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segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Lenda Viva Hugh Masekela
HUGH MASEKELA 70 A LENDA VIVAEstacios Valoi fotos: Ismael Miquidade
11/03/09
O alinhamento final da 10 edição do Cape Town Internacional Jazz festival traz mais uma estrela jovem para completar as pedras que se vão encontrar entre os cinco palcos organizados para o evento ‘ mãe ‘ de todas as edições.
A pedra que vem completar o número chama se Zaki Ibrahim nascida de um pai sul-africano e de mãe escocesa Zaki passou a sua tenra idade entre Cape Town e a Ilha de Vancouver no Canada. Zaki bebe do poder das palavras através da sua mãe. A vocalista que também espelha as suas líricas poéticas em francês com emoção e tonalidades expressiva que definem a forma de parafrasear algumas vezes usando sua voz como instrumento principal onde as tonalidades substituem as palavras. Zaki que ate hoje vem bebendo das musicas do seu pai, também e fan de astros como Rickie Lee Jones, tom Waits, Anita Baker Withitney Houston.
Recentemente recebeu a nomeação do ano com o seu álbum (Episodes in Purple) na categoria R&B/Soul, tem estado a trabalhar no seu novo álbum e a caminho de Cape Town ao encontro dos seus fans.E tanto para falar sobre Zakin.
Mas esta não é a minha viagem a procura do outro, felizmente com quem cruzei linhas semana passada. Telefonou me estava eu a ‘ voar’. Coisas de todos os dias. Apesar da ‘ ma’ qualidade de som as palavras do outro lado da linha ficaram bem vincadas.
A perseguir a madrugado desperto no outro. Hugo Masekela. Mas sem fugir a regra eis o ultimo quadro para o Cape Town.
340ml; Carlo Mombelli & The Prisoners of Strange; Goldfish; Kyle Shepherd Quartet; Magic Malik Orchestra Napalma; Ndumiso Nyovane; Pete Philly & Perquisite; The Robert Glasper Experiment; Shakatak; Siphokazi; South Paw; Stewart Sekuma; Al Foster Quartet; Arturo Lledo; Dave Liebman Quartet; Dianne Reeves; Emily Bruce; Freshlyground; Hugh Masekela; Incognito; Jonathan Rubain; Kyle Eastwood Band; Loading Zone; Maceo Parker; Maurice Gawronsky feat. Feya Faku; New York Voices; Peter White; Ringo Madlingozi; Rus Nerwich’s collective imagination; The Stylistics; Zap Mama; Jonathan Butler with special guest Dave Koz; Dr. Malombo Philip Tabane, “Opera Meets Jazz” Mike Del Ferro, Sibongile Khumalo, e Shannon Mowday; Abigail Kubeka, Cape Town Jazz Orchestra, McCoy Mrubata e Special Friends, Mos Def com The Robert Glasper Experiment.
Hugo Massekela que este ano celebra os seus 70 anos de vida com pompa e circunstancia num dos cinco palcos (nao) dispensa apresentação. São poucos os músicos sul-africanos que rebentam como Masekela sabe fazer levando a música sul-africana a todos os quadrantes do mundo. Membro da primeira banda de Jazz a gravar um LP naquele país, durante o seu exílio conscientemente decidiu focalizar de familiarizar se com a audiência externa trazendo a ao encontro dos ritmos ou sons locais. Desde o seu regresso do exílio a sua missão vai de vento em popa. Hoje com os seus 69 anos de trompete na mão cruzou o mundo. Contudo muitas ou algumas questões inquietam o trompetista.
Hugh Masekela com um cobiçado e extenso nível no jazz no globo, desde os tempos que lá vão quando liderou uma das primeiras bandas de fusão no planeta, começa a sua vibrante carreira trompetista na tenra idade. Masekela que passeou e continua navegando neste mundo encantado a seu belo prazer todas as esquinas ate as mais recônditas, restringindo se a formulas populares e com uma capacidade astronómica, o seu estilo peculiar, principalmente a sua forma carismática de cruzar as linhas dentre as tonalidades cujo fundo veem se passar notas da pauta ao encontro dos ouvidos dos olhos para que todos a possam ler, cada um a sua maneira, porque no fundo todos lêem -na de uma ou de outra forma, as frases, imagens repetitivas, cores ilustrativas em notas que as vezes parecem distorcidas mais inclinadas para o lado de lá, da liberdade.
Masekela influenciado pelo filme Young Man With A Horn, (com Kirk Douglas no papel de um ‘ Jazzista trompetista Bix Beiderbecke), teve o seu primeiro trompete vindo das mãos do antigo arcebispo Trevor Hudleston, activista proeminente na luta contra o Apartheid na Escola Secundaria St. Peters.
Huddleston na altura pediu ao líder da antiga banda de Johannesburg ‘ Native’ Tio Saud para que desse uns toques rudimentares de trompete ao rapaz. Rapidamente, Masekela tornou-se mestrado no sopro. A exploração assim como o agudizar dos conflitos nos anos 1950 e 1960na África do Sul inspiram e influencia Hugh a fazer a sua própria musica que espelha a luta e a tristeza, a alegria e as paixões do seu pais. As suas músicas sempre protestaram contra o Apartheid e a escravatura.
Masekela começa a cantar e a tocar piano aos 13 anos e aos 14 uma viragem para o seu mais predilecto instrumento, o sopro “a idade do trompete’. Masekela tocou com a banda de Jazz Huddleston liderada por Trevor Hudedleston um activista proeminente anti-apartheid que posteriormente foi deportado.
Com co-fundador dos ‘Marry Makers of Spring’ juntamente com Jonas Gwanga, mais tarde salta para a banda 'Jazz Revenue' de Alfred Herbert onde juntos andaram pelos estúdios como suporte para várias bandas. Enquanto Masekela passeava pela orquestra para o musical ‘King Kong’ no qual se inclui Miriam Makeba, também esteve com outras e muitas lendas como Abdullah Ibrahim, Sathima Bea Benjamim, Dizzy Gillespie, Harry Belafonte, Jonh Dankworth. Mais tarde, Masekela entra pela Academia Real de música e no prelúdio dos anos 60 e a sua ‘panela’ começa a fervilhar com o seu estilo híbrido do african/pop/jazz.
Da sua marca de gravação Chisa ja em Califórnia (US), a sua canção ‘Grazing In The Grass’ alcança o top dos tops mundiais em 1968 vendendo milhões de cópias incluindo a cancao “Carnegie Hall’, nunca mais parou cavando mais para a direcção étnica. Da Califórnia a Africa, Zimbabwe, Botswana dos anos 70 aos 80, na companhia da Miriam Makeba” Mama África” vários trabalhos seus vieram ao de cima nos quais se incluem, Patti Austin, Eddie Gomes, Dudu Pukwana, Herb Alpert. Também fez parte da digressão com Paul Simon no seu ‘ Grace land'. Por outro lado as sessões de produção e gravação com Makeba continuaram. Mas foi nos meados dos 90 que Masekela explode lançando a sua o seu ‘baú’ colecção de álbuns ilustrando a sua versatilidade e o crescimento do Jazz Sul-africano embrulhados em tantos Hugs e Masekelas que nele existem num contexto do Jazz que foi variando ao longo dos anos.
O que ficou patente entre o cruzar de linhas na breve longa conversa que tivemos, é uma que não me esqueço. Após um 'click' o cell do Hugh vai abaixo, abaixo e apercebo me que o crédito estava off, creio eu. Logicamente no segundo a seguir estava eu a telefona-lo e repentinamente a lenda diz ‘ ei man não tenho que gastar a minha ‘mola’ para dar te uma entrevista, são duas coisas (risos)!
Mas eis Masekela na sua verdadeira dimensão a caminho do Cape Town International Jazz Festival.
O que será para ti celebrar os 70 anos num daqueles palcos?
HM - São tantos anos de caminhada, digo 70anos é uma satisfação enorme que sempre contento me conta-los sem contar. É, a vida e fantástica e principalmente poder compartilhar esta data festiva com a multidão que lá vai estar que serão por ai umas 35 mil pessoas.
Masekela hoje? O musico o homem?
HM - Continuo sendo o mesmo de sempre com a mesma forma de viver as coisas com muita intensidade e a acreditar nos meus valores numa luta permanente pelos meus ideais e não só mas africanos e principalmente sul-africanos.
A quantas noites ando?
HM - É só te embrulhar nos 70 anos e já descobres, melhor e deixar ao critério do ser humano que com mais vagar possa lapidar este percurso contínuo feito por todos e com os condimentos necessários, alegrias, tristezas e por ai em diante.
A Miriam Makeba ‘ Mama África’ em poucas palavras porque levaríamos anos a falar dela. O que dizes?
Miriam gritou para o mundo ouvir sobre o que se passava aqui na Africa do sul e levou o continente africano para além fronteiras, dentre alguns países Angola, Moçambique também e ajudou a trazer a paz, alegria e unidade para a SWAPO, ANC, o seu envolvimento na edução, na construção de um homem novo na África do sul. O encontro realizado com crianças nos campos de refugiados... E dificil discrever uma pessao como ela.
HM - Qual é a sua percepção do continente assim como da própria África do Sul hoje?
Desde da ultima conversa que tivemos quando estava ai em Moçambique e perguntaste me em que estagio estavam as nossas raízes ou a nossa tradição africana e disse te que estava moda dos ‘takeaway’ ate aqui nada se alterou. E a cultura não esta no nosso interior e estamos a perder a nossa herança.
Caso todas as gerações africanas não tomem medidas pertinentes e urgentes com fim a trazer de volta as nossa tradição, cultura, corremos o risco de perder e o impacto do bombardeamento da moda ocidental a qual penetramos nela de ‘cabeça’, sem pestanejar como quem diz o que ‘e de fora e bom! Estamos perdidos.
No presente estagia o estilo ocidental é a nossa esperança, para os nos filhos, netos porque vamos permanecer no mesmo processo ocidentalizado caso medidas urgentes não sejam tomadas.
Este ano visitei a província de Inhambane ai em Moçambique. Antigamente víamos o modo natural, aqueles traços que só o coqueiral pode ilustrar, a forma de estar, de vestir daquelas pessoas. Hoje desapareceu ‘pior que um espelho dividido em várias peca e curioso que pareça continua a espelhar a mesma imagem’. ‘e só televisão computadores ‘ maior preocupação com as latas ‘que a que a cada dia vão aparecendo.
As nossas crianças costumavam dizer que ‘nos somos africanos’, amanha nada dirão enquanto os Indianos, japoneses e outros vão mantendo as suas linhas tradicionais culturais e nos!
Não temos nada para além da cultura ocidental e vamos acabar como africanos sem realmente sermos africanos.
Que bagagem levas para esta edição e teu próximo projecto?
HM - Levo os meus 70anos, do Xitimela o ‘ comboio ate ao meu ultimo trabalho intitulado ‘Npola’
Que mais te atormenta neste mundo?
Ver todas as gerações a embarcarem a assimilarem o modo de consume dos ‘ enlatados ocidentais de ver as vindouras acordar sem saber o que são, a sua proveniência, suas raízes, tradição cultura.
Qual e a sua percepção sobre a 2 edição do Moçambique Jazz Festival a ser realizado nos dias 10 e 11 de Abril aqui em Maputo e com um alinhamento carregado na sua maioria de músicos locais para alem de outros internacionais como o Spyro Gira Norma Brown..?
Creio ser um festival pertinente e com o olhar posto principalmente no produto local.
Mas, mais do que isso que se torne numa forma e um mecanismo em prol do desenvolvimento nacional e com as portas abertas para o mundo levando o que e de bom da cultura e tradição locais alem fronteira.
A minha viagem a procura do outro contínuo. Vou perseguindo a madrugada.
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