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terça-feira, 21 de setembro de 2010
Porto de Quelimane encalhado
Porto de Quelimane encalhado
Texto e fotos: Estacios Valoi
23/09/10
Porto de Quelimane depois da reabilitação terminada em 2007 e 2008 avaliada em cerca de 14 milhões de dólares financiados pela cooperação alemã (KFW) uma cooperação em parceria com o governo moçambicano que entrou com a sua contra parte como dividas, actualmente concessionado a empresa Cornelder mensalmente apenas recebe 2 navios de cabotagem.
Com capacidade de gestão e manuseamento de cargas acima de 650 toneladas ano, o que segundo o Director Provincial dos Transportes e Comunicação da Zambézia, Alberto Nanharas significa uma média mensal de 150 mil toneladas e um valor líquido de receita bruta em 3.000.000meticais, este faz a gestão de carga a granel, em contentores, frigoríficos, líquidas e outras.
“Esta movimentação de certa maneira ajuda nos a absorver quase toda carga da zona centro da Zambézia ao Sul e a parte do Malawi de Limbe, Blantaire e Lilosa que são os grandes focos que se verificam; andávamos na altura com uma rotação mensal de dois navios mas agora aumentamos para quatro mês, mas o real desejado talvez fosse o dobro para satisfazer as capacidades instaladas no porto.
Depois desta reabilitação tivemos algum fluxo de navios de cabotagem, basicamente o porto de Quelimane recebe navios de carga baldeados nos portos e, aqui é manuseada para os portos secundários de cabotagem. Neste momento os grandes clientes são a Manica (AMI) que tem o seu consórcio, e o ‘ Spendfreiter ‘, um armador baseado nas Comores e Madagáscar que frequentemente escala o porto de Quelimane.
O fluxo de navios no porto de Quelimane é de quatro mês, uma redução significante comparativamente ao período que antecede a reabilitação em que este recebia acima de 6 navios mês. Caso para questionar para que serviu a tal reabilitação!
Enquanto o metical e as ‘ verdinhas’ passam para o porto de Nacala, Nanharas navega com o dedo acusador. “Antes havia esse fluxo de navios porque a Navique exercia a cabotagem com maior rotação e tinha como preferência os portos de Quelimane e Pemba. Quelimane devido a sua localização geográfica muito próximo para Madagáscar, Comores e Seicheles e essas empresas ainda existe mas já não tem navios.
Apenas temos o tal Spendfreiter baseado nas Comores e Madagáscar e um outro navio de cabotagem a operar nas águas territoriais moçambicanas, por isso agora redobramos para quatro. Praticamente estamos sem navios.”
‘” Tem duas vertentes preferenciais. Dissemos ao porto para fazer um pouco de marketing e a outra tem a ver com a opção de alguns clientes, tendo em conta que o porto de Nacala esta numa rota mais próxima da zona Norte de África, de Zanzibar Cairo e Mombaça que é quase o grande centro comercial de cargas marítimas da África, então acham que como em Nacala há maior rotação de navios internacionais significa que colocando o seu produto, em pouco tempo será exportado.
Enquanto o director vai vendo navios alguns transportadores contactados pela nossa reportagem, foram unânimes quanto a inviabilidade do porto de Quelimane.
“ O custo do porto são iguais, são semelhantes não é, o grande problema são os fretes, a partir do porto de Quelimane o frete é extremamente elevado porque não tendo linhas directas quer para a Ásia quer para a Europa, os navios são de pequeno calabro, há problemas de drenagem, aqui tem que entrar navios de pequeno calabro então o ‘trishipment’ ou transbordo de mercadoria que sai de Quelimane tem que ser feito em Durban ou em Mussumuri nas Comores.
Encarece demasiado de transporte e muitos operadores que preferem utilizar o porto de Nacala que tem linhas directas, grandes navios. Exemplo exportar do porto de Quelimane um contentor de 20 pés para a Europa o custo do frete são cerca de 2000 mil dólares e via Nacala cerca de 900 dólares. Os principais exportadores de Quelimane operam na madeira e vão a Nacala suportando a via rodoviária porque há sempre um retorno de lá para cá em Quelimane com outros produtos, como no caso do cimento e outros produtos alimentares, portanto o custo de retorno é baixo e vem compensa o custo do frete.
Enquanto o porto para e o director vai a pesca ou pelos navios pesqueiros para justificar os tais 4 ou nove navios assim como e o encalhamento do porto opta por esta prorrogativa. “ Não é bem assim mas pelo contrário. Esta foi uma das questões levantadas pelos operadores da Zambézia que o porto de Quelimane era o mais caro, portanto este ainda não reajustou as suas taxas, contínua com as mesmas que eram usadas pelos caminhos-de-ferro, em alguns casos ate reduziram. Significa que a oferta do porto de Quelimane esta acima de qualquer porto.
Portanto há uma coisa de relacionamento entre taxas portuárias e taxas de transporte marítimo mas são duas coisas diferentes mas nenhuma destas mina a aderência ao porto. O grande problema é que nós não temos navios de cabotagem”.
“Agora esta a aparecer uma outra empresa com um navio apenas a fazer cabotagem. Penso que esta a reduzir, estou a falar de uma média de quatro em alguns casos chega a nove. Exemplo no mês de Setembro o porto teve cerca de nove navios incluindo pesqueiros, dizer com franqueza que em Moçambique ainda temos uma empresa de cabotagem que entrou agora.
Estamos a solicitar que a antiga Navique reactive suas forcas porque cargas de retorno têm muitas. Em 2008 a ‘Spenfri’ queria 92 contentores de retorno e nos garantimos inclusive fizemos uma negociação com o Malawi-Blantire e Lilosa no transporte do açúcar, tabaco e em retorno parte de fertilizantes manuseado pelo porto de Quelimane. Significa que ali a demanda subiu e a dias tivemos cerca de 200 contentores para serem movimentados para o Malawi.
Em termos agrícolas a Zambézia produz qualquer coisa como 3 tonelada ano e a tramitação dos processos é feita aqui no porto de Quelimane”.
Alberto Nanharas reconhece que com a capacidade do equipamento moderno instalado no ‘ seu ‘ porto apesar de ser secundário iguala se a um principal. Contudo os transportadores têm que esperar 15 dias para verem a sua carga cruzar águas além ao seu destino.
“ Bom. Encalhado não esta, as vezes não cumprimos com as metas devido ao número reduzido de navios que escalam o porto que pode receber os e cabotagem em simultâneo com 100 metros de cumprimento médio e com um cais para atracar 2 navios, um guindaste que manuseia acima de 80 toneladas, na altura usava se a pá do próprio navio e os Bobocados um que tira os contentores de 40 toneladas e o outro de 20, esses 3 equipamentos são importantes para o manuseamento é como se fosse o standard de um porto principal.
Anualmente temos 650 mil toneladas o que significa 96.9%, abaixo dos 100%. Os preços constantes de 2006 eram cerca de 5.000.000 milhões de meticais semestrais. O porto de Quelimane não è o mais caro, tem taxas do mercado aplicáveis e talvez as mais baratas que existem tendo em conta que não se podem comparar as taxas de um porto secundário e um porto principal”.
“Nos temos a madeira que nos termos da lei florestal transporta se duas vertentes, a cerrada que vem em pranchas e em toros. Bom. No meu ponto de vista depende de cada explorador, alguns acham que como o navio de cabotagem na vai entrar no porto de Quelimane nos próximos dez dias e vai ter mais custos, prefere rolar um camião ou quatro para por em Nacala e no dia seguinte o navio exporta a madeira.
Ele corre exactamente porque podia colocar no porto de Quelimane e ficar 15 dias a espera e em Nacala 2 ou 3 dias. Mas para mim o custo do transporte rodoviário è mais caro relativamente ao marítimo.
Nanharas na sua retórica contradiz-se e fica encalhado com o porto
“E nosso desejo ter mais barcos de cabotagem”.
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