo fontes da assembleia municipal a falta de salários resume se na falta de interesse do presidente do município Pio Matos em solucionar esta questão, usando sempre a prorrogativa da falta de fundos nos cofres da instituição que dirige a três mandatos.

Segundo um dos vereadores do município, durante a preparação da 4º sessão da assembleia que teve lugar no dia 20 de Dezembro de 2009 a 2010, ‘o Senhor Presidente do Conselho Municipal solicitado pela comissão permanente desta assembleia para responder sobre a falta de pagamento de salário dos mêses de Dezembro de 2009, Abril e Maio de 2010, este prometeu que iria pagar o mesmo antes da realização desta, o que não veio acontecer, apenas pagou o mês de Novembro e saltou o mês de Dezembro, argumentando que não tinha fundos e até hoje continua a bater com o pé no chão que não tem fundos.

Em entrevista com o presidente da Assembleia municipal Afonso João subscreve tais afirmações e enfatiza referenciando a falta de retroactivos dos últimos 7 meses, isto desde Dezembro ate a esta fase e que também na altura Pio Matos disse que a falta de pagamentos prendia-se no facto da ausência de fundos na sua instituição.

Segundo um dos vereadores em termos analíticos as alegações de Pio Matos não passam de uma mentira o pronunciamento do presidente do Conselho Municipal, sobre a falta de fundos constitui uma mentira e mesmo na 4º sessão ordenada da assembleia municipal realizada no dia 23 de Dezembro de 2009 nós aprovamos taxas que sustentam que o seu aumento passaria necessariamente a regularização do pagamento do salário a tempo e horas, assim como outras despesas da assembleia. Então quando ele alegava que não tinha fundos para pagar os membros, nós ignoramos esta afirmação’.

O conselho municipal para além de cobrar taxas relacionadas ao imposto pessoal autárquico, a circulação na cidade, cobrança nas bancas fixas nos mercados, o imposto automóvel veículos, bicicletas que circulam na cidade de Quelimane, também tem como fonte para o seu funcionamento o orçamento do estado anualmente canalizado através do Ministério do Plano e Finanças.

‘ Além de que houve outras taxas provenientes do Ministério do Plano e finanças, o Conselho Municipal até aqui esta a dever os membros que fizeram parte do mandato passado, então isto significa que o problema vem desde 2007`.

Na última intervenção o Senhor Presidente dizia que não tinha fundos mas o que nós sabemos é que as finanças têm drenado um valor de compensação autárquico e hoje temos este tipo de problemas sem uma solução plausível e quando diz que não tem fundos, o que nós sabemos é que Conselho Municipal recebe um fundo de compensação autárquico’.

‘Quando diz que há falta de salários, tanto para os membros da assembleia municipal assim como para os trabalhadores, praticamente cria um mau relacionamento entre o Conselho e a Assembleia Municipal. Se não vejamos, em 2007 assembleia municipal não realizou nem se quer uma única sessão. A não realização desta sessão pensamos nós que pode ser uma sabotagem do presidente do Conselho Municipal porque ele vai ter que responder porque é que não paga os salários tendo em conta que esta mesma assembleia aprovou o orçamento de 2010, isto para além de que a própria assembleia municipal como está a ver precisa duma reabilitação e nós já aprovamos uma rubrica que contempla a sua reabilitação, assim como uma viatura para presidente da Assembleia Municipal, isto consta no plano do Conselho Municipal desde 2009, mas até hoje nem a viatura e muito menos a reabilitação das instalações da assembleia municipal `.

Quando sai do local, na altura faziam se as convocatórias para a realização da 5 sessão no dia 4 de Junho a qual mais tarde teve lugar mas que durante a sua realização os membros do Partido Renamo abandonaram a sala por falta de consenso relativamente a algumas questões incluindo o paradeiro dos fundos aprovados pela assembleia e outros.

´Não têm tinta no computador e quando requisitamos no dia 20 de Abril o Conselho Municipal disse que não tem dinheiro e agora vou para lá para saber se já temos essa tinta, dizia um dos funcionários

Nos últimos anos as receitas provenientes da cobrança de impostos também tem servido a instituição dirigida por Pio Matos para financiar actividades culturais como o Carnaval e que segundo Matos este ano foram retirados cerca de 400 mil meticais para tal propósito.
Ainda segundo o nosso interlocutor que solicitou anonimato, disse que por ano são realizadas cinco 5 sessões da assembleia municipal com o intuito de analisar o estágio do desenvolvimento desta autarquia.
´ Nem se quer uma sessão foi realizada mas tudo deve-se ao facto do Senhor Presidente estar sempre ausente do Conselho Municipal ou da cidade de Quelimane para fora do País sem justificação para a própria assembleia e concluímos que isto deve se a falta de vontade própria do edil municipal que não quer ver o município progredir.

‘Eu penso que isto não tem nenhum espaço porque não é o Senhor Presidente que pode avaliar o seu empenho mas sim o munícipe e não há nenhum que apareceu em público a elogiar o bom desenhinho ou trabalho dele. Se não vejamos que foram destruídas todas as estradas e a dias atrás houve um grupo de ciclistas que se manifestou em frente ao município e no seu manifesto até diziam que afinal de contas o Senhor Presidente do Conselho Municipal não paga os membros e os trabalhadores do Conselho Municipal. Pensa que com esta pequena taxa e que nos vai pagar, dar soluções para este tipo de problemas. Eu penso que as pessoas ou os munícipes não respeitam o presidente Pio Matos apenas o partido Frelimo que colocou Pio Matos. Então nesta perspectiva haverá um dia próprio que os munícipes vão ter que pedir contas ao partido Frelimo pela estadia do Senhor Presidente Pio Matos no Conselho Municipal’.

` São dois meses sem salário, Abril e Dezembro para os membros da assembleia e para os trabalhadores desta apenas o mes de Abril, derivado a faltar de tesouraria.
Em contacto via telefónica com o Presidente do Conselho municipal daquela urbe Pio Matos, relativamente as alegações que pesam sobre ele disse que existe dinheiro proveniente das taxas acrescidas, impostos para os salários e que quanto as estradas foram canalizados 8 milhões de dólares para a construção e reabilitação e que as empresas estão a mexer com elas contudo com alguma lentidão mas satisfeito porque as obras estão a decorrer, mas sem deixar de reconhecer os problemas salariais que enfermam o município. ´ Existem prioridades, não é o carro do presidente da assembleia, se eu tivesse dinheiro pagava lhe uma viatura´.
Mas as questões no Conselho Municipal assim como no município não se resumem apenas no pagamento de salários, segundo documentos na posse do jornal, também ilustram a disparidade no pagamento de salários onde alguns funcionários com nível de Bacharelato auferem cerca de 4.315 Mil Meticais como salário básico enquanto que os outros com apenas 4ª Classe são bonificados com 11.812 Mil Meticais.
`A Circular nº 01 27 de Maio de 2010, que rege os princípios e regras de organização e estruturação do sistema de carreiras e remunerações, esta tabela tem como referência no vencimento do secretário permanente. Decreto nº 54 _2009 de 8 de Setembro estabelece que o pagamento dos retroactivos referentes aos meses de Abril e Maio do corrente ano, resultantes do aumento salarial deverá ser assegurado na primeira quinzena do mês de Julho`.
Para alguns funcionários que pediram anonimato o Presidente vai tentando desembaraçar se dos antigos funcionários empregando seus amigos e ou familiares que vão auferindo somas elevadas sem que tenha um nível de escolaridade para tal.
Alguns funcionários que aqui trabalham sob contrato, não fazem parte do quadro da instituição mas ocupam cargos de chefia. Como e que isto é possível? Questionava um dos funcionários.
´Falo de Laura Calisto Malaune chefe da contabilidade da empresa Emusa e Maria de Jesus Perdiz Directora desta empresa criada por Pio Matos que para além de serem funcionários desta também trabalham para o município sob regime contratual e o mais agravante é que ocupam cargos de chefia. Temos a Senhora Perpetua Água Cheiro como chefe do património no Conselho Municipal o que é inadmissível porque não fazem parte dos quadros do Conselho ´.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Pio matos e as estradas de Quelimane


PIO MATOS CLAMA PELO ESTAGIO DAS ESTRADAS
Texto e foto:Estacios Valoi
21/04/10
Um olhar sobre Quelimane durante os três mandatos do actual presidente Pio Matos que segundo ele durante os seus 11 anos de poder autárquico tem a enaltecer alguns avanços alcançados pelos munícipes desta urbe, desde a compreensão, a responsabilização, o crescimento da consciência da população em contribuir e proteger a cidade que lhes pertence.
Que balanço dos três seus três Mandatos, isto sao, 11 anos como Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Quelimane?
Enaltecer os avanços que os munícipes tiveram, refiro me a compreensão, o contributo em sedimentar este poder autarquico e acredito que um pouco por todo o Pais, ‘e uma nova forma de governar a qual veio para ficar e penso que ainda nesta geração a municipalidade e as autarquias em Moçambique vão desenvolver ate alcançarmos os municípios de povoação, é um dado a constatar porque é a maneira do estado responsabilizar o cidadão a sua auto governação, auto gestão onde o munícipe começa a perceber se de que o bem público é sua pertença. Acredito que foi a maior conquista do poder autárquico em Moçambique. Foi o que pudi observar.
Que outros exemplos concretos podem espelhar estas afirmações?
A abertura de estradas. Quando a esta cidade viemos, apenas tinha 58 quilometros de estrada asfaltada e 25 de terra batida mas com a participação das comunidades conseguimos abrir novas com mais de 120 quilómetros e não houve indemnização, penso que este voluntarismo foi um grande marco de mudanca consciência. Contudo juntos fizemos outras coisas como a expacao da rede de distribuicao de água para todos os bairros da cidade e em paralelo levamos a energia para todas as ruas que abrimos.
O senhor presidente refere se a estas estrada que estão um caos, cheias de buracos, soltando poeira por todos os lados , um atentado a saude publica ?
As estadas precisam de ser mantidas para que se possa evitar essas grandes reabilitações, não se pode fechar em copas assim que este processo finda e assim como a entidade responsável, neste caso o município tem que ter recursos, uma equipe de manutenção. Muitos foram os anos em que não fizemos manutenção, reabilitação e esta questão não se resume apenas na manutenção mas sim na construção de estradas de raiz o que acarreta custos elevadíssimos que estao além das nossas capacidades, esta é que é a politica do mal menor manter com aquilo que temos, esta é a triste realidade.
Neste momento duas empresas de construção de estradas de nível técnico acima da media, a INCC, a Condoril que sao responsaveis pela reabilitacao de cinco estradas estradas asfaltadas porque a reabilitação das estradas peri- urbanas, as tais que nós abrimos continuam em com as obras no seu curso normal, ensaibrar novas estradas, construir novos aquedutos, o sistema de drenagem, pavimentação e os passeios, pontes e este trabalho continua a decorrer com a participação da comunidades mas se olharmos para as estradas asfaltadas e de lamentar porque não há capacidade técnica instalada para uma intervenção de grande vulto. Esperamos que ao longo dos próximos três, quatro meses as 5 estradas possam ser concluídas,
Com um orcamento de cerca de 8 milhões de dólares Americanos muito ainda a por fazer.
A cinco anos atras, isto durante a construcao destas estradas ou na primeira reabilitação o município não se lembrou de incluir a componente de manutenção no contrato com o empreiteiro e a que mal menor se refere?
Fica bastante difícil e oneroso entregarmos este trabalho de manutenção a empresas, a manutenção destas estradas municipais deveria continuar na posse do próprio município com a criação de uma pequena equipa de intervenção e manutenção, um sector de obras do próprio município. Temos o material aqui em Nicoadala. Não há dinheiro que pague as empresas.
Com a existência do tal material nas proximidades da cidade o que esta a falhar?
Penso que a politica da Administração Nacional de Estradas, é a politica, porque nos impõe contratação empresas, temos que pensar que para fazer esta manutenção torna se necessário entregar as estradas a comunidade, sempre foi assim e não podemos reverter a favor da rotura de um processo histórico de forma abrutada e sem solução para poder cobri-la. Portanto nós não temos alternativa e queremos que sejam as empresas que são bastante onerosas!
Temos tecnologia, técnicos, supervisores formados estamo-nos a equipar lentamente mas queremos ter esta parceria com o governo, esta autorização que diz que nós temos que ter um a equipe de manutenção própria para os municípios e a partir dai seremos autónomos nesta matéria de manutenção de estradas.
É daquelas, aqui em casa também se faz. Nesta cidade existem cerca de 7 cemitérios principais . Onde é que param as funerárias apetrechadas de todo material necessário para as exéquias?
Não temos agências funerárias com todo o requinte. Apenas existem duas mas que são de facto carpintarias que apenas produzem caixões, fazem embalssamento, tem alguma técnica mas não tem carros fúnebres e outros apetrechos, como flores e outros serviços.O nome de agência funerária ainda é um sonho.
A quem diga que alguns já tentaram transportar cadáveres da casa mortuária No ‘Xtova ‘ ou nas mãos ate ao cemitério. E para quando as funerarias de raiz_
Talvez tenha sido um caso esporádico. Penso que a solução não passa só pela aquisição do carro funerário. No mandato passado o município tinha uma viatura de caixa aberta que apoiava os mais vulneráveis a custo zero mas esta teve problemas mecânicos e por falta de recursos ainda não conseguimos fazer a reposição. Provavelmente convidar os empresários a abraçarem esta área.
Entre os munícipes existe muita solidariedade de uma forma geral sempre aparece um carro do vizinho, amigo, empresa, ou recursos para se alugar um carro. É verdade que há famílias baste carentes. É por isso que vamos buscar as taxas, os impostos para que os serviços sociais possam funcionar de forma directa ou indirecta mas ainda necessitamos da injecção do governo.
‘O munícipe vai contribuindo’’. Muitas bichas, recipientes ‘bidões’ a solta. As pessoas reclamam pelo preço ‘alto‘ estipulado para a aquisição da água. A que ponto o município se encontra?
E verdade que ainda há muito por fazer, todavia ainda estamos com muitas fontenárias em serviço e os projectos continuam em carteira. Provavelmente este ano vamos iniciar com a obra da construção de um centro distribuidor que se vai localizar em Sampe para aumentar a pressão na cidade, porque ja constatamos que depois desta expansão e que durante as horas de ponta há algumas zonas em que a água não chega com pressão necessária. Actualmente fala se de uma cobertura de cerca 70% e vamos melhorar, queremos que cada casa tenha agua a sair nas suas torneiras. É um dos desafios importantes porque achamos que a agua adquirida na fontenária é sempre mais cara que a da torneira em casa. Combater a pobreza levando este precioso líquido a casa de cada um.
Combater a pobreza a 1 metical o recipiente de agua nas fontenárias e com as pessoas contestarem ‘não temos dinheiro’?
O preço da agua é sempre discutível, no nosso País a agua ainda esta bastante barata, ‘e um dos países da região com o preço bastante reduzido. Por mes na agua gastam se 30 meticais,penso que vendendo uns cocos, camarão, carangueijo, as pessoas terao agua, é preciso que elas dêem importância a isto, foi o que senti nesta cidade, todos dão importância a agua, ganharam consciência,. Poupar na água e gastar nos medicamentos, isso já é grave e com esta atitude nós nos sentimos mais motivados para irmos alastrando a rede.
Apesar de a população estar ‘ consciencializada’ , não acha que existe alguma disparidade quanto ao direito a agua que todavia não faz parte da constituição moçambicana?
O direito as coisas é este. O governo tem por missão levar este produto a todos e nós hoje falamos da cólera. É função do governo tratar destas questões e levar a agua as comunidades mas que estas tem que pagar pelo custo do produto para o suporte da própria comunidade. É verdade que podemos não ter emprego mas este não é tudo, podemos muito bem recorrer a recursos da nossa riqueza, vamos produzir o arroz, 25 sacos, 5 para a venda e o remanescente para a nossa casa.
Combater esta pobreza, ciência versus ignorância. Como é que vê a questão do fenómeno anual dos revolucionários da cólera?
Penso que o governo não precisa de ir tratar da água somente quando há um surto de cólera, mas sempre. Se nos deslocamos para esses lugares somente quando surge um surto eminente de cólera obviamente que podemos ser conotados como os causadores desta doença e penso que não é estratégico irmos a comunidade tratar da água só quando prevemos que as condições climáticas apontam para ai.
Sendo homem da cultura e depois de o ter visto no carnaval num pé de dança também a esquivar se das bicicletas, motas e carros que circulavam entre a moldura humana que este ano se fez presente, alguns dos fundos para financiar o carnaval tem a sua proveniência nos cofres da contribuição dos munícipes, taxas, impostos. Esse valor monetário não teria tido outros destinos empreendimentos em prol do município?
Não é só de pão vive o homem, apesar dos problemas todos que temos na cidade também precisamos de alimentar o nosso espírito, estes aspectos que ligam de facto com a nossa alma que é a cultura, precisamos de espairecer, de reencontrar, conviver para ganharmos energias para irmos ao combate. Nestas festas o município participa e financia, é por isso que o município faz aquilo que a população gosta, e se esta quiser que nós tenhamos um carnaval forte assim será porque eles são merecedores.
Parece me que nos últimos anos o carnaval tem andado em decadência não?
Depende de quem olha, para mim o carnaval esta sempre a crescer, a evoluir e meço pela participação das pessoas e este ano custou nos cerca de 400 mil meticais.
Completa ausência de salas de espectáculos de raiz, para uma exposição de artes plásticas, fotografia. Sei que algumas salas de cinemas são 3 estão quase todas lacradas a mais de 20 anos. Que cenário cultural se espelha?
Não sei, mas o conselho municipal tem uma sala onde sempre realiza as exposições contudo os artistas não tem aparecido, fazem exposições no Hotel Chuabo, talvez as condições das salas que se pretendem nao sejam as melhores, quanto aos sítios para diversão existem, é verdade que para quem chega a cidade e quer estar aqui no centro talvez ter’a 1 ou 2 alternativas mas se formos as periferias temos muito pano para manga, aqui no centro vivem 30 mil habitantes e nas periferias 150 mil, Portanto é preciso sempre olhar e aconselho isto aos turistas que vem para aqui para que não fiquem muito agarrados ao centro mas que possam ver os 150 ou 180 mil habitantes, como é que eles convivem, a sua manifestação cultural. Acredito que Quelimane continua sendo uma rota preferida dos empresários de espectáculos.
Os cinemas. Que projectos para reactiva-los?
Penso também que tem a ver não só com o problema das infra-estruturas que já não oferecem condições, a dada altura o negócio do cinema entrou em crise, surgiram novas tecnologias, parabólicas, televisão, isto, acabou com os cinemas, tiveram de novo um revés, e sendo propriedades privadas provavelmente não estao ao alcance de uma visão certa. O governo terá que intervir, fazer o seu papel para salvar estes monumentos culturais, servirem o objectivo real para o qual foram construídos.
Intervenção do governo! Refere se a mesma intervenção que se fez na casa da cultura da Zambézia onde no próprio dia do espectáculo, este é foi adiado para a realização de mais uma sessão da assembleia provincial, isto para não dizer que esta tomou de assalto a casa da cultura que virou casa da política?
É violento, acredito que não foi o caminho mais acertado. A criação das assembleias províncias vinha sendo preparada a ja bastante tempo , não caiu de pára-quedas, ‘e um assunto que de facto esta na agenda da acção do governo, surge e efectivamente não há infra- estruturas para acomoda-las! Ate certo ponto é uma aberração entre aspas, peco desculpas para aqueles que possam não compreender este meu desabafo, mas que acreditem que a sua presença naquele espaço cultural deve ter os dias contados porque eles estão fora dos’ carris ‘é como um peixe fora da agua, a assembleia provincial terá que encontrar o seu espaço para mim não significa alugar uma sala mas uma construcao de raiz, ajudar a fazer crescer Quelimane. Esta é a visão que acho que os dirigentes em frente da assembleia deveriam ter.
Onze anos ainda aqui, qual é o seu projecto pessoal mais almejado?
Melhorar as condições de vida destas pessoas, sou mandatário, elas confiam em mim e acreditam que o projecto apresentado pelo município os satisfaz, é esse com qual me bato porque acredito que é este que resolve os problemas dos munícipes e o meu slogan é: se estamos aqui é porque cumprimos.
Não se trata de nenhuma retórica ou utopia pois não?
É uma evidência, não nos ocultamos, tivemos, fomos desafiados por outros programas mas os munícipes escolheram este que é o programa que tem resolvido os seus problemas. Ate ao próximo carnaval na espernca de nao encontrar o Presidente a esquivar, carros, motas e bicicletas.
(Risos) É verdade que no primeiro dia do caranaval houve algum erro quanto a a localização das placas proibitivas, onde tudo se misturava, mas isso foi colmatado no segundo dia, num carnaval de 7 dias, conseguiu se reparar.

Amanda Tifanni -Cape Town International Jazz Festival 2010


Amanda Tiffane on th e11th Cape town international Jazz Festival

Estacios Valoi

Who is Amanda Tiffin?
I am a musician: Singer, pianist, composer, arranger and teacher.
How was your childhood?
I grew up in Bulawayo, Zimbabwe. It was a fairly sheltered childhood growing up in a small city. I think I grew up more slowly than most kids of today, because we did not have internet, cellphones, Satellite TV. I played outside a lot, read a lot of books. Most kids now seem to spend time in front of the computer, or cellphone, or in the shopping mall. I spent a lot of time on my friend's farm, running around, riding horses, helping with chores etc.
When was the first time you dreamed about to became a musician?
I started learning piano at age 8. Around age 9 or 10 I used to watch the TV show Fame, and dream of being like those people - singing and dancing and playing music all day!
What is you philosophy of life ?
I believe in the connectedness of all human beings, and the existence of a larger purpose. I believe in the power of now, and in the power of joy and positivity. Life is such a gift, and humans have such a capacity for joy, if we only learn how to tap into it.
In terms of cultural development how do you see the African continent? are we loosing our heritage?
I think that in the large cities in Africa, we are losing our heritage slowly. Languages are changing, and becoming mixed with other languages. Modern culture is changing old culture, and old ways are lost. The way that we live in cities is so different from traditional ways, and I think that it is sad that many of the old values and ways of African life are not preserved and honored anymore. However, I know there are many people who are working hard to preserve the traditions and language of the many African cultures.

Be in this major festival for the first time. What is you expectation ?
This is the first time I am performing on the Cape Town International Jazz Festival. I am very honored and excited about performing (and a little bit nervous!) I am hoping that we will have a large audience, and that I will play for many people who have never heard of me, or my music before, and thereby introduce and my music myself to some new people.
With current unstable situation in your country how can you help you people through you music?
I think every country has issues and problems that people face every day. Some countries more than others. I think music has the ability to reach people emotionally, to make them feel good. Music has an amazing way of helping people to relax, and release tension. I hope that my music will touch people, make them think a little bit about a few things, and mostly just enjoy themselves and forget about their problems for a few hours.
What kind of music do you play and how does life inspire you?
I play jazz music, that is influenced by African rhythms and melodies, and European and American harmony. I am inspired by things that happen in daily life. I am inspired by the stories of ordinary people, by the great beauty of nature and especially the beauty of South Africa and Zimbabwe.
Who will be part of you band for the festival? and why these musicians?
My band members are Shaun Johannes on bass, and Heinrich Goosen on drums. Shaun is one of the best bass players in Cape Town, and he has been playing in my band for 7 years (he was only 19 the first time he played with me).
Heinrich is a fantastic drummer - he is one of the few drummers in Cape Town who is able to combine African rhythms with open-style jazz drumming. We will also play some more "straight ahead" jazz style songs, and he is really great with that style as well. Heinrich has been playing with me for about 3 years.
What comes on you mind when you are on the stage?
So many things! Mostly, what's coming next in the tune, how to find the best expression of the song. But also things like - who is in the audience, how are they responding to us.
What is you main focus within society in order to improve other people its living condition?
I have two projects that I am working on in society. One is a fund-raising project for People with Disabilities. I do a big concert every year to help raise money for a rehabilitation Centre for People with Physical Disabilities.
The other project is community jazz education. I like to assist with music workshops for School children.
Do you have what you consider your best album and why?
Not yet... I am proud of the 3 albums I have recorded, but I think the best is still to come. Hopefully this year!
What most do you fear in this world?
I fear being unable to make or hear music.
How do you see the first ever world cup football be held in the continent?
I think its a wonderful opportunity for us to show off our beautiful continent. It is also a great thing that there is so much improvement on roads, facilities that we will benefit South Africans long after the World Cup is over.
Many African government have thy motto ' reduce poverty ' do you think that they are doing enough or are seeking more deep into corruption living stile?
I do not think most African governments do nearly enough to reduce poverty. It is really sad that when politicians are elected, they are too busy filling their own pockets, and living comfortably, to get down to working towards helping the poor, and improving their standards of living/
I think corruption in Africa is very deep, and it will destroy us all if it is not stopped.
Do you think that education is the main key to boots the continent and what are you reading?
I think education is essential and key to improving life for people. It is essential to help people learn to create work for themselves, and to be able to live sustainable and productive lives.
I am reading a novel by J.M.G Le Clezio, called Desert. it is about a tribe of people living in the North African Desert in the early 20th century.
For you , who could you consider best writes and musicians? Why?
There are so many amazing writers and musicians, too many to think of! I love music from many different genres and countries. Jazz, old and new, world music, folk music, classical music....
Do you have tough about coming and perform in Mozambique?
I would love to come to perform in Mozambique, it is place I've always wanted to visit. I have many friends from Mozambique, so maybe I will get a chance some day!

Regards

quinta-feira, 25 de março de 2010

Colombia



‘Uma viagem pela ‘Colômbia’

Texto e fotos por: Estacios Valoi

10/06/10

Pensei um dia em terras ainda desconhecidas que fazem parte deste vasto Pais.
Apenas embarquei num daqueles camiões cavalos a 26 rodas rumo a foz do Rio Ligonho lá para os fundos da província da Zambézia.

Ao longo das estradas de alcatroadas e de terra batida algumas esquecidas pelo tempo pareciam o sítio onde Cristo ou Judas perdeu as botas, um lugar de olhares profundos estampados no rosto daquelas pessoas que deixavam transparecer, muita sede, obrigadas a embrulharem se num único furo de água para cerca de mil a duas mil pessoas, a fome rasgava suas peles em culturas inexistentes ou apodrecidas em canteiros por falta de escoamento.

O destino todavia continuava distante mas o corpo já fatigado deixava transparecer veias vincadas de tantos solavancos, charcos, terra escorregadia que a estrada ia nos proporcionando ao longo do percurso em direcção do sítio almejado. Afinal tratava se de uma expedição quase que sem fim.

Apesar de mais tarde ter entrada numa viatura de marca Land Cruiser de cor branca que dias antes teve o seu vidro de traz quebrado pelos revolucionários da cólera, aquele quando passava por um dos distritos da Zambézia, refiro me a aquele fenómeno anual em que os homens da cruz vermelha na tentativa de socorrerem as vitimas tornam se vitimas.

De tanto andar por fim chegamos a foz do rio Ligonha, estafados, a primeira foi um mergulho naquela água corrente incolor, contudo de cor acastanha que ao olho nu deixava a sensação de estar carregado com o vibrião da cólera e outras coisas mais nocivas a saúde pública.

De tantos cansados de sonhar e de esperara de uma fonte de água potável para o seu consumo, vão consumindo freneticamente o liquido em causa.
Mas eis que me surpreendo com o vaivém das motorizadas, bicicletas dos peneireiros do ouro que vão cruzando o rio a outra margem do rio onde se encontra o sítio chamado de Colômbia.

Exclamado perguntei de que se tratava, mas antes pensará quer pudesse encontrar os discípulos do Escobar ou outros druidas quiçá um cocktail de cocaína, êxtase, brown sugar e outras substâncias alucinantes ou depressoras.

Eis que vou entrando na dita Colômbia, um corredor de barracas carregada de produtos comestíveis, álcool mas que durante o dia ou noite viram dormitórios para os caçadores da fortuna. Sitio onde impera a lei do mais forte, há um pouco de tudo, bens de primeira necessidade ate as prostitutas que hoje pernoitam aqui e outro dia acolá, depende do que maior quinhão de ouro tirar.

Enquanto uns vão cavando mais e mais fundo, outros vão metendo se em túneis que só eles sabem onde vão parar, para não dizer que alguns vão sendo presos pela própria terra que vai desabando naquelas terras duras que a velocidade da agua do rio Ligonha que roendo as partes laterais dos túneis tornando os o lugar de morte certa.
O numero de mortes que se vai registando não impede ou assusta aos peneireiros que tos os dias cruzam o rio em canoas feitas a partir da casca de uma arvore denominada ‘ Moroto’.

Em algumas conversas fui constatando que algumas das pessoas que ali se encontram, tem como proveniência a os arredores da cidade de Quelimane assim como de outros destinos longínquos que na procura da sorte decidiram cruzar vários caminhos ate a Colômbia, uma estadia de uma semana ou mes mas que por fim permaneceram por alguns anos.

O Fernando Botão dizia ‘ali morreu, não faz mal, a vida continua. Estas a ver aquele buraco, no ano passado ali morreram dois gajos, aquele buraco vai dar ao rio, agua essa que ‘e utilizada para lavar o pó ate ao conseguir ouro’.

Primeiro cavamos, tiramos blocos de pedra, peneiramos, pilamo-las ate que se transformem em pó e depois lavamos no rio’.

Eu já encontrei muito ouro ate comprei duas motas, aquele meu amigo comprou um a bicicleta mas esta a espera ate encontra boa quantidade para comprar uma motorizada que custa entre 15 a 18 mil meticais. Motos que vem de alguns paises asiáticos, creio que da China.

São peneireiros em número considerável que possuem essas motas. Por alguns instantes lembrei me da Cidade de Quelimane, a avalanche das bicicletas que por lã circulam.

‘Eu vou comprar, não importa, posso esperar muito tempo. No ano passado consegui um bom ouro mas gastei o dinheiro todo.

A medida que ia me aproximando barracas adentro, pelo ar cruzam se sons soltos pelos rádios que iam tocando pela esquerda ou direita, roupas a venda, uma cidade de capim e blocos feitos de blocos locais de paredes lisadas a lama, ora por dentro assim como por fora.

Mas a alegria era patente no rosto daquelas pessoas, ora acompanhadas de muito álcool a moda nova, de 'Tentação ate a outra que segundo os habitantes do ouro chamam-na de 'Boina Vermelha, dei uma tragada, um veneno autêntico.

Dia e noite, a procura é constante, dormem, acordam e sonham com o ouro, ou deitam suas lágrimas em garrafas transparentes que mais parecem um rastilho de pólvora.
A vida continua naquele mundo distante, a quem diga longe da civilização, mas para os penereiros aquela ‘e a sua zona, Colômbia.