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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A MAO ESQUERDA DO DIABO

Dom Bosco vai de mal a pior
Estacios Valoi
/09/09
Pela primeira vez o desde a sua abertura na década de 80, o Centro ‘Dom Bosco’ tenciona fechar as suas portas alegadamente por falta de meios para o apoio a crianças desfavorecidas.
Com capacidade para acomodar mais de 200 crianças desde o prelúdio do projecto em Moçambique, milhares de crianças passaram por aquele centro localizado no Bairro do Infulene em Maputo destinado a crianças do sexo masculino e com ramificações no Distrito da Namahaacha e Inharime na Província de Inhambane para raparigas.
Actualmente no centro Dom Bosco encontram se a residir apenas 15 rapazes com o risco de serem expulsos a semelhança de alguns que tiveram o mesmo destino. De acordo com as irmãs Salesianas, pretendem retirar todos os rapazes e acomodar crianças do sexo feminino ideia a qual é refutada pelos jovens residentes assim como os que deixaram o local, que não vêem qualquer fundamento para tal pretensão.
‘O centro abdicou das suas actividades normais a algum tempo a esta fase, que é acomodar pessoas necessitadas. ‘ Desde que a direcção vigente tomou posse a já alguns anos após a saída da primeira administração liderada pela Irmã Salesiana Fernanda quando voltou para Portugal’.
Com o intuito social, o centro cristão vem sendo administrado pelas ‘irmãs Salesianas ‘ desde a sua abertura nos anos 80 no contexto de recolha e acomodação de crianças carentes na sua maioria provenientes da rua. Estes habitam no espaço ate aos seus 18 anos de Idade, fase em que lhes são atribuídas residências individual num processo contínuo face a sua reintegração na sociedade moçambicana.
‘Aqui as Irmãs fazem o que bem entendem, não prestam atenção aos nossos problemas e conforme sabemos o centro existe com o propósito de acolher crianças desfavorecidas, dar lhes abrigo, formação para um enquadramento na sociedade algo que antes acontecia. Formavam-nos, arranjavam nos alguma colocação, batiam portas, importavam se connosco. É porque nos continuamos aqui e com o conhecimento dos financiadores, a luz dos objectivos principais do centro, estes continuam a canalizar o seu apoio para nós, contudo não temos acesso a tais apoios’, disseram fontes no local.
Educação deplorável, uma constante violação dos direitos humanos
A Acção agrária Alemã financia o centro nas áreas de investimento (maquinas de costura, forno industrial, frigideiras, amassadeiras) custos correntes, do pessoal como (professor, costureira, padeiro, publicidade, alimentação na revisão e monitoria do projecto desde 1990 com uma cifra de cerca de 257.771.75 Euros.
‘A título de exemplo, o acesso ao ensino é deplorável, só uma e outra criança ou jovem tem acesso ao ensino ‘por sorte ou pela relação recíproca com as Irmãs, ensino este que vai ate ao 10 ano ou o nível secundário num espaço em que actualmente não existe qualquer formação técnica.
‘Há os que se beneficiam dessas bolsas partindo de um pricipio de parceria apesar de existirem financiadores que disponibizam fundos para cobrir todas as despesas escolares para todos nós, infelizmente não é o que constatamos e o mais agravante é a ausência de informação sobre o paradeiro dos fundos alocados.
‘Tínhamos outras actividades como o artesanato a cestaria a semelhança de outros também financiadas pela organização ‘Acção Agrária Alemã’, que consistia em maquinas de costura e outros matérias, mas actualmente estas salas onde executávamos essas actividades passaram a ser salas normais de ensino, isto para alem da sala de informática instalada na qual o acesso é nos negado’.
As únicas actividades de formação existentes no centro circunscrevem se na Machamba e nos Jardins, verificando se uma total ausencia de instrumentos de formação para a nossa posterior integração no mercado de trabalho. As irmãs concentram se mais em negócios usando as pessoas do Centro como ‘mão de obra barata’ em vez de contratarem trabalhadores para produzirem e desenvolverem as suas machambas’.
As actividades como a cestaria, o artesanato foram ambas substituídas e com o seus mestres dispensados num centro que se pretende ser de formação do novo homem.
No centro existem 10 salas de aulas onde se lecciona da 1 a 7 classe, espaço este onde as crianças do centro vinha tendo as suas aulas ate ao 7 ano e posteriormente transferidos para outras escolas com o nível avançado através da distribuição de bolsas distribuídas bolsas.
Actualmente a escola que alberga cerca de 57 alunos por cada sala apenas lecciona a alunos externos em detrimento das crianças do centro sem posses para pagarem propinas num espaço que lhes pertence. ‘ Os alunos ate trazem os melhores celulares que os professores’
O acesso é lhes negado numa escola que actualmente passou a ‘privada’ sendo os alunos residentes assim como os que não mais habitam sacrificados e com as ‘portas da escola fechadas’ para pela primeira vez levarem os seus filhos a frequentarem o ensino primário.
‘A escola o centro já não beneficiam a sociedade carente conforme o seu objectivo’.
A sala de informática foi instalada com o financiamento da Organização Alemã Acção Agrária (AAA) com o propósito de implementar o curso de informática como forma de apoiar os ‘petizes. O processo da abertura oficial do curso não se registou e nós os jovens do Centro não temos acesso a estes instrumentos, somos obrigados a recorrer a outras fontes para fazermos os nossos trabalhos de dactilografia ate a impressão de documentos’. ‘Nós temos computadores aqui na nossa casa que é o centro, mas ficam avariados sem os utilizarmos ‘.
‘Tivemos voluntários que se disponibilizaram a ensinar a utilizarmos estes instrumentos facto que foi consumado ate a introdução da informática, mas depois disto tivemos que aperfeiçoar o nosso conhecimento informático fora do centro porque a Directora do Centro ‘Irmã Salesiana Silvana Monachello decidiu que não deveríamos utilizar as maquinas. Reivindicámos e mais uma vez ela disse não ter tempo para tratar destas questões. Apenas fomos autorizados a utilizar por algum antes da expulsão definitiva da sala de informática’. E nós precisamos destes instrumentos’. ‘Cada Irmã faz o que bem entende’
Hoje a sala pertence as irmãs como sala de repouso e lazer a serem assistidas pelos computadores que ninguém utiliza.
As Irmãs Salesianas frequentam as grandes Universidades privadas nacionais, com direito a carta de condução e outras mordomias, mas para nós sempre alegam a ausência de meios financeiros para os nossos estudos. Apesar disso alguns de nos tentamos candidatar nos ao ensino médio ou superior mas a Irmã Silvana ameaçou nos dizendo que caso quiséssemos continuar a estudar não permaneceríamos no centro. Tivemos que abdicar de tal propósito, e, a satisfação das Irmãs Salesianas é ter as crianças, jovens a trabalharem nas suas machambas.
Fundos mal parados
‘Aqui existe uma escola assim como ‘casas’ que nos seriam atribuídas logo que atingíssemos os 18 anos de idade e saíssemos do centro’.
‘Fomos surpreendidos quando questionamos as irmãs sobre as supostas casas mas fomos informados que o assunto das casas não nos dizia respeito! Tivemos um caso de fundos provenientes da Cooperação Espanhola através de uma congénere sua para o desenvolvimento (Jovenes y Desarrolho) anteriormente conhecida como ‘Jovenes para el tercer Mundo’ na construção de 15 casas tipo 2 mas desse fundo apenas foram construídas 4 casas.
A organização que tem a sua sede em Maputo, Moçambique na rua João Mulungo nr. 103 Trabalha na área de recuperação e no equipamento de rede de escolas de formação profissional assim como na construção do centro Dom Bosco desde 1994 com um montante de cerca de 12 milhões de Euros e outras doações. Actualmente financia a rede Salesiana na melhoria da qualidade da educação com um valor total de 4 milhões de Euros
Conforme as Irmãs Salesianas este empreendimento estaria a cargo de uma empresa credenciada para tal fim. Mas, as casas foram construídas por um pedreiro escolhido por elas após concertações feitas entre ambas as partes com o prazo de entrega das obras de cerca de um ano e meio
‘ Material completo para a construção de 15 casas foi alocado na quinta e na machamba das Irmãs, mas a dada altura as obras estagnaram e segundo a Irmã s devido a falta de fundos. O que nos admira é que a Instituição que financiou este projecto forneceu todo o material necessário para que as 15 casas fossem construídas incluindo o doméstico, mas estes desapareceram ’.
‘ Nós os rapazes do centro e alguns trabalhadores estivemos na quinta das ‘Salezianas e por varias vezes vimos um camião sair carregado com o tal material cujo destino só elas sabiam e no fim apenas restou material para a construção de quatro casas, material esse de baixo custo mas que ate aqui só foram concluídas duas casas as outras carecem de material sanitário’.
Eu vi todo esse material porque estava lá, incluindo carrinhas de mão’.‘ Sou proveniente de uma das províncias e fui acolhido neste centro mas actualmente resido numa dessas quatro casas para as quais tivemos que desenrascar alguns aros para meter nas janelas da casa em que estou. Antes estava a estudar e trabalhava na machamba ‘batia enxada’, após isso uma das irmãs disse me para continuar a trabalhar na machamba prometendo me um salário mensal de 1300 meticais’.
Assim que deixei o centro e passei a residir na casa e trabalhar na machamba recomecei a estudar numa das escolas Secundarias em Maputo mas foi me retirado todo o apoio do centro, apoio este com o qual custeava os meus estudos, transporte e outras necessidades. O dinheiro que era pago pelas irmãs era insufciente.
‘O material anteriormente mencionado e que teve de como proveniência a ‘Jóvenes y Desarrolho através da Cooperação Espanhola, eu vi’. Descarreguei sacos de cimento e carrinha de mão que só foi suficiente para a construção de quatro casas e o remanescente ‘sumiu’ porque as próprias irmãs vinham buscar o material de construção para outros fins por mim desconhecidos e no presente momento fui expulso porque contei este segredo a superior do centro. Contudo a irmã Benedita dissera me para que abandonasse o centro de volta a minha província de origem porque já tinha concluído a 10 classe alegando a ausência de fundos para me apoiar’. Recusei afirmando que queria continuar com os meus estudos. Ela fez isso para que eu não divulgasse a informação sobre a ‘robalheira’ ou desvio do material que vinha acontecendo. Ela estava a construir algo e apoderava se do material do centro, por sinal ‘nosso’.
‘Conversei com a inspectora do centro que vive na nos escritórios na avenida Julius Nyerere ‘Irmã Ivone Grajane’ que supostamente tem um seu familiar a trabalhar na sede principalmente como angariador de financiamentos ‘mas não deu em nada. Submeti o caso ao Ministério do Trabalho onde foi instaurado um processo que culminou com uma inspecção feita ao local e o levantamento sobre os anos de trabalho que estive na machamba das Irmãs Salesianas. A direcção do trabalho estipulou que o centro deveria indemnizar me com um valor com o qual tentei adquirir um ‘ terrenozito’.
‘Após isto, as irmãs vieram a carga com o mesmo lema ‘ tem que abandonar a casa e o centro. Todos os meses em que a Irmã Salesiana Benedita vinha efectuar o pagamento mensal fazia questão de repetir a mensagem ‘ um dia tu vais sair daqui desta casa, tu estas a investigar a minha vida tenha cuidado com a tua boca’. Tentaram despejar me da casa e recorri a l Liga dos Direitos Humanos. A posterior, a ‘Directora do Centro ‘Irmã Silvana Monachello, acusou me de ter roubado 25 pratos plásticos.
A margem disto a reitoria do centro realizava uma festa de pompa e circunstancia a porta fechada na própria reitoria para a Irmã Benedita que viajou no dia 16 de Agosto de 2009 para Itália
Nessas casas construídas para os meninos do centro, concretamente as primeiras situadas por de tras do Estádio da Machava, uma delas foi atribuída ao senhor Francisco Palminha da administração, o contabilista do fundo disponibilizado. O que para nós é muito estranhos porque os próprios meninos não tiveram acesso a essas casas.
‘Actualmente temos o caso de um contentor que chegou ao centro vindo da Espanha no fim do mes de Julho de 2009 carregado de vários utensílios como maquinas de costura, computadores e outros produtos em nosso nome, mas vemos os mesmos bens serem vendidos em hasta publica. Não temos acesso aos tais produtos e já não sabemos se veio para o apoio ao centro ou para as irmãs. As organizações que doam estas matérias pensam que estão apoiar o centro a ‘nós ‘ conforme as nossas necessidades quando realmente estão ajudar as Irmãs Salesianas a criar um fundo de negócios privados.
Alimentação
A alimentacao é deficitária chegamos a ficar quase todos os dias sem comer devidamente socorrendo nos no ‘pão com badgias’ que resultam da colecta de 5 meticais que entre nós fazemos. As irmãs tem a sua própria alimentação, mas quando um dos rapazes adoece elas obrigam no a não alimentar se da nossa comida diária mas sim dos pratos confeccionados para elas reconhecendo a pouca consistência da nossa alimentação. Apesar desenvolvimento agro-pecuário que se regista nos centros com a criação de porcos, galinhas, coelhos e outros animais, nos só vemos carne uma ou duas vezes por ano isto para não falar das patas de galinha que caiem em nossos pratos. O resto é para a venda. A Machamba não foge a mesma regra.
‘As grandes viagens das irmãs a Inhambane desde o ano antepassado também tem contribuído para a escassez alimentar no centro onde sempre falam da insuficiência de fundos para a nossa alimentação mas nunca para as viagens’
. Alguns centros comercias como o supermercado Luz e Supermare enviam produtos todos os sábados para o centro mas as irmãs ‘abocanham’ dividindo entre si incluindo o administrador. Sempre que tal facto ocorre, entre elas realizam um encontro para a divisão dos bens mais importantes o ‘podre’ para nós que na maioria das vezes só recebemos estes produtos meses depois após terem permanecido no armazém e já em estado avançado de degradação. ‘ Várias, foram as vezes em que solicitamos encontros para debater estes problemas, mas a resposta foi a mesma de sempre. ‘Não têm tempo ou ‘isto não vos diz respeito’.
‘reflectimos sobre o tratamento que é nos é imposto pelas Irmãs. Por vezes saímos do centro as 6 horas a procura de um ‘biscate’ já que não temos trabalho e só retornamos por volta das 23horas ou 24horas e quando elas nos questionam sobre o horário de chegada tardia apenas lhes contamos a mesma estoria’ procura de ‘biscates’. Contudo mostram se apáticas quanto ao que estávamos a fazer como quem diz ‘menos carga para nós ’
Encerramento do centro
É do nosso conhecimento que o internato do centro para os rapazes vai fechar alegadamente porque elas tem um projecto com intuito de transformar o centro num convento e não como propalam ‘ albergar crianças necessitadas do sexo feminino’ mas sim de expulsar-nos do centro. Existe um centro feminino construído a dois anos no Distrito de Inharime a dimensão deste ‘Dom Bosco de Infulene’.
Permanece a dúvida, porque segundo as irmãs elas não têm nem dinheiro para apoiar os rapazes, como a transformação deste para crianças do sexo feminino!
Nós viemos ou fomos trazidos para o centro pelas irmãs, alguns de nós com familiares, mas porque a situação nas nossas casas era de permanente violência, optamos por abandona -lás e viver na rua. As irmãs que nos trouxeram disseram que nós também deveríamos ajudar a recuperar as outras crianças carentes ou as que vivem na rua, algo que fizemos recuperando muitas delas’.
‘O fundo deste projecto das 15 casas de 2007, 2008 por sinal o segundo para a construção das casas amarelas na Matola foi desviado, lembro me que no inicio do projecto, isto ano passado, tivemos um encontro com as irmãs onde fomos informados que o centro um dia iria fechar e nós na qualidade de sermos os mais velhos em numero de 15 deveríamos permanecer no mesmo ate a conclusão do processo de construção e que durante a espera para que fossemos fazendo algumas actividades pelo centro porque o material já estava disponível.
‘ A expectativa de ver um de nós sair do centro para essas casas por mês saiu frustrada, tendo o 2 jovem saído do centro para habitar numa dessas casas só no mes de Agosto do ano transacto 2008’. ‘ Desde aquela fase ate hoje nada mais se viu ou se ouviu e nós continuamos no centro ‘.
‘E chato e lamentável ver o centro fechar e abdicar das suas actividades no âmbito social para o qual foi desenhado’
‘Nós estão aqui e elas estão conscientes de que não nos podem expulsar e que estamos cansados de ver estas coisas acontecerem.
Houve momentos em que muitos meninos foram expulsos do centro em bloco para a rua. Nós queixávamos a superior do centro, só que esta fazia parte do mesmo grupo e nos sofríamos represálias, agora, estão a espera que cometamos qualquer deslize para a ‘pontapés’ nos porem a milhas do centro.
A título de exemplo nada se fez contra a Irmã Benedita que após a ter sido denunciada a nossa superior, Irmã Ivone por desvio de material na presença de vários trabalhadores anteriormente a trabalharem na construção das casas que confirmaram que ela andava a desviar o material, e o mais caricato é que ate foi feita uma festa de despedida em sua homenagem antes da partida para Itália.
Segundo fontes a Irmã Benedita tem uma conta bancária ‘choruda’ num banco em nome de um seu familiar.
‘Nós vemos alguns rapazes que tem vindo aqui para o centro pedir abrigo mas o acesso é lhes recusado e as irmãs dizem não ter meios financeiros para acolhe-los’. ‘Graças a uma voluntaria de nome Dalila que tem tentado albergar os tais meninos em outros locais. Foram muitas as vezes que as irmãs se recusaram a levar os meninos que precisavam de auxílio hospitalar’.
‘É precisa mudar aquela escrita que vem no tanque ‘Dom Bosco Centro de Acolhimento’ porque não faz sentido. Em vez do número de crianças carentes aumentar esta a diminuir’. Não estão a acolher a ninguém! ‘ Isso é disparidade de taxas, a irmã Benedita era uma grade prevaricadora, algumas de nós a encontramos em pleno sexo oral ‘beijos ‘com o padre Horácio após as missas dominicais aqui no centro, encostados as grades do armazém. Ela fez muitos estragos, vivia uma mentira e varias foram as noites que ela passou fora do centro e para alem do padre que da as missas no centro tinha dois namorados. Eu vi a com o namorado dela na quinta das irmãs.’
Nós continuamos aqui a espera das 15 casas tipo 2 conforme o estipulado pelo projecto e na esperança de termos o centro aberto para acolher outras crianças e jovens carentes que precisem de apoio.
PS. Valor que vem na relação dos projectos em ‘DM’sao referentes ao a antiga moeda Alemã o ‘Marco’ que em que 2 marcos equivalem a 1 euro.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

CHORIRO


UNGULANE BA KA kHOSA
CHORIRO
Estacios Valoi
23/11/09
Realizou se semana finda o lançamento do livro intitulado ‘Choriro’ do escritor moçambicano Ungulane Ba Ka Khosa na Capital Moçambicana Maputo.
O sexto livro do escritor depois de ter publicado, ‘os sobreviventes da Noite, No reino dos Abutres, Historias de Amor e Espanto, Orgia dos Loucos, Ualalapi eis que Ba ka Cossa surge com ‘Choriro num lançamento concorrido a dimensão do livro cujo sala repleta deixava transparecer nas varias pessoas que presenciaram o acto a ansiedade de ter o livro nas mãos onde também no meio de muitas personalidades, politicas, sociais, culturais, curiosos, não estiveram ausentes as ‘curandeiras’ do escritor.
‘Vão os meus agradecimentos as medicas que estão aqui presentes Ana Olga Mucumbe e Ana Lisa Panguene minhas curandeiras como as referi no livro pelo providencial gesto de reencaixarem nos carris da vida, a elas com toda sinceridade do mundo é obvio que não deixo de parte a minha mulher a família’
A Cantora Mingas também esteve presente para abrilhantar o lançamento do livro.
A obra ‘Choriro’ lançado sob égide da Editora Alcance, segundo o autor nova e pujante no mercado, sente se honrando por saber que afinal a quem aposta nesta selva de retornos imediatos na cultura como industria de ter rendimento e que esses pequenos passos são marcas da irreversibilidade da cultura, são movimentos simples tímidos, titubeantes é certo, contudo falta nos muito mas são passos fundamentais para que o livro circule com a celeridade necessária neste pais.
O livro que nos leva a uma viagem histórica profunda a semelhança dos outros com os quais o autor sempre nos habituou ‘Choriro’ não foz a regra só que desta vez com a capulana estendida sobre o vale do Zambeze.
‘ Choriro, luto com vacatura de poder, tormento, período de desordem de anarquia, apropriação dos rituais de passagem de um monarca ao outro, o império do Monomutapa tornou se numa obsessão a já vários anos. O tema invocando Jorge Luís Boris aflorou sempre, não como sonho da noite mas sonho do dia por ter sido exercício voluntario da mente de forma insistente, o parque do tema em momentos em que muitos quando acenados pela morte se preocupam em internizar o instante de angustia propagando pelas metafísicas, não soube responder ao concreto da pergunta, por um lado eu respeito os que se acometem de escrever os seus dramas.
Conforme o autor nunca teve afinidade de escrever porque tem história maiúscula sentido todavia que o Pais na sua vasta dimensão histórica social cultural nas suas glórias tropeças esta ainda acima das nossas capacidades ficcionais e ao Zambeze zona de encantos e desencantos e de aculturações do surgimento de línguas brancas, do fabrico de armas em Gogodas e da pólvora feita a base da casca da árvore misturada com salitre, outra lipapada em aço dorida do coelho da emergência do exército de escravos com personalidade própria de nome Achicunda, conquistador o vitorioso afirma se ia ao longo dos séculos passados numa das zonas de grande riqueza cultural que sempre puderam, manipularam.
‘É no vale do Zambeze em terras do zumbo que este personagem Chicuacha, o Andarinho parte de formação abandonara o habito de missionário, emancipando se depois com as pretas quando se apercebeu que os negros dominavam as técnicas do fabrico das armas de fogo de pólvora.
Os fantasmas da história de Moçambique são trazidas de forma latente desde o prelúdio dos séculos que lá se vão num livro que se enquadra completamente na modernidade ou contemporaneidade de outras histórias que se vão fazendo neste País em moldes e formas diferentes, espaço, tempo. Como se diz a história se repete. Mas todavia nos encontramos naquele vale do Zambeze que o autor vai rasgando.
‘Vale que Inácio filho de Lhavense abandonara o pai branco feito em pretos em razão de fascínio pelo rei leão em terras de Lisboa, circulando pela Alfama encantado se com o fado e fova, dança lasciva praticada por pretos místicos inventando historias de terras pretas ente o espanto dos brancos nas tabernas ou baiucas como os boémios poetas de Lisboa a ela se referem.
Mais ainda conforme Ungulani, é pelo interior do Zambeze que a mulata Luísa, a donzela se apaixonara por um dos homens de Levingston tornando se em adulta a uma dama de grande dignidade no estado dos Macololus, é nas terras de Zumbo que Lucrécia a moca sem discurso próprio será cortejada no Zambeze do século 19 que a trama do livro se enraíza buscando asas, razoes da paranóia moderna para solenidades.
‘Sinto que hoje atingidos os grandes consensos não precisam mais de mostrar pela praça a nossa negritude como dizia um escritor de renome ‘nesta adulta idade da nossa independência não necessitam de embandeirar os cartões da nossa fidelidade como se fossemos crianças do abecedário da vida. Precisamos de fronteiras abertas de grande prostituição de conhecimento, é de novos discursos novos dissentimentos, novos terrorismos no saber diversificado plural, transparente nosso moçambicano’.
‘ Choriro a minha grande viagem por essa grade rio que é o Zambeze foi de me encantar com heterogeneidade, o casamento entre a margem patrilinear e matrilinear o que me beneficia com a confluência de discursos antinómicos de me espantar com as entidades que coloriram o Zambeze em toda a sua extensão de violência, escravatura e liberdade. No fundo Choriro não é mais do que a eterna procura do grande Pondoro esse espírito protector da criatividade sem limites.
O livro que segundo algumas vozes, ate sexta-feira ultima já estava esgotado no mercado isto momentos antes de o escritor ter se feito presente a um convite antecipadamente lhe dirigido para o ultimo anual de poesia realizado pela União Nacional dos Escritores e o Instituto Cultural Alemão onde também estiveram em palco para alem dos vários ‘poetas ‘ músicos como Chico António Werner Puntigam e outros escalando o palco daquela sala que apesar da chuva que se fez sentir estava carregada.
No evento o livro do escritor foi leiloado para um jovem que rebateu com o valor de 700 meticais os quais foram revertidos a favor de uma associação local de apoio a criança sediada no bairro do Zimpeto.
‘Que a rede de distribuição atinja o país profundo é o desejo de todos para que o dilema de que o moçambicano não lê desapareça das nossas mentes e por última instância as entidades culturais, competentes captarem estes novos sinais acarinha-los de modo que as indústrias culturais palmilhem com sucesso a rota do almejado desenvolvimento sócio cultural’.
‘Não podem degenerar nessa absoluta pobreza de espírito de transformar a arena do saber em blocos de político e de analista políticos de partidários e apartidários. Aos intelectuais, aos fazedores de coisa vária aos senhores das academias, carecem novos desafios com novas posturas, não basta multiplicar nos por um conjunto amorfo de títulos, é necessário que o nosso capital intelectual seja o nosso grande título na arena diversificado do saber’.
‘Que a literatura floresça na diversidade no nosso Pais’

kuka a caminho da Dinamarca


KUKA A CAMINHO DA DINAMARCA
Estacios Valoi
23/11/09
A cantora moçambicana KuKa quiçá a mais nova já a palmilhar palcos e outros eventos brevemente estará em Copenhaga Dinamarca par com a sua voz apelar aos mais velhos relativamente a questões climáticas naquilo que se considera e se espera venha a ser uma das mais importantes conferências realizadas pelas Nações Unidas com o intuito de levar a bom termo algumas decisões em prol do meio ambiente
Kuka que por várias vezes actuou em vários palcos no País sente se muito feliz por esta ser a sua primeira viagem ao estrangeiro tendo ate hoje apenas viajado dentro do de Moçambique por algumas províncias incluindo a de Sofala -Beira onde cantou uma música sobre as crianças da rua trazendo ao de cima o sofrimento destas.
Actualmente na 10 classe com os seus 14 anitos futuramente pensa em ser engenheira e economista apesar de estas disciplinas estarem em secções diferentes.
‘ Economista engenheira, cantora, claro que aguento e consigo conciliar estas três vertentes, sou corajosa, forte e inteligente, em casa já comecei a escrever as minhas letras, só que as minhas letras ainda não foram publicadas porque ainda não estão 100% boas para poder lançar.
Segundo a cantora de palmo e meio hoje o clima não esta bom porque um dia faz calor, outro faz frio e prejudica um pouco aqueles que têm problemas de pele, portanto tem problemas neste tipo de climas.
Dizer aos titios todos que vão a esta conferencia que tomem a decisão certa que consigam resolver, e que com a mão de deus tudo se resolve, que deus ponha lá a sua mão e faca com que eles tomem a decisão certa
Lembrei me da exposição recentemente levada a cabo na fortaleza de Maputo intitulada Armando Guebuza 5 anos de presidência aberta composta por oitenta fotografias da autoria dos repórteres fotográficos Alfredo Mueche e Armando Munguanbe ‘profissionais’ que se esqueceram de trazer ao de cima a presidência fechada do chefe do estado que não passou de uma hecatombe escova cante ao comboio do poder. Como dizia um colega das terras do Mandela ‘parece que a moda é apanhar o comboio do BEE ou Black Economic Empowerment’!
Aprendam da Kuka e porque não apelar pelas palavras do escritor Moçambicano Ungulane Ba Ka Cossa
‘Não podem degenerar nessa absoluta pobreza de espírito de transformar a arena do saber em blocos de político e de analista políticos de partidários e apartidários. Aos intelectuais, aos fazedores de coisa vária aos senhores das academias, carecem novos desafios com novas posturas, não basta multiplicar nos por um conjunto amorfo de títulos, é necessário que o nosso capital intelectual seja o nosso grande título na arena diversificado do saber’.

Desflorestando vs aquecimento global


Desflorestando vs aquecimento global
Estacios Valoi
23/11/09
Carlos Serra Júnior, representante da organização Amigos da Floresta, uma coligação de organizações que trabalham na área do ambiente, desenvolvimento rural local a escala nacional em numero 12 com a sua localização em algumas províncias do pais onde também se incluem fóruns como a Terra, Rede Oram e outras.
Que analise fazes do estagio ambiental actual global?
Temos problemas de vária ordem, preocupantes com os quais devemos pautar neste momento a exemplo do aquecimento global, mudanças climáticas e todas as consequências inerentes deste fenómeno que deve ser preocupação para Moçambique.
Alguns desses temas começam a fazer parte do debate nacional constituindo preocupação para algumas pessoas e algumas organizações, contudo temos problemas terríveis locais, nossos a acontecer todos os dias com tendência ao agravamento e outros para a melhoria os quais constituem também um desafio, mas por de trás disto tudo, encaramos um problema a maior escala que é o défice de informação, consciencialização, educação e sensibilidade para com tudo que seja ambiente.
Que problemas gravíssimos são esses?
No meu ponto de vista existem dois problemas gravíssimos, um que constitui toda a problemática associada a água que é um bem escasso com uma distribuição deficitária, com pior qualidade em alguns locais e o mesmo vai continuar a ser um recurso escasso em algumas zonas para além da tendência da mudança climática alarmante.
O outro problema seria toda a redução da biodiversidade que o País tem a sofrer, obviamente aqui a questão será a redução da floresta e há muitos factores envolvidos o que reduz a própria biodiversidade com implicações para a fauna bravia, o equilíbrio ecológico nas relações que se estabelecem entre as espécies, a biodiversidade marinha costeira, pesca excessiva, a pressão agudizada sobre alguns recursos, a caca que resulta na escassez dos animais onde actualmente já não encontramos algumas espécies como outrora e por trás disto tudo esta uma forma de ser e de estar que tem que mudar.
A longo prazo a questão da água, o acesso a este liquido precioso por parte da população vai se agudizando, algo que faz parte do direito fundamental do homem a ser violentado. Que se espera?
É algo fundamental, contudo não esta escrito na constituição Moçambicana ma sele existe, o direito a água a semelhança do outro que é o direito a alimentação, mas que deviam estar escritos. Grande parte da nossa população não tem acesso, direito a agua e o apoio que os chineses estão a dar fosse trazer maior responsabilidade social e que pudesse ser canalizado através do nosso governo seria plausível, isto para reais necessidades dentro de uma linha sustentável, transparente, sublinhar que a transparência é vital quando se fala de exploração de recursos naturais.
Que politicas governamentais existem no Pais e como alcançar estes propósitos almejados?
Exactamente esta semana escrevi sobre algumas propostas as quais gostaria de ver espelhadas no novo governo. Uma das questões que sinto, e que apesar destes problemas começarem a fazer parte dos discursos ainda não encaramos o ambiente como uma grande preocupação, algo que efectivamente tenhamos que velar.
Em alguns casos constatamos alguns aspectos positivos, penso que um deles foi o papel do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), que acabou fazendo um pouco daquilo que nem acabaria fazendo enquanto órgão vocacionado para acção quando há uma situação de emergência. Acabou assumindo papeis que eu acho que deveriam ser do Ministério para a Coordenação Ambiental que existe mas não actua, talvez seja um pouco o reflexo de ainda não assumir - mos institucionalmente o papel do ambiente, começaria - mos por dentro daquilo que é o conselho de ministros atribuindo claramente um papel determinante e fundamental ao órgão responsável pelo ambiente.
Não chamemos coordenação que é coordenação coisíssima nenhuma, chamemos de acção ou ambiente mas acima de tudo temos que canalizar meios, recursos, para que este órgão funcione de facto.
Falando desses órgãos e essas politicas que acabam no papel, instituições quase que inexistentes apesar de algumas pessoas, governo estarem conscientes desta problemática que nada fazem e usam esses recurso para o seu próprio beneficio com muita madeira que vai saindo de Moçambique o que achas que esta a falhar?
Durante muito tempo vigorou uma teoria de abnegação, isto quando surgiram as primeiras vozes, associada a alguma Imprensa criticando em relação a exploração ou ‘saque’ da madeira nestes últimos 15, 16 anos de exploração desregrada de recursos florestais a tendência é refutar esses fatos alegando não constituírem a verdade mantendo se no mesmo diapasão de muita abundância de recursos o que não passa de uma tentativa de ocultar algo que esta a acontecer e que é real, grave, durante este período perdemos muita floresta e a pergunta que sempre faço é porque é que nós desatamos a licenciar algo sobre o qual não temos capacidade de controlo nem sequer sabemos que temos!
Se não temos um inventário que nos diga exactamente o local, o tipo de floresta que existe como é que podemos licenciar o recurso naquela área se não sabemos o que ali existe, capacidade de corte! Foi incrível e durante muito tempo pautamos nos por um inventario feito em 1994, muito generalizado que confirma que cortamos e continuamos a cortar e depois!
Não temos capacidade de controlo sobre os recursos, a fiscalização dos operadores privados, capacidade de estar em todos os pontos, e termos uma fragilidade é incrível para além de fenómenos como a corrupção e outros do género. Como e que permitimos que todos os anos sejam licenciamos operadores as centenas, isto no caso das licenças simples, é uma pergunta constante e o facto é que sem capacidade de controle, sem conhecer o que temos em termos de floresta muito se foi e hoje quantificar isso seria extraordinariamente complicado.
Em termo de numero a quantos hectares devastados o País se encontra?
São cerca de 217.000 hectares, cerca de 400, 555, 556 campos de futebol anualmente.
É importante sublinhar um aspecto é que quando falamos de floresta, as pessoas pensam logo em por o debate em torno da exploração feita por operadores em regime de licença simples ou de concessão florestal que a prior é direccionado a exploração que o sector privado vem fazendo. Atenção a floresta tem muitos outros factores de degradação, muitas causas e é importante que todos esses factores de degradação fossem tomados em consideração sempre que abordamos o assunto porque para além deste exercício têm uma prática das nossas comunidades que são as queimadas onde actualmente encontramos maior número da população envolvida relativamente ao passado e com muita pobreza ainda associada a este fenómeno.
Queimar floresta é regra e então imaginemos e juntemos o facto de não termos alternativas energéticas para os mais pobres que não seja a lenha e o carvão associando outros fenómenos como a mudança climática que contribui para a redução da floresta em Moçambique.
Quão viáveis são os programas de sustentabilidade e gestão comunitária dos recursos naturais existentes?
Existem vários programas de maneio local de recursos naturais por parte da população a título de exemplo o projecto Tchuma Tchato na Província de Tete que teve o seu inicio na década 90 mas muito orientado para o maneio comunitário da fauna bravia, entretanto este modelo passou a contar com o apoio de muitas organizações e ate de Países estrangeiros e actualmente existem dezenas de programas a serem implementados, alguns com sucesso e outros não, nem todas as experiencias são positivas.
Atribuir a população local um poder sobre o recurso é vital, a comunidade local tem actualmente um direito do uso e aproveitamento da terra independentemente de ter ou não um documento, a terra é dele mas o mesmo já não acontece em relação a floresta um aspecto que nós sempre criticamos na legislação, isto, porque a comunidade esta lá, tem a floresta sagrada mas qualquer operador entra, corta a madeira, não presta contas a ninguém e vai embora perante o olhar impávido desta mesma comunidade a qual não tira beneficio nenhum e isto continua a acontecer. Atribuir a comunidade uma espécie de poder, possibilidade de controlar o recurso florestal na área da qual tem ocupação é um beneficio, porem há modelos e modelos e alguns foram de sucesso.
Actualmente parece existir alguma vontade politica para que este modelo seja replicado, e, uma das coisas cunho com as palavras do falecido Director Nacional de Terras e Florestas que é aumentar e reforçar o papel das comunidades locais na gestão dos recursos, mas é preciso trabalhar muito, encontra soluções para as pessoas porque não basta entrar mos em discursos floreados, românticos.
Contudo é normal que onde há pobreza o recurso que existe deve ser usado mas obviamente aqui temos aquele fenómeno chamado de armadilha da pobreza onde a pobreza provoca a maior degradação ambiental, mais pobreza.
Degradação ambiental, pobreza ou ‘armadilha da pobreza. Moçambique é o ‘fast food’ madeireiro para a presença Chinesa?
Naturalmente que sim. A falta de controlo, do conhecimento dos recursos naturais ou não nos preocupamos em saber o que temos em termos de recursos antes de emitir licenças desenfreadamente da espaço para que encaremos a este fenómeno do crescimento da economia chinesa a um ritmo incrível mas que carece de matéria-prima para alimentar toda esta maquina gigantesca industrial emergente e viraram se para a madeira não só em Moçambique.
Neste momento o maior mercado fornecedor da madeira a China é a Amazónia no Brasil que vai desaparecendo em direcção a China porque os chineses estão sediados naquela área fazendo o mesmo que estão a fazer aqui no País e Moçambique neste percurso histórico desempenhou um papel não menos significante em termos de escala geográfica do País no fornecimento da matéria-prima com um impacto negativo porque nós não conseguimos controlar esta entrada de operadores asiáticos no mercado assim como aplicar ou garantir a real implementação da lei ainda que esta tenha buracos.
Não fomos capazes de permitir que os chineses entrassem mas que trabalhassem de acordo com a legislação do País segundo as regras de sustentabilidade florestal. Entraram, tinham dinheiro, conheciam as espécies que nós não conhecíamos em termos de valor no mercado, e entre os moçambicanos que lá apareceram constituiu uma oportunidade de se lançaram no negocio onde de entre estes operadores nacionais sem perfil, conhecimento na área florestal mas com o único intuito de aproveitar essa oportunidade de ‘mão beijada’ começaram a cortar a floresta, e, cortou se a floresta a grande e a francesa, e muita madeira saiu da pior maneira e os dados oficiais apresentados são uma coisa, mas nós temos conhecimento de que sobre esses dados oficias não sei quantas vezes saiu madeira ate que inclusivamente conseguiram fazer inflacionar o mercado em muitos aspectos. Os chineses entraram porque nós permitimos, nós é que vendemos a madeira.
Mas quem exactamente permitiu esta entrada isto para além de uma legislação que exclui do comunidade local no controlo e do aproveitamento florestal mas sim a outros com capital?
É a tal incongruência que sinto que existe na lei. Existe uma diferença significativa no tratamento da terra como recurso principal tanto no tratamento de recurso florestal o que significa que nós permitimos que muita desta floresta fosse abatida com dividendo insignificativos e significando para a económica, social, ambiental que se resume num desastre completo mas para a população local.
Se analisar mos como funcionou o tráfico da madeira na ponta final da década 90 e no princípio da actual 2000, verificamos que as coisas chegaram ao ponto de descontrole total num processos em que estava envolvido o operador nacional e gente muito grande que basicamente trabalhavam para os chineses.
Em alguns casos haviam chineses que exerciam a actividade florestal mas no geral os nacionais executavam e vendiam aos chineses que estavam no porto a espera, o chinês adiantava os meios de trabalho, dava o crédito coisa que portanto não era muito frequente na altura, diziam ao indivíduo que aqui esta o dinheiro, vai trabalhar, financiavam o operador nacional que se endividava e claro tinha que fornecer a madeira prometida, até as comunidades entraram no jogo da negócio da madeira de primeira classe que vendiam a ‘preço de banana’.
Resultado foi a intervenção governamental, houve medidas legislativas, uma politica de redução de licenças simples que é um regime mais simplista de exploração florestal, menos rigoroso e registou se uma subida gradual de contratos de concessões florestais que se traduz n um regime com mais implicações sociais e técnicas. Contudo pouco se alterou, e o que acontece é que os Chinês passam a ser concessionários florestais e recebem uma vasta área de exploração com a possibilidade de ele próprio sendo empresário concessionário de operar em Moçambique num a seu belo prazer. Portanto a licença concessionária florestal esta aberta a estrangeiros contrariamente a licença simples atribuída a nacionais e como concessionário florestal já dentro da área o mesmo continua a funcionar com o regime de licença simples.
Como é que se faz a reposição ou replanto das árvores?
A concessão florestal tem obrigações como plano de maneio que estabelece que por exemplo que ao longo de 50 anos vai se cortar tanto de madeira mas que a mesma deve ser repovoada e muito trabalho já foi feito e este repovoamento não vislumbra, salvo raríssimas excepções, não se planta, o que se planta neste pais é insignificante, cortar sim.
A China ramificando se a uma velocidade estonteante pela África e com um acréscimo de 10bilhoes de dólares direccionados a África para os próximos 3 anos. Como é que vês este processo de expansão a caca do tesouro?
A mim não me assusta, o único aspecto é que qualquer programa de cooperação tem sempre contra partidas, ninguém oferece dinheiro por oferecer e naturalmente que a China esta interessada em tirar algo de Moçambique com este programa de auxilio mas a questão é como é que nós podemos tirar proveito máximo deste apoio que pode não vir de outras formas mas sem que com isso tenhamos que abdicar das regras fundamentais num estado de direito, sem que tenhamos que entregar de ‘mão beijada’ recursos que são essências a construção ao desenvolvimento que se pretende sustentável ou nos endividarmos eternamente num processo que hoje pode parecer ofertar mas amanha não.
Sempre que se fala do gás natural, do petróleo a sempre um debate em torno da transparência no sentido de se ver a real aplicação da receita, na construção de um desenvolvimento que seja justo onde exista distribuição de riquezas mas já não notamos o memo quando de se fala do básico que é a floresta que é a fonte de vida que tanto se cortou e eu questiono o que se fez com todas as receitas que a floresta terá gerado, em termos de desenvolvimento sustentável? O que sei é que nunca se plantou uma árvore, nenhum tostão que a floresta rendeu foi aplicado em seu benéfico.
Era vital que houvesse transparência, controle onde o processo de tomada de decisões fosse aberto e feito com envolvimento do cidadão com mecanismos de controle independente. Esta tem sido uma das linhas que defendemos. A nossa floresta vai desaparecendo e ninguém sabe quantas licenças são emitidas, ninguém controla, sabe se o operador tem perfil, o que ele esta a fazer na floresta, de quem são os camiões que transportam a madeira, quem autorizou a sua saída do porto, quanta madeira esta no contentor. É difícil.
Mais uma conferencia das Nações Unidas concernente ao clima, isto a 15 brevemente em Copenhaga Dinamarca. Que se pode espelhar?
Era suposto que finalmente este fosse o momento de consenso que se considera vital para salvar o planeta deste desastre que é o aquecimento global, e, eu ponho a tónica no aquecimento global e não tanto na mudança climática porque acho que é um erro muito grande que as vezes olhamos para a mudança climática quando o que esta a causar as mudanças climáticas é uma serie de outros factores e não apenas as mudanças climáticas, a temperatura da terra esta a subir por causa dos gases com efeito de estufa.
Muitos de nós, estados comprometidos com esta causa sabem que é fundamental alcançar um acordo mundial que salve o planeta, a vida o que significa ir mais alem daquilo que foi o protocolo de Kyoto que não passou de um nado morto que entrou em vigor a cinco anos e esta completamente desactualizado carregado daquilo que foram as metas estipuladas em Kyoto no Japão que jamais conseguiriam trazer alguma mudança, e, pior é que não o respeitamos.
Hoje falamos na necessidade de reduzir muito mais relativamente ao que se pensou em Kyoto em 1997 e duvido que consigamos um acordo histórico em Copenhaga, penso que ainda não estão criadas as condições para que a comunidade internacional fale. Há muitos interesses em jogo, muita resistência a mudança, há muitos Países que assumem uma posição só para o Inglês ver, dão a cara pretendendo estarem muito preocupados mas por de trás passam tão premiáveis, falo mais de países, governos que estão mais preocupados com as pressões económicas, dificilmente se conseguira a adesão.
Temos vários blocos em Copenhaga, pelo menos o Secretario geral das Nações Unidas Ban ki-moon já disse, ate o próprio Papa preocupado com esta escalada do desastre ambiental e temos outras entidades, governos e alguns países da União Europeia que já deram um exemplo encontrando se acima da meta da própria União Europeia que são resultados não satisfatórios e existem Países que estão mais adiantados, como a Dinamarca, Alemanha, mas não sei se a maior parte deste mundo esta preparado. A China, Índia, Brasil, África do Sul, México fazem muita diferença, são como uma espécie de G-5 para além do G-8, cinco países em vias de desenvolvimento em maior expansão, as grandes economias actuais.
Vossos projectos?
Próximo ano em termos de intervenção, actuação vamos estar um pouco na área da educação, sensibilização o que constitui uma linha importante do debate onde pretendemos estar presentes em todos relacionados com florestas e uma oportunidade inclusiva de moldar a forma como a participação publica acaba sendo feita, achamos que esta muito ma. É um aspecto positivo mas que esta a ser mal organizado pelo Fórum Nacional de Florestas que era suposto ser um momento em que a sociedade civil, a academia no geral, sector privado se pronunciassem livremente em torno destas questões florestais do País.
Portanto uma vez por ano se realiza um fórum e a entidade que patrocina e que organiza esse fórum, isto é, o Ministério da Agricultura através da Direcção Nacional de Terras e Florestas, contudo o que se vê é que parece que de fórum não tem nada, um fórum dirigido pelo órgão que emite licenças, conduz e os temas de debate são fixados a prior com ‘timings’ e tudo aquilo acaba sendo cosmético.
Queremos que não seja o mesmo, pelo menos que se consiga uma rotura pelo governo. É positivo que exista um Fórum mas que não se esgote num dia, que vivamos os 345 dias de fórum.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Mozambique/Maputo city



Celebracao dos 122 anos da cidade de Maputo. enquanto era entrevistado pelo Mucopo colega da Radio Mocambique, disse o que acidade estava a celebrar 10anos. ele disse que eram 122 e rebati 22 , nao 122. mas na madrugada apercebi me que nao esta tao perdido na celebracao dos 122 graus da cidade, ja que de pernas para o ar anda.

Maputo city's day 122 years.
while i was being interviewed by a colleague o f mine from Radio Mozambique Mucopo at that night i tald him that the city was celebrating 10 years. that he told me 122, i asked him 22 and he said no. 122 years and i realized that i was litlle bite wrong until the next morning.

but i discovered that i was right, the city was celebrating 10* 12 years and someting.
here is the result. Celebration of 122 degrees of the city

brutality/brutalidade



alo policia, nao esconda tira a pora da bota do meu peito.
hey cop take off your boot from my chest

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

GLANDE PEITROS



Glande Claudine Peitros
Estacios Valoi
28/10/09
De Suriname a Holanda para onde se deslocou na companhia de seus pais e duas irmãs já nos anos de 1968 com um objectivo em mente ‘ ser aceite ‘.
Proveniente de uma família humilde, pobre, contudo na casa sempre havia comida para manter o seu interior quente ‘ assim dizia a mãe.
Quando é que começas a cantar e o que te levou a trilhar este caminho?
Começo a cantar ainda na tenra idade, na casa dos 6 anos de idade imitando várias estrelas que apareciam em televisão, por essa razão tornou se mais fácil estar mais por dentro da música apesar da falta de meios financeiros para que a minha família pudesse pagar aos professores para a minha educação musical. Adoro a música,
Fui sendo auto didacta aprendendo comigo mesma, a partir do meu quarto, mas fazia tudo com uma tonalidade na qual transparecia a minha determinação de cantar e um dia também fazer parte da televisão, passando por ela a exemplo de algumas cantoras negras que tenho como ‘mastro’ a Tina Turner, Diana Ross que as amo e pensei que um dia pudesse ser como elas.
Quando é começas a sentir te integrada no panorama musical cultural aqui na Holanda?
Após ter ganho muitos prémios em concursos musicais aqui na Holanda, em 1984 da se a primeira viragem, tinha chegado o momento de dar o ‘ salto’ para um outro nível. Foi quando um suposto produtor musical ou organizador veio ter comigo e disse me que estava a procura de pessoas, um candidato para uma posterior selecção em um programa televisivo perguntando me se estaria interessada estaria interessada.
Qual era o nome do show televisivo musical?
O nome era ‘Stars on your eyes’, estrelas nos teus olhos, um programa que percorreu o mundo todo a semelhança do ‘Idols’, ‘Ex Factor’, mas isso foi muito antes da criação destes dois últimos, falo de cerca de 25 anos atrás no qual ganhei, ocupei a primeira posição, sabes o que é isso! Fui a primeira rapariga negra a aparecer na televisão com um título do género. Venci e para a minha família foi muita alegria, prazer, festa, porque podia. Tinha dinheiro, podia fazer algo, dar mais o mundo a minha mãe, para mim e para as minhas irmãs, todos estavam satisfeitos por me ter tornado famosa, mas a fama não é tudo sabes!
Tanta alegria jubilação, fama, não te perdeste no estrelato pois não?
Comecei a ver espectáculo nas pessoas, a forma como me abordavam e não gostei tanto de me ter tornado famosa.
Porque é que o facto de ser famosa já não te ‘agradava tanto’ não tinhas controle sobre ti?
Claro que estava no meu estágio consciente e nada de viagens alucinantes. Nunca usei nenhuma droga e muito menos fumar um cigarro, sou forte.
Então qual era o cerne da questão?
Não gostava das pessoas em meu redor naquele mundo da fama, não gostei mesmo porque eram falsas, mas falsas, sempre queriam algo de mim e nunca quiseram conhecer a verdadeira pessoa dentro de mim e sou sensível.
Essa sensibilidade permitiu te que encontrasses todas as mulheres no teu interior?
Hoje na Holanda, e em um espectáculo aqui próximo de Flood Gans em Rotterdam, significa o meu retorno, mais ainda porque antes de ontem compus uma canção para a África do Sul… penso que é para a copa mundial de futebol a ser realizada próximo ano. Gravamos a música e é bonita.
Qual é o titulo da canção?
Não te posso dizer porque a companhia pediu me para que não divulgasse, mas já esta gravada e foi fantástico incluir as línguas africanas como 'background', o fundo musical, cantando com aquelas crianças numa canção com mensagem e isto é o que realmente sou. Hoje canto aquilo que é o meu suporte, que me da sustentabilidade, coisas que posso enviar, partilhar com orgulho e posso dizer que depois destas palavras, quando me expresso, dizem tudo é isto que sinto e é isto que eu sou.
A musica que anteriormente fiz, transpareciam vozes de outras pessoas, o cantar das pessoas em uníssono ‘ coro’, não era eu mas talvez o produtor que queria que eu ficasse no lugar dele ou que representasse os seus sonhos de infância fracassados em que o mesmo se sentia ou via se famoso.
Quando estava em palco era como se não fosse eu mas sim o meu produtor, arruinando o meu espectáculo. Era muito jovem mas forte ate que o disse que nunca mais queria que ele se intrometesse ou que tentasse cantar por mim em palco, fui sentar me no acento de trás do carro e mandei o passear.
Em vês de decidir, estavas furiosa com aquelas pessoas ‘ aves de rapina’
Agora estou carregada de mais sabedoria, forte e é o momento de trazer ao de cima aquilo que me dignifica, a verdadeira pessoa em mim provar a mim mesma quem sou, minha família, meus filhos que estão a crescer lindamente e tenho um marido fabuloso que me apoia e conhece me muito bem afinal de contas estamos juntos desde a nossa adolescência. Glande Peitros esta de Volta!
Disseste que gostas da Tina Tunner, Diana Ross e que cantas muito as musicas destas duas divas. Relativamente as suas próprias composições a que estagio te encontras?
Trago aqui uma banda mas venho cantando a solo e actualmente com um leque de 30 composições
A maioria das minhas musicas as quais escrevo versam sobre amor, relações sociais, forma de estar de se relacionar com as pessoas, o que podes fazer por ti também podes fazer pelos outros, saber partilhar o prazer da vida, cuidar, apoiar o seu homem de excelência e não ser ganancioso, glutão porque a cobiça põe nos solitários. Acabamos sozinhos sem ninguém a espera na próxima esquina.
Ate aqui 30 canções.
Não compus ou gravei tantas porque decidi parar, mas hoje estou de volta e com as minhas próprias pernas.
Estão todas no mercado discográfico e como banda a que ventos sopram?
Não todas. Como banda com o nome de ‘’ Middle Last Time’ tive que escalar um outro nível, esta coisa de ‘Rock and Roll’ não faz parte de mim. Tenciono fazer algo mais sério, as minhas próprias composições assim como produção. He’, recentemente fez um curso e fui aprovada, tenho os papéis.
Que curso?
Um curso televisivo que também engloba um pouca da área técnica da qual também gosto. ‘Não preciso de mais ninguém’ a fazer por mim aquilo que posso fazer, posso fazer as minhas próprias coisas e ter o controlo da minha produção pessoal.
A quanto tempo actuas como banda?
A sensivelmente 4 anos carregado de muitos concertos e sem nenhum álbum no mercado.
Atingi a fama neste espaço aqui na Holanda com mérito e algumas das pessoas mais velhas tem me em suas mentes e tratam me com amor, carrinho como acabaste de presenciar. São entusiastas, maravilhosos e tem boas memórias, boa relação assim como tenho para com elas e que encontram em mim a sua juventude, um tipo de espelho mágico.
Quanto a banda para mim é como se fosse uma aventura assim como uma forma de me encontrar e continuo a gostar da turma que a compõe.
Actualmente com dois filhos.
Claro. As crianças foram as primeiras a nascer, continuam crescendo, sempre precisam da mãe e quando estou com eles a criança dentro de mim acorda, adoro.
Alguns músicos ou digamos neste caso mais do sexo feminino ter um filho, babe durante a sua carreira artística consideram um ‘peso’?
Mais uma vez. Não escolhi ter os filhos, ou ficar a espera para os ter mas tarde porque o meu corpo pediu. Sou uma mulher e deveria ter filhos quem sabe se quando estiver mais velha poderei não estar capaz de conceber! Talvez mas não é isto que quero, tenho dois rapazitos saudáveis, são a minha alegria e estou satisfeita.
Próximo projecto?
Tenho uma banda no feminino, composta por 3 jovens adolescentes com os seus 15 anos, as quais estou a educar, formar na forma-las na área musical, da composição e outras ferramentas necessárias a qual ostenta o nome de ‘Blush’, escrevo as músicas para elas e são o futuro, são jovens.
Quanto a mim tenho alguns projectos organizados talvez visite Moçambique. Vais ouvir falar de mim, verdade.

IVAN MAZUZE




Ivan Mazuze tocou e encantou
Estacios Valoi
Fotos: Estacios Valoi
28/10/09
Entre Cape Town e Maputo, desta vez a escala foram diferente não fosse o seu novo trabalho que o trouxe de volta a casa para na presença de cerca de espectadores semana finda no Centro Cultural Franco Moçambicano o jovem trouxe o seu 1 CD intitulado ‘Maganda’
Maganda é um álbum que trás consigo todas as aspirações do músico guardadas ao longo dos anos ate a sua gravação.
Segundo o músico o álbum vem em resultado das suas reflexões experienciam em torno da sua carreira por onde teve o prazer de actuar com vários agrupamentos assim como a sua vivencia pelos lugares onde viveu numa combinação única de vários estilos difíceis de discernir considerando o seu estilo de Afro Funk Groove
Apesar de ter experimentado tocar os seus instrumentos a sua maneira, pensou melhor cruzando a fronteira com destino a Cape Town onde enquanto estudava ia criando a sua própria produção e envolvendo se em outras áreas musicais e administração.
Mizuze sai de Moçambique já com o seu diploma da escola Nacional de Musica de Maputo na disciplina de música clássica antes da sua graduação em mestrado na Universidade de Cape Town

são vários os músicos com quem Mazuze tocou, a exemplo de Jimmy Dludlu, Hotep Galeta, Judith Sephuma, Jonathan Butler, The Mike Campbell Big Band, Loading Zone e outras mais, uma lista infindável.

Neste primeiro trabalho discográfico do músico fazem parte da produção Kevin Gibson – drums Mark Fransman – piano, Camillo Lombard – piano, Andrew Lilley - teclados, John Hassan – percussion, Tony Paco – percussion Graham Beyer - trombone, Melanie Schultz - vocals, Nomfundo Xaluva – vocals, Hlulani Hlongwane – vocals, Heinrich Frans - vocals

‘Sou um musico Moçambicano, radicado nas terra do Rand que toca o que sente quando esta no palco mas inspirado pelas coisas da vida, as pessoas, a pobreza que me põe a tocar melodias tristes’.
‘Esta musica e dedicada a Samora Machel’, e o público não se fez por esperar enchendo o ar de aplausos num Franco que estava abarrotado de gente que acorreu a aquele espaço para ver Mazuze tocar como nunca na noite do ‘Maganda’.
O público já sedento, vai poder ter o trabalho deste músico nas suas casas, público este que também tocou a sua maneira a espera de poder comprar e ouvir o disco já no seu ninho, pelo menos desta vez a ressaca não será como antes, tudo que é bom sempre tem os minutos contados.
Como é de ‘praxe ‘ mais uma vez a pontualidade foi posta em causa marcada por mais um dia de imposto de tempo acrescentado (ITA), isto porque o concerto estava agendado para as 20h locais mas que só começou uma hora mais tarde.
O concerto foi produzido por ‘Mafalala Libre’ a esteira do ‘Verão Amarelo-Mcell’ e outras empresas como as Linhas Aérias de Moçambique, os Aeroportos de Moçambique, Iodine, Brithol Michchoma.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

LUCKY DUBE

Lucky Dube

Estacios valoi
02/03/09

Durante a continuidade da sessão de julgamento do caso Luck Dube quinta-feira passada, o ultimo ate aqui, o juiz Seun Moshidi não se fez esperar perante a tentativa do advogado dos acusados tentar manobrarem o curso das declarações que vem sendo feitas pela testemuha do Ministério Publico Thabo Marupinga.

Perante tal facto, o juiz “vaiou” o advogado de defesa Vincent Soko apelando o para que não fizesse acréscimos verssionados das declarações feitas pela testemunha de forma a não desviar a atenção da testemunha assim como a do tribunal. Na ocasião o juiz afirmou ’ a testemunha não esta barralhada. Voce é quem esta confuso.

Por mais de 5 vezes durante o exame cruzado de provas no tribunal, Soko tentou confundir Thabo Maruping com factos inconsistentes relativamente aos passos que levaram a morte do musico por este já relatados ‘testemunha’ a aquela instancia superior de magistratura.

O advogado do ministério publico Lethabo Mahine rejeitou as alegações feitas pelo seu colega de defesa Vincent Soko, argumentado que este estava a persuadir o seu constituinte, isto e, do ministério publico, tentando desvia-lo perante o processo de auscultação das testemunhas que vem sendo feito pelo tribunal.

Soko que imediatamente se desculpou perante o tribunal, apôs a advertência feita pelo Juiz de que ‘ só e só a verdade estava em questão, apelando ao advogado da seguinte forma; ‘ perante a testemunha, daqui em diante opte pela versão correcta dos factos. Contudo, ‘segundos’ depois o advogado voltou a ‘meter os pés pelas mâos’ ao cometer o mesmo deslize.


Soko questionado pelo juiz Seun Moshide sobre a sua conduta, devidas as incongruências por ele cometidas por mais de uma vez, o advogado respondeu afirmando que a testemunha parecia perturbada.

Moshid rebateu aludindo que a testemunha não estava confusa, mas sim o proprio advogado. Na ocasião mais uma vez o juiz clamou pelo uso da versão certa dos factos relatados pela testemunha no tribunal.

Soko que tentava sair de mansinho do ‘ embroglio’ em que se metera, voltou a desculpar se. Todavia, minutos depois voltou a mesma discrepancia.


O Juiz ‘ cansado’ de muitas desculpas, afirmou ‘minutos antes disse-te para que te mantivesses na versão certa dos acontecimentos expressa pela testemunha. ‘’vamos prosseguir na mesma forma, você fazendo alusão da versão incorrecta e quando a uma objecção opta pela retirara da pergunta exposta”?

Soko a posterior admitiu que também estava baralhado. nesta ordem de ideia, o juiz disse o para que reorganiza-se o seu raciocínio porque estava a confundir a testemunha.


Quanto ao julgamento muita tinta ainda vai correr.

ZOLANE MAHOLA


ZOLANE MAHOLA

Estacios Valoi

Não foi a vossa primeira e nem a ultima vez em solo Moçambicano, mas primeira num festival daquele género ‘ jazz’ , o qual se pretende que venha estar no ranking dos dez mais a nivel mundial num espaço de cinco anos. Qual é a vossa expectativa? Que vislumbra de novo pelo horizonte para publico que vos espera?

Zolane Mahola-Já me falas do horizonte e vem mesmo a calhar. Estou nesta noite sentada de olhos fitos para céu cheio de estrelas enquanto penso. Ia, horizonte o outro lado de lado. foi a nossa primeira vez num evento daqueles patrocinado pela Mcell, mas referir que mentalmente já nos encontravamos em Maputo a espera do dia ´D´.
É sempre bom actuar em Moçambique, nossa segunda casa, lembro dos momentos fantásticos durante a nossa ultima estadia.
Podemos transbordar como oceano ao encontro do mundo que presenciou o nosso concerto.

Transbordar do oceano! Não estavam a pensar em provocar um ´TSUNAME´ quando escalaram Maputo Moçambique?
Zolane Mahola-´Risos´
Evidentemente que não, mas como sempre esperamos uma nova e diferente aparição perante o publico, cada evento e impar, e aquele ainda mais considerando que foi o preludio de uma nova fase no cenário musical ´cultural´ moçambicano.

Quando ‘e que comecas a cantar com Freshlyground?Comecei a cantar com Freshlygroung em 2002, quando estou no palco adoro balancar de um lado para o outro, sempre que encontro nele celebro mais um aniversario de vida, renascer . para nao falar dos nervos a flor da pele que me forticam sempre que encaro aquela moldura humana.

De que pote bebas a tu inspiracao?
Zolane Mahola- A vida, as pessoas, as circunstancias e os momentos que esta nos oferece.

Uma das bandas jovem bem sucedida não só na Africa do Sul mas também em outros quadrantes a nível mundial. Como foi a vossa ultima tournée pela Europa?
Foi excepcional, contando que algum publico já conhecia o nosso reportório. Estivemos pela Inglaterra, Dinamarca, Espanha, enfim o resultado foi fantástico com os concertos repletos de gente, o que significa um reconhecimento relativamente ao nosso trabalho.

Quem ‘e Zolane Mahola-Sou uma rapariga como outras que gosta de se sentar comer peixe uma boa conversa com amigos e uma garafa de vinho no meio.

Em que pé esta a vossa integração neste mundo da musica feita de vários embrólios?
Zolane Mahola-Nada é assim tão fácil como parece. São concertos seguidos, correrias para cima para baixo palco, estrada e as vezes não há tempo para outras coisas, em fim um turbilhão. Quanto a nossa integração na Africa do Sul, é algo que vai se fazendo paulatinamente ,claro que a ferro e fogo na continua conquista do nosso espaço. vem se concretizando nesta procura permanente de fazer mais e melhor.

Aquando da vossa estadia em Maputo em 2006, que mais vos marcou?
Zolane Mahola-Muita coisa, para não mencionar que temos um elemento Moçambicano na nossa banda que é o Julinho de quem em vários momentos tragamos algo sobre o País. Mas mais do que nunca foi o calor com que fomos acolhidos, mais calor das pessoas, a curiosidade em saber mais sobre a banda e os jornalistas que sempre andaram por perto em esta e aquela entrevista. Infelizmente não pude ficar mais tempo de forma a explorar mais os ritmos locais, a gastronomia, as artes plásticas e por ai em diante.

O vosso numero de álbuns produzidos vai de vento em popa. Quantos álbuns Freshlyground têm neste momento, qual é o vosso preferido e qual tem sido o vosso progresso?
Continuamos a trabalhar e neste momento temos seis álbuns. Seria difícil dizer qual é o nosso preferido, quando uma mãe tem dez filhos, estes são todos queridos apesar de deixar mais mimos e atenção para o ultimo filho o ´bebe´ da casa, então são todos preferidos e sempre postos em berço, balançando, acarinhando os.

E o convite que vos foi feito para actuarem em primeira mão no evento sobre a copa mundial de futebol realizado ai na Africa do sul ano passado em Johannesburg no que concerne ao sorteio da serie das equipas que vão participar no evento, cujo o mesmo foi difundido em directo por algumas estacões televisivas e outros medias a nível mundial?
Não era de esperar esperando, enquanto trabalharmos arduamente transformamos os nossos sonhos em realidade. De facto uma surpresa, mas principalmente o reconhecimento pelo contributo que temos dado na arena musical, não só pela Africa do sul mas pelo mundo levando alto o nome deste pais e não só, mas também o de Moçambique afinal de contas temos uma veia ´Julinho´ Moçambicana nesta convergência de ritmos que fazemos ´future´

Naquele festival tendo a mCell, a Rádio 9SFM e outros associados como os produtores do festival internacional de Cape Town a espAfrika qual é a tua opinião?
É de louvar a iniciativa destes, a companhia de telefonia móvel que vem abraçando a área cultural na medida do possível em Moçambique, claro sem deixar de lado os outros parceiros que juntos formam este conjunto que fazem com que coisas desta natureza aconteçam em prol da cultura.

O que pensam em levar a proxima vez que cruzarem fronteira para aquela zona do indico?
Zolane Mahola-O melhor dos freslyground que esse povo merece.

Os teus medos, dos teus fantasmas, dos teus eus. Onde e que escondes?
Zolane Mahola-Tenho medo quando me comporto como idiota, como quem nada sabe sobre a sua pessoa e outros e quando nao posso controlar as minhas emocoes.
Os dias sao todos importantes, e’ conhecido destino desconhecido em que todos os momentos, dias fazem parte de n’os .

SELAELO SELOTA


SELAELO SELOTA

Estacios Valoi

Quem é Selailo Selota?
Selailo sou um músico sul-africano nascido na Província do Limpopo no Norte da África do Sul, proveniente duma família rural pobre, a minha música começou nas minas de ouro Dearly Ground após ter visto muitas pessoas tocarem música tradicional e guitarras por um período de três anos os quais permaneci nas minas. Antes da minha ida a Johannesburg onde posteriormente encontrei centro teatral repleto de salas onde trabalhei como empregado de limpeza, assim como no teatro de nome ´Keeps´ onde também trabalhei como empregado de limpeza, Keeps era o local de concentração de vários músicos no desenrolar das suas variadas sessões musicais.

Após trabalhares nas minas, a posterior passas para a área musical onde te encontras actualmente ate. Como é que descreves essa viragem?
Após concluir o nível secundário, decide procurar emprego em várias instituições principalmente devido ao meu nível social baixo e originário de uma família humilde. Tantas portas bati, contudo o resultado foi negativo. Após tantas andanças fui as minas onde não se pedia nenhum certificado de habilitações apenas forca bruta para poder sustentar a minha família e minha mãe numa infância marcada pela ausência do meu pai.

Sabia que trabalhar nas minas era um começo mas com a finalidade de atingir outros patamares.

Não foi fácil atingir o estagio em que estou hoje e com estatuto de musico. Trabalhei nas minas com pessoas de diferentes lugares, países, regiões, tradições, partindo do Malawi, Suazilândia, inclusive Moçambique e por ai em diante. Nas minas éramos divididos em blocos residenciais de acordo com a nossa proveniência, os do Botswana aqui, os Zulos lá, e assim em diante.

Aquando da minha estadia nas minas pratiquei atletismo na categoria de distância média por ai 21km, meia maratona, o que me permitiu quebrar todas as fronteiras que pudessem existir nas minas e ainda hoje continuo a correr pelos palcos.

Para mim as minas serviram de campo de treino e de alavanca para enfrentar o mundo da cidade o qual muitos temiam. No meu caso foi fácil após ter permanecido no subsolo minas, dentro da terra enlatado como um peixe. Mas a terra é tão enorme que eu parecia um grau de areia nas profundezas da terra.

E quando é que descobres que tinhas encontrado o que consciente ou inconscientemente andavas a procura?
O meu périplo na arena musical começou quando eu tinha 22 anos. Na época em que descobri que podia aprender a tocar, cantar, comprei a minha primeira viola acústica barata sem qualidade ao preço de 150 rands, é com ela que dou o meu primeiro salto. Infelizmente já não a tenho comigo, a minha criança ricem nascida naqueles dias ficou com um dos músicos de Port Elisabeth que na altura vivia em Johannesburg e tocava para a banda do musico George Lee um dos que fazem parte do crescimento de Jimmy Dludlu.
Nessa fase o musico utilizava a minha viola para os seus ensaios e posteriormente mudou se com a família e lá se foi a minha filha outrora recem nascida.

Actualmente com muitos admiradores e amantes do teu ritmo jazz, na mais eloquente forma de tocar. Como é que te sentes?
Hoje sinto me abençoado e não seria possível atingir o estagio em estou sem a ajuda de deus e o amor das pessoas.

No conjunto dos quatro álbuns. Qual e o ultimo assim como o titulo?
O meu último álbum e intitulado ´The Azanian Song Book´

Qual é o significado?
Quando a África do Sul lutava pela sua liberdade as pessoas pensavam que assim que atingisse a independência mudaria de nome para passar a chamar se de Azanian e não África do Sul como é hoje conhecida.

Mas antes pesquisei a palavra ´Azanian´ descobri que era relevante, e, não podia intitular o meu álbum de ´South African Song Book´ mas sim ´Azanian´ isto porque constatei que os vários países da região ou da África tem um aspecto em comum. As terminações dos nomes dos países por exemplo encontram ´I, A´, Nigéria, Etiópia, Tunísia, Abissínia, Namíbia, Argélia. Entendes? E por outro lado países com a letra ´Z´ como Moçambique, Zâmbia, Tanzaniana por ai em diante e achei este aspecto relevante.


Como descreves a África do Sul Nos dias de Hoje?
África do Sul é um país dinâmico em processo de mudanças que tiveram o seu começo em 1994 antes da eleição de Nelson Mandela como presidente. Após a investidura de Mandela como presidente as pessoas tiveram a sua liberdade ate ao ponto de pensarem que podia interpretar essa liberdade a seu belo prazer gritar saltar... a África do sul atingiu a sua liberdade mais o povo não alcançou a sua liberalização.

Quando se é livre faz um pouco de tudo conforme o nosso desejo, mas, quando se atinge a liberalização as coisas fazem se com conhecimento de causa e todavia a África do Sul esta na sua fase mediana do processo de libertação alem a liberalização.

Um dos maiores problemas é que as pessoas confundiram liberdade com libertinagem. Vejamos o livro ´Negro Capitalism ou Capitalismo Negro´ e percebe se. Ainda há muito por ser feito, antes as pessoas não tinha acesso as casas de banho porque vinham escritas ´White only´, e em resultado disso as pessoas encontravam se pressionadas, aprisionadas aliviando se na próxima esquina que encontrassem, arvores...

Muitas pessoas continuam a fluir a cidade vindo das zonas rurais do pais e o modo de vida é diferente, lá não existem casas de banho públicas assim com em muitas pessoas a mentalidade esclavagista da época do apartheid contínua patente no seu dia-a-dia.

Sempre que toco exponho mais a África e não propriamente a África do sul apesar de estar enraizado aqui, estou mais aberto para continente. Se for a Moçambique e banhar me naquelas belas praias e ouvir e tocar com músicos moçambicanos, logicamente que isto sempre desperta o outro lado esquecido dentro de mim e vem facilmente ao meu interior, por isso nas minhas musicas podes vir a escutar algo do ritmo moçambicano.

Em Guiane a muitas pessoas que falam a língua tradicional Changana assim como em Moçambique, e não se pode dizer que não são as mesmas pessoas. São as mesmas apenas divididas pelas fronteiras que foram criadas pelos homens.


Estou a trabalhar no terceiro álbum da Judith Sephuma assim como escrevi e produzi o primeiro.
Qual será o nome do álbum?
Não sei só ela pode dizer. Mas como digo, quando a minha filha canta e quando eu canto zip, quero dizer, esta com a mãe, Selailo atriiill apa.

RINGO 2


‘DING DONG, OS SINOS TOCAM’
Estacios Valoi
28/02/09
Ambos os ritmos serteiam divinos. Contudo foram dias a procura do outro, as vezes perdido no ‘hifen’ par que pudesse escrever ao Ringo caso fosse necessário acrescentar algum dado sobre a tertúlia no momento. Entre o cruzamento das linhas o ruído era permanente que por alguns instantes dificilmente percebia o que ele tentava explicar me, se o ‘hífen’ no seu correio electrónico, deveria ser colocado no meio ou mais abaixo. Em fim foi como ‘ o ultimo voo do flamingo título de uma das obras literárias do Mia Couto que brevemente estará nos ecrãs. Era preciso beber e beber mais e claro com a tua permissão rasgo o título.
A minha viagem continua a procura do outro e desta vez coube a Ringo Madlingozi, musico sul-africano conhecido entre nos cuja sua ultima actuação em solo moçambicano realizou se na catedral da cultura Cine Africa. Ringo que se encontra entre os vários nomes sonantes das estrelas que vão actuar nesta 10 edição do festival internacional de Jazz Cape Town a ser realizado brevemente destacam se nomes como o do saxofonista McCoy Mrubata, o guitarrista Sul-africano Dr.Philip Tabane, Cape Town Orquestra Jazz, a primeira profissional após o Apartheid. As 16 pecas constituem o cérebro da criança do pianista lendário Abdullah Ibrahim.
Também estarão presentes o guitarrista Jonathan Butler que vai actuar na companhia de Dave Koz, o pianista Mikel del Ferro, Sibonguile Khumalo, Shannon Monday, Al Foster Quartet, Arturo Lledo, o Grupo Dave Libien, Dianne Reeves, Emily Bruce, Freslyground, Hugh Masekela, Incognito, Jonathan Rubain, Kyle Eastwood, Loading Zone, Maceo Parker, Maurice Gawronsky, New York Voices, Peter White, Rus Norwich’s colective imagination, The Stylistics e Zap Mama.
Mas agora vou ao encontro do outro no festival, mas antes a outra linha dos músicos que também estarão presentes nos 5 palcos a serem montados para o espectáculo.
De entre estes encontram se os 340ml, Prisioners of Strange, Goldfish, Kyle Shepherd, Magic Malik, Napalma, Ndumiso Nyovane, Pete Philly e Perquisite, Robert Glasper e The Experiment, Shakatak, Siphokazi, Southpaw Stewart Sukuma...

De Volta ao Ringo
Porque é que levaste muito?
A dois dias que tenho estado no estúdio.
Que andas a fazer pelo estúdio?
Estamos a trabalhar no projecto do Sibonguile a sua visão na melhor forma de criar uma plataforma de trabalho própria, ’nossa’ de modo a perdoar aqueles que outrora nos oprimiram como sul-africanos.


Será esta uma versão do processo Verdade e Reconciliação!
Segundo Ringo esta iniciativa visa sarar as feridas, libertar se da dor e a magoa que nos como velhos e jovens sul-africanos temos vindo a carregar dentro de nos. Este evento será realizado no proximo mes de Marco nos dias 20 e 21 de Marco próximo.
Pelo menos estas de volta. Ringo, por este mundo fora. Quem você realmente e”? o homem, musico e quais são os teus ideais?
Sou um músico que crio a música com a forca em mim, o amor, a sabedoria do universo na cura daqueles que tem a oportunidade de ouvir e entender a mensagem contida na minha música.
Mais uma vez convidado a fazer parte do festival. Qual e o teu sentimento?
Foi uma honra ser convidado 10 anos atrás para fazer parte do 1 Festival Internacional de Jazz de Cape Town, e agora que se celebra o 10 aniversario é formidável estar de volta, é uma outra grande honra, maravilhoso.
Como é que e feita a composição das suas musicas? Trazes contigo uma espécie de um codigo bíblico que te guia?
Estacio, sempre que entro no estúdio pouco sabe ou quase nada sabe sobre o que vou gravar. Entro com uma crítica clara e passado um mes lá estão as 12 músicas que serão o reflexo do meu modo de estar de viver o momento. Em norma peco um ‘click’, na nossa linguagem musical pede se tempo ‘ ritmo’ ao engenheiro de som e escuto as musicas em torno do meu espaço. Creio que poderia criar uma canção por dia como acredito que ‘ cada dia e uma canção’.
Quando é que o primeiro ‘click musical vem a sua cabeça?
Cresce cantando. Nunca utilizo um realejo artificial na criacao da música, seja no estúdio ou numa actuação em vivo. Não actuo para impressionar mas sim para satisfazer a minha necessidade interna espiritual.
Hoje a Africa do Sul com um índice elevado do consumo da cannabis sativa, primeiro no ranking mundial. Que transparece na tua mente?
Não estou interessado na quantidade da Cannabis Sativa que a Africa do Sul tem. Estou sim interessado no bem-estar dos meus compatriotas sul-africanos e o ser humano no mundo.
Quando fores ao palco nos dias 3 e 4. De que será composta a sua vestimenta?
O que vou vestir constitui uma surpresa pessoal assim como o meu voto é secreto
Enquanto divago na busca do outro, quiçá perdido algures neste mundo, descubro que ainda não o encontrei, engraçado e que todavia sei se o outro e o outro ou outra ou um objecto sei la. Vou embarcar no ‘ último voo do flamingo. Quem sabe não encontre o outro.

RINGO MADLINGOZI


‘’ DING DONG, THE BELLS RING’
Estacios Valoi
27/02/09
Days trying to find the other sometimes lost on ‘Hyphen’ to write Ringo his email in case of something missing. I could not hear him properly when he was explaining to me if the ‘hyphen was to be set on the middle on at the bottom. Anyway was like ‘the last flighty of the flamingo’, of course Mia Couto’ (Mozambican writer), with your permission in using this words, the title of one of his books soon to be screened.
Ringo Madlingozi, the South African musician well known among the Mozambican people and once performed at Mozambican hall of culture ‘Cine Africa’ in Maputo is between those who are going to be at the festival such as the South Africa’s guitar wizard Dr. Philip Tabane as well as award-winning, saxophonist McCoy Mrubata. “Jazz meets Opera’. Also present is Cape Town Jazz Orchestra, the first professional and city-wide jazz orchestra in post-apartheid South Africa. The 16-piece unit is a brainchild of the legendary pianist Abdullah Ibrahim.
“ The guitarist Jonathan Butler/saxophonist Dave Koz guitarist Jonathan Butler/saxophonist Dave Koz, Dutch pianist Mike del Ferro, South Africa’s diva Sibongile Khumalo and locally-based saxophone talent Shannon Mowday, Al Foster Quartet, Arturo Lledo (Spain), Dave Liebman Group (US), Dianne Reeves (US), Emily Bruce (RSA), Freshlyground (RSA), Hugh Masekela (RSA), Incognito (UK), Jonathan Rubain (RSA), Kyle Eastwood (US), Loading Zone (RSA), Maceo Parker (US), Maurice Gawronsky (RSA), New York Voices (US), Peter White (UK), Ringo Madlingozi (RSA), Rus Norwich’s collective imagination (RSA), The Stylistics (US) and Zap Mama (Belgium).
340ml (Mozambique); Prisoners of Strange (RSA); Goldfish (RSA); Kyle Shepherd (RSA); Magic Malik (France); Napalma (Brazil/Mozambique); Ndumiso Nyovane (RSA); Pete Philly & Perquisite (Netherlands); Robert Glasper and The Experiment (US); Shakatak (UK); Siphokazi (RSA); Southpaw (RSA) and Stewart Sukuma (Mozambique)...
But now I have to fly to the encounter of the other and also of the Cape Town International Jazz festival soon to be held.
Why you took so long?
R-I've been in the studio for the last two days. We are working on Sibongile Khumalo his vision of working with ourselves in forgiving those who oppressed us as South Africans. This is an initiative to heal and let go of the pain and hurt that we have been carrying within ourselves as young and old South Africans. That will be on the eve of 21st March, the 20th of March.
At least you are back. Ringo, ringing in this world who are you exactly, the man in you, the musician and how have you been living?
R-I am a musician that creates music by using the power, love, wisdom of the universe to heal those that have the chance of listening and understanding the message in it.

How pleased are you once again engaged in this festival?
R-I was very honoured to be invited on the very first Cape Town International Jazz Festival 10yrs ago. Now on the 10th Anniversary, it is another great honour to be part of it.
How do you compose your songs? Do you have some kind of bible code which guides you?
R-Estacio, I never get in the studio knowing what I would record. I get in with a clean slate and come out after a month with twelve songs that would reflect my way of perceiving life at that moment.
It is my norm to ask for a click, that is a tempo from the engineer and listen to the sounds around my space. Each day would bring a song, as I believe "every day is a song".
When the first click does come up into your mind?
I grew up singing. I never use any artificial enhancer to create music, whether in the studio or live performance. I don't perform to impress. I do it to fulfil the need inside of me.

South Africa the first position in the world o dagga consumers? What is you view point?
R-I'm not interested in how much dagga South Africa has, I'm only interested in the wellbeing of my fellow South Africans and human world over.

What are you going to wear on 3 and 4 and to whom are you going to vote on the coming election process in South Africa (stage)?
R-What I'm going to wear is my surprise and of course my vote is my secret.

While i am thinking about the other, perhaps lost somewhere in this world i am embarking on the last flight of the flamingo.

NEW YORK VOICES



NEW YORQUE VOICES
Estacios Valoi
01/03/09
Os NYV vão se associar a outras estrelas como: Al Foster Quartet, Arturo Lledo, Dave Liebman Group, Dianne Reeves, Emily Bruce, Freshlyground, Hugh Masekela celebrating his 70birth day, Incognito, Jonathan Rubain, Kyle Eastwood, Loading Zone, Maceo Parker, Maurice Gawronsky, New York Voices, Peter White, Ringo Madlingozi, Rus Nerwich’s collective imagination, The Stylistics and Zap Mama.
Dave Liebaman, New yorque Voices, Jonathan Rubain,Stewart Sukuma, Napalma, 340mil, Mc Coy Mrubata and Special Friends , Gold Fish, Carlo Mombelim and Prisoner of Strange, Cape Town Jazz Orquestra, Abeligali Kubela, Incognito-Uk, Jonathan Bather and Dave Koz Collaboration, Kyle Shepherd, Mike Del Ferro and Sibongile Khumalo, Sahanon Monday, Dr Philip, Robert Glasper and The RCDC experiment,Ndumiso Nyovane, Shakatak-UK, South Spaw, Mosh Def,Siphokazi, The Stylistic, Zap Mam, all invited to be bouncing on the five stages during two days and two nights. My journey is the other, toiling and froing to find the other, and today the other is Emily Bruce.

Mas Quem são os New Yorque Voices e a sua filosofia de vida?
NYV é o Kim Nazarian, Laurent Kinhan, Darmon Meader e Peterr Eldridge. Estamos juntos a cerca de 21 anos circulando a nível mundial apresentando a nossa musica aos fans do Jazz em vários países. A filosofia da nossa música apresenta músicas interessantes em quatro partes de estilos vocais, profundamente influenciados pelo vocabulário e harmonia do Jazz. Contudo o nosso reportoiro e não se baseia apenas no Jazz Standard. Somos influenciados por outros tipos de música incluindo pop, a brasileira e a clássica.
A quantas noites e dias vocês vem produzindo a vossa musica com todos os ingredientes?
New York Voices começou em 1988, com as raízes do grupo balançando para a universidade nos anos 80, o nosso primeiro CD foi lançado em Junho de 89. Então tocamos juntos a já algum tempo
Quando é que a primeira chama aparece e faz vos engrenar na arena musical?
Cada um de nos poderia responder de forma diferente. No meu caso, penso que sempre quis ser músico desde dos 10anos de idade. Adorava tocar e cantar e fui a universidade como instrumentista clássico. O meu interesse em desenvolver o jazz explodiu na universidade onde fui apresentado a outras pedras do Jazz na mesma época. Nunca pensei que a minha carreira fosse vincar como vocalista Jazz, mas nunca podes prever estas coisas, podes tu? Os outros três membros da banda estão carregados de estorias similares em resultado de tantas experiências musicais na sua adolescência, o que os ajudou a seguirem a sua carreira nos NYV.
Neste percurso, o que vos inspira?
O grupo tem sido inspirado e influenciado por muitos artistas como Lambert Hendricks e Ross Manhattan Transfer, Singers Unlinited, Stivie Wonder,Nancy Wilson, Duke Ellington, Count Bassie, Jonh Coltrain, Antonio Carlos Jobim, Ivan Lins, e Paul Simon. Em fim, a lista é muita longa e vários estilos
Também somos inspirados pelos nossos parceiros na world music, assim como pelos estudantes novos com quem temos trabalhado.
A quantas andam em termos de álbuns a as faixas favoritas?
Os nossos CDs todos são : “New York Voices” (1989), “Hearts of Fire” (1991), “What’s Inside” (1993), “New York Voices Sings the Songs of Paul Simon (1997), “Sing! Sing! Sing! (2001), e “A Day Like This” (2007). Também já fomos convidados a participar na gravação de outros e muitos CDs
Realmente não posso começar a seleccionar a faixa ou faixas favoritas. Todos teríamos que responder de acordo com as nossas diferenças e honestamente não tenho nenhuma favorita. Acho que o meu CD favorito é o nosso mais recente, ´A Day Like This´ este apresenta o grupo numa forma balanceada das partes do Jazz standard misturado com composições originais e outros estilos diferentes similar a forma como apresentamos os nossos concertos ao vivo.
Os membros do NYV também fizeram vários trabalhos a solo.
Quem são os membros do agrupamento que estarão no festival e porque a sua escolha?
No nosso trio ao longo dos anos tivemos vários e bons músicos e esta viagem não é nenhuma excepção. O nosso trio para o Cape Town são Mark Soskin no piano, Paulo Nowinski no baixo e Marcello Pelleitteri na bateria. Todos os três uma e outra vez vêm tocando com os NYV ao longo dos anos. Mais ainda para ser um verdadeiro solista, todos entendem o conceito no acompanhamento do nosso grupo. Isto requer um touco profundamente sensível assim como entender os vários estilos de musica
O que a audiência pode esperar do vosso grupo na noite da vossa actuação?
Como disse anteriormente, nos vamos apresentar um leque variado de músicas e estilos o que será sincronizado pelas linhas das quatro partes da nossa harmonia. Todos os quatro músicos terão o seu momento a solo mistura com as nossas linhas de trabalho. Também vais ouvir Peter e eu tocar algum piano e o saxofone respectivamente.
O que te vem a cabeça quanto rebolas pelo palco?
Bem. Esperançado, nós estamos´ no momento e concentrado em todas as subtilezas da música. Nós ouvimos a banda e as outras três vozes. Ouvimos a intensidade do balancé rítmico e a entoação. Assim como tentamos sentir a energia da audiência e usa lá como outra fonte de inspiração.
O que mais vos atormenta neste mundo?
Mais uma vez, você poderia obter quatro respostas diferentes. Mas pessoalmente, temo a ignorância e a intolerância. Neste contexto a maior parte dos problemas no mundo são causados pela reacção das pessoas perante o medo e a ignorancia, em vez de aprenderem e saberem o que se passa no mundo e tentar perceber o grande plano o mundo.
Qual será o vosso próximo projecto e o ultimo álbum
Não estamos cientes quanto ao nosso próximo projecto de gravação. A indústria mudou bastante e estamos preocupados se o CD continua sendo um modo viável a utilizar. Talvez comecemos a gravar poucas musicas a cada momento o que podemos tornar disponível na Internet para os downloads a semelhança do ´Itunes´. Também temos um agravado ao vivo com a WDR da Alemanha e esperamos lança lo um dia mas questão logística continua sendo trabalhada. E mais uma vez o nosso mais recente álbum é o ´´A Day Like This´lancado em 2007
O que é para vocês estarem desse lado do continente e poderem participar no festival e esta a vossa primeira vez?

Esta e a nossa primeira vez a embarcarem no Cape Town Internacional Jazz Festival. De facto a nossa primeira vez em Africa! Infelizmente não teremos muito tempo par explorar a Africa DO Sul, mas alguns de nos vão permanecer por lá mais alguns dias pelo menos para vermos um pouco mais Cape Town. Sentimo— nos honrados pela oportunidade de partilhar a nossa música com um ciclo completamente novo de fans. Esperamos que nao seja a nossa última viagem a Africa doSul
Como e que vês a questão da crise financeira e o HIV/SIDA em África?
Tenho que admitir, não sabe quase nada da implicação financeira para Africa mas assume que a grande maquinaria financeira do mundo ocidental esta a balançar e certamente que a Africa vai sentir os efeitos disto. Infelizmente devido a esta crise financeira muitas das outras questões como saúde (crise do HIV) aquecimento global sobre a população e os direitos humanos poderão não ter a devida atenção. Isto, infelizmente.
Sobre o papa que aborda a questão do combate da HIV/sida acente na abstenção e não o uso do preservativo?
Não vou responder esta pergunta directamente por ser complicada e não estou preparado para entrar numa discussão´caliente´ a cerca da religião. Contudo, acho que devemos olhar para todas as formas disponíveis para ajudar nos a reduzir o alastramento da pandemia que vai a rastilho em todas as sociedades. Assim como a capacidade do planeta suster a nossa crescente população que esta a alcançar uma crise. Então e o conceito for a de uso ´vão adiante e multiplicais vos´ apoiado por muitas igrejas e culturas talvez precise ser reexaminado caso queiramos alcançar um balance para o nosso planeta
Ok. Chega de politiquices. Voltando musica e a. Nossa viagem. Deixe finalizar dizendo que os NYV esta ansioso por fazer esta viagem. NYV já andaram quase por todo o mundo, mas como disse anteriormente, esta é a nossa primeira viagem a Africa do sul e esperamos levar as várias visões, sons, gostos, conversas e experiencias