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quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Mentiu
Sãozinha Paula Agostinho deixa doentes entregues a sua sorte
Texto e fotos :Estacios Valoi
06/09/12
Directora provincial da saúde da província de Cabo Delgado deixa pacientes entregues a sua sorte no centro de saúde do posto administrativo de Metoro no distrito de Chiuri.
O centro localizado a cerca de 90 quilómetros da cidade de Pemba com a capacidade de atendimento de mais de 150 pessoas por dia num universo populacional de 41.318 habitantes de Metoro, assim como de pacientes oriundos de Chiuri, a problemática da falta de agua e de confeccionamento de alimentos agudiza se a cada dia que passa desde a fase da sua construção em Agosto de 2007.
O empreendimento com três blocos tendo o ultimo sido concluído em 2011 foi construído em parceria entre o governo moçambicano em colaboração com a agência espanhola de Cooperação e Internacional, Colégio oficial de médicos de Madrid e Medicus mundi cujo último bloco que contempla um banco de socorros, sala de internamento, um laboratório, maternidade e outros serviços todavia não foi oficialmente inaugurado a espera das autoridades de direito para tal acto.
Enquanto a inauguração oficial do novo bloco destinado a pequenas cirurgias, único cujo na sua fase de construção contemplou uma “ Cozinha”, também sem equipamento.
Na nossa anterior reportagem datada de 14 e Junho do corrente ano, a directora provincial da Saúde disse que não tinha conhecimento d que estava a acontecer.
“Infelizmente estou a tomar conhecimento agora em relação a esta questão. Mas o que podemos dizer é que vamos trabalhar com o distrito para perceber melhor porque existem condições logísticas para que de facto nós possamos oferecer a dieta alimentar aos doentes. Ė primeira vez que estou a ser deparada com a informação, agora mesmo passo por lá para perceber melhor”.
Quatro meses mais tarde a nossa reportagem esteve no posto de saúde e constatou que, a directora que fizera tal pronunciamento a cerca de 20 metros do posto de saúde, nunca lá pós os pés, e muito menos visitou Metoro. Nada feito e as enfermidades vão se agudizando, sem cozinha, sem água.
Patologias
“As patologias mais frequentes, no primeiro ponto é a malária, anemia, problemas respiratórios, bronco pneumonias, asma e ma nutrição que tem entrado mas não é como em outras unidades sanitárias.
Por dia nas consultas de pediatria é normal a malária tingir cerca de 15 crianças, feito e confirmado o teste no laboratório e, no banco de socorro é normal encontrar outros 17 ou mais casos para serem confirmados”.
Água e muito menos uma cozinha
“Água nos levamos ali no poço perto da casa do chefe, pagamos quinhentos ou mil (quinhentos centavos ou um metical) todos dias de manha a tarde, no hospital na sai agua. Levamos para os doentes e hospital também todo. Não sabemos quando vai sair água, não falaram nada.
“Nós cozinhamos aqui para os nossos doentes, nossa comida. Aqui não temos cozinha desde muito tempo. Temos nossas panelas”. Desde muito tempo, não temos cozinha aqui, dizem que estão a organizar mas até aqui não vimos. Mas temos que cozinhar todos os dias. Não tem sombra, nem vedação, água temos, mas temos que ir levar lá perto da casa do administrador no poço.” Desabafaram as senhoras.
No total foram cerca de nove senhoras, e todas unânimes relativamente a problemática da água e a cozinha ainda por vir.
Facto e segundo informações no centro de saúde, a directora da saúde nunca lá pôs os pés e milhares de pessoas, pacatas que com seus magros salários contribuem para o salário da directora Sãozinha,
Enquanto a agua vai sendo adquirida com recurso a latas ou recipientes de 20 litros a cerca de 300 metros do hospital por parentes dos pacientes, uma “cozinha”, ao relento, produtos adquiridos aos olhos da cara, a panela fervilhando a intensidade do produto lenhoso, expostos ao Sol, poeira, cinza e talvez chuva, sem as mínimas condições higiene um autentico atentado a saúde publica naquilo que se designa de centro de saúde.
“Segundo os nossos superiores dizem que vão resolver e aguardamos a resposta. Nesta unidade sanitária dizer que há um problema muito grave. Temos falta de água e a direcção distrital assim com a provincial tem conhecimento. Várias vezes fizemos o pedido de canalização de água. Até agora temos falta de água na nossa unidade sanitária.
Até aqui, mais promessas e realizações que nunca se concretizam a não ser no papel. Centro de saúde e pacientes entregues a sua sorte!
“Por enquanto a capacidade esta um pouco normal tem oito camas. Exemplo aqui na pediatria é oito, assim como no internamento de adultos são oito camas.
No novo bloco tinha se feito para pequena cirurgia, mas os dirigentes quando vieram, chegaram naquele local e viram que não é ideal para se fazer uma pequena cirurgia, nessa parte os chefes da direcção provincial estão a dar seguimento. Estavam aqui no mês passado, dizem que se esta a procura de um novo lugar para se fazer um novo bloco”.
Quanto a cozinha, é preciso que nós que somos aqui da unidade sanitária arranjar meios possíveis depois de arranjar a comida na direcção distrital, procurarmos acompanhantes para fazer um pouco de comida. Não temos cozinheiro para cozinhar para os doentes, há falta de pessoal”.
Malária
“Ė Normal num dia fazer se mais de 30 analises de malária e positivo serem 20 confirmados no laboratório. Significa que a malária é mais frequente na nossa unidade sanitária. Anemia por dia quatro a cinco casos e, como a nossa unidade sanitária não tem capacidade para se fazer a transfusão sanguínea, depois de confirmar no laboratório transferimos para o centro de saúde de Ancuabe; Anemia é a deficiência de ferro, alimentação não adequada. A má nutrição não são casos consideráveis”
Quando há falta de medicamentos mandamos o doente para comprar na farmácia e se não encontra, vai outras unidades sanitárias”.
A directora Sãozinha Paula Agostinho, mentiu de boca cheia e nunca mais lá pós os pés.
Habito dos nossos dirigentes.
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