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terça-feira, 24 de janeiro de 2012
15 mortos na Zambezia
Texto e fotos: Estacios Valoi
24/01/12
Devido a ocorrência de intensas chuvas e ciclones que se vão registando ao longo do Pais com maior pico na zona Sul e Centro do Pais o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades na Zambézia onde ate aqui registou se 15 óbitos e 14 feridos, face a esta situação têm disponíveis 2.4 milhões de meticais.
No encontro que foi dirigido pelo governador da Província da Zambézia Itai Meque que disponibilizou uma das salas do edifício do governo provincial para a instalação do centro de operações Nacional do INGC, foram criadas comissões de intervenção nos diferentes distritos da província compostas por elementos do INGC, Governo, técnicos e parceiros humanitários.
A esteira dos problemas já existentes, Meque enfatizou relativamente a questão do apoio necessário aos distritos
“Dar apoio necessário aos governos distritais, informados que já temos problemas na zona da Maganja, algumas zonas já intransitáveis, Pebane também pontecas que podemos ter dificuldades para os caros passarem, o mais importante é que criemos todas as condições e sabemos que há alunos que não põem estudar porque as salas foram destruídas ou estão cheias de agua. Dai as comissões de transporte e logística”.
Segundo dados preliminares divulgados pelo INGC na Zambézia, no global foram destruídas na totalidade cerca de 3329 casas na sua maioria precárias, algumas convencionais e 177 parcialmente, alguns armazéns, 4271 famílias afectadas totalizando cerca de 132.15 mil pessoas afectas, destruídas 33 escolas, 24 salas, 34.6 mil hectares de cultura diversa destruídas, bancas 115, 6 mesquitas 1 igreja.
Os distritos mais visados foram os da Maganja da costa e Namacurra onde na primeira registou se 1605 casas destruídas e igual número de famílias afectadas, 6 mesquitas, 56 bancas fixas, 33 escolas e um armazém destruídos, afectando 8075 pessoas, com 6 feridos e 7 óbitos, e na segunda com 1442 casas destruídas, igual número de famílias, 50 bancas, 11 salas de aulas, 58 cajueiros, 34 mil hectares de cultura diversa inundadas e 4 óbitos.
“Ainda na província da Zambézia a tendência do caudal dos rios tendem de modo em geral a oscilar, mas sem ultrapassar os níveis de alerta assim como existem meios em prontidão como quatro sistemas móveis de tratamento da água que neste momento se encontram inoperacionais, disponibilidade de 400 rolos de cobertura, 9 barcos, sete motores de bote, 13 tendas escolas, 6 emissores de rádio comunitária em igual número de distritos, 17 rádios de comunicação nas administrações distritais com 3 sistemas inter-distritais de aviso prévio nas bacias do Chire, Chinde.
50 Lajes de latrinas, 98 comités de gestão de risco, tambores de cloro preposicionados em todos os distritos, 534 kits de bens de socorro e sobrevivência, salientar 8 envolvidos com mais de 800 pessoas voluntários e funcionários, funcionários do estado a todos os níveis, unidades paramilitares integrados no grupo de prontidão e resposta, dados adiantados pela Save the Children”.
Ainda de acordo com o INGC na Zambézia estão disponíveis 3500 talhões para a eventual acomodação das pessoas nos bairros de assentamento, a activação do Conselho Operativo de Emergência (COE) província e distrital, a Actualizacao de toda a informação diária, integração dos conselhos comunitários de pesca na zona costeira mas que a necessidade no terreno ilustra maior aquisição de meios
Necessidades
“Prontidão respostas 13 barcos, 9 motores de botes, 150 tendas familiares 205 lajes para latrinas 50 lonas, 1000 jaricas de 20 litros, existência de 10 tanques na cidade de Quelimane com capacidade 2500 litros, 4 tanques baldia e 8 motobombas para retenção e purificação de Agua.
Director Nacional do INGC João ribeiro
“Necessidade de espírito de equipa. Temos reactivado o Centro Nacional Operativo de Emergência e as três áreas importantes são sector da área social, educação, mulher e acção social, infra-estruturas com urgência, informação e comunicação, finanças criar todas as condições possíveis para que a s vias de acesso comunicações, e outras acções viradas as infra-estruturas possam estar em condições para podermos agir e possam planificar as acções, que nas operações na base possam ser um sucesso.
Há necessidade de se criarem equipa para os distritos, em que estejam incluídos os aspectos do abrigo, reconstrução das casas, saneamento, e a questão da alimentação esta é que deve ser a nossa base muito importante. Para haver esta coordenação há necessidades de criar uma sala de operacoes.
“Urge a necessidade de reforçar as equipes para Maganja da costa e distrito de Namacurra, estão a caminho cerca de 2500 kits de abrigo lonas pregos, martelos arames e a necessidade de usar estas lonas para que possa se construir uma casa que seja mais ou menos ideal para não apanhar chuva. Devem estar a chegar hoje 2 especialistas na questão e abrigos, e a ideia não é construirmos as casas dos afectados mas resgatar a auto estima do afectado, dessa população e em conjunto construirmos a casa dele, deixarmos para os mais idosos, crianças, mães solteiras um apoio adicional nosso para construção das suas residências.” Em jeito de apelou disse Ribeiro
Ainda na sua intervenção, João ribeiro disse que espera continuar a receber o grupo das instituições do nível central e parceiros de cooperação, 15 elementos que vão integrar as equipe nas províncias’
“Não é o órgão central que vai dirigir, aconselhar, vamos apoiar na tomada de decisões em situações destas, de emergência, que com esta descentralização seja incorporada na Zambézia e no futuro, sejam tomadas decisões rápidas. Moçambique ‘e vulnerável e em particular a Zambézia “
De acordo com o prognostico do SARCOF, época chuvosa 2011/2012ctualizado pelo instituto de meteorologia em Dezembro ultimo pode se concluir que para a Zambézia registou se escassez de chuva abaixo do normal em Outubro a Dezembro 2011 com,
Verificamos que este ano há chuva acima do normal. Situação do ciclone “FUNSO” assolou a faixa costeira da província da Zambézia com chuvas moderadas a fortes, ventos ciclones que chegaram a 150 quilómetros hora tendo Quelimane totalizado 367mm em quatro dias”.
“Ontem as 16 horas o ciclone encontrava se a cerca 270 quilómetros da costa sul da Zambézia deslocando se a 7 quilómetros hora para o Sul do Canal de Moçambique e as chuvas continuarão a abrandar no litoral da Zambézia e Sofala podendo se estender para a costa do Norte de Inhambane nos próximos dois dias.
Neste momento o “FUNSO ganhou energia retomando a categoria 4 e encontra a cerca de 430 quilómetros em relação a costa da cidade da Beira com ventos superiores a 200 quilómetros hora e desloca se a Sul a uma velocidade de 9 quilómetros hora. Nas próximas 48 horas, prevê se para a Zambézia aguaceiros, chuvas fracas e trovoadas.
Estamos na época chuvosa, possivelmente a previsão de chuvas de normais com tendência acima do normal seja alimentado pela actividade das zonas de convergência inter-tropical, que é o que faz chover e a na zona Centro e Norte possa vir a agudizar a situação provocada pelos ciclones”.
Cólera
Director provincial da saúde na Zambézia Alberto Baptista
“Plano de prevenção tem tês áreas fundamentais, saneamento do meio onde temos promoção da construção de latrinas e a segunda aterros sanitários a nível das comunidades, era para construir duas mil mas foram em todos os distritos da Zambézia foram contraídas cerca de 57mil latrinas, aterros, dos 1476 foram construídos cerca de 5 mil.
Segunda componente agua, com duas actividades chaves sendo a primeira o tratamento das fontes publicas e abastecimento de agua, o plano era fazer o tratamento de 120 mil fontes mas foram tratadas 1268, controle regular, plano de 416 mil e fizemos da qualidade da agua de consumo em 759 de amostras “
“Terceira e ultima promoção de higiene e foram sub compridas com excepcao da realização as jornadas de limpeza e material educativo na ordem dos 73,77% e algumas em 6000% de realização.
O que nos preocupa é a fase em que estamos. Ao longo do mês Janeiro é normal, há sempre o registo de um pico de casos de cólera houve um aumento das doenças diarreicas em 5%, consideráveis nos distritos de Quelimane, Chinde, Gilé, Maganja da costa e Pebane, mas a maior parte dos distritos a registar uma redução
Em relação as primeiras duas semanas deste ano registamos uma redução em 9%, tendo cinco distritos que tiveram aumento, Quelimane, Gurue, Mopeia Namacura e Nicoadala que registou o dobro de número de casos em relação ao mesmo período do ano passado”.
Contudo do stock de medicamentos da direcção provincial da Saúde apenas existe 25 kg de cloro para tamanha operação!
sábado, 7 de janeiro de 2012
Ilha de Moçambique património mundial!
Texto e fotos: Estacios Valoi
08/01/12
Rasgando da ilha de Moçambique, cinco dedos a Sul e cinco a Norte a velocidade das monções do verão, em estorias que muita das vezes só a noite nos revela, por vezes encalhado no banco de areia, num espaço onde pela primeira vez a sempre espaço para empurrar o barco no mar alto. Coisas de uma ilha miscigesnada, de estorias ainda por desvendar, de ondas que gritam em silencio. Afinal somos todo um património ou detentores de um património, mundial ou não.
Estivemos naquele berço a procura de raízes enraizadas, cantado estorias, contando sons, dançando um pouco dos Swahill, Árabes, Portugueses, persas, Chineses, europeus, Moçambicanos…mais eis que me surge um “património”, que por conveniência aceitou o convite a um dedo de conversa.
Silje Erøy Sollien Arquitecta de nacionalidade Norueguesa no fim do primeiro ano da sua pesquisa sobre e na ilha de Moçambique, considerado pela UNESCO património mundial da humanidade. Tema este que é a base para o seu doutoramento com o financiamento independente do governo dinamarquês a findar em 2013.
A arquitecta que vem colaborando com a faculdade de arquitectura e planeamento físico da Universidade Eduardo Mondlane em Maputo e com o Gabinete de Conservação da Ilha de Moçambique (GACIM), veio ao de cima.
A quanto tempo em Moçambique?
Este é o meu primeiro ano dos três que vai durar o meu doutoramento, estou aqui desde o mês de marco do ano passado e comecei a minha pesquisa em Moçambique
Porque este tema por estes lados do Indico?
Queria fazer algo sobre Moçambique. Trabalhei em Maputo, conheci arquitectos como Júlio Carrilho meu tutor na faculdade de arquitectura e gostei muito de trabalhar com eles. Interessou me uma cidade que é património mundial mas tem uma parte muito pobre, com muitos problemas sociais. As pessoas dizem que temos que elevar este lado, a conservação ou vamos tentar esquecer a questão do património mundial e melhorar as condições de vida das pessoas!? Existe alguma contradição entre as duas questões!? Esta foi a minha primeira ideia a investigar.
Estou a fazer uma Investigação sobre as casas populares e tradicionais na zona sul Ilha, isto, no Macuti e que fazem parte do património mundial que é toda a ilha, ainda não há ferramentas assim como uma politica clara para a sua conservação.
Que ferramentas e a que se deve a tal ausência de politicas coerentes quando se sabe que a ilha num todo é considerada “património mundial da humanidade” pela UNESCO?
Tem a ver com a gestão, há escassos recursos. Mas primeiro porque não existe uma definição clara sobre a parte Sul da ilha relativamente a aquilo que é considerado património mundial. Naquela zona as pessoas são pobres e sem recursos económicos para preserva as casas. É muito complicado dizer aquelas pessoas para preservar as casas sem apoio financeiro, também os valores sobre os quais a preservação da Ilha se inclina como património mundial não foram claramente definidos porque a Ilha é um testemunho da navegação no Indico, o estabelecimento de rotas comerciais entre a Europa, Ásia. Quando foi proclamada património mundial pela UNESCO teve como epicentro a parte que era portuguesa, a cidade da pedra e cal em detrimento do lado Sul, o Macuti.
Parece me haver um paradoxo sobre o que é considerado património mundial, refiro me aos descendentes dos antigos povos da ilha, o Macuti deixado para o fim.
Quando a Ilha começou a fazer parte da lista daquilo que é actualmente considerado património mundial, teve como bases o valor, razão de ser desta, a arquitectura tradicional ainda imponente, o testemunho do estabelecimento das rotas comerciais que foram estabelecidas antes de as pessoas começarem a viver em Macuti no Sul da Ilha, dentro o recinto das antigas pedreiras, algo que só se deu depois de 1850 quando a escravatura foi abolida algo mais recente. Houve aumento da população e a mudança da economia.
Antes disso a cidade com mais de quinhentos anos de Cal e Pedra estava na parte Norte próximo a fortaleza, havia uma mistura de ricos, pobres, generais, mercadores, escravos, empregados e na contra costa viviam pescadores, pessoas pobres.
1850, as pessoas êxodo da Zona de cal e pedra para Macuti no Sul. Faz ou não parte daquilo que se considera património mundial e só se valoriza o Norte e o legado cultural, pessoas?
Aqui na Ilha há pessoas que estão a fazer um trabalho no sentido de envolver toda a parte da ilha com traços Swahill, a cultura do litoral do Indico, da África, a troca comercial, a aculturação entre as pessoas que vinham da Índia, dos países árabes, possivelmente vindos pérsia, chineses e depois europeus. A mistura, a aculturação da ilha ‘e a coisa mais importante de preservar e, é com esta definição que a parte Sul significa um maior legado histórico, com 90% das pessoas da Ilha, carregadas de historia.
Sendo a zona de maior índice populacional de historia porque tem que se uma escolha minuciosa sobre o que pode ou não fazer parte do tal património?
Sim. A escolha dos locais é algo que este a ser debatido e depende de como é feito. Eu penso que o mais importante seria escolher algumas partes, casas, traços, marcos da ilha que contam a história porque não é possível preservar toda a parte Sul da ilha como foi tradicionalmente definido pela Unesco e sem espaço para mudança.
Já há muito trabalho feito sobre património intangível, refiro me a dança, a ligação das rotas comercias ao porto, e mais do que a cidade edificada as técnicas de construção, aspectos culturais na sua vasta dimensão. Temos que trabalhar mais para contar a história e não apenas sobre as casas que são vistas como futuro hotel para turismo.
Parece me que quando se fala da Ilha como património mundial, as pessoas correm para casas de cal e pedra perdendo se na sua imensidão interna e exterior. Será?
Quando falamos sobre a cultura do indico, a casa de Macuti, é uma mistura ideal que conta esta historia, tem a casa com quatro esquinas, são casas de uma arquitectura o tipo Swahili, com traços dos países árabes, temos em Zanzibar, no Lamu, e é patente. Em Moçambique, outrora na arquitectura tradicional havia casas no formato circular e, só aqui na Zona Norte com influência cultural islâmica é onde encontramos este tipo de casas.
Temos no Ibo em Cabo Delgado, Inhambane por onde passaram os antigos mercadores e aqui na Ilha é possível ver esses pormenores incluindo dos portugueses que são casas com grandes janelas e varandas. Em Macuti há casas muito grandes e que tiveram como base de inspiração os indianos e portugueses que chegavam e partiam, então a casa de Macuti tem uma estoria por contar.
Considerando o facto da existência dessa casa, e outros elementos já mencionados, no teu ponto de vista irias a Macuti escolher alguns pontos ou toda a zona Sul seria considerada património mundial?
Neste momento trabalho mais com as pessoas mais idosas, os anciãos para perceber, entender mais sobre a estoria de Macuti, especialmente nos bairros Litine, Maragonha. Para eles também tem valor, mas ainda não tenho um pensamento claro, mas penso que com base nesta pesquisa poderei fazer algumas recomendações quanto ao que tem que ser preservado. É complicado.
Complicado?
Porque se vão escolher algumas casas tem que ter definições rígidas, critérios claros. Por exemplo esta casa aqui onde vive um líder religioso islâmico (Xeique) e, é a mais importante da Ilha, única com traços arquitectónicos indianos e explica melhor; as pessoas querem apoio e se existe um projecto para as apoiar, tem que haver uma definição clara sobre quem vai receber o dinheiro, não podemos apenas considerar isto ou aquilo como património mundial porque também é preciso que existam fundos para a sua implementação.
Mas a UNESCO cunhou a Ilha como património mundial e hoje esta com problemas de definicao? Ser’a que Macuti não estava incluso no estudo ou são questões de interpretação?
Tudo aquilo que tem que ser preservado tem como base valores e, esses valores não estão bem definidos e penso que é uma questão de interpretação por parte da UNESCO e da comunidade Sim, porque a gestão do património mundial vem sofrendo algumas alterações, especialmente aqui. Existem outros lugares onde não se pode mudar o conceito da não alteração da estrutura física, mas se tencionamos gerir de forma diferente, torna se necessário uma definição clara. Primeiro a de valores depois os atributos físicos que ilustram esses valores. Temos que manter esses pontos porque são um legado, tem estoria para contar.
Já te ocorreu ter um livro como tese para a tua defesa mas que também possa de algum modo contribuir para a Ilha.
Vou terminar no fim de 2013, tenho o financiamento independente para a minha tese do ministério de ciências dinamarquês mas, também gostaria de implementar um projecto a margem da minha pesquisa, um projecto para contar melhor a estoria sobre Macuti, informação para os turistas, placas, formar as pessoas. Agora também estou a colaborar com o Gabinete de conservação do património da Ilha (GACIM) aqui na Ilha. É um escritório com falta de pessoal técnico, recursos humanos, deveria ser expansivo para gerir o património aqui edificado. Mas esta a trabalhar se nesse sentido.
Água mais uma promessa adiada!?
Texto e fotos: Estacios Valoi
O projecto de reabilitação do sistema de abastecimento de água da ilha de Moçambique que envolve o governo moçambicano, a Austrália e a China vai absorver cerca de 200 milhões nos próximos dois anos numa extensão de aproximadamente 17 quilómetros de tubagem e outras necessidades inerentes a este processo.
Faz décadas que a Ilha de Moçambique vem enfrentando não apenas a problemática do fecalismo a céu aberto assim como a falta de agua o que deixa a maioria dos munícipes daquela parcela do Pais com latas na cabeça a procura do precioso liquido sempre que amanhece, tudo porque o sistema construído na época colonial encontra se obsoleto.
Em uma reportagem feita pelo nosso jornal em Novembro de 2010, o Administrador da Ilha
António Saules prometera que até o ano transacto , isto 2011 a situação estaria resolvida,
”Como problema grave temos a falta de água desde o mês de Setembro último a esta fase do ano que vamos buscar no continente de carros carregados de tambores. A própria conduta fora concebida só para a zona insular, esta furada e também serve para toda a população no continente onde hoje temos muita gente. A água não tem a possibilidade de passar para cá. A nossa empresa de águas aqui por si só é incapaz de solucionar um problema desta dimensão. No próximo ano vai se organizar todo o trabalho a partir da tubagem de captação no continente na zona de Ampapa, esta agua que sai do Rio Monapo a cerca de 35 quilómetros daqui”.
Contudo o estágio de letargia contínua sendo o apanágio do dia e os moradores, “queremos água”.
Apesar de várias tentativas em contactar o Administrador pariu um rato mas, nem tudo foi pela culatra.
Segundo o Vice Ministro das obras publicas e habitação Francisco Pereira que na altura encontrava se na Ilha, reconhecendo o estado obsoleto do sistema de abastecimento de agua, a nossa reportagem disse que a problemática do abastecimento de agua na Ilha será solucionada num espaço de dois anos com a intervenção da China.
“Já há uma verba de cerca de 200 milhões de meticais para o projecto a serem gastos em dois anos com a intervenção do governo central previsto para um horizonte de 10/15 anos sem problemas de abastecimento de água numa extensão de 17 ou 20 quilómetros.
Dado que neste projecto há também a participação da Austrália, houve um concurso internacional e uma empresa chinesa a Cinohidro ganhou o concurso, já fez o contrato e iniciarão com as obras no terceiro semestre deste ano.
Neste momento o sistema esta bastante ultrapassado porque foi previsto para uma população muito mais pequena e hoje a população triplicou, dizem que são 20 mil e a quem fale de 30 mil quando na altura eram cerca de 6/7 e a água não é suficiente. Durante algum tempo tentou se remediar mantendo os cinco furos em funcionamento mas hoje, só temos duas bombas a funcionar e não em simultâneo o que significa que há um caudal de 50m3 por hora o que é completamente insuficiente porque o mesmo caudal também tem que abastecer o Lumbo.
A conduta tem muitas roturas, fugas, os sistemas dentro das casas estão muito velhos e tem muitos problemas. É um processo que vai exigir uma reabilitação completa, desde do próprio sistema que passa da captação dos depósitos ate chegar a ilha, os sistemas internos que estão bastante estragados”.
No ano antepassado numa breve entrevista com o presidente do conselho municipal da Ilha prometeu ter o sistema em funcionamento e com a previsão para o ano transacto, algo que não se concretizou
Fundos da empresa de águas
“São cerca de 47 casas com rede de abastecimento interna e dessas apenas 25 estão a funcionar e uma das medidas imediatas será instalar o sistema de contadores a partir deste mês de Janeiro. Neste momento é do interesse da empresa de águas arrecadar receitas, porque há pessoas que consomem a mais, não pagam e os que menos consomem é que pagam.
A reabilitação vai durar cerca de dois anos a começar este ano, então é preciso verificar o estágio actual do sistema, há um total de 25 a 30 contadores quando deveriam estar a funcionar 450 em casas que tem a possibilidade de ter contadores e, em alguns casos a população que se abastece a partir dos fontenários públicos, cisternas e sem uma rede interna”.
Dois anos ate que o sistema seja reabilitado, enquanto isso uns vão pagando entre 1500 a 10.000 meticais em dias de pico na ilha para adquirir água, a semelhança do fim do ano passado em que aquela registou uma enchente ate faltou acomodação.
“Esta é uma situação grave discutida na reunião que tivemos como os munícipes da ilha. A privatização da água da rede. Na politica da agua admitimos que haja vendedores privados que façam os seus furos e vendam a agua dentro do preço estipulado, agora fazer da venda da agua uma especulação aproveitando se das fragilidades que o sistema tem para fazer avultados negócios, mas comprando a preços modestos na própria empresa de agua isso nós vamos ter que terminar porque parece me que é uma situação anómala.
Amanha vou ao continente verificar ter uma reunião com os vendedores privados e garantir que essa actividade não continue e se há alguém que posa garantir água em sistema de emergência com auto tanques, é exclusivamente a empresa de águas e mais ninguém, não são os privados que se vão aproveitar do sistema de abastecimento de água do governo e fazer disso um negócio lucrativo a preços especulativos, isso tem que acabar a breve prazo.
Anómala ou não contra factos não há argumentos
Manutenção
Dada a dimensão do abastecimento de água, há uma ideia ainda em discussão mas com a possibilidade do Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Agua (FIPAG) assegurar a manutenção através da sua empresa regional Norte a curto e médio prazo. Temos a ideia de criar condições nestes próximos dois anos e com uma equipe instalada aqui na ilha para que de facto o investimento resulte em cheio.
Estradas
Hoje o conselho municipal tem mais condições, contratou uma empresa local que faz o assentamento e na discussão que tivemos com o conselho municipal, julgamos que durante 2012 a ilha terra todas ou a maioria das ruas reabilitadas.
A primeira fase foi a maior custou cerca de 25 milhões de meticais, começou a colocação de Pavês em toda a marginal que já esta feita, colocou se em algumas transversais e conclui se de imediato a grande circular da ilha, instalou a maquina para a produção e Pavês aqui na ilha, há uma parte importante que já esta feita,
Acordamos com o conselho municipal ‘e que depois de terem maquinas, o fundo de estradas que é a organização que financia os programas de estradas a nível do pais, anualmente com 4/5/7 milhões de meticais montante apenas para a compra da matéria-prima e pagar o pessoal que faz o assentamento e actualmente e porque a produção do Pavês é feita localmente o custo baixou. O conselho municipal tem condições para mandar produzir o pave e por isso disse que ‘e possível concluir o trabalho que já se inicio durante este ano.
Latrinas vs Fecalismo a céu aberto
“De facto neste aspecto a ilha melhorou significativamente, a introdução de medidas pelo conselho municipal, a reabilitação de todas latrinas públicas até com guarda para impedir a vandalização do material que esta lá, uma grande sensibilização, podemos dizer que hoje há melhorias substâncias.
Antigamente entrada da cidade depois da ponte havia uma situação desagradável que desapareceu completamente. Foi uma medida interessante, licenciou se algumas barracas nas zonas mais utilizadas, como a da praia e com a responsabilidade dos próprios donos para garantir que a praia não se utilize para tais fins. Estou convencido que este ano a Ilha poderá ser considerada livre do fecalismo a céu aberto.