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sábado, 7 de janeiro de 2012
Água mais uma promessa adiada!?
Texto e fotos: Estacios Valoi
O projecto de reabilitação do sistema de abastecimento de água da ilha de Moçambique que envolve o governo moçambicano, a Austrália e a China vai absorver cerca de 200 milhões nos próximos dois anos numa extensão de aproximadamente 17 quilómetros de tubagem e outras necessidades inerentes a este processo.
Faz décadas que a Ilha de Moçambique vem enfrentando não apenas a problemática do fecalismo a céu aberto assim como a falta de agua o que deixa a maioria dos munícipes daquela parcela do Pais com latas na cabeça a procura do precioso liquido sempre que amanhece, tudo porque o sistema construído na época colonial encontra se obsoleto.
Em uma reportagem feita pelo nosso jornal em Novembro de 2010, o Administrador da Ilha
António Saules prometera que até o ano transacto , isto 2011 a situação estaria resolvida,
”Como problema grave temos a falta de água desde o mês de Setembro último a esta fase do ano que vamos buscar no continente de carros carregados de tambores. A própria conduta fora concebida só para a zona insular, esta furada e também serve para toda a população no continente onde hoje temos muita gente. A água não tem a possibilidade de passar para cá. A nossa empresa de águas aqui por si só é incapaz de solucionar um problema desta dimensão. No próximo ano vai se organizar todo o trabalho a partir da tubagem de captação no continente na zona de Ampapa, esta agua que sai do Rio Monapo a cerca de 35 quilómetros daqui”.
Contudo o estágio de letargia contínua sendo o apanágio do dia e os moradores, “queremos água”.
Apesar de várias tentativas em contactar o Administrador pariu um rato mas, nem tudo foi pela culatra.
Segundo o Vice Ministro das obras publicas e habitação Francisco Pereira que na altura encontrava se na Ilha, reconhecendo o estado obsoleto do sistema de abastecimento de agua, a nossa reportagem disse que a problemática do abastecimento de agua na Ilha será solucionada num espaço de dois anos com a intervenção da China.
“Já há uma verba de cerca de 200 milhões de meticais para o projecto a serem gastos em dois anos com a intervenção do governo central previsto para um horizonte de 10/15 anos sem problemas de abastecimento de água numa extensão de 17 ou 20 quilómetros.
Dado que neste projecto há também a participação da Austrália, houve um concurso internacional e uma empresa chinesa a Cinohidro ganhou o concurso, já fez o contrato e iniciarão com as obras no terceiro semestre deste ano.
Neste momento o sistema esta bastante ultrapassado porque foi previsto para uma população muito mais pequena e hoje a população triplicou, dizem que são 20 mil e a quem fale de 30 mil quando na altura eram cerca de 6/7 e a água não é suficiente. Durante algum tempo tentou se remediar mantendo os cinco furos em funcionamento mas hoje, só temos duas bombas a funcionar e não em simultâneo o que significa que há um caudal de 50m3 por hora o que é completamente insuficiente porque o mesmo caudal também tem que abastecer o Lumbo.
A conduta tem muitas roturas, fugas, os sistemas dentro das casas estão muito velhos e tem muitos problemas. É um processo que vai exigir uma reabilitação completa, desde do próprio sistema que passa da captação dos depósitos ate chegar a ilha, os sistemas internos que estão bastante estragados”.
No ano antepassado numa breve entrevista com o presidente do conselho municipal da Ilha prometeu ter o sistema em funcionamento e com a previsão para o ano transacto, algo que não se concretizou
Fundos da empresa de águas
“São cerca de 47 casas com rede de abastecimento interna e dessas apenas 25 estão a funcionar e uma das medidas imediatas será instalar o sistema de contadores a partir deste mês de Janeiro. Neste momento é do interesse da empresa de águas arrecadar receitas, porque há pessoas que consomem a mais, não pagam e os que menos consomem é que pagam.
A reabilitação vai durar cerca de dois anos a começar este ano, então é preciso verificar o estágio actual do sistema, há um total de 25 a 30 contadores quando deveriam estar a funcionar 450 em casas que tem a possibilidade de ter contadores e, em alguns casos a população que se abastece a partir dos fontenários públicos, cisternas e sem uma rede interna”.
Dois anos ate que o sistema seja reabilitado, enquanto isso uns vão pagando entre 1500 a 10.000 meticais em dias de pico na ilha para adquirir água, a semelhança do fim do ano passado em que aquela registou uma enchente ate faltou acomodação.
“Esta é uma situação grave discutida na reunião que tivemos como os munícipes da ilha. A privatização da água da rede. Na politica da agua admitimos que haja vendedores privados que façam os seus furos e vendam a agua dentro do preço estipulado, agora fazer da venda da agua uma especulação aproveitando se das fragilidades que o sistema tem para fazer avultados negócios, mas comprando a preços modestos na própria empresa de agua isso nós vamos ter que terminar porque parece me que é uma situação anómala.
Amanha vou ao continente verificar ter uma reunião com os vendedores privados e garantir que essa actividade não continue e se há alguém que posa garantir água em sistema de emergência com auto tanques, é exclusivamente a empresa de águas e mais ninguém, não são os privados que se vão aproveitar do sistema de abastecimento de água do governo e fazer disso um negócio lucrativo a preços especulativos, isso tem que acabar a breve prazo.
Anómala ou não contra factos não há argumentos
Manutenção
Dada a dimensão do abastecimento de água, há uma ideia ainda em discussão mas com a possibilidade do Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Agua (FIPAG) assegurar a manutenção através da sua empresa regional Norte a curto e médio prazo. Temos a ideia de criar condições nestes próximos dois anos e com uma equipe instalada aqui na ilha para que de facto o investimento resulte em cheio.
Estradas
Hoje o conselho municipal tem mais condições, contratou uma empresa local que faz o assentamento e na discussão que tivemos com o conselho municipal, julgamos que durante 2012 a ilha terra todas ou a maioria das ruas reabilitadas.
A primeira fase foi a maior custou cerca de 25 milhões de meticais, começou a colocação de Pavês em toda a marginal que já esta feita, colocou se em algumas transversais e conclui se de imediato a grande circular da ilha, instalou a maquina para a produção e Pavês aqui na ilha, há uma parte importante que já esta feita,
Acordamos com o conselho municipal ‘e que depois de terem maquinas, o fundo de estradas que é a organização que financia os programas de estradas a nível do pais, anualmente com 4/5/7 milhões de meticais montante apenas para a compra da matéria-prima e pagar o pessoal que faz o assentamento e actualmente e porque a produção do Pavês é feita localmente o custo baixou. O conselho municipal tem condições para mandar produzir o pave e por isso disse que ‘e possível concluir o trabalho que já se inicio durante este ano.
Latrinas vs Fecalismo a céu aberto
“De facto neste aspecto a ilha melhorou significativamente, a introdução de medidas pelo conselho municipal, a reabilitação de todas latrinas públicas até com guarda para impedir a vandalização do material que esta lá, uma grande sensibilização, podemos dizer que hoje há melhorias substâncias.
Antigamente entrada da cidade depois da ponte havia uma situação desagradável que desapareceu completamente. Foi uma medida interessante, licenciou se algumas barracas nas zonas mais utilizadas, como a da praia e com a responsabilidade dos próprios donos para garantir que a praia não se utilize para tais fins. Estou convencido que este ano a Ilha poderá ser considerada livre do fecalismo a céu aberto.
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