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segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Gurué cidade vermelha
Textos e fotos: Estacios Valoi
01/11/12
A cidade do Gurué, distrito da província da Zambézia, ontem do chá actualmente com cerca de 300.000 habitantes segundo o censo de 2007 apesar da sua beleza arquitectónica perde ofuscada pela poeira um pouco por todos os cantos devido as ruas sem buracos, cobertas de areia vermelha que clamam por uma asfaltagem que no roncar das viaturas de grande e pequena tonelagem que por ali se fazem levantam a seu bel-prazer.
As paredes brancas dos edifícios ficaram vermelhas, as, portas, vidros e cortinas das residências são na maior parte das vezes matinhas a meia haste e/ou fechadas, e os corpos não fogem a regra, tudo e todos a precisarem de uma gota de agua para voltar a sua cor natural numa cidade com problemas graves da falta de agua.
Foi por lá onde após a nossa viagem pelos campos de chá, quedas de água a mais de 1800 metros de altitude, contemplamos as belas paisagens na sua maioria perdida no verde do chá descemos ao contraste avermelhado da cidade poeirenta ao encontro do administrador do distrito Joaquim Pahare e logicamente a nossa reportagem questionou-o sobre este contraste e o estágio da cidade.
“Deve se porque a areia é vermelha. Não sou a pessoa autorizada a falar sobre isso, mas o município. Mas dentro das nossas relações de trabalho que são boas, sei que há uma previsão e, juntos tentam também negociar a asfaltarem de algumas ruas, aproveitando este projecto que esta a fazer a estrada Gurue- Maxixe. Isto já foi aprovado a nível da ANE
“O trabalho Já devia ter iniciado mas parece que o empreiteiro anda um bocadinho lento, de forma que este, este atrasado com a própria obra e, isso não lhe permite manobras para iniciar com as obras dentro da cidade mas há uma promessa nesse sentido e nós acreditamos que isso poderá ser feito”.
Um atentado a saúde pública
“Em termos de saúde estamos bem. Com base nos dados que temos das várias doenças duas que tem nos tirado o sono, tem a ver com a Malária e obviamente oscilam, as diarreias que de facto quero confessar, para além do próprio saneamento que não se faz sem água, isto, começando pela cidade onde ainda temos problemas sérios de fornecimento de água potável.
Nós prevíamos e tínhamos a esperança de que haveria uma intervenção a nível central através dos fundos do Millenium Challenge, estava tudo pronto para se iniciar com os trabalhos de reconstrução e ampliação dos pequenos sistemas, mas na última da hora tiveram conhecimento que houve cortes nos orçamentos, e agora passe o termo estamos encurralados.
Não sabemos qual será a melhor saída, mas as negociações continuam a nível da sua Excelência Ministro das Obras Públicas que já esteve aqui, isto para não falar de Sua excelência o governador. Bem, a nível da estrutura moçambicana há sensibilidade mas a limitação é sempre nos recursos, ainda há buscas e acreditamos que a qualquer altura poderá haver intervenção.”
Em relação a Malária felizmente muito recentemente, com o apoio do parceiro Visa Mundial que fez uma distribuição massiva de redes mosquiteiras a nível do distrito em cerca de 200.000, estamos agora na sensibilização, monitoria para ver se essas redes poderão alterar aquilo que são os casos o nível das comunidades.
Falta de água
“Quanto ao abastecimento da água rural, de facto a situação ainda não ‘e das melhores porque no nosso distrito temos perto de 300.000 habitantes e, até agora com cerca de 187 furos de água equipadas com bombas manuais, quando nós precisamos de mais de 500 furos para fazer uma cobertura a 100% digamos assim e, se queremos uma cobertura a 50% de acordo com as metas do Millenium, ainda estamos longe de atingir essas metas porque precisaríamos de mais 100 furos e neste momento estamos abaixo disso “. E, Gurué vai continuar sem água
Na caminhada pela cidade a nossa reportagem viu uma placa próximo a Hospital distrital referente a reabilitação do sistema de água com prazo de entrega entre seis ou oito meses, como tantas que andam por ai espalhados prazos nunca cumpridos seria essa do Millenium Challange. Questionamos.
“Bom. Eu não tenho conhecimento de uma reabilitação do sistema, provavelmente a própria empresa pode explicar melhor. A informação oficial que eu tenho é que esse projecto não andou, nem há sinais de andar e não há previsão nenhuma.
Sim sem água. Vamos sofrer até que um dia tenhamos alguma solução mas, nós como governo não estamos parados, ainda recentemente estivemos a discutir esta questão ao nível da sessão do governo, há algumas acções que nós vamos tomar agora para minimizar.
Relativamente as acções, tanto se fala e pouco ou quase nada se faz Pahare garantiu que ele pessoalmente vai fazer parte das intervenções.
“Pessoalmente, eu sou um técnico hidráulico e com a equipa técnica decidimos fazer algumas intervenções. Acontece que neste momento na fonte o caudal reduziu, mas também temos problemas no Dique que precisa de ser aumentado a sua altura para captar e conservar uma boa quantidade de água, para alem de fazermos algumas reparações na conduta adutora porque há muita perda de água ao longo desse troço e, chega a zona de distribuição com uma redução significativa.
São essas as intervenções que estão ao nosso alcance, temos recursos para isso, vamos fazer para minimizar o problema enquanto esperamos as grandes intervenções.
A capacidade do Dique é inferior, Gurué não é o que tínhamos á 10/15 anos atrás. Este era um pequeno sistema apenas destinado para um pequeno grupo da zona cimento, hoje o Gureu tem 23 bairros e, a cada dia que passa com a presença dos investimentos o número vai aumentado, novas industrias, hotéis, residências, serviços. Então o consumo de água disparou, fora das nossas previsões.”
Turismo
Na sua explanação sobre o estágio da cidade Pahare faz menção ao turismo que existe por estas bandas numa Zambézia em que o turismo procura seu espaço e diz.
“ (Risos) - Quando começamos a conversa disse me que foi a montanha. Portanto existem instâncias turísticas mas, quero confessar que ainda estamos longe de aproveitar essas potencialidades naturais.
Aqui temos para além do Monte Namuli, temos quedas de água, lagoas onde pode-se pescar. Aqui na cidade próximo ao complexo dos padres, da praça dos heróis, do outro lado a grande lagoa e bonita chamada UP6, outra na UP4 assim como quedas de agua na mesma área, temos as quedas do Rio Licungo, as quedas na UP12 e, portanto, quando ia a Mucunha se é que o caudal na reduziu, há uma zona aqui que a agua esta a cair mesmo pela estrada.
São mais ou menos essas unidades turísticas mas também há a questão das unidades hoteleiras, e como sítios de referência temos quatro que são: O Complexo dos padres, o Januário uma instancia muito recente, temos a pensão Gurue o nosso famoso Monte Verde e a residencial Licungo aqui ao lado.
Mas olhando para aquilo que é a demanda hoje do distrito e da vila da cidade de Gurue nós ainda precisamos de uma instancia hoteleira de referencia. Essas são instâncias alternativas mas ainda há espaço, mercado e quero aproveitar aqui convidar aos agentes económicos que queiram investir na área do turismo, agricultura, agro processamento que nós estamos disponíveis.” Sublinhou Joaquim Pahare
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