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segunda-feira, 9 de novembro de 2009
A VA SATI WA LOMU
A wa A va sati va lomu’
Estacios Valoi Foto:Ismael Miquidade
07/10/09
Após a ausência da Mingas nestas ultimas semanas, em outros voos trouxe consigo uma voz vizinha para o concerto Zimbabwe Moçambique e que segundo a cantora o evento vem a esteira da uma semana de concertos que tiveram o seu prelúdio em 'Base Line’ na África do Sul. Neste espírito de colaboração entre artistas de vários países em Maputo cabe a Mingas dar o maior tempo de actuação a visitante assim como a oportunidade dos moçambicanos a conhecerem.
Juntas cantaram e com o maior ‘quinhão’ reservado a Dudu que sua convidada bem jovem com a qual se encontrou em Harare onde actuou no Book Café, e, por coincidência de agenda, após Dudu ter apresentado alguns números do seu reportório, lá estavam as duas juntas a cantar ‘ A va sati va lomu ’ sem u m prévio ensaio conjunto. A Zim já conhecia a música, foi uma comunicação positiva e aqui estamos.
Dudu Manhenga, a Zimbabweana actualmente baseada em Harare.
É a tua primeira vez em solo moçambicano especialmente em Maputo?
Dudu - Diria, minha primeira vez a solo. Tive a oportunidade de visitar Maputo em ocasiões anteriores no período não muito distante quando cantava como vocalista de fundo para o Musico Oliver Mutukuze. Quero perfurar pela primeira vez como eu mesma, a solo.
Queres dizer que descobriste Maputo quando vinha na boleia de Mutukuze?
Dudu - Sim, apercebi me que os moçambicanos são um povo que gosta e aprecia a musica, qualquer tipo de musica a que são expostos.
Quem é a mulher por de trás desta cantora?
Dudu - Há, sou mãe de quatro crianças e casada com um homem maravilhoso, por conseguinte o mesmo é baterista da minha banda, uma mulher que adora deus e com uma boa dose do cristianismo do gospel e trabalho com outras mulheres artistas.
Haa, já percebi. Na há colher de chá para ninguém.
Então esta é esta a sua forma de estar na vida?
Dudu - Quando amas as pessoas que te rodeiam, recebes amor, libertaste de ti mesmo e recebes mais.
Quando é que descobres que a profissão que os outros pretendiam escolher para ti não fazia parte do teu destino?
Dudu -O meu ‘ponta pé de saída’ foi quando aos 16 anos de idade não foi algo planificado e que tive que me sentar em ‘torno do fogo e revelar os segredos que a noite nunca nos revela’ que seria uma artista, um a cantante, não. Mas as marcas foram me seguindo, direccionando me a esta arena musical ate que não mais me ‘desembaracei ‘ ou fugir da veia dentro de mim e comecei a cantar profissionalmente com os meus 16 anitos. Estou no mercado industrial discográfico a 12 anos ate a esta fase. Então faca as conta e já vais saber qual é a minha idade.
Depois fazemos as contas. Qual é o teu estagio actual todavia a navegar nesta área musical e que facilidades te propõe?
Dudu -Vou cavalgando e as coisas vão melhorando a cada dia que passa. Penso que é fantástico estar com pessoas que já andam por estas lides faz tempo como a Mingas com a qual vou actuar ‘colaborar’ neste concerto agendado para o Centro Cultural Franco Moçambicano. A mingas que esta na indústria discográfica lá vão 30 anos altura em que dar o ‘salto’ era muitíssimo complicado.
Actualmente, temos alguns canais que nos permitem ‘ cozinhar’ a nossa arte de fazer música com mais facilidade. Refiro me a instrumentos como a internet, as tecnologias de ponta a nossa mercê assim como as oportunidades e facilidades de gravar as nossas obras assim como temos pessoas que já investem nesta área que vêem a industrial musical também como uma fonte de rendimento, uma industria que propõe ganhos monetários substanciais e registam se alterações significantes. Poderíamos estar melhor, podemos desenvolver ainda mais, contudo estamos num patamar muitíssimo elevado comparativamente com os passados 30 anos.
Sei que andas a dar de beber as pessoas com o ritmo ‘jazz’. Mas o que é que você realmente canta e desde o teu preludio de que fontes andas a beber?
Dudu - Estico a minha musica e considero a Afro jazz future porque é meramente africana com uma influencia do Jazz numa fusão mais profunda com o resto do mundo. Em termos de conteúdo, as minhas músicas versam sobre o amor ‘ que mais alem do amor’, a nossa cultura africana porque penso que estamos mais distanciados, perdidos dos nossos traços culturais, origem, falo da vida em geral, comentando sobre ela, as suas peripécias. Fico pelas pessoas e a vida de onde vou bebendo.
Cultura, origens para direita e esquerda e como é que fica o centro cultural?
Dudu - Perdemos e continuamos a perder aspectos da nossa cultura, tradição, as coisas que nos identificam. A título de exemplo, actualmente já não saudamos aos mais velhos pela rua, o respeito já era, com ênfase nas grandes metrópoles ‘ cidades. Cresci e fui criada num ambiente regido por este tipo de valores habituada a dizer alô Mamã, ou Papa para todas as pessoas e actualmente já não se faz mandamos os mais velhos para a outra ‘ esquina’.
Os mais velhos olham para as crianças, adolescentes e vêem mulheres porque não foram criados como país. Isto vai transitando e são coisas deste género que nos precisamos resgatar e coloca - las no seu devido lugar. Quando nos encontrarmos um ao outro vamos fazer coisas como as que mencionei para que possamos respeitar mo nos uns aos outros.
Depois das hecatombes que marcaram o Zimbabwe nos últimos tempos, com que olho clínico olhas para o teu pais? Creio que não é preciso uma lupa, não!
Onde é que encaixas o teu país de hoje?
Dudu - Zimbabwe esta no seu estágio de recuperação, continuo a profetizar as mesmas palavras, é uma terra do leite e do mel e o leite e o mel começaram a brotar a curto prazo. É notável e fantástico que as pessoas no Zimbabwe começam a ter um pensamento positivo, a atitude destas pessoas. Contudo existem os cepticos que preferem não fazer muito alarido. Estamos em progressão e isto ilustra ou significa muito.
Depois do mesmo diapasão politico por muito, aquelas ‘conversas entre amigos ‘ que muitos transtornos causaram a muitas pessoas o que mais te assusta nesta vida?
Dudu - Essa é boa e surpreendente. Perder a minha família seria um caos, hoo! Mais assustador porque a minha família é o berço eu tenho, um daqueles lugares onde quando viro as costa par o mundo louco da minha carreira ‘ musical’ volto a ser aquela mulher, a mãe, a irmã e filha, então estou em casa com a minha família onde não tenho que ser ‘ grande ‘ mas do que sou, posso despojar me de tudo e chorar. Mas quando estou em público a coisa já muda de figura porque ai entro com tudo. É como se as pessoas não te pudessem ver fazer o que fazes em casa em público!
O teu numero de álbuns quase que se iguala a ‘escada’ de filhos que tens, não?
Dudu -Estou com dois álbuns no mercado e com o terceiro a ser lançado este mês de Outubro o qual é composto por um ‘CD’ ao vivo gravado em Harare.
O meu primeiro álbum lançado em 2003 tem como titulo ‘brotar do azul’ (Out of the blue) o segundo em 2007 intitulado ‘Djula’ o que significa morte e o que esta prestes a sair vem ‘chapado com o título ‘ alem a fórmula correcta (Towards Alignment.
Porquê ‘ intitulado mais alem do alinhamento como se durante muito tempo não visses o céu azul?
Dudu -Naquela fase era apenas uma nova artista com muito por palmilhar ‘ CD’ nas mãos. Quanto ao ‘Djula’ o qual significa morte, tive que me ‘exilar durante quatro anos antes que lançasse outro álbum. Foi uma viagem profunda a procura da ‘outra’ dentro de mim cuja viagem teve como produto final este disco. Quanto ao terceiro, hum, sinto me que vou caminhando ao encontro do sonho o qual sempre tive, quis estou prestes a agarra - lo.
Ouvi as tuas músicas. Que expectativa para si e para o publico que se vai fazer a aquele espaço?
Dudu - (Risos) vou dar o melhor de mim. Gosto de libertar o meu coração para o publico, as canções como elas são ou vem no disco mas com surpresas durante o espectáculo para que o publico desfrute esta particular experiencia, momento.
Quando estas a passear pelo palco pensas em mim, no público?
Dudu - Quando estou do lado de cá liberto me completamente, sinto me mais poderosa porque o que posso dizer por trás do microfone pode influenciar a forma de pensar para a sociedade. Por isso estou consciente de poder cantar me o seguinte, ‘ tenha cuidado’ porque tudo que disser constrói a nação, o povo africano.
E assim foi o concerto no Franco Moçambicano, muita, luz cor, aquelas duas vozes cortantes que só estando no espaço para viver as, aquela emoção que só elas souberam trazer.
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