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domingo, 14 de novembro de 2010
FESTIVAL DE ZALALA FECHOU COM 15 FACADAS
FESTIVAL DE ZALALA FECHOU COM 15 FACADAS
Texto e fotos: Estacios Valoi
15/11/10
Realizou se nos dias 6 e 7 de Novembro a 3 edição do festival de Zalala na Zambézia
Já na ressaca do festival que registou uma avalanche de e que custou um milhão e quatrocentos meticais a prior foi conturbado devido a ausência de patrocinadores.
Com destaque para a companhia de telefonia móvel Vodacom incluindo outros como patrocinadores uns, menos sérios que os outros num evento onde estiveram cerca de 10 mil pessoas, que desfrutaram não só da música, dança, artesanato desportos, gastronomia onde ate as barracas do museu se fizeram presentes nem tudo foi como anteriormente previsto.
Apesar deste alinhamento, nem todos puderam estar em palco como no caso de um dos mais conceituados músicos da Zambézia, Mafende a esteira deste alinhamento dos seguintes artistas; ‘Amostra sobrinho Humorista Zeferino, Silva Putos Meme e Mafende, Maryland e Sisko, dança moderna com Putos Mabassa, Will G, António Mulalamaga, Pureza Uafino, Mr.Conselho, Saldicos e Garimpeiros, Juma Jeberiwa, Massukos, Bidju, San Neko, Dédé, Musica Vodacom, Nelo Ola, Tudulos, Aly Faque.
Há quem diga que alguns dos patrocinadores foram compulsivamente obrigados pelos organizadores a patrocinarem o evento e com alguma mão do Governador local que a todo custo queria que este fizesse parte do seu mandato, o que não fugiu a regra, traduzindo se nos seus discursos de abertura, reabertura, fecho e encerramento. Mas vamos a o que interessa.
A electricidade de Moçambique também esteve em peso com os sucessivos cortes de energia por longo tempo e a ineficiência da polícia dando azo ao registo oficial de 15 esfaqueamentos e roubo de uma viatura. Contudo os milhares de entusiastas e amantes da dança música, gastronomia e não só não arredaram pé.
Segundo uma das fontes policiais em anonimato disse os 15 individuos esfaqueados anunciados pelo departamento da saúde da Província deveu se a falta de coordenação entre as partes e enfatiza que estes casos foram de menor gravidade e que nenhum processo deu entrada no posto policial de Zalala.
Mesmo com a ausência de alguns músicos em palco como Mafende a festa foi marcando os dois dias e noites em que luzes, som, cor cruzavam viagem pelo mar levados pela brisa que num evento onde a banda mais bem paga foi a dos Massukos com o bolo de 200 mil meticais não deixando seus créditos em mãos alheias e os outros com menor quinhão mas que quando se trata destas coisas de dançar, cantar fazem no por convicção.
Os meninos de fraldas, vulgo ‘mugoonda’ na língua local, do grupo de canto e dança Tudulos cá da do sítio, os madalas metálicos também de fraldas, Pureza Uafino, Biju, Garimpeiros também fizeram se sentir perante aquele público ‘dorminhoco’ que nem palmas conseguia bater como se os únicos artistas fossem os outros em palco. Mas o dia e a noite não ficaram por aqui, tendo sido inclusa a gastronomia local, artes plásticas, modalidades desportivas como Canoagem, Futebol, Voleibol, concursos de melhor bikine, melhor dançarino, cantor e outras actividades que a prior serviram como válvula de escape.
Um dos músicos presentes foi Aly Faque que para alem de cantar também teve que andar com os seus CD’s em mão tentar e/ou a vender.
É a primeira vez que faço parte do festival e trago novidades, vários temas como Stela e CDs a venda a 250 meticais, alguns números que vou cantar ao vivo para conseguir agradar ao público numa mistura entre o tradicional e o contemporâneo, a tal música ligeira, diversificada com aceitação ‘e boa e todos os com 6 álbuns são preferidos. O público deve esperar sempre aquele agrado, aquilo que vou cantar e dizer nas músicas. A associação dos músicos tenta mas não consegue, os direitos do autor existem mas funcionam com dificuldades e a pirataria nunca deixa de afundar o músico.
Enquanto os donos da casa debatem se com a falta de estúdios de gravação a banda local os garimpeiros vão a procura do’ precious’, o brilhante e nesta festa apenas tocaram uns números do álbum ainda por vir.
“ Um dos temas intitulado Nadjeza que quer dizer esperavam e, esperamos ansiosamente assim com a população e os nossos admiradores, nunca tivemos problemas de mercado e na Zambézia existe muita oscilação, não há editoras, estúdios. ‘E preciso que exista um mecanismo avançado, existem muitos espaços onde actuarmos, já passamos por vários palcos e temos que ir sempre a Maputo porque alguns dos nossos músicos vivem e gravar com alguém confiado. Estamos a tentar pelos nossos meios, temos estúdios mas não convencem muito. Verdade que o nosso publico não ‘e destas paragens mas actuamos em casamentos, boates e aniversários. Não existe promotor de espectáculos”.
Enquanto os Massukos segundo o líder vocal vieram ao festival por mais uma questão de interacção. Viemos mais por uma questão de interacção, fazer parte desta grande festa cultural, desta grande família e mostrar o pouco de Niassa”.
‘”Trouxemos algo novo, uma musica intitulada Kundopola o que significa estão a mandar me embora de casa devido a conflitos familiares que vai fazer parte do álbum do nosso 3 álbum a ser preparado. No Niassa temos promotores e agora haverá um festival nos meados ou finais deste mês, o Festival do Lago. Gito Katawala apesar de estar nos Estados Unidos tem contribuído e sempre que vamos gravando ele tem a oportunidade de ouvir e tem dado alguma opinião nos arranjos. Torna se difícil fazer uma critica sobre o mercado moçambicano, ainda estamos em vias de desenvolvimento.
O Festival de Zalala foi muito positivo, muita participação do público acolhimento, isso importa mais e apelamos a paz. Levo da Zambézia o que ‘e a cultura daqui, a galinha zambeziana, acolhimento, simpatia das pessoas, amizade”,
Segundo factos constatados pela nossa reportagem geralmente o movimento cultural na Zambézia regista se mais quando chega um alto representante do Partido Frelimo a semelhança do que recentemente aconteceu com a chegada de Filipe Paunde a esta cidade.
O Director Provincial da Educação e Cultura da Zambézia José Luís Barbosa Pereira que também fez se ao festival diz que a Zambézia ‘e por excelência cultural.
“A Zambézia é por excelência uma província cultural, vamos promovendo debates, festivais porque ‘e na Zambézia onde nos encontramos Eduardo White, Hélder Muteia, Enruga, Armando Artur nas varias bibliotecas. Levamos dois jovens a ganhar prémios nacionais, temos promovido secções de teatro que quando levamos lá para fora para Chimoio são aplaudidos. É preciso disciplinar um bocadinho, reunir todos os fazedores da cultura e fazermos planos para o futuro e assim podemos saber se avançamos ou não. Penso que não há nenhuma contradição, quando há planificação e boa vontade nos podemos explorar bem a casa da cultura. Verdade que temos um cinema estúdio que funciona como cinema e discoteca e temos que pensar o que vamos fazer com o cinema águia “.
Quanto a fraca aparição de alguns músicos perante o publico, o director eufórico iluminado pelo festival esqueceu se que por estas bandas a questão do desenvolvimento cultural continua um caos.
”Equivoco, temos o Mafende, Saldicos, grupos de teatro que vem do Chinde, Inhassunge, a Júlia Duarte aqui de Sofala a surpresa que vem de Maputo que nós não sabemos, tudo prato a zambeziana.
Não é fácil fazer um investimento na área cultural, ainda não tem uma boa aparelhagem. Os lucros na casa da cultura saem com muita dificuldade mas eles actuam independentemente. Se é uma campanha ou não do governo central vamos trabalhar e se o senhor jornalista me ajudar e outros músicos que andam na diáspora vão preferir voltar a sua terra e desenvolver. Os fazedores dizem que estamos estagnados. Este mês quero sentar me com os fazedores da cultura, saber o que vamos fazer. Nada esta perdido a cultura é uma realidade, gastronomia, dança de lata, da cobra, Nhanbarro. Um vasto leque”. A surpresa que veio de Maputo Zico ‘ Maboazuda’ não se fez soar.
Bom dia.
ResponderEliminarEstou um pouco confuso. Este ano já é o IV Festival?
Obrigado
Joaquim Cruz
Quimlu@yaoo.com