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sábado, 19 de outubro de 2013
Festival da capulana Pemba ou campanha eleitoral !
Texto e fotos:Estacios Valoi
17/10/13
“Constitui uma tradição cultural nacional, um símbolo sem fronteiras étnicas, politicas, religiosa. Esta é a capulana”
O festival da capulana será apresentado a escala panorâmica mundial e registada como tradição moçambicana e vestimenta africana. São esperadas que façam parte do evento 15 mil mulheres trajadas a capulana, académicos, pesquisadores num evento que terá o patrocínio dos ministérios do comércio e industria, turismo, cultura, coordenação ambiental, mulher e Accão social, conselho municipal de Pemba, empresas privada
O festival que depois de consideráveis adiamentos, isto deste do mês de Setembro último, passou para o dia 19 de outubro dia das celebrações de mais um aniversario do Marechal Samora Machel caso ainda estivesse vivo.
“O centro de documentação Samora Machel sob o lema 'Festival da capulana – Pemba’, vai realizar o maior festival da capulana do mundo que ira fazer parte do maior livro de registo do mundo (Guiness Book) agendado para os dias 27 a 30 de Setembro,” dizia o comunicado.
Desta vez o festival capulana vira um dia depois das celebrações de mais um aniversário da Cidade de Pemba
Facto é que o festival cujo propósito vem a esteira dos 80 anos do aniversario de Samora Machel caso estivesse vivo, principalmente a exaltação do homem que ele foi, representou não apenas para Moçambique mas para a africa e o mundo, ao estilo moçambicano também tenciona divulgar a cultura, os valores tradicionais da capulana, como esta vestimenta diária é tratada em africa e a nível mundial, as formas e propósitos diferentes no uso desta vai sendo levada pelo lado eleitoral da questão.
Durante sábado passado isto depois da abertura oficial do festival anunciada em Setembro último, a luz do festival que se aproxima a passos largos o conselho municipal de pemba realizou um evento aparentemente na promoção desde evento ‘ festival da capulana’ mas não passou de propaganda política, campanha eleitoral face as autarquias que se avizinham e, pela sequência, assim será no dia 19 de outubro.
Foram vários os berros dos apresentadores que gritavam ‘ Vota Tagir’
“ Uns putos músicos da praça e um apresentador de eventos que estavam lá.Era tudo, capulana, dia da cidade de Pemba e apresentação do nome de Tagir como candidato da Frelimo”
Esperemos para ver o que nos traz a cidade de Pemba onde o abastecimento da água continua sendo uma promessa adiada e de onde o líquido precioso será canalizado para tamanha multidão que se espera para o “ festival mundial da capulana”. Se não são os cortes da empresa electricidade de Moçambique (EDM) deixando o cidadão forçado a jantares a luz de vela, ‘e agua,etc.
Sem deixar de lado a apresentação em apoteose feita a cerca de 4 meses pelo Tagir Assimo presidente do conselho municipal de pemba, la estaremos para ver o que se fez.
“Acabamos realmente por apresentar um dos nossos sonhos que era o orçamento municipal 2013.Dos 109 milhões cerca de 60% já estão garantidos, falo do fundo de compensação autárquica que são aproximadamente 24 milhões, do fundo de investimento de iniciativa local em cerca de 14 milhões de meticais, falo de outros parceiros do programa de desenvolvimento autárquico em volta de 12 milhões, agora estamos a fazer o nosso plano de tesouraria para irmos vendo o que podemos fazer neste mês, próximo porque é um orçamento para todo o ano.
As pessoas têm a sua razão de falar, seus motivos e, nós como conselho municipal de facto, gostaríamos que tudo aquilo que é serviços que servem os nossos munícipes estivessem no seu melhor auge, não só da energia, agua, telefonia móvel, transporte público urbano, estradas, que tudo isto estivesse no seu alto nível. É preciso dizer que há um esforço que esta sendo feito, tanto pela estrutura que superintende a área do abastecimento de água, energia, mesmo as telecomunicações para que cada vez mais esses processos sejam voltados a melhoria da qualidade.
É importante referir que não estamos estáticos, principalmente quando me fala da água, o sistema tinha sido desenhado para servir aproximadamente 45 mil pessoas e hoje em Pemba estamos a contar com 150 mil habitantes, então tudo isso leva a crer que é preciso re enginheirar esses todos serviços. Hoje precisamos de uma boa internet porque Pemba definitivamente é o polo de atenção não só do país mas de todo o mundo. Isso deve ser de alta qualidade e eu concordo que os outros colegas nestas áreas estão a trabalhar para isso.”
O vosso slogan “Pemba por pemba e com pemba vamos construir” revela uma diferença quiçá abismal entre o dito e o feito, estradas e turismo, idem. Estrada que sai do Wimbe a Maringanha, dois dias de chuva e buracos de volta e dinheiro mal empregue,
“De facto aquele é um projecto como também existem outros que nós estamos agora a abrir a partir da avenida general Chipande para Chuiba. É preciso entender que estamos a fazer a mobilização de recursos, algumas vezes escassos e, fazendo uma avaliação daquilo que são os custos, dizer que por cada quilómetro de uma estrada asfaltada são 18 milhões de meticais, são aproximadamente cinco quilómetros, é só ver qual ginástica financeira tem que ser feita e enquanto não tivermos esses recursos temos que trabalhar com aquilo que temos, vamos colocando saibro, tapando os buracos, melhorando as condições de transitabilidade até que encontremos um parceiro que nos possa ajudar a fazer aquilo que todos almejamos, ter a estrada asfaltada.”
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Caca furtiva
90 Animais em transferência para a reserva do Gilé
Texto e fotos Estacios Valoi
02/10/13
Segunda operação de transferência de búfalos dentro do território nacional desta vez levado a a partir da Reserva Nacional do Niassa para a Reserva do Gilé na província da Zambézia
No total são 90 animais de entre os quais 50 Búfalos, 20 Bois Cavalo, e 20 Zebras a no âmbito do comprimento do plano estratégico para o desenvolvimento do turismo particularmente nos sectores das áreas de conservação onde tem a obrigação de restaurar os parques e reservas através do repovoamento
Num total de cinco viagens a serem feitas até ao fim do processo que terá continuidade esta quinta-feira, já foram transferidos 22 Búfalos, 20 Bois Cavalo e cinco Zebras numa operação que envolve cerca de 20 profissionais, tanto da reserva do Gilé, Ministério do turismo na área de conservação, Reserva do Niassa, parceiros GF, Wild Life Conservation Society.
Segundo o administrador da Reserva Nacional do Niassa Cornélio Coelho Miguel esta é a segunda operação do género, “depois da primeira operação de transferência de Búfalos ter sido realizada a partir da Reserva de Marromeu”.
Temos uma população estática de búfalos. Em 2012 tivemos um senso aéreo e os números estavam em 6220 e hoje, em função do senso 2011 tivemos 2627 búfalos, então é uma população que apresenta alguma estabilidade mesmo estando a fazer se caca desportiva na zona tampão, são números sustentáveis que podemos dar o Gilé e assim incentivamos a reprodução das manadas que forem ficando”.
A Reserva Nacional do Niassa com uma extensão de 50km2 alberga cerca de 40 mil pessoas oriundas dos oito distritos desde Mavago,Mecula, Marupá, Mwenbe, Ndakupo, Mueda, Montepuez e Quissanga que compõem a reserva. A questão do homem conflito animal e a caca furtiva fazem parte do dia-dia da reserva e de acordo com Cornélio, ‘e um grande desafio”
“ É um grande desafio porque temos população e a mesma tem necessidades, quer do consumo da proteína animal, corte de árvores e todas as outras ligadas ao desenvolvimento local. Por outro lado temos a reserva que tem a vocação de conservar a biodiversidade quer em animais e floresta, quando não temos clareza de actuação isto pode trazer alguns constrangimentos e um deles, se não temos o ordenamento territorial devidamente feito acabamos vendo pessoas a se instalarem em qualquer área, incluindo até em corredores de fauna e isso acaba até trazendo problemas entre o homem e animal que resulta no que chamos de conflito na fauna bravia”
Também há a abertura de campos agrícolas em zonas que são de frequência de animais que acaba sendo outro constrangimento, temos estado a trabalhar com os governos locais nos distritos relevantes da reserva que são Mavago,Mecula, Marupa, Muende, Ndakupo, Mueda, Montepuez e Quissanga. Acredito que este trabalho conjunto pode nos conduzir a resultados positivos, nós temos o plano de maneio como um instrumento orientador das actividades e o distrito tem os planos de ordenamento territorial.
Apesar do Búfalo ‘ ser sustentável”, o mesmo não acontece com o elefante que de 2009 a 2011, reduziu consideravelmente.
“Fazendo referencia do senso de 2002 tínhamos 13.061 elefantes e em 2011 reportou 12.029. Sublinhar que em termos de numero de elefantes existentes em 2009 o senso teve o seu pico que foram cerca de 20.374, isso deve ter sido motivado pela movimentação de animais de vários pontos pela segurança que a reserva tivesse mas pode ser pelas condições ecológicas quero me referir ao pasto, a presença de agua e depois, o critico é que esse numero baixou em 2011 e, temos varias hipóteses a considerar mas principal é a caca furtiva”.
Mas de acordo com Dave Lawson gestor da reserva em representação da Wild Life Conservation Society que vem desenvolvendo as suas actividades em parceria com Reserva Nacional do Niassa em prol do seu desenvolvimento e melhoria na protecção dos recursos existentes, novos empreendimentos vão sendo levados a cabo assim como as condições gerais para os funcionários do parque.
“Temos estado concentrados no desenho das novas instalações para os fiscais, em geral melhorar as suas condições de trabalho, novo código de conduta, formação logística para que os bens sejam facilmente canalizados aos lugares mais remotos, tudo que seja necessário num projecto que atualmente esta a ser financiado por um único doador americano David Bondaman com grande interesse na conservação em especial a do elefante o qual prometeu o apoio para até o final de 2014. Mas claramente que estamos a procura de outros doadores incluindo os governos moçambicano, US e Francês.
Temos um outro doador milionário que nos prometeu apoiar na abertura de furos de água, isto porque aqui temos problemas sérios de água, Niassa é uma zona remota e dificilmente encontramos o que necessitamos. Temos que planificar semanas antes e irmos a loja em Lichinga, Pemba. Tivemos que criar um sistema que a tempo e horas possa garantir que o equipamento, produtos, seja pago e que nos seja entregue e, claro que muitas organizações não farão entrega directamente para uma zona remota como o Niassa”.
“Temos que cuidar dos fiscais, no tivemos uma formação de novos fiscais no mês de outubro do ano passado estão a ter boa integração, temos os oficiais com uma vasta experiencia e gradualmente vamos formando mais e será neste mês e penso que a caca ao elefante reduziu durante os últimos 18 meses em que estamos aqui, as nossas operações são realizadas com algum secretismo.
Lei branda, a favor dos prevaricadores
Já ouvi falar do envolvimento de somalianos mas geralmente Tanzanianos que entram na Reserva cruzando a fronteira pelo rio Rovuma, Moçambicanos e, penso que os guardas fronteiras deviam ser mais eficientes nos 400km de fronteira e poderíamos fazer mais”.
“Se alguém vai roubar marfim logicamente que não vai carregar nas costas mas num camião. Na época seca podem caminhar e cruzar o rio Rovuma. ‘E uma fronteira extensa e é muito difícil controlar toda a área. Não é surpreendente que seja a passagem, a lei moçambicana é branda, as penalidades por matar um elefante são fracas. A lei diz que somos autorizados a manter as pessoas detidas apenas por 48 horas, entregamos a polícia e passado algum tempo são soltos, apenas obrigados a pagar uma simples multa.
Agricultura de conservação
Gostaríamos de trazer o que chamamos de agricultura de conservação, ensinar as pessoas como melhorar a sua produção nos solos que usam que são geralmente muito pobres com poucos nutrientes. Esperávamos começar brevemente com este tipo de agricultura, temos uma concessão na zona Este onde já começamos com o programa da agricultura de conservação e com bons resultados alcançados e queremos continuar a expandir para outras comunidades. Disse Lawson