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quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Shishani cantora, compositora a raiz namibiana
Estacios Valoi
22/11/12
(Windoek) Shishani de mãe namibiana e pai Belga, de origem namibiana nascida na Holanda onde teve toda a sua infância mas sempre com um pé nas suas raízes, foi numa das salas culturais mais badaladas de WINDOEK onde a encontramos num sarau cultural a mistura e musica poesia. “Toda a minha vida passei na Holanda mas a alguns anos tenho vindo a Namíbia.
EV -Há quanto tempo andas nas lides da música?
SV -Penso que toda a minha vida mas a dois anos comecei a fazer meu projecto a solo, escrever as minhas músicas, antes trabalhei com outros músicos. Exactamente a dois anos que desenvolvendo este projecto que hoje viste.
EV -A musica encontrou te pelo caminho ou foi contrario?
SV -Foi na minha nascença. Tenho uma família de músicos.
EV -Isto te inspira?
SV -Penso que sim, o que o meu background me trouxe foi a oportunidade de poder conhecer os vários tipos de musica, mas penso que foi a minha própria viagem que me permite escrever musicas sobre o que sinto e que é importante.
EV -A que te referes quando falas de background familiar?
SV -Meu pai é um auto didacta que toca piano clássico, meu irmão jazz pianista, e, desde os quatro anos comecei a tocar violino, passei para a bateria, depois comecei a cantar quando tinha 17 anos e a dois anos comecei a tocar guitarra.
EV -Que vens bebendo em termos de musica desde a tua infância?
SV -Diferente musica, estilo. Do meu pai a música clássica ocidental, pela TV muito pop, mais tarde R&B e a minha viagem de pesquisa, foi inspirado pela música Soul, principalmente a música americana por era a única sobre a qual tinha acesso na altura.
EV -Actualmente que tocas?
SV -Penso que é uma mistura. Ė definitivamente Soul, inspiradora mas também elementos diferentes como Reggae, Folk, Tracy Chapman, pode ser qualquer coisas, musica rock, é vasto.
EV -Tens ritmos diferentes. Quem é mulher por detrás da artista que és?
SV -Não sei. Ė como… No geral tento ser uma activista com a minha música, falar das coisas que acho pertinentes, a nível cultural, ambiental. Tento falar de coisas que penso serem importantes.
EV -Que viagem nostálgica a sua infância podemos fazer?
SV -Era uma criança solitária, cresci comigo mesma, sempre a pensar, girar em torno da vida, coisas e a minha mãe sempre contou me sobre o background namibiano dela, a vida em África, as oportunidades e espaços que eu tinha, que ela não teve como criança. Então cresci em dois mundos. Por um lado a veia europeia que me da muitas oportunidades e por outro lado uma viagem ao background africano da minha mãe, como ela teve que lutar para se tornar naquilo que ela é hoje.
EV -Qual é o teu ponto de vista sobre estas duas realidades?
SV -As oportunidades em ambos os lados. Podes aprender nos dois. O que eu aprendi. A minha mãe e o meu pai não eram pessoas ricas, mas tiverem que lutar arduamente para chegarem onde hoje estão. Foi o que eu aprendi dos dois e, isso é europeu e africano. Não quero dizer que a Europa foi sempre rica, e África pobre. Não. Agora a África mostra e ensina me a importância da socialização, estarmos juntos para fazer algo, mudanças. Para mim a Europa foi uma oportunidade de me tornar eu mesma, dona do meu nariz, desenvolver a minha individualidade. Tive varias oportunidades. Para estudar, fazer musica, desporto em fim. Penso que ‘e diferente. As pessoas dizem que a Europa é individualista e a África é, como uma vida comunal. Mas se olhares para os lideres africanos, não há uma vida comunal, é individualista, muito centrada, egoísta.
EV -Temos lideres fantoches?
Sim.
EV -Mas antes, quantos álbuns, musicas tens?
SV -Tenho um IP lançado com sete musicas intitulado povo namibiano (Windoek People) porque compus todas as musicas aqui e uma das musicas é intitulada Windoek. Vai ficar aqui na Namíbia, era mais uma espécie de demo. Estou a trabalhar no meu álbum e espero lançar até marco do próximo ano.
Estou cá na Namíbia por três semanas porque vim fazer parte do Windoek jazz festival em que participou a cantora sul-africana lira, estou a estudar em Amesterdão.
EV -Tens dois temas virados para a questão ambiental. Com os nossos líderes fantoches envolvidos em negócios de recursos naturais. Qual é o teu ponto de vista?
SV -Escrevi dois temas, hoje toquei um destes, o primeiro é intitulado País limpo (Clean Country), escrevi basicamente contra a poluição, países, companhias que querem por exemplo, criar energia nuclear, lidar com lixo nuclear, poluição, como as companhias petrolíferas que descarregam tóxicos, seu lixo nas nossas águas, terra, não apenas em África. Não sei o que esta a acontecer na índia, Ásia, América do sul. Mas são mais companhias americanas, europeias, Austrália com multinacionais espalhadas pelo mundo, mineração de urânio, todo o tipo de recursos e não se preocupam com o lixo. Em geral vão para os países pobres onde tem a oportunidade de a seu bel-prazer fazerem as suas vontades, estragar porque não existe um governo forte que os possa impedir de consumar seus actos.
A outra musica é intitulada visão curta (short term vision), porque as pessoas actualmente s’ pensam em ganhar facilmente. Há uma empresa e dizem…uau vamos fazer uma companhia aqui, produzir energia nuclear, há riscos de se produzir algum lixo, mas é bom para a economia, as pessoas podem trabalhar, haverá empregos e o governo! Por exemplo aqui na Namíbia, dizem, sim venha faca a sua mineração, a sua produção de energia nuclear.ou lixo, atribuem lhes a terra.claro que essas companhias compram ou dão algo ao governo. Mas não se apercebem que o que hoje esta a fazer vaia afectar as gerações vindouras, nos próximos 10, 30 anos...200...em torno do nosso meio ambiente. Estamos a poluir, há espécies, morrem e não vamos ter mais. Desaparecem, agora estamos perdidos. Já tens o dinheiro e vais te embora.
EV -Queres dizer que vamos acabar ficando com uma Namíbia cheia de buracos enquanto os outros saem com o dinheiro?
SV -Ė exactamente isto, é triste e não é só a Namíbia, não só na África mas em geral, naquilo que as pessoas consideram de países do terceiro mundo. Os países fortes irão a esses países, explorar, fazer e desfazer, tornarem se ricos e abandonarem o pais, deixando o com problemas e na há forma de solucionar isto porque não há muitas facilidades, condições para limpar tudo que foi estragado, poluído, não podes purificar a água que foi contaminada, limpar o ar do lixo do urânio.
EV -Pensas que a tal responsabilidade social onde tentam adormecer o povo é funcional..construímos uma escola, posto ..Empregos.comparativamenet com os males ambientes que ficam, justificação do governo na apenas aqui na Namíbia?
SV -Penso que é triste. Espero que de alguma forma possamos levantar um alerta em grande escala, muitas pessoas dizem como tu. Não podes vir aqui levar o que queres e íris embora. Mas porque em geral a pessoa que estão em posição frágil ou numero reduzido, não pode enfrentar o governo, a sua polícia, estratégias. Ė difícil mudar isso? Tem feito parte da história. Reis ou rainhas, seja o que for,clamam a riqueza apenas para eles e deixam o povo com a sua pobreza, continua a acontecer e vai acontecer no futuro. A questão é que agora com o poder dos media…revolucao árabe, junta todas as pessoas, levantam se e dizem não queremos este líder. Não nos estão a tratar como deviam. Então penso que é responsabilidade das pessoas que acreditam em algo, mobilizar e unir as pessoas tentar fazer mudar as coisas. A mudança não vira do céu .
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