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segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Quelimane regista um fluxo de Imigrantes ilegais
Quelimane regista um fluxo de Imigrantes ilegaisTexto e fotos; Estacios Valoi
12/08/10
Recentemente os serviços de Migração Nacional celebraram 35 anos da sua existência num Moçambique ‘independente’ após de ter sofrido várias mutações com o seu prelúdio no Ministério do interior mais tarde para o de Segurança e actualmente sob a égide do primeiro.
A Província da Zambézia tem vindo a verificar uma avalanche de imigrantes ilegais que encontram esta parte central do Pais como ligação entre as zonas Norte e Sul do Pais tendo só neste trimestre o registo de 154 cidadãos de nacionalidade Somaliana provenientes do centro de Maratane na Província de Nampula.
Actualmente encontram se nas instalações dos serviços de migração de Quelimane outros 57 imigrantes de nacionalidade etíope também provenientes do mesmo centro a espera de serem recambiados em condições de acolhimento menos abonatórias, visto que o sítio carece de infra-estruturas adequadas para tal propósito, inclusive para os seus funcionários.
Apesar da introdução do sistema de controlo informático biométrico com base no qual o chefe dos serviços se vangloria como um dos marcos alcançados nestes 35 anos, ate que a tal 'biometricidade' chegue a estas bandas muitos dias ainda vem por contar.
Segundo o chefe dos Serviços de Migração da Zambézia Armando Cossa, a introdução do sistema informático implica uma boa disposição o que também lhes permitira ter acesso a dados esboçados a partir da Direcção Nacional em ‘ online’.
‘Provavelmente a partir do próximo mes de Agosto teremos aqui na Província técnicos para montarem o sistema informática, e neste momento já começamos a receber pedidos dos documentos que enviamos para a Direcção Nacional para a sua devida emissão biométrica, mesmo até a atribuição do visto.
Relativamente a azáfama dos imigrantes nesta Província, Cossa reconhece o facto mas opta por girar em torno dos ‘ papeis’, os passaportes em cima mesa.
‘Uma avalanche de estrangeiros! Talvez não iria por aqui porque em termos de emissão de passaportes esta tudo em ordem, é verdade que se esta a constatar uma avalanche de estrangeiros ilegais mas são cidadãos provenientes de países em que há guerras, onde existe uma certa instabilidade, e violam as nossas fronteiras País adentro onde a ‘ luz’ da convenção internacional das Nações Unidas são acolhidos.
Estes são provenientes de Maratane na Província de Nampula. Aquele é um centro para abriga-los que esta sob auspício do núcleo de apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros e por alguma razão estes cidadãos desertaram do centro a andam por aqui. De certa maneira nós temos sim uma avalanche de cidadãos descontrolados, mas destes indivíduos que não têm documentação muito menos profissão, e talvez alguns destes por estarem entregues a sua sorte fazem parte dessa onda de crimes.
Estamos a registar um número crescente de cidadãos Etíopes registando-se neste momento que estamos a falar cerca de 57 cidadãos aqui na migração e todos também provenientes de Marratane mas com a usando a prorrogativa de que iriam passar para Maputo onde já não existe centro para imigrantes ilegais e estamos aqui a criar condições para retornamo-los para o centro.’
Segundo Cossa existem duas formas de ‘pular a cerca’, o primeiro os que são interpelados ainda na sua tentativa de chegarem ao ‘ porto seguro’ e são directamente recambiados nas mesmas viaturas em que se fazem transportar e o segundo quando são abandonados pelos sindicalistas do crime pelos distritos ou mato de onde mais tarde são recolhidos e levados pelos agentes da migração para a sua sede.
‘Naturalmente a questão passa de um certo controla com base nos dispositivos internacionais, as convenções com preceitos legais tratados nível do Núcleo de apoio ao imigrante ilegal do Ministério dos Negócios Estrangeiros que trabalha em coordenação com o Ministério do Interior.
‘Creio que uns saiem do centro porque procuram melhores condições de vida, outros até munidos de uma declaração atribuída pelo próprio centro, ate podemos os encontrar por aqui a fazerem pequenos negócios para o seu auto sustento.
Em conversa com alguns imigrantes ilegais nomeadamente Tas vai Detiof, Ketafi e Bash ambos de nacionalidade etíope foram unânimes nas suas afirmações quanto a sua fuga do centro, isto é, desde a falta de alimentos, documentação, conflitos internos e o tratamento desigual entre as diferentes nacionalidades que lá existem.
‘Em Maratane não têm comida suficiente, lutamos entre nacionalidades Etíope, Congolesa e Somaliana, olha este aqui tem uma cicatriz enorme na cabeça. Estamos a mais de cinco meses e não temos documentação, existe desigualdade. Quando os congoleses chegam logo tem documentos. Aqui somos mais de 300,o centro esta lotado e somos obrigados a permanecer aqui o dia todo e só de noite é que conseguimos sair. Não somos livres. Esperamos ir a Maputo e depois Nampula. Moçambique é bom sítio. Nós somos refugiados e em Maputo não tem centro, esta em Nampula. Estamos a espera que a migração encontre soluções para nós 57’.
Enquanto o passageiro 57 espera pela sua vez, onde e que param sindicatos do crime migratório?
De acordo com o Chefe da Migração na Zambézia existem sindicatos do crime imigratório compostos por transportadores assim como a existem de vários interesses por de trás disto onde cidadãos desonestos vão se aproveitando daqueles precisam.
‘São transportadores, alguns até licenciados inclusive organizados em sindicatos que os transportam em camiões. Temos exemplos de alguns transportadores que foram detidos, contudo as detenções não produziram matéria suficiente, mas nós sabemos que por de traz disto há um trabalho obscuro que estão a fazer, contudo esta a fazer se um trabalho profundo para que se descubram os mentores deste tipo de crimes’.
Este é um assunto que requer um estudo profundo porque isto deixa transparecer uma certa insegurança do Pais e muitos desses indivíduos quando chegam aqui já pensam em transcender para a África do sul onde ao chegarem dirão que passaram por Moçambique e então o Pais é visto com muitas fragilidades. Mas, é preciso observar realmente que essas pessoas precisam de alguma protecção, é preciso mecanismos para tal e penso que os estados, a comunidade internacional vão estudando e tem muito a dar sobre este assunto, disse Armando Cossa.
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