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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Navegabilidade do Rio Chire e seus contornos
Navegabilidade do rio Chire e seus contornos
Estacios Valoi
17/02/11
Desde o mês de Fevereiro de 2010 seis tripulante e as suas duas embarcações pertencentes as empresas de navegação kenianas Kénia Marine Constructer e Highkis encontram se retidas no porto fluvial de Marromeu sob altas medidas de segurança apôs terem sido interditas de realizar uma pesquisa sobre navegabilidade do rio Chire - Zambeze pelo governo moçambicano.
Trata se do rebocador ‘Kiboco’ pertencente a companhia Kénia Marine Constructer baseada em Mombaça e Imbe da companhia Highkis Marine guarnecias por cinco elementos da forca de intervenção rápida moçambicana FIR.
Durante a semana finda na tentativa de ouvir o comandante da forca de intervenção rápida FIR no local resultou num fracasso tendo dito que não estava autorizado a falar porque o assunto estava a s resolvido ao mais alto nível entre dos dois governos.
Já pela segunda vez a nossa reportagem esteve dentro das duas embarcações no porto fluvial de Marromeu onde conversou com os tripulantes moçambicanos e kenianos com quem conversamos e na altura o comandante da embarcação ‘ Kiboko Armando Macia Rodrigues na companhia dos outros tripulantes que agastados pela situação foram unânimes e peremptórios nas suas afirmações sobre a sua permanência naquele porto fluvial e logo a primeira disseram ‘queremos ir para casa, ver as nossas famílias’.
“Sobre a embarcação que foi encontrada onde estava o adido militar Malawiano da embaixada do Malawi em Moçambique. Aqui havia uma embarcação malawiana pequena talvez de uns três ou quatro metros com o motor fora de bordo que veio do Malawi via Rios Chire – Zambeze com um Senhor chamado Anthony, a pessoa encarregue de fretar os navios da nossa companhia.
Deu se que o visto deles acabava no dia 23 de Outubro do ano passado e tinham que sair de Moçambique no dia 22 para depois retornar com um visto de mais um mês.
Penso que foi antes da saída deles que em visita a este porto, chega o adjunto do embaixador do Malawi com o adido militar que vinham ver os navios, se não estou em erro chegaram aqui no dia 21 do mesmo mês. Só que no mesmo dia decidiu se que o adido militar iria seguir com eles na boleia, falaram com o Anthony e mais dois tripulantes malawianos, e prontos lá se foram na madrugada o dia 22. Dai nunca mais vimos o Anthony só ouvimos dizer que foram apreendidos algures no Rio Chire”.
Curiosamente, esta semana o Ministro dos transportes e comunicação em entrevista a Rádio Moçambique sobre a navegabilidade dos rios Chire e Zambeze disse, “ há outros estudos que estão a ser feitos por empresas privadas no caso da Riverside que apanha mais o Zambeze. A falta de financiamento que os malawianos têm é problema deles mas nós vamos iniciar um estudo territorial com meios próprios ainda este ano. Os malawianos aguardam o financiamento para iniciar os estudos na totalidade, estimado em cerca de três milhões de dólares. Nós não temos esse valor, mas vamos começar na ordem dos cem, duzentos milhões, provavelmente no segundo semestre.
Algo que contrasta com as informações colhidas no terreno pela nossa reportagem e questionamos: Se são necessários 90 a 120 dias para que o estudo se realize porque é que as duas embarcações que deviam fazer o tal estudo a meses atrás não o fizeram e ainda se encontram naquele local fortemente guarnecidas e sem saberem se o estudo ira avante ou não
Rodrigues, o capitão de uma das embarcações enfatiza sobre a situação que se vive em Marromue e diz, “Os barcos pertencem a uma companhia Keniana baseada em Mombaça onde um fretador veio fretar a nossa companhia, a ‘Kénia Marine Construter’ e a ‘Highkise Marine’ para a tal dita navegabilidade do Rio Chire. Praticamente o batelão Imbe devia fazer uma viagem experimental de ida e volta a Sange, para fazer a sondagem dos dados hidrográficos dos dois rios Chire – Zambeze.
Nós como rebocadores fomos rebocar o Imbe do porto de Quelimane e trouxemos para aqui em Marromeu porque temos licenças de navegação para Chire- Marromeu assim como pela costa moçambicana e o Imbe já com processo de continuar com a sua viagem a Sange já planeada e documentação pronta mas foi impedida de navegar e, não sei se ainda vai se realizar”.
Ainda dos estratos da entrevista de Zucula que afirmou que “na extensão total para o estudo de navegabilidade precisaria de 90 a 120 dias dependendo da resposta que for encontrada pelo caminho S’o as sondagens do Chinde ate Sange são dias mas acreditamos que nesses 120 dias poderíamos ter um conhecimento dos rios Chire e Zambeze dependendo da decisão económica, social, ambiental e politica de se revelar”
Apesar dos dados avançados pelo ministro, por profundo desconhecimento, fazendo alusão apenas a primeira embarcação retida a navegar nas águas do Chire, naquele porto desde a um ano ate aqui as duas embarcações permanecem no mesmo lugar o que de acordo com os nossos interlocutores periga o seu estado de saúde, económico que depois deste tempo todo e espera já visitaram considerável parte do Distrito de Marromeu, hoje só comem e dormem atormentados pela incerteza da sua saída rumo a casa mas que o governo de Zucula recusa a partida dos marinheiros.
“Somos contratados e não permanentes, também não há nenhum tripulante que é permanente mas sim sob regime de contracto de 6 meses e, quando este acaba temos que ir ver as famílias. Neste caso o contrato já expirou e eu faço praticamente 9 meses de contracto que é o máximo que posso fazer mas já estou aqui em Marromeu, no Rio á 11 meses e assim pedi para ir de férias ver a minha família que esta longe em Mombaça no Kénia e a companhia já autorizou mas as autoridades moçambicanas recusam a nossa saída.
Eu e o meu colega Keniano Peter Killow comandante da outra tripulação fizemos cartas que através da FIR a forca de guarnição das embarcações aqui no local, os documentos foram remetidos ao governo moçambicano na Beira para podermos ir de férias, mas ate aqui apenas disseram’ aguardem mais um bocado’.
O problema dos navios estarem aqui parados não tem nada a ver com os tripulantes. O tripulante esta aqui para fazer a manutenção dos navios mas que quando chega a vez de este ir de ferias, tem que de ir de ferias. Temos famílias e não estou a ver o porque de termos que aguardar porque quando um vai de ferias no caso de o navio ter que navegar o comandante é automaticamente no mesmo dia a empresa envia um outro comandante substituto, mas aqui também permanece o meu imediato”.
Paralelamente as estas questões, a execução do processo de avaliação do estudo ambiental, navegabilidade continua sendo um ‘ processo entre os governos de Moçambique, Malawi e com o envolvimento da SADC, contudo os tripulantes em número de cinco estão a mercê da sua sorte.
“Eh. Epa, as condições de vida! Não estamos acostumados a estar assim parados e os navios aqui parados não rendem nada. Graças a deus os patrões ate aqui conseguem mandar nos algum dinheiro para comida e a gente não sabe ate quando porque o navio não esta a render. Aqui no rio em Marromeu temos problemas de mosquitos, cobras, crocodilos. Não ‘e fácil mas está aguentando mas não ‘e boa vida não.
Depois de 6 a 9 meses a tripulação fica completamente saturada e quando isto acontece quer ir para casa ver a família, começa a ver que pode haver distúrbios no seio da família, lutas desnecessárias que a pessoa ainda pode parar na polícia, serem presos em vão. Neste momento que estou aqui a falar contigo temos as nossas mentalidades saturadas, cansados, a família esta a nossa espera”.
“Estamos a um ano fora a família, temos problemas como qualquer outra família por resolver descansar e voltar ao trabalho. Para além disto tenho os meus colegas do Wimbe que são dois kenianos que também querem ir de férias. Praticamente o das máquinas e o comandante deles já devia sair no dia 3 de Fevereiro.
Também ouvi dizer pela Rádio Moçambique que a Zâmbia esta incluída nisto e o caso já esta ao alto nível entre o governo moçambicano e malawiano. Para o Wimbe, as autoridades moçambicanas disseram que não podia continuar com a viagem e, nós como tripulantes respeitamos isso ate que haja solução e não nos queremos meter nos nisso, mas quanto a nossa saída daqui ate a esta altura não há previsão nenhuma, não há nada. A questão dos navios é entre os governos quiçá mais a companhia”.
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