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segunda-feira, 12 de março de 2012

Passeio pela Zambézia



Texto e fotos: Estacios Valoi
10/03/12
Recentemente chegou a província Zambézia a comitiva do conselho de ministros liderada pelo ministro do plano e desenvolvimento Aiuba Cuerreneia e na sua companhia o vice ministro do interior José Mandra.
A comitiva que vai escalar cinco distritos da Zambézia, nomeadamente Namacurra, Mocuba, Gilé, Ile e Mopeia vem no âmbito da verificação do (In) cumprimento das decisões deixadas pelo chefe de estado Armando Emílio Guebuza durante a última edição da sua presidência aberta no plano económico, social e 2011.
As áreas a serem que terão maior atenção serão as da agricultura - Amarelecimento letal do coqueiro e em especial a questão das calamidades naturais. Curreneia em conferência de imprensa disse estar satisfeito com o actual estagio no combate contra o amarelecimento letal
“Viemos verificar o cumprimento das decisões deixadas pela sua excelência o presidente da republica durante a ultima edição da presidência aberta inclusiva, o cumprimento do plano económico-social de 2011 em Namacurra, Mocuba, Ile, Gile, Mopeia, perspectivas para 2012 e os restantes projectos que temos na província.
Vamos prestar maior atenção nas áreas da agricultura, o que temos na área do amarelecimento letal do coqueiro, ajudar as famílias mais pobres a mitigar e a resolver este problema. Para os outros distritos, na visita, há equipas de preparação para fazer o levantamento dos problemas que existem neste momento, vamos prestar maior atenção na questão das calamidades naturais.
Água turva nas torneiras no distrito de Mocuba. Estrada Nicoadala Rio Zambeze.
Relativamente ao sistema de abastecimento de água do distrito de Mocuba há cerca de mais de uma década, obsoleto jorrando água imprópria, acastanhada ou quiçá vermelha na época chuvosa, algo que o departamento de obras públicas e habitação daquele distrito há cerca de dois anos disse ter a situação controlada, mais uma vez mentindo para o povo. Mas a estrada que liga o distrito de Nicoadala ao Rio Zambeze é outra questão que não passou de mais uma promessa ficando sem se saber para quando a solução destes problemas e o Cuerreneia justifica.
“Não vai acontecer. Infelizmente o financiamento que temos não é elástico, os custos aumentaram e não era possível cobrir todos os projectos previstos no programa, fizemos cortes conscientes sem que signifique que esses projectos foram excluídos, o governo continua a procurar financiamentos para esses projectos que foram excluídos. Não posso dizer se vai ser este ou próximo ano”.
Amarelecimento letal
“E uma apreciação positiva. Há uma recomendação que deixamos as populações, que não basta só o trabalho que o governo esta a fazer é preciso que as populações nos ajudem principalmente no trabalho pôs plantação, ‘e preciso tratar o coqueiro depois de ser plantado”.
Apesar do ministro dizer se satisfeito com o combate contra o amarelecimento letal do coqueiro, a quinta sinfonia da Zambézia esta longe se ser resolvida, não passa de um trabalho de ‘ Marracuene’, autêntico vai vem.
Algumas das nossas fontes que trabalham na área faz tempo mostraram se apreensivas e agastados quanto ao destaque e forma de tratamento que se da a esta problemática.
A província da Zambézia tem 110 mil hectares. Começou o amarelecimento por volta dos anos 1997/8 e a explosão foi muito grande, o acompanhamento das árvores mortas e a replantação que temos vindo a fazer não esta efectivamente a acompanhar as percas, por isso são grandes investimentos que tem que ser feitos e muitas das vezes não temos recursos, apesar de termos investido muitos milhares ou centenas de dólares nos programas de combate ao amarelecimento.
Escaravelho e amarelecimento
“Aqui temos duas situações: Temos a questão do escaravelho que é um insecto que cresce nas árvores mortas, por isso há um grande número de árvores mortas em todas as propriedades e em todo o sector comercial, também no familiar. Acontece que a explosão demográfica do escaravelho, neste caso do “rinoceros” é muito grande e tem afectado as nossas próprias plantações, as que ficaram conseguiram resistir a doença no sector familiar e, neste momento talvez seja o factor mais difícil de combater uma vez que é uma praga.
Já é notório que com estas técnicas de abate e queima das árvores, fazemos algum combate ao Oritos, a situação esta bastante melhor só que o grande problema que existe é que grande parte da propriedade já foi perdida, a cultura já não existe e as novas plantas demoram entre sete a nove anos para começar a produção, entrada em pique da produção aos quinze anos”.
Mas não se fica por aqui. O Projecto entre o governo e Millenium Challenge Account (MCA) que vai findar ainda este ano “um fracasso”.
“Como pode calcular esforço económico para manter propriedades que não são produtivas durante oito, dez anos é muito grande dai que digo que há dificuldades em manter os programas agrícolas no seu melhor estágio.
Os blocos onde trabalhamos são definidos pelo MCA (FISPO), tem agrónomos, técnicos que definem as áreas a limpar. Apenas nos limitamos a cumprir com o acordado no contrato, o número de áreas a cobrir, palmeiras a abater. Nós sabemos e percebo perfeitamente a sua pergunta quando diz que o "Nampuwim" ataca as palmeirinhas que foram plantadas, isso porque o Orites tem uma capacidade de voo muito grande, elas saem de palmeiras doentes que ficam a cerca de 1 km ou a 800 metros das plantas e voam a procura do alimento, o coração do coqueiro que neste caso é o palmito, dai uma das dificuldades que existe em combater a doença.
Satisfeito ou não, facto é que nesses últimos anos pouco se fez em prol do combate ao amarelecimento letal do coqueiro e o escaravelho rinicero.

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